Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

Para você entrar em nossos artigos click nas imagens nas laterais e encontrarás os lincks dos artigos postados.

Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A mediação de Maria




A mediação e intercessão de Nossa Senhora por nós, diante de Deus, não é uma mediação “substitutiva” ou “ paralela” à de Jesus, mas ao contrário,acontece com base na única mediação de Cristo, homem e Deus, Sumo Pontífice (ponte) entre Deus e os homens. Sem esta, todas as outras mediações não teriam eficácia. É uma mediação cooperadora, subordinada. Jesus não quis e quer a nossa ajuda e cooperação, tanto em termos de trabalho como de oração; especialmente de Sua Mãe.

O Concílio Vaticano ll, na Lúmen Gentium, explica-nos bem como é a mediação de Nossa Senhora diante de Deus.”A maternidade de Maria na dispensação da graça perdura ininterruptamente a partir do consentimento que ela fielmente prestou na Anunciação, que sob a Cruz ela resolutamente manteve, e manterá até a perpétua consumação de todos os eleitos. Assumida aos céus, não abandonou esta salvífica função, mas por sua multíplice intercessão continua a granjear-nos os dons da salvação eterna. Por seu maternal amor cuida dos irmãos do seu Filho que ainda peregrinam rodeados de perigos e dificuldades, até que sejam conduzidos à feliz pátria”.
“Por isso a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de Advogada, Auxiliadora, Protetora, Medianeira. Isto, porém, se entende de tal modo que nada derrogue, nada acrescente à dignidade e eficácia de Cristo, o único mediador”.

“Com efeito; nenhuma criatura jamais pode ser colocada no mesmo plano com o Verbo Encarnado e Redentor. Mas, como o sacerdócio de Cristo é participado de vários modos, seja por ministros, seja pelo povo fiel, e como a indivisa bondade de Deus é realmente difundida nas criaturas nas maneiras diversas, assim também a mesma mediação do Redentor não exclui, mas suscita nas criaturas cooperações diversas, que participam de uma única fonte.” E continua: “A Igreja não hesita em proclamar essa função subordinada de Maria. Pois sempre de novo experimenta e recomenda-se ao coração dos fiéis para que, encorajados por maternal proteção, mais intimamente dêem sua adesão o Mediador e Salvador” (LG,n° 62). O Papa Paulo VI, em sua Exortação Apostólica: “A Virgem continua agora no céu a exercer a sua função materna, cooperando para o nascimento e o desenvolvimento da vida divina em cada uma das almas dos homens redimidos. É esta uma verdade muito reconfortante, que, por livre disposição de Deus sapientíssimo, faz parte do ministério da salvação dos homens; por conseguinte, deve ser objeto da fé de todos os cristãos”.

Desde os primeiros séculos os cristãos que enfrentavam o martírio já se recomendavam a Nossa Senhora, rezando: “Debaixo da vossa proteção nos refugiamos ó Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, virgem gloriosa e bendita”; amém …
A virgem continua agora no céu a exercer a sua função materna

Prof: Felipe Aquino

A
Aprovado o fim 13º salário
pela Câmara dos Deputados!!!

Falta apenas a aprovação do Senado!


Enquanto a gente se distrai com a Copa do Mundo, o Congresso continua votando outros assuntos de nosso interesse e a gente nem percebe....vejam essa:


Fim do 13º já foi aprovado na Câmara dos Deputados pelos partidos: PFL, PMDB, PPB, PPS, PSDB, e encaminhado para a aprovação do Senado.
Para conhecimento, O fim do 13º salário já foi aprovado na Câmara para alteração do art. 618 da CLT.
Provavelmente será votado após as eleições, é claro....

A maioria dos deputados federais do PFL e PSDB, estão neste momento tentando persuadir junto ao Senado, a aprovação do fim do 13º salário, bem como, a extinção da Licença de Férias.
As próprias mordomias e as vergonhosas ajudas de custo de todo tipo que recebem, eles não cortam.
Conheça os nomes dos digníssimos deputados que votaram a favor deste Projeto em todo Brasil.
Por favor, repassem para o maior número de pessoas possíveis, afinal eles são candidatos fortes nas próximas eleições:

01- INOCÊNCIO OLIVEIRA - PFL
02- JOEL DE HOLLANDA - PFL
03- JOSÉ MENDONÇA BEZERRA - PFL
04- OSVALDO COELHO - PFL
05- ARMANDO MONTEIRO - PMDB
06- SALATIEL CARVALHO - PMDB
07- PEDRO CORRÊA - PPB
08- RICARDO FIÚZA - PPB
09- SEVERINO CAVALCANTE - PPB
10- CLEMENTINO COELHO - PPS
11- CARLOS BATATA - PSDB
12- JOÃO COLAÇO - PSDB
13- JOSÉ MÚCIO MONTEIRO - PSDB

DIVULGUEM!!!Agora, enquanto isso, eles distraem a gente com referendos ridículos! E, nas votações que realmente importam, não nos cabe participar?
É hora de acordar antes que seja tarde demais!!!
NINGUÉM É TÃO FORTE QUANTO TODOS NÓS JUNTOS!!!
Divulguem!!! E não fique só reclamando do nosso país!!!
Faça a sua parte....(Eu fiz a minha e te encaminhei).

ASPECTOS ESSENCIAIS DO SER CRISTÃO

É bem conhecido o texto de Mt 16,13-24, que apresenta alguns dos aspectos essenciais da nossa fé cristã, aspectos que jamais poderemos esquecer se quisermos ser realmente fiéis a Nosso Senhor. Vejamo-los um a um:

Primeiro. A pergunta de Jesus: “Quem dizem os homens que eu sou?”
Notem que as respostas são muitas: umas erradas, outras imprecisas, nenhuma satisfatória.
Estejamos atentos a este fato: somente a razão humana, entregue às suas próprias forças, jamais alcançará verdadeiramente o mistério de Cristo.
A verdade sobre o Senhor, sua realidade mais profunda, sua obra salvífica, o mistério de sua pessoa e de sua missão, sua absoluta necessidade para que o mundo encontre salvação, vida e paz somente podem ser compreendidos à luz da fé, isto é, daquela humilde atitude de abertura para o Senhor que nos vem ao encontro e nos fala.
O homem fechado em si mesmo, preso no estreito orgulho da sua razão, jamais poderá de verdade penetrar no mistério de Cristo e experimentar a doçura de sua salvação.

Quanto já se disse de Jesus; quanto se diz hoje ainda: já tentaram descrevê-lo como um simples sábio, como um homem bom e justo, como uma espécie de pacifista, como um pregador de uma moral humanista, como um revolucionário, o primeiro comunista, como um hippie, etc. Nós, cristãos, não devemos nos iludir nem nos deixar levar por tais visões do nosso Divino Salvador. Jesus é e será sempre aquilo que a Igreja sempre experimentou, testemunhou e ensinou sobre ele: o Filho eterno do Pai, Deus com o Pai e como o Pai, o Messias, o único Salvador da humanidade, através de quem e para quem tudo foi criado no céu e na terra. Qualquer afirmação sobre Jesus que seja menos que isso, não é cristã e deve ser rejeitada claramente pelos cristãos!

Segundo. Ante as opiniões do mundo, o Senhor dirige a pergunta a nós, seus discípulos: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Em cada geração, todos nós e cada um de nós devemos responder quem é Jesus.
Não se trata de uma resposta somente teórica, teológica, digamos assim. Trata-se de uma resposta que deve ter sérias repercussões na nossa vida. Então: quem é Jesus para mim?
Que papel desempenha na minha vida? Como me relaciono com ele? Amo-o? Procuro-o na oração, procuro de todo o meu coração viver na sua palavra? Estou disposto a construir minha existência de acordo com a sua verdade?


Deixo-me julgar por ele ou eu mesmo, discretamente, procuro julgá-lo?
São perguntas muito atuais, sobretudo hoje, quando nossa sociedade ocidental vira as costas para o Cristo, julgando-o anacrônico e ultrapassado. Agora que a nossa cultura já não considera mais Jesus como aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida, mas julga que a própria razão humana, com seus humores e pretensões, é que é a Verdade e a Luz, é, mais que nunca, essencial que nós proclamemos com a vida, com a palavra e com os costumes que Jesus é realmente o nosso Senhor, o nosso critério, a nossa única Verdade!

Terceiro. Pedro respondeu quem é Jesus: “Tu és o Messias!”, isto é, “Tu és o Cristo, o Esperado de Israel, aquele que Deus prometera aos nossos Pais!”
Na mesma passagem, em São Mateus, Jesus afirma claramente: “Não foi carne nem sangue que te revelaram isto, mas o meu Pai que está nos céus” (Mt 16,15). Insisto: somente o Pai, na potência do Santo Espírito que habita em nós e na Igreja como um todo, é que pode revelar-nos quem é Jesus.

A fé não é uma experiência acadêmica, não é fruto de estudos, não se resume a uma especulação teológica. Para um cristão, crer é entrar na experiência que há dois mil anos a Igreja vem fazendo na Palavra, nos sacramentos, na vida de cada dia: a experiência do Cristo Senhor, que foi morto pelos nossos pecados e ressuscitou para nossa vida e justificação. Quem se coloca fora dessa fé, da fé da Igreja, já não é realmente cristão! Aqui é muito importante compreender que a nossa fé é pessoal, mas nunca individual: cremos na fé da Igreja, cremos no Cristo da Igreja, cremos como Igreja e com a Igreja. Uma outra fé, um outro Cristo seriam triste ilusão!

Quarto.
O Evangelho nos surpreende com uma afirmação: “Jesus proibiu-lhes severamente de falar a alguém a seu respeito”. Por quê? Porque havia o perigo de pensar nele como um messias glorioso, um messias como os sonhos dos judeus haviam fabricado: o messias do sucesso, das curas, dos shows da fé, dos palanques políticos, etc. Jesus somente afirmará de modo público que é o Messias quando estiver preso, amarrado, diante do Sumo Sacerdote. Aí já não haverá ocasião para engano. Mas, aqui a pergunta: Também nós, muitas vezes, não temos a tentação de querer um Cristo do nosso modo, sob a nossa medida, para nosso consumo? Amamos o Cristo como ele é ou o renegamos quando não faz como gostaríamos? Estamos realmente dispostos a ir com ele até o fim, crendo nele e nele nos abandonando?

Quinto. Exatamente para deixar claro que tipo de Messias ele é, Jesus começa a dizer “que o Filho do Homem devia sofrer muito, ser rejeitado; devia ser morto e ressuscitar depois de três dias. Ele dizia isso abertamente”. Eis o tipo de Messias, o tipo de Salvador, o tipo de Deus que Jesus é! Será que nos interessa? Estamos nós dispostos a seguir um Mestre assim?

Sexto. Não será a nossa a mesma atitude de Pedro, que repreende Jesus, que desejaria um mestre mais racional, mais palatável, menos radical? Não é essa a maior tentação nossa: um Cristo sem cruz, um cristianismo sem renúncia, uma vida cristã que não nos custe nada?

Sétimo. A resposta de Jesus é clara, curta e dirigida perenemente a todos nós: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem quiser perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la!” O caminho é este, sem máscara, sem acordos, sem jeitinhos! Nosso Senhor nunca nos enganou; sempre disse claramente quais as condições para segui-lo…

Dom Henrique Soares da Costa

A




A IGREJA DEVE ESTAR ANSIOSA POR RECEBER O IRMÃO QUE ERROU

Lucas 17:3-4



"Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe; se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe" (Lucas 17,3-4). Há vezes que o pecado é flagrante o suficiente que tem que ser enfrentado diretamente. Nesses casos, naturalmente, devemos estar preparados e ávidos para aceitar o arrependimento do pecador e perdoar-lhe. Antes, porém, será necessário admoestar "os insubmissos", advertindo-os sem rodeios e estimulando-os a mudar (I Tessalonicenses 5,14). Quando o pecado visível de Pedro feriu os irmãos gentios e levou muitos dos cristãos judeus ao mesmo erro, Paulo o repreendeu face a face em público (Gálatas 2,11-14). Não se tratava de um irmão fraco em tropeço, mas um pecado de conseqüências públicas, por parte de Pedro, que precisava ser tratado. Qualquer um de nós pode precisar de uma repreensão direta às vezes. O livro de Provérbios nos incentiva a aceitar as admoestações e usá-las como uma oportunidade para fazer as devidas correções, apesar da repreensão ser dolorosa. No caso de Pedro, ele falou mais tarde a respeito do nosso "amado irmão Paulo" (II Pedro 3,15), mostrando que ele não tinha nenhum rancor pelo fato de Paulo o haver repreendido abertamente.

"Nós vos ordenamos, irmãos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que ande desordenadamente e não segundo a tradição que de nós recebestes . . . Caso alguém não preste obediência à nossa palavra dada por esta epístola, notai-o; nem vos associeis com ele, para que fique envergonhado. Todavia, não o considereis por inimigo, mas adverti-o como irmão" (II Tessalonicenses 3,6,14-15). Às vezes, um irmão que está em pecado não presta atenção ao estímulo e à admoestação de outros cristãos. Tanto pessoalmente quanto por carta, Paulo havia ensinado e admoestado aos tessalonicenses acerca da necessidade de trabalhar. Em I Tessalonicenses 5,14 ele tinha pedido que outros irmãos admoestassem os indisciplinados. Em II Tessalonicenses 3, mais uma vez ele adverte severamente os que se recusavam a trabalhar. Depois ele afirma claramente que, quando alguém se recusa a obedecer à Palavra de Deus após reiteradas admoestações, essa pessoa deve ser publicamente notada como infiel e os irmãos devem se afastar do contato social com ela. I Coríntios 5 trata de um caso semelhante. O pecado era diferente (um caso grave de imoralidade sexual), mas Paulo ordenou aqui também que o irmão que se achava no erro fosse publicamente reconhecido como infiel e que os outros não se associassem com ele, nem mesmo para comer com ele. Em Mateus 18,15-17, quem se recusa a corrigir um pecado contra outra pessoa deve ser tratado da mesma forma.

Ao pormos em prática essa diretriz precisamos tomar certos cuidados. Em primeiro lugar, não se deve tomar essa atitude a primeira vez que alguém peca. Os casos descritos nos textos acima estavam em estágio avançado; já se haviam dado exortações. Em segundo lugar, a igreja deve estar ansiosa por receber o irmão que errou quando ele se arrepende. Ele não deve ser considerado um inimigo, mesmo após ser disciplinado pela congregação (II Tessalonicenses 3,15). E, se ele retornar à fidelidade ao Senhor, deve ser recebido com muito amor e ternura (II Coríntios 2,5-11).

Há três razões para essa atitude. Primeira: o amor pelo irmão que pecou. A esperança é que a pessoa, percebendo a gravidade de seu pecado, retorne ao Senhor e seja salva (I Coríntios 5,5; II Tessalonicenses 3,14-15). Assim como o homem imoral de I Coríntios 5, muitos se arrependem hoje após que a igreja a que pertencem os nota publicamente como infiéis (II Coríntios 2,5-11). Segunda: o amor pela igreja. Paulo falou da influência contagiosa do pecado que é tolerada na igreja (I Coríntios 5,6-8). Se as pessoas que não estão servindo ao Senhor fielmente permanecem na comunhão da igreja, sua infidelidade será contagiosa e se espalhará aos outros membros da congregação. Por fim, o amor pelo Senhor. Essa ação deve ser tomada "em nome do Senhor Jesus Cristo" (II Tessalonicenses 3,6; I Coríntios 5,4). Paulo disse que essa ordem põe a igreja à prova para descobrir se ela é fiel ao Senhor em todas as coisas (II Coríntios 2,9). Muitas igrejas são reprovadas nesse teste. Talvez por causa de um desejo de não se tornarem impopulares ou por uma falta de coragem de enfrentar os membros que vivem persistentemente no pecado, muitas igrejas toleram os membros infiéis e não obedecem a esses princípios bíblicos. O nosso amor por Deus deve ser maior que o nosso desejo de recebermos a aprovação do homem.


Com minha benção.
Pe.Emílio Carlos Mancini +

A







Um dia a mascará ira cair...
As verdadeiras faces seram reveladas
Faces marcadas, escondidas atrás de um belo sorriso,
Ira transparecer o verdadeiro eu...
Nada bonito de ser ver...
Mostrará o verdadeiro rosto da vergonha...
De ser quem não deveria...
Alguém que sempre viveu se escondendo por trás de uma mascará...
Simples, mas que ninguém pode notar sua transparencia...
São poucas as pessoas que podem ver
Através dessa mascará de vidro...
No qual as pessoas só viam o próprio reflexo, apenas o que elas queriam ver...
A frente o que você gostaria que fosse...
E por trás quem realmente é...
Não queira descobrir, se assim for melhor,
Continue acreditando no reflexo que ela pode te passar e sejas feliz assim...

Sorriam máscaras!
Sob luzes e aplausos
de cansadas faces,
olhos atentos,
em mãos extasiadas.

Choram as máscaras!
Quando o show termina.
Refletindo em espelho,
rostos pálidos e turvos
em finos traços borrados.

Tira-se a máscara,
de um personagem já morto.
Amanhã é outro dia,
com novo público, eternos aplausos.
Ao final?
Restarão os velhos lamentos.


A


Fugir da inautenticidade




No capítulo XXIII de São Mateus está contido aquele que é considerado o mais veemente de todos os discursos de Jesus. É quando o Divino Mestre, movido de sagrada indignação, recrimina aos fariseus e aos escribas sua hipocrisia. Eles faziam pesar sobre os humildes todo o peso da Lei, carregada ainda de uma odiosa casuística e de uma revoltante problemática a respeito de juramentos, de pagamento de dízimos, de rigorosas abluções rituais na hora das refeições. Eles que deviam abrir a porta da salvação para o povo, fechavam-na. Nem entravam eles - disse Jesus -nem deixavam entrar os que queriam entrar. E, concretamente, não aceitando a Jesus como Messias, impediam que as outras pessoas também o aceitassem. Fechavam a grande porta da salvação. E por outro lado, faziam uma vaidosa ostentação de sua observância e de sua sabedoria doutrinal. Gostavam de ocupar os primeiros lugares nas sinagogas e faziam questão de que todos os saudassem nas praças públicas e que os chamassem de "rabi", que quer dizer "meu mestre". Porém o mais grave é que sua observância da Lei era puramente exterior. Limpavam por fora as taças e os pratos, mas seu coração estava cheio de cobiça e de maldade. Jesus não lhes poupa a acusação de "sepulcros caiados": por fora, brancura e beleza; por dentro, ossos e podridão (cf Mt 23, 13-33).


Pe. Lucas de Paula Almeida, cm

A



Receberás a recompensa na ressurreição dos justos
Segunda-feira da 31ª semana do tempo comum

Evangelho (Lc 14,12-14):

E disse também a quem o tinha convidado: «Quando ofereceres um almoço ou jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos. Pois estes podem te convidar por sua vez, e isto já será a tua recompensa. Pelo contrário, quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos! Então serás feliz, pois estes não têm como te retribuir! Receberás a recompensa na ressurreição dos justos».

Reflexão:

«Quando deres um banquete, convida os pobres, (...), pois estes não têm como te retribuir! Receberás a recompensa na ressurreição dos justos»

Hoje, o Senhor ensina-nos o verdadeiro sentido da generosidade cristã: o dar-se aos demais. «Quando ofereceres um almoço ou jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos. Pois estes podem te convidar por sua vez, e isto já será a tua recompensa» (Lc 14,12).

O cristão move-se no mundo como uma pessoa comum; mas o fundamento do trato com os seus semelhantes não pode ser nem a recompensa humana nem a vanglória; deve procurar ante tudo a glória de Deus, sem pretender outra recompensa que a do Céu. «Pelo contrário, quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos! Então serás feliz, pois estes não têm como te retribuir! Receberás a recompensa na ressurreição dos justos» (Lc 14, 13-14).

O Senhor convida-nos a dar-nos incondicionalmente a todos os homens, movidos somente pelo amor a Deus e ao próximo pelo Senhor. «Se emprestais àqueles de quem esperais receber, que recompensa mereceis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto» (Lc 6,34).

Isto é assim porque o Senhor ajuda-nos a entender que se damo-nos generosamente, sem esperar nada em troca, Deus nos pagará com uma grande recompensa e nos fará seus filhos prediletos. Por isto, Jesus nos diz: «Pelo contrário, amai os vossos inimigos, fazei bem e emprestai sem daí esperar nada. E grande será a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo» (Lc 6-35).

Peçamos à Virgem a generosidade de saber fugir de qualquer tendência ao egoísmo, como seu Filho. «Egoísta!— Tu, sempre tu, sempre o que é "teu".— Pareces incapaz de sentir a fraternidade de Cristo: nos outros, não vês irmãos; vês degraus (...)» (São Josemaria).

Rev. D. Joaquim FONT i Gassol (Igualada, Barcelona, Espanha)

A

«Convida os pobres»

S. Lucas 14,12-14.

Naquele tempo, disse Jesus a um dos principais fariseus que O tinha convidado para uma refeição: «Quando deres um almoço ou um jantar, não convides os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem os teus vizinhos ricos; não vão eles também convidar-te, por sua vez, e assim retribuir-te.

Quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos.

E serás feliz por eles não terem com que te retribuir; ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos.»

Reflexão:

Honrar Nosso Senhor é ir de encontro aos Seus sentimentos, guardá-los, fazer o que Ele fez e levar a cabo o que mandou. Ora, os Seus maiores sentimentos foram pelos pobres: tratar deles, curá-los, consolá-los, socorrê-los e protegê-los, em tudo isso pôs o Senhor o Seu enlevo. Ele próprio quis nascer pobre, acolheu os pobres na Sua companhia, serviu-os e pôs-Se no lugar deles, ao ponto de dizer que o bem e o mal que lhes fizermos é a Ele que o fazemos (Mt 25,40). Que amor tão terno era Ele capaz de mostrar pelos pobres! E que amor, pergunto eu, podemos nós ter por Ele, senão o de amarmos a quem o Senhor amou? Mais, amar os pobres é amar da melhor maneira, porque é servi-Lo e amá-Lo como devemos.

Ora, se podemos honrar um Salvador assim complacente, imitando-O desse modo, muito maior honra Lhe será feita, nessa imitação, ao identificarmo-nos com Ele! Não vedes aí um motivo suplementar para renovardes o vosso fervor? Por mim, estou convencido de que devemos desse modo oferecer-nos à Sua divina Majestade [...], de tal sorte que se possa desde agora dizer que «a caridade de Cristo nos impele» (2Cor 5,14).

São Vicente de Paulo (1581-1660), presbítero, fundador de congregações religiosas

Excerto do Relatório do estado das Obras, 11/7/1657

A

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A oração é luz para a alma




A oração, o diálogo com Deus, é um bem incomparável, porque nos põe em comunhão íntima com Deus. Assim como os olhos do corpo são iluminados quando recebem a luz, a alma que se eleva para Deus é iluminada por sua luz inefável. Falo da oração que não é só uma atitude exterior, mas que provém do coração e não se limita a ocasiões ou horas determinadas, prolongando-se dia e noite, sem interrupção.

Com efeito, não devemos orientar o pensamento para Deus apenas quando nos aplicamos à oração; também no meio das mais variadas tarefas – como o cuidado dos pobres, as obras úteis de misericórdia ou quaisquer outros serviços do próximo – é preciso conservar sempre vivos o desejo a lembrança de Deus. E assim, todas as nossas obras, temperadas com sal do amor de Deus, se tornarão um alimento dulcíssimo para o Senhor do universo. Podemos, entretanto, gozar continuamente em nossa vida do bem que resulta da oração, se lhe dedicarmos todo o tempo que nos for possível.

A oração é a luz da alma, o verdadeiro conhecimento de Deus, a mediadora entre Deus e os homens, Pala oração a alma se eleva até aos céus e une-se ao Senhor num abraço inefável; como uma criança que, chorando, chama sua mãe, a alma deseja o leite divino, exprime seus próprios desejos e recebe dons superiores a tudo que é natural e visível.

A oração é venerável mensageira que nos leva à presença de Deus, alegra a alma e tranqüiliza o coração. Não penses que essa oração se reduza a palavras. Ela é desejo de Deus, amor inexprimível que não provêm dos homens, mas é efeito da graça divina, como diz o Apóstolo: Nós não sabemos o que devemos pedir, nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis (Rm 8, 26).

Semelhante oração, quando o Senhor a concede a alguém, é uma riqueza que não lhe pode ser tirada e um alimento celeste que sacia a alma. Quem a experimentou inflama-se do desejo eterno de Deus, como que de um fogo devorador que abrasa o coração.

Praticando-a em sua pureza original, adorna tua casa de modéstia e humildade, torna-a resplandecente com a luz da justiça. Enfeita-se com boas obras, quais plaquetas de ouro, ornamenta-se de fé e de magnanimidade em vez de paredes e mosaicos. Com cúpulas e coroamento de todo o edifício, coloca a oração. Assim prepararás para o Senhor uma digna morada, assim terás um esplêndido palácio real para o receber, e poderás tê-lo contigo na tua alma, transformada, pela graça, em imagem e templo da sua presença.

A


Vós sois todos irmãos

30 de Outubro

XXXI DOMINGO COMUM

LEITURAS: 1ª: Ml 1,14b–2,2b.8-10. Salmo 131,1.2.3. R/ Guardai-me junto de Vós, na vossa paz, Senhor.: 1 Ts 2,7b-9.13. Evangelho: 23,1-12. III Semana do Saltério.

A um país de doutores e engenheiros, como dizem ser o nosso – e eu acrescento de monsenhores e mestres –, o Evangelho deste Domingo sugere descer do pedestal, despir a toga e tirar o capelo. Jesus dirige-se aos discípulos e denuncia os escribas e fariseus que estavam sentados na cadeira de Moisés mas se limitavam a sobrecarregar as pessoas com fardos pesados, sem ajudarem sequer com um dedo a transportá-los. E neste contexto, diz: Eles «gostam… que os tratem por “Mestres”. Vós, porém, a ninguém deixeis tratar por “Mestres”, porque um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos. Na terra não chameis a ninguém vosso “Pai”, porque um só é o vosso Pai, o Pai celeste. Nem vos deixeis tratar por “Doutores”, porque um só é o vosso Doutor, o Messias.»

Se por algum desses títulos se quiser entender ou exercer autoridade, segregação, sobranceria, sujeição e domínio – então, toda a paternidade, mestria ou doutorice deve ser substituída por fraternidade efectiva nas relações humanas.

Já o profeta Malaquias, por volta de 450 a.C., ao avisar os sacerdotes que se tinham desviado do caminho do Senhor, feito tropeçar muitos na lei e destruído a Aliança de Levi, referia também o fazerem «acepção de pessoas perante a lei». E dava o fundamento da fraternidade universal: «Não temos todos um só Pai? Não foi o mesmo Deus que nos criou?» (1ª Leitura).

Escrevendo aos Tessalonicenses a sua primeira Carta de todas, Paulo diz: «Fizemo-nos pequenos no meio de vós. Como a mãe que acalenta os filhos que anda a criar, assim nós também, pela viva afeição que vos dedicamos, desejaríamos partilhar convosco, não só o Evangelho de Deus, mas ainda a própria vida.» É essa a lição do Evangelho: «Aquele que for o maior entre vós será o vosso servo. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado.»

Face ao apagamento de Paulo, tornou-se mais claro para os cristãos de Tessalónica a origem e a força da sua palavra: «depois de terdes recebido a graça de Deus por nós pregada, vós a acolhestes, não como palavra humana, mas como ela é realmente, palavra de Deus, que permanece activa em vós, os crentes» (2ª Leitura).

Um excesso de afirmação pessoal do evangelizador desvirtua o Evangelho, reduzindo-o a simples «palavra humana»! Ao contrário, a actuação da palavra nos crentes, gera comunidade e conduz naturalmente à fraternidade. Bastará lembrar mais uma vez, e sempre, a dos primeiros cristãos de Jerusalém (Act 2,42-47); mas, também hoje conhecemos comunidades transformadas pela Palavra, que, além de abrir os olhos ao povo, tornou-o mais atento e solidário (1ª Leitura).

Com o Salmo Responsorial, lancemo-nos confiadamente no colo de Deus, Pai e Mãe, como crianças saciadas. E Ele nos guardará na sua paz:

«Senhor, não se eleva o meu coração,
nem se levantam altivos os meus olhos.
Não ambiciono riquezas,
nem coisas superiores a mim.
Antes fico sossegado e tranquilo,
como criança ao colo da mãe.»

A

A comunidade cristã deve anunciar profeticamente o Reino de Deus

31º DOMINGO DO TEMPO COMUM-Ano A

A liturgia do 31º Domingo do Tempo Comum convida-nos a uma reflexão séria sobre a seriedade, a verdade e a coerência do nosso compromisso com Deus e com o Reino. De forma especial, as leituras deste domingo interpelam os animadores das comunidades cristãs acerca da verdade do seu testemunho, da pureza dos seus motivos, do seu real empenho na construção de comunidades comprometidas com os valores do Evangelho.

O Evangelho apresenta-nos o grupo dos “fariseus”. Critica violentamente a sua pretensão à posse exclusiva da verdade, a sua incoerência, o seu exibicionismo, a sua insensibilidade ao amor e à misericórdia. Mais do que informação histórica, é um convite aos crentes no sentido de não deixarem que atitudes semelhantes se introduzam na família cristã e destruam a fraternidade, fundamento da comunidade.

Na primeira leitura um “mensageiro de Jahwéh” interpela os sacerdotes de Israel. Convocados por Deus para serem “mensageiros do Senhor do universo”, para ensinar a Lei e para conduzir o Povo para Deus, eles deixaram-se dominar por interesses egoístas, negligenciaram os seus deveres, desvirtuaram a Lei. Eles são, por isso, os grandes responsáveis pelo divórcio entre Israel e o seu Deus. Jahwéh anuncia que não pode tolerar esse comportamento e que vai desautorizá-los e desmascará-los.

A segunda leitura apresenta-nos, em contraste com a primeira, o exemplo de Paulo, Silvano e Timóteo – os evangelizadores da comunidade cristã de Tessalônica. Do esforço missionário feito com amor, com humildade, com simplicidade, com gratuidade, nasceu uma comunidade viva e fervorosa, que acolheu o Evangelho como um dom de Deus, que se comprometeu com ele e que o testemunha com verdade e coerência.

LEITURA I – Mal 1,14b-2,2b.8-10

O nome “malaquias” não é um nome próprio. Significa “o meu mensageiro”. É o título tomado por um profeta anônimo, sobre o qual praticamente nada sabemos e que se apresenta como “mensageiro” de Jahwéh.

Trata-se, em qualquer caso, de um profeta que atua em Jerusalém, no período pós-exílico. Ele é um aguerrido defensor dos valores judaicos, fervoroso pregador de reformas, zeloso defensor do culto autêntico, favorável ao Templo, à pureza dos sacerdotes e dos levitas, defensor dos sacrifícios e contrário aos matrimônios mistos (entre judeus e não judeus).

Na sua época, o Templo já havia sido reconstruído (cf. Mal 1,10) e o culto já funcionava – ainda que mal (cf. Mal 1,7-9. 12-13). No entanto, o entusiasmo pela reconstrução estava apagado. Desanimado ao ver que as antigas promessas de Deus (veiculadas por Ezequiel e pelo Deutero-Isaías) não se tinham cumprido, o Povo tinha caído na apatia religiosa e na absoluta falta de confiança em Deus… Duvidava do amor de Deus, da sua justiça, do seu interesse por Judá. Todo este cepticismo tinha repercussões no culto (cada vez mais desleixado) e na ética (multiplicavam-se as falhas, as injustiças, as arbitrariedades). Este quadro, posterior à restauração do Templo, situa-nos na primeira metade do séc. V a.C. (entre 480 e 450 a.C.), muito próximo da época de Esdras e Neemias.

Este “mensageiro de Deus” reage vigorosamente contra a situação em que o Povo de Judá está a cair. Coloca cada um diante das suas responsabilidades para com Jahwéh e para com o próximo, exige a conversão do Povo e a reforma da vida cultual. A sua lógica é a lógica deuteronomista; se o Povo se obstinar em percorrer caminhos de infidelidade à Aliança, voltará a conhecer a morte e a infelicidade; mas se o Povo se voltar para Jahwéh e cumprir os mandamentos, voltará a gozar da vida e da felicidade que Deus oferece àqueles que seguem os seus caminhos.

O texto de Malaquias que hoje nos é oferecido faz parte de uma longa perícope na qual o profeta se queixa pela falta de respeito e pelo desprezo que a comunidade judaica sente pelo nome de Jahwéh (cf. Mal 1,6-2,9). Os culpados da situação são, sobretudo, os sacerdotes… Eles deviam ser os primeiros a potenciar a relação entre o Povo e Deus; mas, preocupados com os seus interesses pessoais e animados pelo espírito de lucro, oferecem sobre o altar alimentos impuros (cf. Mal 1,7), sacrificam animais cegos, coxos ou doentes (cf. Mal 1,8), fazendo com que os atos cultuais sejam a expressão, não do amor, mas da indiferença e da falta de respeito do Povo por Jahwéh.

Culpados da perversão do culto, os sacerdotes são culpados de outra coisa ainda mais grave: eles falsificam gravemente a Palavra de Deus. É a esta questão que a nossa leitura de hoje se refere.

Malaquias tem consciência de que Jahwéh fez “uma Aliança com Levi” (cf. Mal 2,4-5), na qual os sacerdotes receberam como missão ensinar a Lei a Israel e apresentar os sacrifícios no altar de Deus (cf. Dt 33,8-10). Constituídos “mensageiros do Senhor do Universo” (Mal 2,7), os sacerdotes deviam rejeitar a iniquidade, conhecer a Lei de Deus e apresentá-la fielmente ao Povo, caminhar com Jahwéh na paz e na retidão, afastar o Povo do mal (Mal 2,6).

Na verdade – considera Malaquias – não é isso que acontece. Os sacerdotes não só se desviaram do caminho da Lei e dos mandamentos, como também fizeram o Povo vacilar, ensinando a Lei de forma deturpada. Em vez de orientar o Povo nos caminhos da Aliança, desviam-no para longe de Deus… Mais ainda, não consideram todos iguais e fazem acepção de pessoas (possivelmente, o profeta refere-se a tratamento desigual concedido pelos sacerdotes a ricos e a pobres, a poderosos e a humildes).

Deus pode pactuar com estas atitudes e comportamentos? É evidente que não… Portanto, Jahwéh vai desautorizar e desqualificar estes sacerdotes indignos, tornando-os desprezíveis e abjetos aos olhos de todo o Povo. Todos verão que eles já não têm a confiança de Deus e que lhes foi retirada a autoridade para serem testemunhas de Deus.

ATUALIZAÇÃO

Considerar, na reflexão, os seguintes desenvolvimentos:

• Por detrás da denúncia que a primeira leitura de hoje nos apresenta, está uma comunidade instalada no desânimo, no cepticismo e na apatia. Estes sentimentos negativos vão conduzir ao laxismo, à indiferença, ao desrespeito pelos compromissos; e, continuando a escorregar pelo mesmo plano inclinado, a comunidade irá, inevitavelmente, cair em atitudes concretas de falta de respeito e de desprezo para com Deus, de injustiça e de violência para com os irmãos. Nenhuma das nossas comunidades cristãs ou religiosas está isenta desta “doença” e pode garantir que não percorrerá um caminho semelhante… Só uma comunidade que aceita pôr-se em contínuo processo de conversão pode evitar um processo deste tipo, ao redescobrir, em cada instante, os fundamentos da sua fé e da sua esperança e ao revitalizar os seus compromissos com Deus e com os irmãos.

• Aos animadores das comunidades foi confiada por Deus e pela Igreja a missão fundamental de interpelar a comunidade, de revitalizar o seu ânimo, de recordar a cada crente os seus compromissos, de testemunhar a todos o amor de Deus… Aqueles que, de alguma forma, têm responsabilidades na animação das comunidades, desempenham este serviço com dedicação e entusiasmo, conscientes da grave responsabilidade que assumiram diante de Deus e da Igreja, ou instalam-se no comodismo e na indiferença, deixando que a sua comunidade caminhe à deriva e sem objetivos? Os animadores das nossas comunidades cristãs são apenas funcionários que asseguram o expediente das “nove às cinco”, com intervalo sagrado para almoço e sesta, ou são cristãos responsáveis que, fiéis à missão que lhes foi confiada, põem a vida ao serviço de Deus e dos irmãos?

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 130 (131)

Refrão 1: Guardai-me junto de Vós, na vossa paz, Senhor.

Refrão 2: Guardai-me na vossa paz, Senhor.

Senhor, não se eleva soberbo o meu coração, nem se levantam altivos os meus olhos.

Não ambiciono riquezas, nem coisas superiores a mim.

Antes fico sossegado e tranquilo, como criança ao colo da mãe.

Espera, Israel, no Senhor, agora e para sempre.

LEITURA II – 1 Tes 2,7b-9.13

Quando escreve a Primeira Carta aos Tessalonicenses, Paulo está em Corinto. De Tessalónica chegaram, por Timóteo, notícias animadoras: os tessalonicenses continuam empenhados em viver, com fidelidade, o Evangelho que Paulo lhes anunciou. Nem as dificuldades do dia a dia, nem a deficiente formação doutrinal, nem a hostilidade das autoridades de Tessalónica conseguiram arrefecer o entusiasmo dos membros da comunidade. Eles são, verdadeiramente, um modelo para as comunidades cristãs de toda a Grécia. Paulo escreve, então, animando-os a prosseguir no caminho da fidelidade a Jesus e ao Evangelho. Aproveita também para esclarecer algumas questões de caráter doutrinal e para corrigir alguns aspectos da vida da comunidade. Estamos na primeira metade do ano 50 ou 51.

Nos três primeiros capítulos da carta, Paulo agradece a Deus pela sua ação em favor da comunidade (cf. 1 Tes 1,1-3,13). A comunidade nasceu e consolidou-se de forma tão prodigiosa e em tão pouco tempo, que é preciso ver em tudo isso a intervenção de Deus. O coração de Paulo de Paulo transborda, pois, de alegria e de agradecimento…

Depois de uma clássica oração de louvor a Deus Pai e ao Senhor Jesus Cristo, que tornaram possível em Tessalónica o milagre do Evangelho (cf. 1 Tes 1,2-10), Paulo evoca emocionadamente, sempre em clima de ação de graças, os inícios dessa jovem mas entusiasta comunidade cristã (cf. 1 Tes 2,1-12).

Na leitura que hoje nos é proposta, Paulo recorda, sobretudo, o comportamento dos missionários que evangelizaram Tessalônica.

O apóstolo começa por descrever o amor e o afeto de Paulo, Silvano e Timóteo pelos crentes tessalonicenses, recorrendo à sugestiva imagem da mãe… Os missionários foram “como a mãe que acalenta os filhos que anda a criar” (vers. 7b) e manifestaram aos tessalonicenses, em todos os momentos e situações, o seu amor, a sua ternura e o seu afeto. Fizeram-se pequenos, humildes e simples, e nunca trataram ninguém com aspereza ou sobranceria; manifestaram a todos a sua afeição, amaram todos com um amor serviçal e desinteressado; colocaram-se ao serviço da comunidade de forma total e incondicional e aguentaram todos os trabalhos e canseiras sem lamentos nem queixumes; partilharam com os membros da comunidade cristã, não só o Evangelho, mas a própria vida (vers. 8).

Depois, Paulo faz referência à gratuidade com que os missionários atuaram… Além de pregarem o Evangelho, trabalharam “noite e dia” para não serem pesados para ninguém da comunidade (vers. 9). No que a Paulo diz respeito, é possível que este “trabalho” se refira ao ofício de tecedor de tendas de campanha, que ele provavelmente aprendeu na sua meninice, em Tarso, junto do seu pai. Esse ofício irá ajudá-lo a ganhar o seu sustento (nomeadamente em Corinto, quando Paulo esteve em casa de Priscila e Áquila – cf. Act 18,3) e fá-lo-á sentir-se identificado com todos os outros homens.

O que interessa, no entanto, é isto: Paulo e os seus companheiros não pregaram o Evangelho por interesse pessoal, em vista de qualquer remuneração material. O que os moveu foi apenas o interesse do Evangelho e da salvação de todos os homens e mulheres.

O nosso texto termina com uma referência à forma como os tessalonicenses acolheram a Palavra anunciada por Paulo e pelos seus companheiros de missão: receberam-na “não como Palavra humana, mas como ela é realmente, Palavra de Deus”, que permanece ativa no coração dos crentes e que os transforma (vers. 13).

A comunidade cristã não é só fruto da Palavra proclamada, mas também da Palavra escutada, acolhida e vivida. Os tessalonicenses tiveram, desde logo, a percepção essencial de que a Palavra que lhes foi anunciada era Palavra de Deus e não a palavra de Paulo ou de qualquer outro pregador cristão. No processo de anúncio, de acolhimento e de transmissão do Evangelho, todos devemos ter a consciência de que o importante não é o instrumento humano que anuncia a Palavra (por mais que ele seja atraente e brilhante), mas a proposta que, através desse instrumento humano, Deus nos faz.

ATUALIZAÇÃO

Na reflexão, ter em conta as seguintes linhas:

• Esta página diz-nos, em primeiro lugar, que os anunciadores do Evangelho não podem ser simples funcionários, frios e distantes, que cumprem pontual e burocraticamente a tarefa que lhes foi confiada; mas que têm de ser como uma mãe cheia de amor, que ama com ternura os seus filhos, que partilha tudo com eles, que se sacrifica alegremente por eles e que entrega totalmente a sua própria vida para que os filhos tenham mais vida. O anúncio do Evangelho tem de ser, antes de mais, um serviço de amor. É assim que nós – aqueles a quem foi confiada a missão de anunciar o Evangelho – agimos? O nosso trabalho é feito com amor e com entrega total, ou com o espírito de funcionário cansado que despacha o expediente para se ver livre de uma tarefa monótona e fastidiosa? Aqueles que contatam conosco encontram em nós testemunhas vivas e entusiastas do amor de Deus, ou pessoas amargas, egoístas, agressivas cansadas e desanimadas?

• Esta página diz-nos, em segundo lugar, que os anunciadores do Evangelho devem dar-se à missão de forma absolutamente gratuita. O Evangelho não pode, nunca, ser o pretexto para a satisfação de interesses pessoais (enriquecimento material, busca de protagonismo, promoção pessoal…), mas deve ser um serviço que se faz com total gratuidade, generosidade e amor. O Evangelho não é um negócio, nem um meio de enriquecimento rápido, nem uma forma de viver uma vida sem grandes preocupações materiais; mas é salvação que, de forma totalmente gratuita, Deus oferece a todos os homens.

• Convém estarmos conscientes de que não basta que a Palavra seja proclamada: é preciso que ela seja, também, escutada e acolhida. Escutar não significa apenas “ouvir com os ouvidos”, mas também acolher no coração as propostas que nos são feitas por Deus. Estamos sempre disponíveis para nos deixarmos interpelar e transformar pela Palavra que nos é anunciada, ou o nosso coração é como essa terra dura que recebe a semente e a deixa secar?

• No processo de escuta e de acolhimento da Palavra, é preciso não esquecer que os anunciadores não são o essencial: o essencial é a Palavra de Deus. Os homens podem apresentar a Palavra de forma mais ou menos brilhante, mais ou menos sedutora, mais ou menos interpelativa; mas é preciso sabermos discernir a beleza das palavras da força da Palavra de Deus e não deixarmos que o essencial seja ofuscado pelo brilho do acessório.

ALELUIA – Mt 23,9b.10b

Aleluia. Aleluia.

Um só é o vosso pai, o Pai celeste; um só é o vosso mestre, Jesus Cristo.

EVANGELHO – Mt 23,1-12

O Evangelho deste domingo coloca-nos, mais uma vez, em Jerusalém, nos últimos dias antes da paixão e morte de Jesus. É nesses dias que se desenrola o confronto final entre Jesus e o judaísmo. Os líderes da nação judaica, escudados nas suas certezas, convicções e preconceitos, continuam a recusar a proposta do Reino e a preparar o processo contra Jesus.

A passagem que hoje nos é proposta é a introdução a um extenso discurso de condenação, que Jesus pronuncia contra os líderes religiosos de Israel (cf. Mt 23,13-36). É neste discurso que aparecem os sete famosos “ai de vós, escribas e fariseus…”. Para Mateus, o discurso é a resposta de Jesus à intransigência dos judeus em acolher as propostas de Deus.

Ao longo do discurso, Mateus põe na boca de Jesus uma apreciação extremamente negativa dos escribas (especialistas da Escritura, muitos dos quais eram fariseus) e dos fariseus. É preciso dizer, no entanto, que este retrato dos fariseus não é totalmente justo… No geral, os fariseus eram crentes entusiastas, que procuravam conhecer e se esforçavam por cumprir escrupulosamente a Lei de Moisés. Estavam presentes em todos os passos da vida religiosa dos israelitas e procuravam instilar no Povo o respeito pela Lei, a fim de que Israel fosse, cada vez mais, um Povo santo, dedicado a Jahwéh e vivendo na órbita de Jahwéh. Tratava-se de um grupo sério, bem intencionado, verdadeiramente empenhado na santificação da comunidade israelita. No entanto, o seu fundamentalismo em relação à Lei foi, algumas vezes, criticado por Jesus. Ao afirmarem a superioridade da Lei, desprezavam muitas vezes o Homem e criavam no Povo um sentimento de pecado e de indignidade que oprimia as consciências… Dando demasiado relevo à Lei, esqueciam o essencial – o amor e a misericórdia. E ao considerarem-se a si próprios os “puros” que viviam de acordo com a Lei, desprezavam o “'am aretz” (o “povo do país”) que, por causa da ignorância e da dura vida que levava, não podia cumprir integralmente os preceitos da Lei.

A opinião que Jesus fazia dos fariseus seria tão dura como a que este texto nos apresenta? Provavelmente não. É preciso recordar que o Evangelho segundo Mateus apareceu na parte final do séc. I (década de 80), quando os fariseus eram a corrente dominante no judaísmo e apareciam como o rosto polêmico desse adversário judaico com que os cristãos todos os dias se confrontavam. Este texto deve estar marcado por essa perspectiva. Talvez mais do que transmitir a opinião de Jesus sobre os fariseus, apresenta a imagem que os cristãos dos finais do primeiro século tinham do judaísmo e dos seus líderes.

O nosso texto divide-se em duas partes. Na primeira, Jesus traça um retrato dos fariseus (vers. 1-7); na segunda, Jesus deixa alguns conselhos aos discípulos para que não se transformem também em “fariseus” (vers. 8-12).

Como são, então, os fariseus?

Deles diz-se, em primeiro lugar, que se sentam na cadeira de Moisés (vers. 2). A expressão refere-se à autoridade exclusiva que os fariseus a si próprios se atribuíam para interpretar a Lei de Moisés (é preciso dizer, no entanto, que a acusação quadra melhor com os fariseus da época de Mateus, do que com os fariseus da época de Jesus: na época de Mateus – no judaísmo pós-destruição de Jerusalém – os fariseus já eram a corrente dominante e funcionavam como a autoridade exclusiva na interpretação e na aplicação da Lei, fato que não acontecia na época de Jesus). Eles são acusados aqui de se terem apropriado da Palavra de Deus e de a terem desvirtuado com regras, normas, obrigações interpretações legalistas e casuísticas que, em lugar de favorecerem o encontro do homem com Deus, só serviram para afastar cada vez mais os dois parceiros da Aliança.

Deles diz-se, em segundo lugar, que são incoerentes (vers. 3). “Dizem e não fazem”. O seu comportamento não é coerente com as suas palavras e os seus ensinamentos. Os cristãos são convidados a escutar os seus ensinamentos – coisa que muitos cristãos de origem judaica faziam – mas a não imitar o seu exemplo.

Deles diz-se, em terceiro lugar, que carregam os homens com fardos pesados e insuportáveis (vers. 4). Na verdade, as exigências dos fariseus tornavam impossível a vida dos crentes, tantas eram as leis, as obrigações, as proibições que eles faziam derivar da Lei. A impossibilidade de conhecer e de cumprir todo esse imenso arsenal legal, criava nos crentes uma consciência de impureza e de pecado que oprimia as consciências e que matava a alegria. Era uma autêntica escravatura da Lei.

Deles diz-se, finalmente, que gostam de fazer da sua fé e da sua piedade um espetáculo e uma exibição. Fazem as coisas para que todos percebam a sua grandeza e superioridade, e não se esquecem nunca de publicitar a sua fé e a sua piedade. Por vaidade, alargam as filactérias (caixinhas de couro contendo trechos da Torah, que os israelitas usam, a partir dos 13 anos, durante as orações matinais) e as borlas (franjas colocadas nas quatro extremidades do manto – tallît – que o judeu piedoso colocava aos ombros durante a oração). O que lhes interessa é a imagem que dão, o reconhecimento dos homens e os títulos de honra.

E os cristãos, como devem viver? Que cuidados é preciso ter para que o farisaísmo não se perpetue na Igreja de Jesus?

Fundamentalmente, é preciso que a comunidade cristã seja uma verdadeira fraternidade (vers. 8: “vós sois todos irmãos”). A Igreja não é constituída por “superiores” e “súbditos”, “mestres” e “discípulos”, “pais” e “filhos”, “doutores” e “alunos”, mas por irmãos iguais, que têm um Pai comum (vers. 9: “um só é o vosso Pai, aquele que está no céu”) e que seguem o mesmo Cristo (vers. 10: “um só é o vosso doutor, Cristo”). Na Igreja de Jesus não pode haver quem queira mandar nos outros, ou quem se considere a si próprio mais importante, mais digno, mais honrado, mais preparado do que os outros… Na Igreja de Jesus não pode existir, à imagem da estrutura hierárquica judaica, um esquema complicado de graus, de acordo com a diferente dignidade dos membros da comunidade. Na Igreja de Jesus os títulos de honra, os lugares reservados, a luta pelos primeiros lugares, não fazem qualquer sentido. Na comunidade de Jesus, só o amor e o serviço devem ter o primeiro lugar (vers. 11: “o maior de entre vós, será o vosso servo”).

A comunidade cristã deve anunciar profeticamente o Reino de Deus… Ora, nesse Reino proposto aos homens por Deus e inaugurado por Jesus, só o Pai (Deus) e o Filho (Jesus) ocupam um lugar de honra. Os crentes, iguais em dignidade, são irmãos; entre si, devem amar-se e fazer-se servidores uns dos outros.

ATUALIZAÇÃO

A reflexão e a partilha podem fazer-se tendo em conta os seguintes dados:

• O Evangelho do 31º Domingo do Tempo Comum dá conta de uma das mais profundas divergências entre a proposta de Jesus e a cultura contemporânea… Os valores que governam o nosso mundo garantem-nos que a realização plena e a felicidade do homem dependem da posição a que ele conseguir elevar-se na estrutura hierárquica da comunidade em que está inserido (social, religiosa, profissional…) e do poder, da importância, do reconhecimento que ele souber granjear, da sua capacidade de obter sucesso; Jesus garante-nos que a realização plena do homem depende da sua capacidade de amar e de servir… Em jogo estão duas visões antagônicas da finalidade da vida do homem e dos caminhos que cada pessoa deve percorrer para atingir a sua realização plena… De acordo com a nossa sensibilidade e a nossa experiência de todos os dias, quem tem razão?

• A Igreja, testemunha do Reino e dos valores propostos por Jesus, tem de ser uma comunidade de irmãos que vivem no amor. Nela, não podem ser determinantes os títulos, os lugares de honra, os privilégios, a importância hierárquica… Na comunidade cristã, a única coisa determinante é o serviço simples e humilde que se presta aos irmãos. Na prática, é assim que as coisas se passam? Que valor tem, na Igreja, os títulos, as posições hierárquicas, a visibilidade, os cargos, os privilégios, os lugares de honra? Tudo isso não poderá contribuir decisivamente para criar divisões que afetam a fraternidade e que negam os princípios sobre os quais se constrói o Reino? Quando a vida das nossas comunidades cristãs é marcada por lutas pelo poder, conflitos, ciúmes, a comunidade está a avançar em direção à fraternidade e ao amor?

• Mateus, ao apresentar-nos essa poderosa invectiva contra os “fariseus”, está a avisar os crentes contra a perpetuação de um “farisaísmo” que destrói a comunidade. Está a sugerir que quando alguém se arroga o direito divino de se instalar na cadeira do poder e se constitui como único e decisivo critério de verdade, pode facilmente substituir o Evangelho pelas suas próprias normas, pelas suas próprias leis, pelos seus próprios esquemas e visões de Deus e do mundo.

• Mateus, ao escalpelizar a incoerência dos “fariseus”, está a avisar-nos contra a tentação de mostrarmos o que não somos, de vendermos uma imagem “corrigida e aumentada” de nós próprios para obtermos o aplauso e admiração dos outros, de vivermos para as aparências e não para o compromisso simples e humilde com o Evangelho… É que a mentira e a incoerência destroem a paz do nosso coração, roubam-nos a alegria e a serenidade, comprometem o nosso testemunho, minam a comunidade e põem em causa os fundamentos do Reino.

• Mateus, ao denunciar a tendência dos “fariseus” para impor aos outros pesos insuportáveis, está a avisar-nos contra a tentação de inventar exigências e obrigações, mandamentos e leis que criam escravidão, que oprimem as consciências, que metem medo, que impedem os filhos de Deus de viverem livres e felizes. Isso acontece na Igreja de que fazemos parte? As cargas com que, às vezes, carregamos os homens e mulheres nossos irmãos, serão sempre consequência da radicalidade do Evangelho?

A

CONHECER EM CRISTO

Somos expressão do amor de Deus. Foi Ele que nos chamou a vida. Ele nos quis, criou-nos como um dom do seu amor.
Fez-nos existir através do dom si mesmo dos nossos pais um ao outro.
Fomos gerados no dom do amor. Este é o local e a atmosfera nas quais a vida humana deve ser chamada a existência.
No seio materno fomos tecidos e, desde aquela junção do óvulo e do espermatozóide, tornamo-nos destinatários especiais do amor providente de Deus.
Desde aquele momento, recebemos do Senhor a nossa alma espiritual e trouxemos em nós a imagem do Criador.

O dom da vida para quem crê é, portanto, algo sagrado porque comporta justamente a “ação criadora de Deus” e faz com que o ser humano permaneça “para sempre em uma relação especial com o Criador, seu único fim”.
Chamando-nos à vida, à sua imagem e semelhança, o Senhor chamou-nos a conhecer e dotou-nos para tal de capacidades.

Incita-nos ao conhecimento do mundo e do universo que Ele criou para nós, fazendo-nos perceber a riqueza existente na biodiversidade que configura o nosso planeta.

Quantas descobertas foram feitas através da análise e do estudo de plantas, animais e fenômenos naturais!
Fazendo-nos seres curiosos, inquisidores, o Senhor convidou-nos também a ir além das aparências e dos fenômenos.
Através do pensamento, podemos refletir, fazer deduções, sincronizar idéias que originam novos conhecimentos através duma atividade puramente intelectiva, espiritual.
Tal possibilidade levou o homem a perguntar-se sobre si mesmo, sobre sua vida, sobre o sentido do seu ser e estar no mundo.
O conhecimento do homem abre-se assim ao divino como sentido maior da sua existência e como anseio que ecoa no seu coração.
Na verdade o alto poder cognoscitivo do homem é revelador duma sua vocação: para o infinito. Ele é chamado a conhecer a Deus, o Infinito, Aquele em quem não há início, nem fim.

Deus é, assim, a verdade última para qual deve estar orientado o conhecimento humano. Enquanto realidade que se dá na história o ato de conhecer do homem deve estar, também, voltado para verdade e se dar na verdade.
Na atual conjuntura, um dos graves problemas que caracteriza a sociedade hodierna é a desvinculação entre conhecimento e verdade. Este aliou-se a uma mentalidade produtiva onde o interesse técnico está em primeiro lugar.
Aqui o que se busca é o útil, o eficiente e o lucrativo.

Tudo isto conjugado ao interesse de sempre ter mais, fez com que a capacidade transformante do conhecimento se tornasse numa fonte causadora de depreciação do mundo. O conhecimento, que originariamente foi dado ao homem para que ele pudesse colaborar na construção do cosmos, está sendo capacidade para torná-lo caos.
Reavivar o conhecer em Cristo é não deixar-se conduzir pela lógica do conhecer é poder.
Não é simplesmente ter know-how para com ele depredar o planeta.

O conhecimento foi dado ao homem para ele construir e não destruir. O mundo, ainda em fase de construção, é uma realidade para qual o homem, à luz da criação divina, foi colocado não para dominar no sentido de dispor como bem quiser, mas de colaborar e engrandecer a obra da criação. Reavivar o conhecer em Cristo é utilizar a capacidade cognoscitiva para o bem da pessoa humana.

O nosso mundo ainda tem problemas, não pela falta de conhecimento, mas pela má utilização deste. O conhecimento deve estar orientado ao bem.
Falando em bem, não somente pensamos naquilo que é eticamente correto, mas outrossim numa outra qualidade do homem: o amor. Amar outra coisa não é que querer o bem da pessoa amada. O conhecimento deve se dar no amor e para este também deve estar orientado. Neste ele não somente se torna saboroso, mas poderá realmente ser orientado para ser construtivo e edificante, ou seja, verdadeiro.

Pe. Pedro Moraes Brito Júnior

A



O PERDÃO É NECESSÁRIO PARA A CURA ESPIRITUAL

Efésios 4,26-27



Como Posso Perdoar?


O pecado danifica as relações entre as pessoas como prejudica nossa relação com nosso Criador. A pessoa contra quem se pecou freqüentemente se sente ferida, talvez irada pela injustiça do pecado cometido. O perdão é necessário para a cura espiritual da relação, mas precisamos preparar nossos corações para perdoar. Precisamos aceitar a injustiça do ferimento, a deslealdade do pecado, e ficarmos prontos para perdoar (observe os exemplos de Jesus e Estevão; Lucas 23,34; Atos 7,60). Mesmo se o pecador se recusar a se arrepender, não podemos continuar a nutrir a raiva, ou ela se tornará em ódio e amargura (veja Efésios 4,26-27,31-32). Ainda que o pecador possa manter sua posição como transgressor por causa de sua recusa a se arrepender, seu pecado não deverá dominar meu estado emocional.

E se o pecador se arrepender? Como posso aprender a perdoar? Jesus contou uma parábola sobre um servo que devia uma quantia enorme (10.000 talentos) ao seu rei (Mateus 18,23-35). Ele era incapaz de pagar a dívida e implorou ao rei por compaixão. O rei perdoou-o por sua enorme dívida, mas este servo prontamente saiu e encontrou um dos seus companheiros servos que devia a ele uma quantia relativamente pequena e exigiu pagamento, agarrando-o pelo pescoço. Ainda que o companheiro de servidão implorasse por compaixão, o credor entregou-o à prisão. Quando o rei foi informado dos atos de seu servo incompassivo, irou-se e reprovou este servo, entregando-o aos torturadores até que ele pagasse totalmente sua dívida. É claro que estamos representados na parábola pelo servo que tinha uma dívida enorme. Não há comparação entre as ofensas que temos cometido contra Deus e aquelas que têm sido cometidas contra nós. Jesus observou que, justo como no caso do servo não misericordioso, o Pai não nos perdoará por nossas infrações se não perdoarmos nossos companheiros (18,35; veja também Mateus 5,7).

Para nos prepararmos para perdoar, precisamos lembrar que nós mesmos somos pecadores e necessitados do perdão divino (Romanos 3,23). No caso do cristão, Deus já lhe perdoou uma imensa dívida no momento do batismo. Quando nos lembramos da grandeza da dívida que Deus quer nos perdoar, certamente podemos perdoar aqueles que nos devem muito menos em comparação (Efésios 4,32; Colossenses 3,13).


Com minha benção.
Pe. Emílio Carlos Mancini +

A


A oração é uma força em nossa vida

e pode tornar melhor a humanidade.

Evangelho segundo S. Lucas 6,12-19.




Naqueles dias, Jesus foi para o monte fazer oração e passou a noite a orar a Deus.
Quando nasceu o dia, convocou os discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de Apóstolos:
Simão, a quem chamou Pedro, e André, seu irmão; Tiago, João, Filipe e Bartolomeu; Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado o Zelote;
Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, que veio a ser o traidor.
Descendo com eles, deteve-se num sítio plano, juntamente com numerosos discípulos e uma grande multidão de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sídon, que acorrera para o ouvir e ser curada dos seus males. Os que eram atormentados por espíritos malignos ficavam curados; e toda a multidão procurava tocar-lhe, pois emanava dele uma força que a todos curava.




«Jesus foi para o monte fazer oração»

Toda a alma humana é um templo de Deus e só isso abre-nos uma perspectiva vasta e absolutamente nova. A chave para entendermos a oração da Igreja é a vida em oração de Jesus. Ele participou no serviço divino e na liturgia do Seu povo [...] e conduziu a liturgia da Antiga Aliança até ao seu cumprimento na Nova Aliança.






No entanto, Jesus não tomou apenas parte no serviço divino público, prescrito pela Lei. Os Evangelhos fazem referência ainda em maior número de vezes à Sua oração solitária no silêncio da noite, nos cimos selvagens das montanhas, nos lugares desertos. Quarenta dias e quarenta noites de oração precederam a vida pública de Jesus (Mt 4, 1-2). Retirou-Se para a solidão da montanha a fim de rezar antes de escolher os Seus doze Apóstolos e os enviar em missão. Na hora do Monte das Oliveiras preparou-Se para caminhar até ao Gólgota; o lamento que dirigiu ao Pai nessa hora, a mais terrível da Sua vida, é-nos revelado em breves palavras que brilham como estrelas nas nossas próprias horas de Monte das Oliveiras: «Pai, se quiseres, afasta de Mim este cálice; contudo, não se faça a Minha vontade, mas a Tua» (Lc 22,42). Estas palavras são um clarão que ilumina por instantes a vida mais íntima da alma de Jesus, o insondável Mistério do Seu ser de Homem-Deus e do Seu diálogo com o Pai, diálogo que durou toda a Sua vida sem jamais ser interrompido.




Santa Teresa Benedita da Cruz [Edith Stein] (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa
A Oração da Igreja