Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

Para você entrar em nossos artigos click nas imagens nas laterais e encontrarás os lincks dos artigos postados.

Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

terça-feira, 30 de abril de 2013

 
A pregação da verdade

        A Igreja, espalhada pelo mundo inteiro até os confins da terra, recebeu dos apóstolos e de seus discípulos a fé em um só Deus, Pai todo-poderoso, que criou o céu, a terra, o mar e tudo o que neles existe (cf. At 4,24); em um só Jesus Cristo Filho de Deus, que se fez homem para nossa salvação; e no Espírito Santo, que, pela boca dos profetas, anunciou antecipadamente os desígnios de Deus: a vinda de Jesus Cristo, nosso amado Senhor, o seu nascimento de uma Virgem, a sua paixão e ressurreição de entre os mortos, a ascensão corporal aos céus, a sua futura vinda do céu na glória do Pai. Então ele virá para recapitular o universo inteiro (cf. Ef 1,10) e ressuscitar todos os homens, a fim de que, segundo a vontade do Pai invisível, diante de Cristo Jesus nosso Senhor, Deus, Salvador e Rei, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua o proclame (cf. Fl 2,10-11), e ele julgue todos os homens com justiça.
        A Igreja recebeu, como dissemos, e guarda com todo cuidado esta pregação e esta fé; apesar de espalhada pelo mundo inteiro, guarda-a como se morasse em uma só casa. Acredita nela como quem possui uma só alma e um só coração; e a proclama, ensina e transmite, como se tivesse uma só boca. Porque, embora através do mundo haja línguas muito diferentes, a força da Tradição é uma só e a mesma para todos.
        As Igrejas fundadas na Germânia, as que se encontram na Ibéria e nas terras celtas, as do Oriente, do Egito e Líbia, ou as do centro do mundo, não creem nem ensinam de modo diferente. Assim como o sol, criatura de Deus, é um só e o mesmo para todo o universo, igualmente a pregação da verdade brilha em toda parte e ilumina todos os homens que querem chegar ao conhecimento da verdade.
        E dos que presidem às Igrejas, nem mesmo o mais eloquente, dirá coisas diferentes das que afirmamos, pois ninguém está acima do divino Mestre; nem o orador menos hábil enfraquecerá a Tradição. Sendo uma só e mesma a fé, nem aquele que muito diz sobre ela a aumenta, nem aquele que diz menos a diminui.

Do Tratado contra as heresias, de Santo Irineu, bispo-  
(Lib. 1,10,1-3:PG 7,550-554)        (Séc.II)

 
Combatendo o bom combate

Enquanto combatemos o bom combate da fé, Deus, seus anjos e o próprio Cristo nos contemplam. Que glória imensa e que felicidade lutarmos na presença de Deus e sermos coroados por Cristo Juiz!

Armemo-nos, queridos irmãos, de coragem e fortaleza, e preparemo-nos para a luta com pureza de espírito, fé inquebrantável e generosa confiança. Avance o exército de Deus para a batalha que nos foi proposta. O santo Apóstolo ensina como nos devemos armar e preparar: Cingi os vossos rins com a verdade, revesti-vos com a couraça da justiça e calçai os vossos pés com a prontidão em anunciar o evangelho da paz. Tomai o escudo da fé, o qual vos permitirá apagar todas as flechas ardentes do Maligno. Tomai, enfim, o capacete da salvação e o gládio do espírito, isto é, a Palavra de Deus (Ef 6,14-17).

Tomemos estas armas, protejamo-nos com estas defesas espirituais e celestes, para podermos resistir e vencer os assaltos do demônio no dia do combate.

Revistamo-nos com a couraça da justiça. Com ela nosso peito estará protegido e seguro contra as flechas do inimigo. Estejam nossos pés calçados e guarnecidos com a doutrina evangélica. Assim, quando pisarmos e esmagarmos a serpente, não seremos mordidos nem vencidos.

Seguremos com firmeza o escudo da fé, para que nele seja destruído tudo quanto o inimigo lançar contra esta proteção.

Tomemos também o capacete espiritual para proteger nossa cabeça; com ele, os ouvidos não escutarão os anúncios da maldade, os olhos não verão as imagens detestáveis, a fronte conservará incólume o sinal de Deus e a boca proclamará vitoriosamente a Cristo, seu Senhor.

Armemos finalmente nossa mão direita com a espada espiritual para rejeitar com determinação os sacrifícios infames; e, lembrando-nos da eucaristia, recebamos o corpo do Senhor e vivamos em união com ele, esperando receber mais tarde, das mãos do mesmo Senhor, o prêmio das coroas celestes.

Que estas realidades, queridos irmãos, fiquem bem gravadas em vossos corações. Se o dia da perseguição nos encontrar nestes pensamentos e meditações,o soldado de Cristo, instruído por suas ordens e preceitos, não temerá o combate, mas estará pronto para a coroa.

Das Cartas de São Cipriano, bispo e mártir
(Ep.58,8-9.11: CSEL 3, 663-666) (Séc. III)
QUANDO AS NOSSAS PALAVRAS ESTÃO EM HARMONIA COM O ESSENCIAL DA NOSSA VIDA
Lucas 6,46-49

Como noutras partes do Evangelho (Mateus 7,21), Jesus sublinha a ligação necessária entre o que pensamos e falamos e a forma como vivemos.

Quando as nossas palavras estão em harmonia com o essencial da nossa vida, elas adquirem solidez.

A sua autenticidade manifesta-se àquele que fala e àquele que escuta. Foi essa a impressão que as pessoas tiveram de Jesus (ver João 7,46), e não apenas os seus amigos.

Ao contrário, as palavras sem raízes, que não são confirmadas por uma vida, enganam. Como uma casa sem fundações, elas dão a falsa impressão de ser um abrigo. Palavras dessas são piores que silêncio.

«Porque não fazem…?» pergunta Jesus. Nesta passagem, Jesus não fala em primeiro lugar da preguiça. A história que Jesus conta não opõe uma pessoa ativa a alguém que nada faz. As duas pessoas de que Jesus fala constroem uma casa. A diferença está no fato de apenas uma cavar fundo.

Procurar descobrir, pela oração e reflexão, um fundamento mais profundo para a nossa vida é essencial, se queremos acolher a palavra de Deus e deixar que ela determine a nossa atividade.

Porque recusaríamos cavar assim? É que pode parecer que cavar assim seria ineficaz. Não dá resultados visíveis no imediato, nem para nós próprios nem para os outros. Uma vida construída sobre a areia, no entanto, pode parecer bem sucedida. E então podemos perguntar-nos porque havemos de cavar: depois de tirar várias pás, só há areia e pequenas pedras, nada de sólido. Porquê continuar a cavar, esforçando-nos por fazer um buraco onde corremos o risco de desaparecer completamente? «Cavou fundo e colocou o alicerce sobre a rocha»: esta passagem contém uma promessa. Podemos cavar com a confiança de que, mais profunda do que os desejos instáveis e contraditórios que nos habitam, há uma rocha sobre a qual pode descansar a nossa vida. Quando nos esforçamos para cavar até essa rocha, as nossas palavras e os nossos atos começam a ressoar juntos.

- Que descobertas já fiz que foram como rochas sobre as quais posso construir?

- Quais as palavras de Cristo que ouvi e ainda não consegui pôr em prática?

 Pe. Emílio Carlos +

Pérola do dia: 

O Fator Amizade

O amigo ama em todos os momentos. (Provérbios 17,17)

Conhecidos nós temos às centenas: aqueles que foram colegas de classe ou mesmo aqueles com quem nos encontrávamos casualmente no campo de esporte. 
Mas não causaram muito impacto em nossa vida.

Conhecidos também são aqueles com quem trabalhamos, com quem assistimos a um evento, ou com quem viajamos. Esses, por assim dizer, entraram no barco e depois saíram. 
São aqueles que ficam no barco quando o mar está calmo, o sol brilhante e a brisa suave. São chamados “amigos de tempo bom”. Porém, quando chega a tempestade, pulam do barco.

E existem aqueles que são amigos verdadeiros; entram no barco se o mar estiver calmo. Na tempestade, também estão lá. Com ventania e relâmpago, ficam com você até passar a tempestade.

Apropriadamente:  “O amigo ama com qualquer tipo de tempo” (Pv 17,17).

Num concurso de frases sobre o que significa ser o melhor amigo, a mais votada foi: “Amigo é alguém que entra quando todo mundo sai.” 

Você tem pelo menos uma pessoa por perto a quem pode se dirigir quando está triste? 
Se você quiser saber quem são seus amigos, cometa um erro ou uma grande gafe. 
Aí você vai ver o que acontece. Eles desaparecem, fazem questão de permanecer longe de você. 
E seus inimigos, então, desejarão vê-lo de longe.

O verdadeiro amigo não o justifica quando você erra, nem é indulgente. 
Se necessário, o confronta na medida certa, como diz um provérbio: “Não use o machado para tirar uma mosca da testa do seu amigo.”

O verdadeiro amigo sabe confortar você e tirar as arestas, como diz Provérbios 27,17: “Assim como o ferro afia o ferro, o homem afia o seu companheiro.

” O verdadeiro amigo tem uma influência “afiadora”. Por causa dele, você será uma pessoa melhor.

Esse encontro do ferro com o ferro pode ajudar as pessoas a ver suas ideias com nova claridade, refinando, modelando, melhorando os insights e desafiando o crescimento, estimulando seu pensamento.
“ Paz no meio do  mundo”

 – João 14, 27-31 – 

“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo”! Com estas palavras Jesus quis nos conscientizar de que a paz que Ele nos deixou não é medida pela falta de dificuldades nem tampouco pela carência de tribulações. 
O mundo nos acena com uma paz que se baseia em que tenhamos tudo, não nos falte nada materialmente e as coisas prosperem sem atropelos. Jesus nos esclarece que a verdadeira paz é vivenciada justamente no meio da desarrumação do mundo e, apesar dos desafios, dificuldades e tribulações. 
Ele não nos garante uma vida sem problemas, mas nos acena com a paz no meio dos problemas da nossa vida, pois a paz que  Ele veio nos dar é real e não apenas paz de palavras vazias. 
A paz que o mundo prega é uma paz que se conhece apenas por meio de slogans, palavras soltas, discursos políticos, demagogia, mas nem sempre ela acontece. Jesus também nunca enganou a seus discípulos nem os deixava a ver navios: “Vou, mas voltarei a vós.” Sempre lhes dava uma mensagem de otimismo e de esperança. “Se me amásseis ficaríeis alegres porque vou para o Pai.”  
Portanto, precisamos ter confiança de que a Palavra de Jesus tem força e sempre irá acontecer em nós e através de nós. Aprendendo com Jesus nós podemos transmitir por meio da nossa boca palavra de conforto e de paz para as pessoas com as quais nos encontramos. As nossas palavras também precisam ser expressão do que o nosso coração deseja para que  sejam consideradas verdadeiras. 
Nunca poderemos em Nome de Jesus enganar os nossos irmãos e fingir que estamos lhes desejando paz quando no nosso coração ruminamos o ódio. 
Se, porém, cultivarmos dentro de nós sentimentos verdadeiros, também conseguiremos levar esperança para o nosso próximo e estaremos fazendo com que a paz de Jesus, que é real,  aconteça na sua vida.     

  •  – Quando você dá a paz à pessoa que está do seu lado na missa, você o faz de coração ou apenas o deseja com palavras? 
  •  - Você tem conseguido viver em paz? 
  • – Você transmite aos outros a paz que você possui no coração? 
  • – Você tem transmitido esperança para as pessoas  
  •  – Você vive a paz de Jesus ou na paz do mundo?
Saber esperar
____________________________________________________________________

Devemos saber esperar.
Sobretudo devemos saber esperar os tempos de Deus, que nem sempre coincidem com os nossos.
Deus nunca falta, mas nós queremos que Ele aja segundo a nossa vontade e no tempo que determinamos. 
Principalmente quando estamos diante de uma grande necessidade.
O melhor a se fazer é entregar-se completamente a Deus no seu tempo e viver o momento presente da melhor maneira que pudermos.
Amar em cada situação e deixar que o tempo de Deus nos alcance, pois para nós é impossível entrar e alcançar o seu.
 «Deixo-vos a paz; dou-vos a Minha paz»

S. João 14,27-31a.
 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Deixo-vos a paz; dou-vos a minha paz. Não é como a dá o mundo, que Eu vo-la dou. Não se perturbe o vosso coração nem se acovarde.
Ouvistes o que Eu vos disse: 'Eu vou, mas voltarei a vós.' Se me tivésseis amor, havíeis de alegrar-vos por Eu ir para o Pai, pois o Pai é mais do que Eu.
Digo-vo-lo agora, antes que aconteça, para crerdes quando isso acontecer.
Já não falarei muito convosco, pois está a chegar o dominador deste mundo; ele nada pode contra mim,
mas o mundo tem de saber que Eu amo o Pai e atuo como o Pai me mandou. Levantai-vos, vamo-nos daqui!»

 
Comentário :

«Deixo-vos a paz; dou-vos a Minha paz»
 
O Espírito de Deus é espírito de paz; mesmo quando cometemos os mais graves pecados, Ele faz-nos sentir uma dor tranquila, humilde e confiante, devido, precisamente, à Sua misericórdia. Ao invés, o espírito do mal excita, exaspera e faz-nos sentir, quando pecamos, uma espécie de cólera contra nós; e no entanto o nosso primeiro gesto de caridade deveria justamente ser para com nós próprios. Portanto, quando és atormentado por certos pensamentos, tal agitação não te vem nunca de Deus, mas do demónio; porque Deus, sendo espírito de paz, só pode dar-te serenidade. 

São (Padre) Pio de Pietrelcina (1887-1968), capuchinho


Carta, AdFP, 549



segunda-feira, 29 de abril de 2013

ABANDONAR-SE E CONFIAR.

Tiago 1,2-18

Tiago 4,1-17



Quando encontro muitos obstáculos para cumprir a vontade de Deus, pergunto-me como posso fazer para seguir em frente com esse propósito, apesar das barreiras que se interpõem.

Abandonar-se e confiar. Essa é a atitude mais correta. Só que, eu não entendo abandonar-se como uma resignação passiva, quando não se tem outra opção. É uma resignação ativa, confiante.

Existe um provérbio que diz: "Um peixe que se deixa levar pela correnteza é um peixe morto". É desse tipo de atitude que falo. Abandonar-se sim, mas com confiança e convicção, de maneira ativa, indo se necessário contra a correnteza.

É isso que significa a fé, segundo a teologia.

Sempre pensei que ter fé é somente acreditar, daí um dia alguém falou assim: "Mas, até o demônio acredita em Deus, tem medo de Deus, por saber de Seu Grande Poder." Então é óbvio que ter a fé que Jesus, O Amado, nos pede, não é somente acreditar Nele, mas também, confiar e depender Dele em tudo para sermos felizes. Essa dependência exige de nós um grande ato de humildade, principalmente nos dias de hoje, onde a liberdade e autonomia é uma das coisas que mais são pregadas a nós. Seja independente, autônomo, não deixe se escravizar por ninguém, e coisa e tal. Isso nos é falado diariamente, a mídia faz isso muito bem, aliás a mídia usada de forma errada, faz um mal danado a nós. Mas o que Deus nos diz sobre depender Dele: é que por ser Deus, Ele sabe muito bem o que é melhor para cada um de nós. E na verdade, depender de Deus, exige de nós: humildade e acima de tudo coragem. Somente os corajosos tem essa qualidade de viver uma total dependência e abandono em Deus. Nós os fracos e covardes dificilmente conseguiremos viver assim, mas o tentar podemos, não é mesmo? Quem sabe um dia nós conseguiremos, ter essa fé, capaz de transportar montanhas.

Jesus andou literalmente sobre as águas, isso não é conto de carochinha, não! Ele de verdade, ressuscitou mortos, depois de vários dias já. Jesus tem esse poder, mas o lindo Nele, é que Ele não se preocupou em usá-lo a seu favor. Ele podia ter mandado os anjos do céu, para salvá-Lo, mas não quis. Ele humanamente tinha medo do sofrimento e da dor, mas divinamente sabia que o Pai, em quem Ele confiava, não o deixaria no túmulo. Eta Homem com H, Homem de coragem esse. Adoro Jesus! Tenho uma admiração tão grande por Ele. Eu O tenho como meu Senhor e nosso. Meu Pastor e nosso. Meu amor e nosso, enfim O tenho como tudo de bom que alguém poderia desejar. Aprendi a ter esse amor e adoração por Jesus, a partir da Bíblia, li pelo menos umas três traduções dela, pois disse a mim mesmo, como é que vou amar alguém, e nesse caso: ALGUÉM, se não o conhecer e conhecer muito bem. Comecei a perseguir Jesus e procurei conhecê-Lo ao máximo, para saber em quem eu estava depositando minha confiança. Já O amava, só que não sabia disso, mas quando O conheci profundamente, enquanto Homem principalmente. Ah!! Daí me apaixonei de verdade, que Ser Humano maravilhoso, é esse tal Jesus, hoje meu melhor amigo.

Foi uma tarefa meio árdua, essa de aprender a conhecer Jesus. Primeiro achei tudo muito difícil: as parábolas, o mundo histórico, a cultura e tudo o mais, não entrava nada, nadinha em minha cabeça, não foi nada fácil, mas hoje já consigo entender bastante das coisas que me são faladas na Bíblia. Entender e tentar colocar em prática, óbvio. Pois conhecimento sem vivência nos dá um vazio danado. O bom é conhecer Jesus e tentar viver ao máximo as coisas que Ele acreditava. É muito bom!

Não falo de coisas que não conheço a respeito Dele, falo de coisas que conheço e experiência dessa intimidade.

Mas no final só tenho a lhe dizer, que tal experimentar isso? Experimentar ser íntimo do amado Jesus, você também? Garanto que de todos aqueles que se dizem mestres e na verdade não são, Ele é o supra-sumo, o melhor, o grande e único. Os outros são somente imitação Daquele que é a Verdade e o Verdadeiro. Respeito e aprendo sempre com os outros seres humanos que se dizem mestre. Nunca devemos jogar nenhum conhecimento fora, não devemos jogar a criança, junto com a água do banho. Jogo a água, filtro bem e depois fico com o essencial que é a criança que existe em cada um, e em cada um que se diz mestre ou sábio. Mas o único que verdadeiramente morreu e RESSUSCITOU, como disse, foi O MESTRE JESUS.

Sabe guarde isso: Nunca desvalorize ninguém...Guarde cada pessoa  perto do seu coração, porque um dia você pode acordar e perceber que perdeu um diamante enquanto estava muito ocupado colecionando pedras.

O Destino decide quem vamos encontrar na Vida... as Atitudes decidem quem Fica ...

 Pe. Emílio Carlos  +
Pérola do Dia: 

O MEDO

Onde se origina o medo? 
 
Percorra o caminho inverso desse sentimento e tente perceber seu ponto de partida. 
Com certeza constatará que ele nasce numa "brechinha", num segundo de desatenção, de abandono, de dúvida e de insegurança e ao percebê-lo dentro de si, imediatamente alimenta-o fazendo com que se fortaleça e se amplie à medida que todos os seus pensamentos voltam-se para ele. 
Porém, se essa pequena brecha, esse pequeno momento começa a repetir-se inúmeras vezes no seu dia-a-dia e tornam-se tão freqüentes a ponto de passarem a ser uma característica sua, não terá, então, mais nenhuma autonomia, será prisioneiro do medo que você mesmo alimenta.
Não ter medo, nada tem a ver com coragem; tem sim a ver com confiança, conhecimento, lucidez, autocontrole, serenidade e pensamento sempre firme, convicto da própria força e atento, sempre atento, ao menor sinal de fraqueza e indecisão. 
Pondera sim, porém apenas para verificar se o que lhe impulsiona é o bem, o respeito e a boa vontade e sendo assim mantenha-se firme e confiante sempre e não haverá mais medo.
 “Amar e obedecer ”

 João 14, 21-26 -

Neste Evangelho Jesus vem nos alertar sobre o tipo de amor que nós demonstramos a Deus.  A prova de que realmente acolhemos o Amor de Deus e de que O amamos é, sem dúvida, se guardamos a palavra de Jesus. 
Se, dizemos que amamos a Deus, mas não obedecemos ao que Ele nos ensina por meio da Sua Palavra o nosso amor é falso, inconsequente e infiel, não tem substância. Jesus veio ao mundo para manifestar a todos nós a glória de Deus, no entanto, nem todos acolheram o Seu testemunho e, consequentemente, também rejeitaram o amor de Deus.   
Só teremos Deus conosco, realmente, quando vivermos de acordo com o que Ele nos aponta, porque fazendo o contrário seria romper o Seu poder sobre nós.  
Às vezes, é difícil para nós assumirmos os ensinamentos de Jesus, porque eles vêm de encontro ao que pensamos e vivenciamos.
Porém, é o Espírito Santo quem nos ensina tudo, quem nos recorda o que o Pai tem para nos revelar. E é também o Espírito Santo quem nos ajudará a permanecer fiéis a Jesus e à sua orientação. 
A nossa obediência à direção do Espírito Santo também é uma prova de que amamos a Deus e acolhemos os Seus mandamentos e a Sua Palavra. 

  • - Você ama a Deus? – Você se sente amado (a) por Deus? 
  • – Você tem observado as coisas que Ele tem ensinado, mostrado, alertado? 
  • -  Como tem sido o seu relacionamento com o Espírito Santo?
  •  – O que você tem aprendido com Ele? 
  • – Você tem vivenciado o que tem aprendido?
«O Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em Meu nome»


Diferentemente das palavras «Pai» e «Filho», o nome do Espírito Santo, a terceira pessoa divina, não é a expressão de uma especificidade; designa pelo contrário, o que é comum a Deus. Ora é justamente aí que aparece o que é «próprio» à terceira pessoa; Ela é «o que é comum», a unidade do Pai e do Filho, a Unidade em pessoa. O Pai e o Filho são um na medida em que vão para além de Si próprios; são um nessa terceira pessoa, na fecundidade do dom. Tais afirmações não poderão nunca ser mais do que aproximações; não podemos reconhecer o Espírito a não ser através dos Seus efeitos. Consequentemente, a Escritura nunca descreve o Espírito em Si mesmo; só fala da maneira como Ele vem ao homem e como Se diferencia dos outros espíritos. [...]
Judas Tadeu pergunta: «Senhor, porque é que Te manifestas a nós e não ao mundo?» A resposta de Jesus parece passar ao lado desta pergunta: «Se alguém Me ama, viverá segundo a Minha palavra, Nós viremos a ele e faremos nele a Nossa morada». Na verdade é a resposta exacta à pergunta do discípulo e à nossa pergunta sobre o Espírito. Não se pode expor o Espirito de Deus como uma mercadoria. Só O pode ver aquele que O traz em si. Ver e vir, ver e permanecer, andam aqui juntos e são indissociáveis. O Espírito Santo permanece na palavra de Jesus e não se obtém a Palavra com discursos, mas através da constância, através da vida. 

Cardeal Joseph Ratzinger (Bento XVI, Papa de 2005 a 2013)

Der Gott Jesu Christi


"DAR CORAGEM AO IRMÃO"
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Podemos pensar que o nosso problema é maior do que os dos outros.
Mas se olharmos bem à nossa volta, veremos pessoas que precisam muito mais que nós de encorajamento, de conforto e de ajuda.
Devemos sair do nosso pequeno problema, que parece uma barreira intransponível para ver o que podemos fazer pelo outro que está ao nosso lado agora.
Talvez o nosso problema seja um temor sem fundamento ou uma preocupação exagerada. Mas o do outro não, está ali na nossa frente e podemos encorajá-lo a enfrentar e ajudá-lo a resolver.
 
Abraços.

sexta-feira, 26 de abril de 2013



05º Domingo do tempo Pascal - Ano C       

A vocação cristã e que se dá testemunho no mundo do amor.


O tema fundamental da liturgia  deste  domingo  é  o  do  amor:  o  que  identifica  os seguidores de Jesus é a capacidade de amar até ao dom total da vida.

No Evangelho, Jesus despede-Se dos seus discípulos e deixa-lhes em testamento o
“mandamento novo”: “amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei”. É nessa entrega radical da vida que se cumpre a vocação cristã e que se dá testemunho no mundo do amor materno e paterno de Deus.

Na  primeira  leitura  apresenta-se  a vida  dessas  comunidades  cristãs  chamadas  a
viver no amor. No meio das vicissitudes e das crises, são comunidades fraternas, onde os irmãos se ajudam, se fortalecem uns aos outros nas dificuldades, se amam e dão testemunho do amor de Deus. É esse projeto que motiva Paulo e Barnabé e é essa proposta  que eles levam, com a generosidade  de quem ama, aos confins  da Ásia Menor.

A segunda leitura apresenta-nos a meta final para onde caminhamos: o novo céu e a nova terra, a realização  da utopia, o rosto final dessa comunidade  de chamados  a viver no amor.

LEITURA I – Atos 14,21b-27

Vimos, no passado domingo, como o entusiasmo missionário da comunidade cristã de Antioquia  da Síria lançou Paulo e Barnabé  para a missão  e como a Boa Nova de Jesus alcançou, assim, a ilha de Chipre e as costas da Ásia Menor…
A leitura de hoje apresenta-nos  a conclusão  dessa primeira  viagem  missionária  de
Paulo e de Barnabé: depois de chegarem a Derbe, voltaram para trás, visitaram as comunidades  entretanto  fundadas  (Listra,  Icónio,  Antioquia  da  Pisídia  e  Perge)  e embarcaram  de  regresso  à  cidade  de  onde  tinham  partido  para  a  missão.  Estes sucessos desenrolam-se entre os anos 46 e 49.

No texto que nos é proposto, transparecem os traços fundamentais que marcaram a vida e a experiência dos primeiros grupos cristãos: o entusiasmo dos primeiros missionários, que permite afrontar e vencer os perigos e as incomodidades para levar a todos os homens a boa notícia dessa libertação que Cristo veio propor; as palavras de consolação que fortalecem a fé e ajudam a enfrentar as perseguições (vers. 22a); o apoio mútuo (vers. 23b); a oração (vers. 23b.c).
Sobretudo, este texto acentua a ideia de que a missão não foi uma obra puramente humana, mas foi uma obra de Deus. No início da aventura missionária já se havia sugerido  que  o envio  de  Paulo  e Barnabé  não  era  apenas  iniciativa  da  Igreja  de Antioquia, mas uma ação do Espírito (cf. At 13,2-3); foi esse mesmo Espírito que acompanhou e guiou os missionários a cada passo da sua viagem. E aqui repete-se que o autêntico ator da conversão dos pagãos é Deus e não os homens (cf. vers. 27). Verdadeira  novidade  no  contexto  da  missão  é  a  instituição  de  dirigentes  ou responsáveis (“anciãos” – em grego, “presbíteros”), que aparecem aqui pela primeira vez fora da Igreja de Jerusalém. Correspondem, provavelmente, aos “conselhos de anciãos” que estavam à frente das comunidades judaicas. Os “Atos” não explicitam as funções exatas destes dirigentes e animadores das Igrejas; mas o discurso de despedida que Paulo faz aos anciãos de Éfeso parece confiar-lhes o cuidado de administrarem, de vigiarem e de defenderem a comunidade face aos perigos internos e externos (cf. Act 20,28-31).  Em todo o caso, convém recordar que os ministérios eram algo subordinado dentro da organização e da vida da primitiva comunidade; não eram valores absolutos em si mesmo, mas só existiam e só tinham sentido em função da comunidade.
 
ATUALIZAÇÃO

Para refletir, partilhar e atualizar este texto, considerar as seguintes linhas:

  Como  é que  vivem  as  nossas  comunidades  cristãs?  Notamos  nelas  o mesmo empenho missionário dos inícios? Há partilha fraterna e preocupação em ir ao encontro dos mais débeis, em apoiá-los e ajudá-los a superar as crises e as angústias?  São comunidades  que se fortalecem  com uma vida de oração e de diálogo com Deus?

  Temos consciência de que por detrás do nosso trabalho e do nosso testemunho está Deus? Temos consciência de que o anúncio do Evangelho não é uma obra nossa, na qual expomos  as nossas  ideias e a nossa ideologia,  mas é obra de Deus? Temos consciência de que não nos pregamos a nós próprios, mas a Cristo libertador?

♦Para aqueles que têm responsabilidades de direção ou de animação das comunidades: a missão que lhes foi confiada não é um privilégio, mas um serviço que está subordinado  à construção  da própria  comunidade.  A comunidade  não existe  para  servir  quem  preside;  quem  preside  é  que  existe  em  função  da comunidade e do serviço comunitário.

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 144

Refrão 1:     Louvarei para sempre o vosso nome, Senhor, meu Deus e meu Rei.

Refrão 2:    Aleluia.

O Senhor é clemente e compassivo, paciente e cheio de bondade.
O Senhor é bom para com todos
e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas.

Graças Vos dêem, senhor, todas as criaturas e bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino
e anunciem os vossos feitos gloriosos.

Para darem a conhecer aos homens o vosso poder, a glória e o esplendor do vosso reino.
O vosso reino é um reino eterno,
o vosso domínio estende-se por todas as gerações.

 LEITURA II – Ap 21,1-5a

Depois de descrever o confronto entre Deus e as forças do mal e a vitória final de Deus, o autor do “Apocalipse” apresenta o ponto de chegada da história humana: a “nova  terra  e  o  novo  céu”;  aí,  os  que  se  mantiveram  fiéis  ao  “cordeiro”  (Jesus) encontrarão a vida em plenitude. É o culminar da caminhada da humanidade, a meta última da nossa história.
Esse mundo novo é, simbolicamente,  apresentado em dois quadros (cf. Ap 21,1-8 e 21,9-22,5). A leitura que hoje nos é proposta apresenta-nos o primeiro desses quadros (o outro ficará para o próximo domingo). É o quadro do novo céu e da nova terra – um quadro que apresenta a última fase da obra regeneradora de Deus e que aparece já em Is 65,17 e em 66,22. Também se encontra esta imagem abundantemente representada  na literatura apocalíptica (cf. Henoch, 45,4-5; 91,16; 4 Esd 7,75), bem como em certos textos do Novo Testamento (cf. Mt 19,28; 2 Pe 3,13).
 
Neste primeiro quadro, o profeta João chama a essa nova realidade nascida da vitória de Deus a “Jerusalém que desce do céu”. Jerusalém é, no universo religioso e cultural do povo bíblico, a cidade santa por excelência, o lugar onde Deus reside, o espaço onde vai irromper e onde se manifestará em definitivo a salvação de Deus. A “nova Jerusalém” é, portanto, o lugar da salvação definitiva, o lugar do encontro definitivo entre Deus e o seu Povo.
No  contexto  da teologia  do Livro  do Apocalipse,  esta  cidade  nova,  onde  encontra guarida o Povo vitorioso dos “santos”, designa a Igreja, vista como comunidade escatológica, transformada e renovada pela ação salvadora e libertadora de Deus na história. Dizer que ela “desce do céu” significa dizer que se trata de uma realidade que vem de Deus e tem origem divina; ela é uma absoluta criação da graça de Deus, dom definitivo de Deus ao seu Povo.
Esta nova realidade instaura, consequentemente, uma nova ordem de coisas e exige que tudo o que é velho seja transformado. O mar, símbolo e resíduo do caos primitivo e  das  potências  hostis  a  Deus,  desaparecerá;  a  velha  terra,  cenário  da  conduta pecadora do homem, vai ser transformada e recriada (vers. 1).A partir daí, tudo será novo, definitivo, acabado, perfeito.
Quando esta realidade irromper, celebrar-se-á o casamento definitivo entre Deus e a humanidade  transformada  (a  “noiva  adornada  para  o  esposo”).  Na  linguagem profética, o casamento é um símbolo privilegiado da aliança. Realiza-se, assim, o ideal da aliança (cf. Jer 31,33-38; Ez 37,27): Deus e o seu Povo consumam a sua história de intimidade e de comunhão; Deus passará a residir de forma permanente e estável no meio do seu Povo, como o noivo que se junta à sua amada e com ela partilha a vida e o amor. A longa história de amor entre Deus e o seu Povo será uma história de amor com um final feliz. Serão definitivamente banidos do horizonte do homem a dor, as lágrimas, o sofrimento e a morte e restarão a alegria, a harmonia e a felicidade sem fim.

 ATUALIZAÇÃO

Para a reflexão desta Palavra, considerar os seguintes dados:

  O testemunho  profético  de  João  garante-nos  que  não  estamos  destinados  ao fracasso, mas sim à vida plena, ao encontro com Deus, à felicidade sem fim. Esta esperança tem de iluminar a nossa caminhada e dar-nos a coragem de enfrentar os dramas e as crises que dia a dia se nos apresentam.

  A Igreja de que fazemos parte tem de procurar ser um anúncio dessa comunidade escatológica, uma “noiva” bela e que caminha com amor ao encontro de Deus, o amado. Isto significa que o egoísmo, as divisões, os conflitos, as lutas pelo poder, têm de ser banidos da nossa experiência eclesial: eles são chagas que desfeiam o rosto da Igreja e a impedem de dar testemunho do mundo novo que nos espera.

  É verdade que a instauração plena do “novo céu e da nova terra” só acontecerá quando  o mal for vencido  em definitivo;  mas essa nova realidade  pode e deve começar  desde já: a ressurreição  de Cristo convoca-nos  para a renovação  das nossas vidas, da nossa comunidade cristã ou religiosa, da sociedade e das suas estruturas, do mundo em que vivemos (e que geme num violento esforço de libertação ).

ALELUIA– Jo 13,34

Aleluia. Aleluia.

Dou-vos um mandamento novo, diz o Senhor:
amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei.

 EVANGELHO – Jo 13,31-33a.34-35

Estamos na fase final da caminhada histórica do “Messias”. Aproxima-se a “Hora”, o momento em que vai nascer – a partir do testemunho do amor total cumprido na cruz – o Homem Novo e a nova comunidade.
O contexto em que este trecho nos coloca é o de uma ceia, na qual Jesus Se despede dos discípulos e lhes deixa as últimas recomendações. Jesus acabou de lavar os pés aos discípulos (cf. Jo 13,1-20) e de anunciar à comunidade desconcertada a traição de um do grupo (cf. Jo 13,21-30); nesses quadros, está presente o seu amor (que se faz serviço simples e humilde no episódio da lavagem dos pés e que se faz amor que não julga, que não condena,  que não limita a liberdade  e que se dirige até ao inimigo mortal, na referência a Judas, o traidor). Em seguida, Jesus vai dirigir aos discípulos palavras de despedida; essas suas palavras – resumo coerente de uma vida feita de amor e partilha – soam a testamento final. Trata-se de um momento muito solene; é a altura em que não há tempo nem disposição para “conversa fiada”: aproxima-se o fim e é preciso  recordar  aos discípulos  aquilo  que é mesmo  fundamental  na proposta cristã.

 O texto divide-se em duas partes. Na primeira parte (vers. 31-32), Jesus interpreta a saída  de  Judas,  que  acabou  de  deixar  a sala  onde  o grupo  está  reunido,  para  ir entregar  o  “mestre”  aos  seus  inimigos.  A morte é,  portanto,  uma  realidade  bem próxima… Jesus explica, na sequência, que a sua morte na cruz será a manifestação da sua glória e da glória do Pai. O termo "doxa" aqui utilizado traduz o hebraico
“kabod” que pode entender-se como “riqueza”, “esplendor”. A “riqueza”, o “esplendor” do Pai e de Jesus manifesta-se, portanto, no amor que se dá até ao extremo, até ao dom total. É que a “glória” do Pai e de Jesus não se manifesta no triunfo espetacular ou  na  violência  que  aniquila  os  maus,  mas  manifesta-se  na  vida  dada,  no  amor oferecido  até  ao  extremo.  A entrega  de  Jesus  na  cruz  vai  manifestar  a todos  os homens a lógica de Deus e mostrar a todos como Deus é: amor radical, que se faz dom até às últimas consequências.
Na segunda parte (vers. 33a.34-35) temos, então, a apresentação  do “mandamento novo”. Começa com a expressão “meus filhos” (vers. 33a) – o que nos coloca num quadro de solene emoção e nos leva ao “testamento” de um pai que, à beira da morte, transmite aos seus filhos a sua sabedoria de vida e aquilo que é verdadeiramente fundamental.
Qual  é,  portanto,  a   última  palavra  de  Jesus  aos  seus,  o  seu  ensinamento fundamental?
“Amai-vos uns aos outros. Como Eu vos amei, vós deveis também amar-vos uns aos outros”. O verbo “agapaô” (“amar”) aqui utilizado define, em João, o amor que faz dom de si, o amor até ao extremo, o amor que não guarda nada para si mas é entrega total e absoluta. O ponto de referência no amor é o próprio Jesus (“como Eu vos amei”); as duas  cenas  precedentes  (lavagem  dos  pés  aos  discípulos  e despedida  de  Judas) definem  a qualidade  desse  amor  que  Jesus  pede  aos  seus:  “amar”  consiste  em acolher, em pôr-se ao serviço dos outros, em dar-lhes dignidade e liberdade pelo amor (lavagem dos pés), e isso sem limites nem discriminação alguma, respeitando absolutamente a liberdade do outro (episódio de Judas). Jesus é a norma, não com palavras, mas com atos; mas agora traduz em palavras os seus atos precedentes, para que os discípulos tenham uma referência.
O amor (igual ao de Jesus) que os discípulos manifestam  entre si será visível para
todos  os  homens  (vers.  35).  Esse  será  o distintivo  da  comunidade  de  Jesus.  Os discípulos de Jesus não são os depositários de uma doutrina ou de uma ideologia, ou os observantes de leis, ou os fiéis cumpridores de ritos; mas são aqueles que, pelo amor que partilham, vão ser um sinal vivo do Deus que ama. Pelo amor, eles serão no mundo sinal do Pai.

 ATUALIZAÇÃO

Considerar, na reflexão da Palavra, as seguintes linhas:

  A proposta  cristã  resume-se  no  amor.  É o amor  que  nos  distingue,  que  nos identifica; quem não aceita o amor, não pode ter qualquer pretensão de integrar a comunidade de Jesus. O que é que está no centro da nossa experiência cristã? A nossa religião é a religião do amor, ou é a religião das leis, das exigências, dos ritos externos? Com que força nos impomos no mundo – a força do amor, ou a força da autoridade prepotente e dos privilégios?

  Falar de amor hoje pode ser equívoco… A palavra “amor” é, tantas vezes, usada para definir comportamentos egoístas, interesseiros, que usam o outro, que fazem mal, que limitam horizontes, que roubam a liberdade… Mas o amor de que Jesus fala  é o amor  que  acolhe,  que  se  faz  serviço,  que  respeita  a dignidade  e a liberdade do outro, que não discrimina nem marginaliza, que se faz dom total (até à morte) para que o outro tenha mais vida. É este o amor que vivemos e que partilhamos?

  Por um lado, a comunidade de Jesus tem de testemunhar, com gestos concretos, o amor de Deus; por outro, ela tem de demonstrar que a utopia é possível e que os homens podem ser irmãos. É esse o nosso testemunho de comunidade cristã ou religiosa?  Nos  nossos  comportamentos  e atitudes  uns  para  com  os  outros,  os homens descobrem  a presença do amor de Deus no mundo? Amamos mais do que  os  outros  e  interessamo-nos  mais  do  que  eles  pelos  pobres  e  pelos  que sofrem?


Jesus, caminho, verdade e vida 

João -  14,1-6  

Ao mesmo tempo em que animava os Seus discípulos,    mostrando-lhes as dificuldades que eles teriam de enfrentar quando Ele fosse embora para perto do Pai, Jesus recomendava-lhes a não perturbar-se e confiar em Deus. 
Sabendo que pouco tempo lhe restaria no meio dos Seus discípulos, humildemente Ele pedia-lhes sua compreensão para os fatos que iriam acontecer e lhes falava assim: “Não se perturbe o vosso coração. 
Tendes fé em Deus, tende fé em mim também.” Dessa forma, Jesus procurava imprimir confiança e esperança no coração dos Seus discípulos quando se referia à casa do Pai e suas moradas e prometia- lhes preparar um lugar na Casa de Deus.  Os discípulos tinham dúvidas e não entendiam muito bem o que Jesus queria lhes mostrar, apesar Dele lhes garantir que eles já conheciam o caminho. 
Assim acontece também conosco, apesar de conhecer toda a história, de ter acesso à Palavra que nos esclarece os mal entendidos, de termos tido uma experiência com Jesus ressuscitado, às vezes, também ficamos confusos (as) e nos perguntamos: como podemos conhecer o Caminho para Deus? Para onde estamos indo? O que virá depois?  Desconhecemos as lições de Jesus e ficamos procurando o Caminho nos caminhos do mundo. 
Assim como falou aos discípulos Jesus hoje  nos fala também: “Eu sou o Caminho a Verdade e a Vida”!  Jesus já veio até nós e opera milagres na nossa vida. 
Ele realiza as obras do Pai e nos revela a Sua Face nos momentos de oração, de adoração, quando meditamos com a Sua Palavra. 
A fé em Jesus é o Caminho que nos leva ao Pai. Somente dessa maneira é que nós chegaremos à morada que nos foi preparada. Ninguém chegará ao Pai por si mesmo, Jesus é a Estrada pela qual nós caminhamos até a morada de Deus.       

  • - Por que buscamos outros caminhos?
  •  – Por que acreditamos nos contos que o mundo nos prega? 
  • – Por que não assumimos a vida nova de Cristo pra valer?
  •  – O que está nos faltando: fé, disposição, coragem, humildade, oração, conhecimento da Palavra?
  •  – Responda por você e para você!

  Pérola do dia:

Se a terra se abrir


Há momentos da vida, quer seja no campo profissional, afetivo, financeiro ou espiritual, que temos a percepção e sentimos a terra se abrir bem diante dos nossos olhos.

Acontece que cada pessoa tem uma forma de reagir a esse evento aparentemente catastrófico. 
Pois só quem presenciou literalmente a terra se abrir, sabe o que é sentir medo, desespero, falta de proteção.

Muitas vezes não entendemos porque a terra se abre de repente, às vezes, nem é tão de repente, mas como fechamos nossos olhos aos fatos, então o efeito passa realmente a ser de repente, e tudo cai diante de nós.

Então vem a pergunta nascer do coração aflito: Por que comigo? O que fiz de errado?

Algo que é preciso entender diante da terra que se abre é o fato de nós enxergarmos apenas a superfície, observamos unicamente um ponto de vista, isto é, temos uma visão parcial das coisas. 
No entanto, tempos depois, dependendo de cada um, é possível assimilar porque foi necessário, a terra se abrir.
Participar da alegria do próximo
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Diz o salmo: «Ensina-nos a contar os nossos dias e teremos um coração sábio» (Sal 90, 12). 
Tal sabedoria nos ensina a reconhecer aquilo que jamais passa e aquilo que, da eternidade, manifesta-se através do tempo. 
Cura os medos, dissolve as ansiedades, preenche os vazios, abre o nosso coração ao próximo... e como abrir o coração ao próximo?
Dentre tantas formas que temos para chegar ao coração do outro e fazê-lo sentir-se amado... Procuremos nos alegrar com sua alegria...participar, ouvir, acolher. A alegria compartilhada é multiplicada, se espalha e acaba por atingir a todos que dela compartilham. 


A Eucaristia nos leva ao Magnificat

Na Eucaristia, a Igreja une-se plenamente a Cristo e ao seu sacrifício, com o mesmo espírito de Maria. Tal verdade pode-se aprofundar relendo o Magnificat numa perspectiva eucarística.

De fato, como o cântico de Maria, também a Eucaristia é primariamente louvor e ação de graças. Quando exclama: “A minha alma glorifica ao Senhor e o meu espírito exulta de alegria em Deus meu Salvador”, Maria traz no seu ventre Jesus. Louva o Pai “por” Jesus, mas louva-O também “em” Jesus e “com” Jesus. É nisto precisamente que consiste a verdadeira “atitude eucarística”.

Ao mesmo tempo Maria recorda as maravilhas operadas por Deus ao longo da história da salvação, segundo a promessa feita aos nossos pais (cf. Lc 1, 55), anunciando a maravilha mais sublime de todas: a encarnação redentora.

Enfim, no Magnificat está presente a tensão escatológica da Eucaristia. Cada vez que o Filho de Deus Se torna presente entre nós, na “pobreza” dos sinais sacramentais – o pão e o vinho –, no mundo é lançado o germe daquela história nova, que verá os poderosos “depostos de seus tronos” e verá “exaltados os humildes” (cf. Lc 1, 52).

Maria canta aquele “novo céu” e aquela “nova terra”, cuja antecipação e, em certa medida, a “síntese” programática se encontram na Eucaristia. Se o Magnificat exprime a espiritualidade de Maria, nada melhor do que esta espiritualidade nos pode ajudar a viver o mistério eucarístico. Recebemos o dom da Eucaristia, para que a nossa vida, à semelhança da vida de Maria, seja toda ela um magnificat!
                      
João Paulo II,
Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia, 2003, § 58


5º DOMINGO DA PÁSCOA
28 de abril de 2013



" Em Cristo morto e ressuscitado mostra-se a Glória do Pai "

Leituras: 
Atos 14, 21b-27; 
Salmo 144 (145), 8-9.10-11.12-13ab (R/ cf. 1); 
Apocalipse 21, 1-5a; 
João 13, 31-33a.34-35.

COR LITÚRGICA: BRANCA OU DOURADA

O Senhor ressuscitou! Aleluia! Nesta Eucaristia, Jesus nos convida a viver o verdadeiro amor, que é o bem do próximo, o respeito e a dignidade. Esse amor constrói a paz, perdoa sempre e cria comunidade. Devemos estar sempre atentos ao mandamento de Jesus: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.

1. Situando-nos brevemente 
                      
Sendo o tempo pascal como “se fosse um só dia de festa” (NALC 22), nos é dada a oportunidade de compreender e experimentar melhor o amor de Deus que Jesus revela por meio dos ritos litúrgicos e que devem alcançar a totalidade da vida de seus discípulos.

Neste período, oportunamente, a Igreja é convidada a portar-se como Cristo Ressuscitado, porque está imbuída do seu Espírito. Com razão, Tertuliano chamava atenção para o fato de que estes cinqüenta dias que se estendem, desde a Vigília Pascal, chama-se “Pentecostes”, pois seu Espírito, que é amor, foi derramado no coração dos fiéis. E para estes, durante este tempo, não cabe nenhuma atitude ou gesto de tristeza (Cf. AUGÉ, Matias. Quaresma, páscoa e pentecostes. Tempo de renovação no Espírito. Soa Paulo: Editora Ave Maria. P.143).

Este texto situa-se no contexto do Último Discurso de Jesus, na Ceia Pascal.  Começa logo após a saída de Judas para trair Jesus, depois que Jesus lhe disse “o que você pretende fazer, faça-o logo” (Jo 13, 27).  Com a licença oficial dada ao agente de Satanás para iniciar o processo que iria matá-lo, Jesus começa o processo da sua glorificação.  A sua fidelidade ao projeto do Pai vai levá-lo à Cruz, que, no Quarto Evangelho, não é um sinal de derrota, mas da vitória última e permanente de Deus. Por isso, a morte de Jesus, aparente vitória do mal, será a glorificação de Jesus, e nele, do Pai.

O anúncio da sua partida, para os judeus uma ameaça (v33), é para a comunidade dos seus discípulos um momento de emoção e carinho.  A sua última dádiva a eles é um novo mandamento: “eu dou a vocês um novo mandamento: amem-se uns aos outros. Assim como eu amei vocês, vocês devem se amar uns aos outros” (v 34).

2. Recordando a Palavra

A Liturgia da Palavra se abre com um breve relato das viagens paulinas retirado dos Atos dos Apóstolos. Lucas narra sucintamente uma assembléia, provavelmente litúrgica, da comunidade de Antioquia, ponto de partida do itinerário missionário de Paulo e Barnabé. Nela, os dois apóstolos do Evangelho têm a ocasião de contar “tudo o que Deus fizera por meio deles” (At 14,27).

O Salmo Responsorial repropõe este evento, fazendo-nos a ele contemporâneo: “Bendirei o vosso nome, ó meu Deus (...) que vossas obras, ó Senhor vos glorifiquem (...) narrem a glória e o esplendor do vosso reino” (Sl 144, 1.10-11).

A perícope evangélica, por sua vez, nos diz que esta glória se deu no Filho do Homem, isto é, em Jesus e termina repropondo o mandamento do amor, uma vez que é mediante este amor que os discípulos se dão a conhecer e também anunciam o próprio Jesus.

A glória de Deus em Jesus e a experiência do amor de Cristo entre os irmãos parece ser o fim do evangelho deste domingo. Tanto em grego quanto em hebraico, a palavra “glória”, circunscrita ao ambiente da Escritura, refere-se ao esplendor de alguém, cujo valor se deixa notar –se torna sensível, tangível – e envolve aqueles que a contemplam (Saliente-se o fato que “doxa”, fora do contexto bíblico significa também opinião. Esta acepção não aparece nos escritos do Novo Testamento onde o termo grego é empregado. Já o conceito fundamental de glória, honra e poder tributado não é comum fora das Escrituras. Isto se explica pelo fato da palavra grega (“doxa”) ser a tradução do hebraico bíblico kabod na versão dos Setenta {Bíblia Grega, também, chamada Septuaginta}).

É um termo muito recorrente no Novo Testamento e recebe um tratamento especial na obra joanina, uma vez que Jesus é sempre apresentado como aquele que manifesta ao mundo a glória do Pai e por este é glorificado.

Suas ações, suas opções, a envergadura de seu ministério são vistos sempre a partir de seu caráter revelador de Deus. Aqui entra em cena o amor que Jesus confere aos seus, como herança e condição, para que sejam reconhecidos como pertencentes ao seu grupo de seguidores: “Nisto, todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Cf. Jo 13,35).

Por sua morte e ressurreição, Jesus condiciona a experiência de amor a seu caráter epifânico – revelador – do amor que Deus nos dedica.

3. Atualizando a Palavra

A segunda leitura nos apresenta um trecho do livro do Apocalipse de São João em que se anuncia a superação de toda tristeza, porque há um novo céu e uma nova terra como “chão” e “tenda” sobre os quais repousará a humanidade descansada e feliz (Cf. Ap 21, 1.4).

Este desejo de felicidade, tranquilidade e paz habita o nosso mundo. Quantos e quantas não se esforçam por criar condições reais de segurança para que seus filhos e filhas possam brincar e ser felizes! Desde os mais pobres até os mais abastados, a busca por uma vida boa é uma constante na vida. Os meios para que se realize tal desejo, no entanto, nem sempre são os mais condizentes com o Evangelho.

Há os que se corrompem aquilo que não lhes pertence, e está designado para o sustento e promoção do povo, como o fizeram aqueles do famoso caso do mensalão ou aqueles políticos tidos como “ficha-suja”. Homens e mulheres desta categoria pertencem a um mundo que já não existe segundo a Páscoa do Senhor, pois por meio desta não há lugar para sofrimento e dor: “o primeiro céu e a primeira terra passaram, o mar (lugar de tribulações) já não existe [...] a morte não existirá mais, e não haverá mais luto, nem choro, nem dor, porque passou o que havia antes [...]. Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21, 1.4-5).

O que existe é uma nova cidade que desposou com Deus e participa de seu beneplácito, porque promove a justiça e a fidelidade à aliança. Há quem faça objetos a esta verdade de fé, apontando os sinais de morte que se espalham ao redor. Mas, sabemos que esta verdade se cumpre à medida que o amor de Cristo habita os cristãos e dá contorno à sua existência.

É preciso que este amor tenha a proporção do amor de Cristo, (Cf. Aclamação ao Evangelho (Jo 13,34)), pois toda injustiça surge quando o amor é nossa medida (Cf. Evangelho da Quarta-Feira de Cinzas: “Cuidado para não praticar a vossa justiça diante dos homens”).

Este amor e tão fundamental para a comunidade dos discípulos de Jesus que deve ser tornar o seu sinal característico: “assim todos reconhecerão que vocês são meus discípulos” (v. 35).  Mais do que uma lista de doutrinas, mais do que práticas litúrgicas ou rituais, embora essas tenham o seu lugar e a sua importância, é o amor mútuo e concreto que deve distinguir os discípulos de Jesus. 

O livro dos Atos dos Apóstolos nos lembra que “foi em Antioquia que os discípulos receberam, pela primeira vez, o nome de “cristãos” (At 11,26). Receberam uma nova designação, da parte dos outros, porque a sua maneira de viver era marcadamente diferente das outras comunidades religiosas da cidade – era marcada pelo amor mútuo. O Evangelho de hoje nos convida para que honestamente nos examinemos a nós mesmos, para verificar se este amor-serviço ainda é a marca característica de nós, discípulos/as de Jesus, na nossa vida individual e comunitária!

4. Ligando a Palavra com ação litúrgica

A Oração do Dia calca no coração da assembléia a liberdade e a herança que provém do Senhor por meio de uma súplica a Deus, que nos configurou como homens e mulheres novos ao nos tratar como filhos e filhas.

Esta liberdade e herança, com a qual somos impelidos a progredir na vida, tem sua síntese no amor de Cristo que nos une e reúne (Cf. Aclamação da Assembleia à saudação apostólica (“Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo) e no Rito do abraço da Paz (“O amor de Cristo nos uniu”). A Eucaristia é celebrada para que os fieis abracem a nova vida.

Na verdade, para que façam a páscoa da antiga à nova, conforme a oração depois da comunhão (Cf. Oração depois da comunhão em que se diz: “fazei passar da antiga à nova vida aqueles a quem concedestes a comunhão com os vossos mistérios”). Porém esta vida nova se dá em Cristo, quer dizer, à medida que Deus permanece em nós e sua glória se faz notar como ocorreu em Jesus, quando da sua paixão e cruz. Por essa razão, a oração que fecha o rito da comunhão começa suplicando: “Ó Deus de bondade, permanecei junto ao vosso povo”.

Segundo o testemunho patrístico, a reunião eucarística era precedida da experiência do amor fraterno e este era o fruto mais genuíno da celebração. Por isso, muito nos alenta a fala do Papa Clemente Romano, no final do século primeiro:

“Todos alimentáveis sentimentos de humildade, sem arrogância, mais dispostos a obedecer do que a mandar, mais felizes em dar do que em receber. Satisfeitos com as provisões que Cristo vos dava e atentos às suas palavras, vós as guardáveis cuidadosamente em seu coração, trazendo os seus sentimentos diante dos vossos olhos. Deste modo, a todos era concedida uma paz profunda e esplendia e um desejo insaciável de fazer o bem, pela abundante efusão do Espírito Santo. Cheios de um santo desejo, e com alegria, estendíeis as vossas mãos para Deus todo-poderoso, implorando a sua misericórdia, quando involuntariamente cometíeis algum pecado. Combatíeis, dia e noite, pela comunidade dos irmãos, a fim de conseguir, graças a essa misericórdia e sentir comuns, a salvação de todos os eleitos. Éreis sinceros, simples e sem malícia para com os outros. Abomináveis toda revolta e todo cisma, choráveis os pecados do próximo, consideráveis vossas as suas necessidades. Éreis incansáveis em toda espécie de bem-fazer, sempre prontos para toda boa obra. Adornados por uma vida cheia de virtude e digna de veneração, tudo fazíeis no temor de Deus. Os mandamentos e preceitos do Senhor estavam inscritos no vosso coração” (Clemente Romano - Carta aos Coríntios).

Talvez pela importância dos cristãos, de todos os tempos, trazerem consigo, impregnado em sua corporeidade, a herança eterna do amor de Cristo, o rito da Paz (ósculo/abraço) sempre foi muito querido dentro das celebrações eucarísticas e, mesmo com as turbulências históricas, nunca desapareceu completamente.