Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

Para você entrar em nossos artigos click nas imagens nas laterais e encontrarás os lincks dos artigos postados.

Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

sábado, 31 de agosto de 2013

A Maturidade

A maturidade nos faz perceber que não podemos mudar os fatos
A maturidade faz parte de um processo. Em um processo não podemos queimar etapas. Ele é lento, chato e demorado. 
Uma criança passa por um momento de amadurecimento a partir do momento que começa a brincar. 
A maturidade acontece, quando tomamos posse do que nós somos, para aí então poder nos dividir com os outros. Isso faz parte do processo de maturidade.
Não nascemos amando, pelo contrário, queremos ter a posse dos outros. Essa é a forma de amar da criança, pois ela não consegue pensar de maneira diferente. Ela não consegue entender que o outro não é ela. 
Quantas pessoas já adultas pensam assim, trata-se da incapacidade de amar, falta de maturidade.
Todos os encontros de Jesus levam a implantação do Reino de Deus. Mas só pode implantar esse reino quem é adulto, que já entende que só se começa a amar a partir do momento, que eu não quero mudar quem eu amo.
Geralmente quando tememos alguém ruim ao nosso lado, é porque nos reconhecemos naquela pessoa. Jesus não tinha o que temer porque era puramente bom, por isso contagiava os que estavam ao seu lado. Na maturidade de Jesus você encontra a capacidade imensa de amar o outro como ele é. 
Amar significa: amar o outro como ele é. Por isso quando falamos em amar os outros, podemos perceber o quanto deixamos de ser crianças. Devemos nos questionar a todo o momento quanto a nossa maturidade. 
A santidade começa na autenticidade.
Por isso Jesus nos pede para ser como as crianças, que são verdadeiras e simples. É nisso que devemos manter da nossa infância e não a forma de possuir as coisas para si.
Você tem condições para perceber a sua maturidade. 
É só observar se você é obediente mesmo quando não há pessoas ao seu redor. Você não precisa que ninguém te observe, pois você já viu aquilo como um valor. Pessoas imaturas sofrem dobrado. Pessoas imaturas querem modificar os fatos, pessoas maduras deixam que os fatos os modifiquem. A maturidade nos faz perceber que não podemos mudar os fatos. Um imaturo ganha um limão e o chupa fazendo careta. 
O maduro faz uma limonada com o limão que ganhou. Muitas vezes os nossos relacionamentos de amizade são uns fracassos porque somos imaturos. 
Amigos não são o que imaginamos, mas o que eles são e com todos os defeitos.
Amizade é processo de maturidade que nos leva ao verdadeiro encontro com as pessoas que estão ao nosso lado. 
Elas têm todos os defeitos, mas fazem parte da nossa vida e não a trocamos por nada deste mundo. Isso porque temos alma de cristão e aquele que tem alma de cristão não tem medo dos defeitos dos outros, porque sabe que aqueles defeitos não serão espelhos para nós, mas seremos um instrumento de Deus para ele superar esse defeito.
Padre só pode ser padre a partir do momento que é apaixonado pelos calvários da humanidade. Se você não consegue lidar com os limites dos outros, é porque você não consegue lidar com os seus limites.
A rejeição é um processo de ver-se.
Toda vez que eu quero buscar no outro o que me falta, eu o torno um objeto. Eu posso até admirar no outro o que eu não tenho em mim, mas eu não tenho o direito de fazer do outro uma representação daquilo que me falta. Isso não é amor, isso é coisa de criança. 
O anonimato é um perigo para nós. É sempre bom que estejamos com pessoas que saibam quem somos nós e que decisões nós tomamos na vida. É sempre bom estarmos em um lugar que nos proteja. Amar alguém é viver o exercício constante, de não querer fazer do outro o que a gente gostaria que ele fosse. 
A experiência de amar e ser amado é acima de tudo a experiência do respeito.
Como está a nossa capacidade de amar? 
Uma coisa é amar por necessidade e outra é amar por valor. 
Amar por necessidade é querer sempre que o outro seja o que você quer. 
Amar por valor é amar o outro como ele é, quando ele não tem mais nada a oferecer, quando ele é um inútil e por isso você o ama tanto. 
Na hora que forem embora as suas utilidade, você vai saber o quanto é amado. 
Tudo vai ser perdido, só espero que você não se perca. 
Enquanto você não se perder de si mesmo você será amado, pois o que você é significa muito mais do que você faz.O convite da vida cristã é esse: que você possa ser mais do que você faz! ”
Pérola do dia:

A FORÇA DO AMOR



                  Não existe fórmula ou método; você aprende a amar, amando. 

O amor é difícil de ser definido, mas fácil de ser reconhecido. Quanto mais dele você der, mais dele receberá. Quanto menos você demanda do amor, mais ele lhe dá em retorno. 
Quanto menos condições você impuser ao amor, mais benéfico ele lhe será, e mais significativo irá se tornar.
O amor pode fazer uma poderosa e positiva diferença, a cada vez que se faz presente. Ele é capaz de produzir maravilhas em qualquer área da vida. 
Dê amor a alguém, e você estabelecerá uma conexão que resultará numa enorme e surpreendente gratificação para toda a existência. Ame o mundo a seu redor, e esse mundo ganhará um pouco mais de beleza e harmonia.
Ame aquilo que você faz, e você se tornará muito mais feliz e eficiente. 
Acrescente amor ao conhecimento, e você terá sabedoria. 
Ame a vida preciosa que Deus graciosamente lhe tem dado, e você poderá encontrar significado e propósito até mesmo em seus momentos mais sombrios. 

O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. I Coríntios 13,4-7
SABER CAMINHAR AO LADO DO IRMÃO
______________________________________________________
 
O ser humano não foi feito para estar sozinho.
A nossa realização só é completa se estivermos em comunidade.
Na família, trabalho, escola, bairro, no clube, sindicato, na Igreja.
Enfim, a nossa realização só é total se criamos laços entre nós.
Porém, é necessário saber caminhar juntos, lado a lado.
A estrada a percorrer está explicada na meta de chegada, Deus.
E Ele não quer que cheguemos sozinhos, mas ao lado do irmão.
Portanto, saber esperar, estar a serviço, incentivar o outro, aliviar a sua fadiga e ajudá-lo a carregar seus pesos.


22º Domingo do Tempo Comum





“Então serás feliz, pois estes não têm como te retribuir!”


Leituras: Eclesiástico 3, 19-21.30-31; 
Salmo 67; 
Carta aos Hebreus 12, 18-19.22-24a; 
Lucas 14, 1.7-14.

COR LITÚRGICA: VERDE

Iniciando o mês da Bíblia, somos convidados a refletir que a Boa-Nova não proíbe afeição aos familiares e amigos, mas o amor gratuito de Deus requer algo mais: no convite a tomar parte do banquete da vida, optar, solidariamente, pelos que são esquecidos e tidos como menos importantes. Nesta semana da Pátria, lembremos os milhões de brasileiros que estão fora da mesa dos bens necessários à vida de cidadãos.

1. Situando-nos brevemente

Neste 22º domingo do Tempo Comum, nos reunimos para louvar e bendizer nosso Deus uno e trino.

O dia do Senhor – como foi definido o domingo, desde os tempos apostólicos -, mereceu sempre, na história da Igreja, uma consideração privilegiada devido à sua estreita conexão com o próprio núcleo do mistério cristão. O domingo, de fato, recorda, o ritmo semanal do tempo, o dia da ressurreição de Cristo. É a Páscoa da semana, na qual se celebra a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte (encíclica Dies Domini, n.1).

Hoje começa o mês de setembro, denominado o Mês da Bíblia por causa de São Jerônimo, o tradutor das Sagradas Escrituras, cuja festa celebramos no dia 29. O tema escolhido releva o Evangelho do Ano Litúrgico C e os cinco aspectos fundamentais do processo do discipulado: o encontro com Jesus Cristo, a conversão, o seguimento, a comunhão fraterna e a missão propriamente dita. O lema indicado pela Comissão Bíblico-Catequética da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) é: “Alegrai-vos comigo, encontrei o que estava perdido” (cf. Lc 15,9).

No próximo sábado, 7 de setembro, é o Dia da Pátria. O amor à Pátria é também uma obrigação dos cristãos. Este não é um sentimento vazio a uma pátria imaginária, mas um amor doação que se concretiza no bem que fazemos aos irmãos e irmãs que constituem nossa comunidade e, constituindo-se formam uma pequena parcela de nossa grande comunidade brasileira.

2. Recordando a Palavra

No Evangelho de hoje, Jesus, convidado pelo fariseu, encontra naquele ambiente de festa pessoa que se consideravam umas melhores do que as outras. Cada qual queria superar seu vizinho em importância. Jesus, ao ver tal situação, toma uma atitude para levá-los a refletir sobre o que é realmente importante, sob a ótica misericordiosa de Deus.

A parábola contada por Jesus deve ter chocado a todos, pois ela se contrapõe  àquilo que os fariseus consideravam socialmente certo. Jesus lhes diz que aqueles que se consideram “os tais” cairão do alto de seu orgulho e ficarão envergonhados ao perceberem que seu lugar é o menos importante. Mais ainda, Jesus diz que os melhores lugares estarão reservados aos que são automaticamente humildes.

Por que isto? Porque os que se consideram, grandes, os maiores e melhores, são pessoas “cheias de si”, como diz comumente. Elas estão com o espírito e autossuficiência que, em seu interior, não sobre espaço para praticarem as virtudes evangélicas, especialmente a caridade. A festa a que Jesus se refere, com certeza, não é uma festa como as que realizamos em datas comemorativas. Jesus se refere à grande festa que acontecerá no céu ao final dos tempos.

Nela, os convidados não serão nem os orgulhosos, nem os autossuficientes, nem os egocêntricos. Para ela, receberão convite os mais humildes, simples, que reconhecem sua fraqueza e se deixam guiar pela mão de Deus; os que se reconhecem simples e humildes e por isso são capazes de olhar seus irmãos.

São Paulo nos fala desta festa celestial, reunião festiva de milhões de anjos, dos espíritos que chegaram à perfeição. Obviamente, o caminho da perfeição não será o seguido pelos orgulhosos fariseus, mas o trilhado pelos humildes. Na própria resposta que damos à Palavra proclamada, dizemos isto a nosso Deus: ”com carinho preparaste esta terra para o pobre”.

É importante também percebermos que Jesus, nessa ocasião, ensinou com palavras. No entanto, em muitas outras situações, ele próprio vivenciou aquilo que disse. Jesus é nosso modelo de humildade e doação. Qual humildade pode ser mais forte, mais autêntica do que a praticada por alguém que, embora sendo de condição divina, tornou-se humano como nós, tornou-se um conosco?

Fica-nos ainda a lição do Livro do Eclesiástico: encontraremos graça diante do Senhor, ao praticarmos autenticamente a humildade, pois o Pai escolheu os humildes para a eles revelar seus mistérios.

3. Atualizando a Palavra

Como fica claro no Evangelho de hoje, a humildade nada tem a ver com fraqueza. Ela não é o contrário de ser forte, mas o contrário de ser poderoso e orgulhoso. Certamente, tantos santos e santas, que nos servem de exemplo no seguimento de Jesus, tiveram que ser muito fortes e firmes para não se afastarem de seu ideal maior, para não abandonarem a busca do reino de Deus em troca de atrativos materiais, de grandezas humanas. Conservaram-se humildes e simples.

O Espírito Santo permitiu que, neste ano de 2013, tivéssemos, à nossa frente, dois fortes e concretos exemplos de humildade.

Primeiro, no mês de fevereiro, o Papa Bento XVI renunciou à cátedra de Pedro. Na ocasião, o comentário foi geral: “ele nos dá um grande exemplo de humildade, de despojamento, de não estar aferrado ao poder”. Comentava-se também que o Papa, um homem muito culto e muito humilde, teve a coragem de tomar uma forte decisão.

Sem dúvida alguma, o último gesto de Bento XVI foi um dos momentos mais altos do seu magistério. Reconheceu que a Igreja está nas mãos de Jesus e não nas mãos dos homens e das suas estruturas. Que grande exemplo de verdadeira humildade: reconhecer-se pequeno; ser simples; saber que o poder não lhe pertence, pois é de Deus, despojado como Maria na aceitação do que lhe é pedido; tornar-se, como Jesus, obediente à vontade do Pai.

Assume então um novo Papa, Francisco, exemplo de humildade, desde o nome escolhido. Ele disse em uma das suas primeiras homilias: “Humilde não é aquele que caminha cabisbaixo pelas ruas, mas o que segue o caminho da humildade indicado por Deus – o único caminho possível. Os ídolos se mostram fortes, seguros de si. Deus não precisa disso, porque é o único verdadeiro”.

Depois, o Papa Francisco assim concluiu a homilia: “Quando vamos com esta magnanimidade e também com esta humildade, quando não estamos com medo das coisas grandes e também fazemos as coisas pequenas – a humildade, a caridade quotidiana – o Senhor confirma a Palavra, E vamos em frente. O triunfo da Igreja é a Ressurreição de Jesus. Mas a Cruz está antes. Peçamos hoje ao Senhor para que nos tornemos missionários na Igreja, apóstolos na Igreja, mas com este espírito: uma grande magnanimidade e também uma grande humildade. Que assim seja”.

Eis o caminho a seguir, nada fácil nos tempos atuais. No entanto, possível se efetivamente nos deixamos guiar pelo Espírito Santo e abraçamos, de modo incondicional, a nossa fé, adesão à pessoa de Jesus e à sua mensagem.

4. Ligando a Palavra com ação litúrgica

A Palavra, que hoje acolhemos em nossos corações, nos coloca em um clima de humildade. Em outros diversos momentos desta celebração, faz-se presente a inter-relação entre as leituras proclamadas e as orações que elevamos ao Pai. Ainda nos ritos iniciais, na oração do dia, pedimos a Deus “alimentar em nós o que é bom”, incluindo, pois, a humildade, uma qualidade cristã a ser cultivada. Na oração sobre as oferendas, solicitamos que o “poder (de Deus) leve à plenitude o que realizamos nesta liturgia”.

Expressamos, pois, nosso desejo de viver o que celebramos e com humildade reconhecemos que isso só se torna possível pelo poder de Deus. No prefácio, elevamos nossa oração a Deus, Pai santo, Senhor do céu e da terra e lembramos que Jesus nos convidou a seguir seus passos.

Nos ritos finais, o sacerdote, representando toda a assembléia reunida, dirige a Deus um último pedido: “que este alimento da caridade fortifique os nossos corações e nos leve a vos servir em nossos irmãos e irmãs”. Concluímos, pois, com uma súplica para viver a autêntica humildade, porque só sendo humildes de coração podemos servir nossos irmãos e irmãs e, consequentemente, servir nosso Deus.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013



Maria, Mãe do Fiat, vem domina vem guiar o meu primeiro passo!

Eu jamais conseguirei dominar o meu primeiro movimento, meu primeiro impulso, mas com a boa vontade e a graça eu posso vir a dominar o segundo.
É necessário que eu exerça a minha vontade sem cessar: 

Maria, minha Mãe santíssima, concedeu o seu Fiat na Anunciação: que humildade! Nada para si mesmo, mas tudo para Deus. (...) Em todas as suas atitudes, Maria se preocupou em agradar a Deus, em fazê-Lo feliz...).

Seguindo seu exemplo, eu devo escolher e desejar o que está mais ao serviço de Deus, contribuindo para a glória de Deus, sem qualquer reconquista de mim mesmo...
           
 Madre Maria da Cruz (Maria Nault) 1901-1999,
Escritos Escolhidos, volume 5: Viver com Maria o combate espiritual, Entrevistas espirituais


Compromisso ou Descompromissos..
                                                                   Na verdade é preciso Recompromisso.

Compromisso apenas não é suficiente; é necessário recompromisso constante com os compromissos assumidos (Julian Kolmes).


Tenho nestes últimos tempos me tomado por uma realidade que creio que deva ser um fenômeno de nossa sociedade dos últimos tempos, um Descompromisso com tudo.
Como esta difícil se comprometer nos dias de hoje!

E então escutei na homilia belíssima do nosso Padre André no dia do aniversário de nossa cidade de Araraquara a seguinte colocação que me deixou inquieto e questionando-me: “Não é o sim de Maria na hora da Anunciação que me comove e que tem que nos comover! Pois talvez ela nem soubesse o que iria acontecer após e na hora da euforia tudo é lindo... Mas o que me comove e deve nos comover é a sua fidelidade neste sim diário em todas as situações até ao Calvário aos pés de seu Filho Jesus!”

Esta frase ficou gravada em meu coração e venho rezando muito com ela, pois vivemos em tempos de infidelidades, de não compromissos e responsabilidades, não vamos até o final no que nos propomos ou comprometemos. O que falamos sentados não sustentamos mais de pé.

Todos os dias é absolutamente necessário que você se relembre dos compromissos que você assumiu; o passo seguinte é recomprometer-se com eles.
Para alguns a necessidade é de se recomprometer a separar um tempo para meditar e orar; para outros o recompromisso seja fazer aquele contato com aquela pessoa, ou estar presente naquela reunião. 
A realidade é que em apenas um dia mil e umas coisas irão chamar a sua atenção para outra direção, que difere daquela que já foi estabelecida.
O telefone irá tocar, o patrão irá lhe dar um “projeto especial” para você se envolver e a vida vai lhe envolvendo.
Ouça: todo piloto de avião e todo capitão de navio sabem que os ventos e as correntes marítimas podem levá-los perigosamente para fora do seu percurso.
Esse é um processo natural, alguma coisa que eles sabem que vão enfrentar e pela qual tem de estar constantemente alertas.

A sua vida não é diferente.  À semelhança de um piloto, check a sua localização, estabeleça sua direção e vá em frente confiando nos propósitos de Deus para a sua vida.
Um discípulo de Paulo o Apóstolo dos gentios nos diz: “Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma” (Hebreus 10,36-39).

A fé, portanto, assume o sentido de fidelidade absoluta a Cristo, nosso Senhor, em qualquer circunstância. A perseverança nessa fidelidade nos garante vitória completa.
A fidelidade absoluta a Cristo é condição normal de vida cristã no contexto da nova aliança. Portanto, fidelidade ou morte!
Paulo afirma: "Se perseveramos, também com ele reinaremos; se o negamos, ele, por sua vez, nos negará; se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo" (II Timóteo 2,12-13).
Deus é fiel e cumpre todas as suas promessas. Por isso podemos e devemos ser fiéis.                                                                                                                                                                                                                                                                    
A infidelidade a Cristo abre caminho para o engano dos falsos mestres (Mateus 24,4-5;11, 24-25) que fascinam os cristãos (Galátas 3,1) com a pregação de "outro" evangelho (Gálatas 1,6-8) que renega a cruz e o sofrimento e seduz com promessas de prosperidade material. (Filipenses 3,17-19).
Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios. (Efésios 4,15-16)

Os destinatários da carta aos hebreus estavam quase desistindo; por isso, receberam a seguinte exortação que se aplica também a nós: “Com efeito, tendes necessidade de fidelidade-perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa. Porque ainda dentro de pouco tempo aquele que vem virá, e não tardará; todavia, o meu justo viverá pela fidelidade-fé, e se ele retroceder, nele não se compraz a minha alma. Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma” (Hebreus 10,36-39).

Por isso, vemos que é nosso dever perseverar na fidelidade a Cristo, nas tribulações, nas perseguições e no cumprimento da nossa missão. Sem fidelidade - perseverança não há salvação. Em tudo como cristãos sejamos comprometidos, pois uma coisa é certa, é fácil ser crente o difícil é ser cristão autêntico, ir até a cruz como alma - esposa, como Maria com Jesus ao Calvário.
Obrigado padre André por me despertar no caminho do compromisso diário e constante.

Padre Emilio Carlos Mancini

Pérola do dia:

PESO SUPORTÁVEL



Se pensássemos mais em termos de possibilidades do que de impossibilidades, a qualidade da nossa vida seria outra.  (Robert Schuller)

A tarefa que você tem diante de si não é excessivamente difícil e nem terrivelmente complicada. Ela é o que é, e você pode perfeitamente encontrar uma maneira de resolvê-la. Você nunca está tão velho ou profundamente endividado ou fora de forma demais ou atrás demais. Você simplesmente está onde você está, e completamente capaz de se posicionar de uma forma melhor.
A carga nunca é pesada demais. 
A hora nunca é tão tarde, porque todas essas coisas são produtos do passado. O que parece pesado demais para suportar, você já suportou . Agora o próximo passo é seguir em frente!
A graça e a infinita misericórdia de Deus já se renovaram nesse dia. Hoje, portanto, é um novo dia e novas possibilidades estão diante de você. 
O peso e dificuldades que estão sob seus ombros são suportáveis e não há nada que possa lhe impedir de você ser tudo que Deus deseja que você seja. 

"Que diremos, pois, diante dessas coisas? 
Se Deus é por nós, quem será contra nós? "
                                                                 (Romanos 8,31)
 “Faltou óleo, e agora?”

 Mateus 25, 1-13 –

Mais uma vez Jesus nos convida à vigilância e nos dá como exemplo a parábola das virgens previdentes e imprevidentes.   Adaptando essa história à nossa existência nós podemos refletir acerca da nossa trajetória aqui na terra enquanto estamos nos preparando para um dia ir ao encontro do “noivo”.   O noivo é Jesus e a noiva é a nossa alma que tem sede de encontrá-Lo.

O tempo em que vivemos aqui na terra é a oportunidade que nós temos para, também como as jovens previdentes, providenciarmos o “óleo” que mantém a lâmpada da nossa alma acesa.

E o óleo que conserva acesa a chama do amor de Deus no nosso coração, é  a fé que provêm da oração, é   o consolo que nos dá o Espírito Santo, é a alegria de uma vida voltada para Deus.  

Todos nós sabemos que a nossa vida é breve e que um dia nós faremos a viagem em busca do reino que nos foi prometido por Deus.

Quando vivemos entregues somente às coisas que o mundo nos acena e temos o coração ligado às coisas passageiras nos esquecemos de alimentar a nossa alma e, com certeza, nos faltará luz para  atravessar o vale escuro no caminho que nos levará para outro estágio da nossa vida.

As jovens imprudentes, talvez vivessem uma vida despreocupada de Deus, achando que buscando somente as coisas do mundo, na hora da necessidade, Deus traria o óleo para suas lâmpadas. 

Muitas vezes nós também ficamos como que meio adormecidos (as), anestesiados (as) pelas preocupações com trabalho, com sobrevivência, amealhando dinheiro, confiantes de que ainda temos muito tempo de vida para só depois pensarmos nas coisas de Deus. Jesus, porém nos diz: “ficai vigiando, pois não sabeis qual será o dia nem a hora”.

O caminho que nós precisamos atravessar é escuro e haverá um momento em que a porta se fechará. Por isso, precisamos nos preparar! 
Enquanto é tempo toda hora é hora para adquirirmos o que manterá a nossa lâmpada acesa. É na intimidade com a Palavra de Deus que nós vigiamos à espera do noivo que virá um dia nos levar para a morada que Ele mesmo nos preparou. 

  • – Onde você está buscando o óleo para conservar a sua lâmpada acesa?  
  • – Qual será o óleo que está faltando para que você esteja com a sua lâmpada acesa?
  •  -  Você vive fraternalmente com as pessoas? 
  • – Como você tem tratado as pessoas na sua casa? 
  • – O que você faz quando não simpatiza com alguém?
  “Em busca da santidade”!


Deus nos criou para a santidade, portanto, viver na santidade é viver o que é justo aos olhos de Deus. 

O Senhor nos deu os mandamentos como luzeiros que nos mostram um caminho seguro para que sejamos felizes e irrepreensíveis aos Seus olhos. 
No entanto, mesmo que saibamos o que é reto, nós muitas vezes nos afastamos da justiça e seguimos a cobiça da nossa concupiscência e perdemos o rumo. 

Somos levados pelas paixões e agimos como se fôssemos pagãos, isto é, como se ignorássemos a Deus. Agindo assim nós damos prova de que também desprezamos o sacrifício de Jesus que deu Seu sangue para nos libertar da escravidão da carne.     

São Paulo nos exorta a uma vida pura em pensamentos, palavras e ações transparentes diante de Deus e dos homens. 

A impureza nasce no coração e o mau pensamento é o pontapé  inicial  para uma vida impura. 
O homem é corpo, alma e espírito e a harmonia entre essas partes depende muito de uma vida equilibrada com Deus e com os homens. 
O mal que se faz ao homem é mal que se faz a Deus. 
O Espírito Santo é o nosso auxiliador nesse processo, é com a sua ajuda que nós podemos lutar para rejeitar a impureza e abraçar a santidade.  

  • – Você tem os mandamentos da Lei de Deus como faróis para as suas ações?
  •  – Você tem se comportado como pagão (ã) ou como filho (a) de Deus? 
  • – Você vive para agradar a Deus?
  •  - Marque nesta leitura o versículo que fala mais claro para você.  
  • – Em que você tem pensado ultimamente?
Fé e coragem

Coragem é o que muitas vezes precisamos para enfrentar nossas lutas diárias. 
Ela tem a capacidade de nos fazer seguir em frente, apesar do sofrimento. É um sentimento que nos impulsiona, nos faz perseverar.

Coragem é firmeza de ânimo perante as dificuldades. É uma força que nos faz enfrentar as situações, sejam elas de medo, de dor, de sofrimento.

 
Fé e coragem caminham juntas. Para nós cristãos, a coragem origina da fé.

Em muitos momentos nos encontramos fragilizados e sem forças para caminhar.
Quando sofremos com a dor da saudade pela ausência de um(a) filho(a) ou ente querido que nos antecedeu no céu, mesmo sabendo que a vida continua, por vezes nos sentimos sem ânimo, sem vontade de reagir. Parece que ficamos paralisados, desmotivados para continuar nossa vida. É justamente neste momento que precisamos buscar o socorro em Deus.

Só Ele pode nos revestir de ânimo novo. Só Ele pode nos dar a "coragem" que tanto precisamos para seguir em frente. 
De nós mesmo certamente não conseguiremos, mas Deus nos capacita, dia após dia.
A cada amanhecer, do coração amoroso de Deus nos vem ânimo novo que nos faz perseverar. Como disse Santa Teresinha: "O Bom Deus me dá coragem na proporção dos meus sofrimentos. Sinto que, no momento, não poderia suportar mais, mas não tenho medo, pois se Ele os aumentar, aumentará, ao mesmo tempo, minha coragem".

Nos braços de Deus encontramos abrigo. "Não foi o que prescrevi: sê forte e corajoso? Não temas, não te assustes, pois o Senhor teu Deus estará contigo, onde quer que fores." (Josué 1,9).

Que Deus Pai Misericordioso nos dê as graças necessárias para vivermos corajosamente a missão que Ele nos confiou, até o dia do reencontro com os nossos filhos e entes queridos no céu.
No Centro da vontade de Deus

Não tente entender os caminhos de Deus, se você está no centro da vontade dELe as experiências de sua vida não serão em vão, todas terão propósitos.

Muitos destes propósitos nós não entenderemos no momento, mas lá na frente perceberemos que Deus estava nos preparando para algo especifico.

Como cristãos, ouvimos muito falar que devemos estar no centro da vontade de Deus.

Nossa fé é o que nos sustenta, e se nos mantivermos nela estaremos de fato no centro da vontade de Deus.

Quando se está no centro do querer de Deus, pode-se levantar todo o inferno contra nossas vidas, que nada irá prevalecer, e receberemos a vitória em todas as áreas de nossas vidas.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

XXII Domingo do Tempo Comum (Ano C)

 

 O humilde tem diante de si a sua própria verdade

Eclo 3,19-21.30-31
Sl 67
Hb 12,18-19.22-24a
Lc 14,1.7-14


Engana-se quem pensa que o Evangelho de hoje é um guia de etiqueta e de boas maneiras em banquetes e recepções. Nada disso! Jesus pensa, aqui, no banquete do Reino, que é preparado pelo banquete da vida; sim, porque somente participará do banquete do Reino quem souber portar-se no banquete da vida!

E neste banquete, no daqui, no desta vida, o Senhor hoje nos estimula a duas atitudes, dois comportamentos profundamente evangélicos. Primeiramente, a humildade: “Quando tu fores convidado para uma festa de casamento (Tu foste: a festa das Núpcias de Cristo com a Igreja, festa da Nova Aliança do Reino), não ocupes o primeiro lugar… Vai sentar-te no último… Assim, quando chegar quem te convidou, te dirá: ‘Amigo, vem mais para cima’”

O que é ser humilde? Humildade deriva de humus, pó, lama, barro… Ser humilde é reconhecer-se dependente diante de Deus, é saber-se pobre, limitado diante do Senhor. Quem é assim, sabe avaliar-se na justa medida porque sabe ver-se à luz do Senhor! O humilde tem diante de si a sua própria verdade: é pobre, é indigente, mas infinitamente agraciado e amado por Deus. Por isso, o humilde é livre e, porque livre, manso. Tinha razão Santa Teresa de Jesus quando afirmava que a humildade é a verdade. O humilde vê-se na sua verdade porque vê-se como Deus o vê, vê-se com os olhos de Deus! Então, o humilde é aberto para o Senhor, dele reconhece que é dependente, e a ele se confia. Podemos, assim, compreender as palavras do Eclesiástico: “Filho, realiza teus trabalhos com mansidão; na medida em que fores grande, deverás praticar a humildade, e assim encontrarás graça diante do Senhor. O Senhor é glorificado nos humildes”. É assim, porque somente o humilde, que reconhece que depende de Deus, pode ser aberto, e acolher como uma criança o Reino que Jesus veio trazer.

A segunda atitude que o Cristo hoje nos ensina é a gratuidade: “Quando deres uma festa (Tu dás: a festa da vida que o Senhor te concedeu e, mais ainda da vida nova em Cristo, recebida no Batismo e celebrada na Eucaristia), convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Então tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos”. A gratuidade é a virtude que dar sem esperar nada em troca, dar e sentir-se feliz, sentir-se realizada no próprio dar. Se prestarmos bem atenção, a gratuidade é filha da humildade. Só quem sabe de coração que em tudo depende de Deus e de Deus tudo recebeu gratuitamente (humilde), também sente-se impelido a imitar a atitude de Deus: dar gratuitamente! “De graça recebestes, de graça dai!” (Mt 10,8) ou, como dizia Santa Teresinha do Menino Jesus: “Viver de amor é dar sem medida, sem nesta terra salário reclamar; sem fazer conta eu dou, pois convencida de que quem ama já não sabe calcular!” Pois bem, quem faz crescer em si a humildade e cultiva a gratuidade, experimenta a Deus e seu Reino, pois aprende a sentir o coração do próprio Deus, que tudo nos deu gratuitamente. Quem cultiva a humildade e a gratuidade, deixa o Reino ir entrando em si e entrará, um dia, no Reino de Deus!

Mas, se pensarmos bem, nada disso é fácil, pois vivemos no mundo da auto-suficiência e dos resultados. O homem já não mais se sente dependente de Deus; deseja ele mesmo fazer a vida do seu modo. Assim, se fecha para Deus e, para ele se fechando, já não mais reconhece no outro um irmão e, não experimentando a misericórdia gratuita de Deus, já não sabe mais dar gratuitamente: tudo tem que ter retorno, tudo tem que apresentar contrapartida, tudo tem que, cedo ou tarde, dá lucro, tudo é pensado na lógica do custo-benefício. Como é triste a vida, quando é vivida assim… Mas, não será o nosso caso? Pensemos bem, porque se assim o for, jamais experimentaremos Deus de verdade, jamais conhecê-lo-emos de verdade. Nunca é demais recordar a advertência da Escritura: “Quem não ama não conhece a Deus!” (1Jo 4,8)

Caríssimos,
Aproximemo-nos de “Jesus, mediador da nova aliança”, e supliquemos a graça de um coração renovado, um coração convertido, um coração de pensamentos novos e novas atitudes! Que durante toda esta semana tenhamos a coragem de analisar e revisar nossas atitudes em casa, com os amigos e próximos, com os companheiros de trabalho e de estudo… e examinemo-nos diante do Cristo nosso Deus, no que diz respeito à humildade e à gratuidade. Recordemos que se tratam de duas atitudes de farão nosso coração pulsar em sintonia com o coração de Deus. Recordemos, como dizia São Bento, que pela humildade se sobe e pela soberba se desce! Para onde se sobe? Para o banquete do Reino de Deus. Para onde se desce? Para a penúria do anti-Reino, do reino de Satanás! Peçamos, suplicando, ao Senhor, a graça da conversão, que somente com nossas forças somos incapazes e impotentes para encetar! Que Deus no-la conceda. Amém!


22º Domingo do Tempo Comum - Ano C   

“ Ser humilde significa assumir com simplicidade o nosso lugar... Ser soberbo significa que “a árvore da maldade criou raízes” no homem”

A liturgia deste domingo propõe-nos uma reflexão sobre alguns valores que acompanham o desafio do “Reino”: a humildade, a gratuidade, o amor desinteressado.

O Evangelho coloca-nos no ambiente de um banquete em casa de um fariseu. O enquadramento é o pretexto para Jesus falar do “banquete do Reino”. A todos os que quiserem participar desse “banquete”, Ele recomenda a humildade; ao mesmo tempo, denuncia a atitude daqueles que conduzem as suas vidas numa lógica de ambição, de luta pelo poder e pelo reconhecimento, de superioridade em relação aos outros… Jesus sugere, também, que para o “banquete do Reino” todos os homens são convidados; e que a gratuidade e o amor desinteressado devem caracterizar as relações estabelecidas entre todos os participantes do “banquete”.

Na primeira leitura, um sábio dos inícios do séc. II a.C. aconselha a humildade como caminho para ser agradável a Deus e aos homens, para ter êxito e ser feliz. É a reiteração da mensagem fundamental que a Palavra de Deus hoje nos apresenta.

A segunda leitura convida os crentes instalados numa fé cômoda e sem grandes exigências, a redescobrir a novidade e a exigência do cristianismo; insiste em que o encontro com Deus é uma experiência de comunhão, de proximidade, de amor, de intimidade, que dá sentido à caminhada do cristão. Aparentemente, esta questão não tem muito a ver com o tema principal da liturgia deste domingo; no entanto, podemos ligar a reflexão desta leitura com o tema central da liturgia de hoje – a humildade, a gratuidade, o amor desinteressado – através do tema da exigência: a vida cristã – essa vida que brota do encontro com o amor de Deus – é uma vida que exige de nós determinados valores e atitudes, entre os quais avultam a humildade, a simplicidade, o amor que se faz dom.

LEITURA I – Sir 3,19-21.30-31

Estamos no início do séc. II a.C., quando os selêucidas dominavam a Palestina. O helenismo tinha começado o seu trabalho pernicioso no sentido de minar a cultura e os valores tradicionais de Israel. Muitos judeus – incluindo membros de famílias de origem sacerdotal – deixavam-se seduzir pelo brilho da cultura helênica, começavam a abandonar os valores dos pais e a aderir aos valores da cultura invasora…
Jesus Ben Sira é, no entanto, um judeu tradicional, orgulhoso da sua fé e dos valores israelitas. Consciente de que o helenismo ameaçava as raízes do seu Povo, vai escrever para defender o patrimônio religioso e cultural do judaísmo. Procura convencer os seus compatriotas de que Israel possui, na sua “Torah” revelada por Deus, a verdadeira “sabedoria” – uma “sabedoria” muito superior à “sabedoria” grega. Aos israelitas seduzidos pela cultura grega, Jesus Ben Sira lembra a herança comum, procurando sublinhar a grandeza dos valores judaicos e demonstrando que a cultura judaica não fica a dever nada à brilhante cultura grega.
O texto que nos é proposto pertence à primeira parte do livro (cf. Ben Sira 1,1-23,38). Aí fala-se da “sabedoria”, criada por Deus e oferecida a todos os homens. Nesta parte, dominam os “ditos” e “provérbios” que ensinam a arte de bem viver e de ser feliz.

O texto apresenta-se como uma “instrução” que um pai dá ao seu filho. O tema fundamental desta “instrução” é o da humildade.
Para Jesus Ben Sira, a humildade é uma das qualidades fundamentais que o homem deve cultivar. Garantir-lhe-á estima perante os homens e “graça diante do Senhor”. Não se trata de uma forma de estar e de se apresentar reservada aos mais pobres e menos preparados; mas trata-se de algo que deve ser cultivado por todos os homens, a começar por aqueles que são considerados mais importantes. O autor não entra em grandes pormenores; limita-se a afirmar a importância da humildade e a propô-la, sem grandes desenvolvimentos nem explicações. O “sábio” autor destas “máximas” não tem dúvida de que é na humildade e na simplicidade que reside o segredo da “sabedoria”, do êxito, da felicidade.

ATUALIZAÇÃO
Para a reflexão e partilha, considerar os seguintes dados:

¨ Ser humilde significa assumir com simplicidade o nosso lugar, pôr a render os nossos talentos, mas sem nunca humilhar os outros ou esmagá-los com a nossa superioridade. Significa pôr os próprios dons ao serviço de todos, com simplicidade e com amor. Quando somos capazes de assumir, com simplicidade e desprendimento, o nosso papel, todos reconhecem o nosso contributo, aceitam-nos, talvez nos admirem e nos amem… É aí que está a “sabedoria”, quer dizer, o segredo do êxito e da felicidade.

¨ Ser soberbo significa que “a árvore da maldade criou raízes” no homem. O homem que se deixa dominar pelo orgulho torna-se egoísta, injusto, auto-suficiente e despreza os outros. Deixa de precisar de Deus e dos outros homens; olha todos com superioridade e pratica, com frequência, gestos de prepotência que o tornam temido, mas nunca admirado ou amado. Vive à parte, num egoísmo vazio e estéril. Embora seja conhecido e apareça nas colunas sociais, está condenado ao fracasso. É o “anti-sábio”.

¨ É preciso que os dons que possuímos não nos subam à cabeça, não nos levem a poses ridículas de orgulho, de superioridade, de desprezo pelos nossos irmãos. É preciso reconhecer, com simplicidade, que tudo o que somos e temos é um dom de Deus e que as nossas qualidades não dependem dos nossos méritos, mas do amor de Deus.

SALMO REPONSORIAL – Salmo 67 (68)

Refrão: Na vossa bondade, Senhor,
 preparastes uma casa para o pobre.

Os justos alegram-se na presença de Deus,
exultam e transbordam de alegria.
Cantai a Deus, entoai um cântico ao seu nome;
o seu nome é Senhor: exultai na sua presença.

Pai dos órfãos e defensor das viúvas,
é Deus na sua morada santa.
Aos abandonados Deus prepara uma casa,
conduz os cativos à liberdade.

Derramastes, ó Deus, uma chuva de bênçãos,
restaurastes a vossa herança enfraquecida.
A vossa grei estabeleceu-se numa terra
que a vossa bondade, ó Deus, preparara ao oprimido.

LEITURA II – Heb 12,18-19.22-24a

Estamos na quinta parte da Carta aos Hebreus (cf. 12,14-13,19). Depois de pedir a perseverança e a constância nas provas (cf. Heb 12,1-13), o autor vai pedir uma conduta consequente com a fé cristã: os crentes são exortados a manter e cultivar relações harmoniosas, adequadas, justas, para com os homens e para com Deus.
Neste texto, em concreto, o autor convida os destinatários da carta à fidelidade à vocação cristã. Para isso, estabelece um paralelo entre a antiga religião (que os destinatários da carta conheciam bem) e a nova proposta de salvação que Cristo veio apresentar. Os crentes são, assim, convidados a redescobrir a novidade do cristianismo – essa novidade que, um dia, os atraiu e motivou – e a aderir a ela com entusiasmo… Recordemos – para que as coisas façam sentido – que o escrito se destina a uma comunidade instalada, preguiçosa, que precisa descobrir os fundamentos reais da sua fé e do seu compromisso, a fim de enfrentar – com coragem e com êxito – os tempos difíceis de perseguição e de martírio que se aproximam.


O autor estabelece um profundo contraste entre a experiência de comunhão com Deus que Israel fez no Sinai e a experiência cristã.
A experiência do Sinai é descrita como uma experiência religiosa que gerou medo, opressão, mas não relação pessoal, proximidade, amor, comunhão, intimidade, confiança – nem com Deus, nem com os outros membros da comunidade do Povo de Deus. O quadro da revelação do Sinai é um quadro terrífico, que não fez muito para aproximar os homens de Deus, num verdadeiro encontro alicerçado no amor e na confiança. Por isso, não há que lamentar o desaparecimento de um tal sistema.
Na experiência cristã, em contrapartida, não há nada de assustador, de terrível, de opressivo. Pelo Batismo, os cristãos aproximaram-se do próprio Deus, numa experiência de proximidade, de comunhão, de intimidade, de amor verdadeiro… A experiência cristã é, portanto, uma experiência festiva, de verdadeira alegria. Por essa experiência, os cristãos associaram-se a Deus, o santo, o juiz do universo, mas também o Deus da bondade e do amor; foram incorporados em Cristo, o mediador da nova aliança, irmanados com Ele, tornados co-herdeiros da vida eterna; associaram-se aos anjos, numa existência de festa, de louvor, de ação de graças, de adoração, de contemplação; associaram-se aos outros justos que atingiram a vida plena, numa comunhão fraterna de vida e de amor.
A questão que fica no ar – mesmo se não é formulada explicitamente – é: não vale a pena apostar incondicionalmente nesta experiência e vivê-la com entusiasmo?

ATUALIZAÇÃO

A reflexão e a atualização podem fazer-se a partir das seguintes linhas:

¨ A questão fundamental deste texto e do ambiente que o enquadra é propor-nos uma redescoberta da nossa fé e do sentido das nossas opções, a fim de superarmos a instalação, o comodismo e a preguiça que nos levam, tantas vezes, a uma caminhada cristã morna, sem exigências, sem compromissos, que facilmente cede e recua quando aparecem as dificuldades e os desafios…

¨ Jesus intimou-nos a superar a perspectiva de um Deus terrível, opressor, vingativo, de Quem o homem se aproxima com medo; em seu lugar, Ele apresentou-nos a religião de um Deus que é Pai, que nos ama, que nos convoca para a comunhão com Ele e com os irmãos e que insiste em associar-nos como “filhos” à sua família. Tenho consciência de que este é o verdadeiro rosto de Deus e que o Deus terrível, de quem o homem não se pode aproximar, é uma invenção dos homens?

ALELUIA – Mt 11,29ab

Aleluia. Aleluia.

Tomai o meu jugo sobre vós, diz o Senhor,
e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração.

EVANGELHO – Lc 14,1.7-14

Esta etapa do “caminho de Jerusalém” põe Jesus à mesa, em dia de sábado, na casa de um dos chefes dos fariseus. Deve tratar-se da refeição solene de sábado, que se tomava por volta do meio-dia, ao voltar da sinagoga. Para ela deviam convidar-se os hóspedes; durante a refeição, continuava-se a discussão sobre as leituras escutadas durante o ofício sinagogal.
Lucas é o único evangelista que mostra os fariseus tão próximos de Jesus que até o convidam para casa e se sentam à mesa com Ele (cf. Lc 7,36; 11,37). É provável que se trate de uma realidade histórica, embora Marcos e Mateus apresentem os fariseus como os adversários por excelência de Jesus (Mateus apresenta tal quadro influenciado, sem dúvida, pelas polêmicas da Igreja primitiva com os fariseus).
Os fariseus formavam um dos principais grupos religioso-políticos da sociedade palestina desta época. Dominavam os ofícios sinagogais e estavam presentes em todos os passos religiosos dos israelitas. A sua preocupação fundamental era transmitir a todos o amor pela Torah, quer escrita, quer oral. Tratava-se de um grupo sério, verdadeiramente empenhado na santificação do Povo de Deus; mas, ao absolutizarem a Lei, esqueciam as pessoas e passavam por cima do amor e da misericórdia. Ao considerarem-se a si próprios como “puros” (porque viviam de acordo com a Lei), desprezavam o “am aretz” (o “povo do país”) que, por causa da ignorância e da vida dura que levava, não podia cumprir integralmente os preceitos da Lei. Conscientes das suas capacidades, da sua integridade, da sua superioridade, não eram propriamente modelos de humildade. Isso talvez explique o ambiente de luta pelos lugares de honra que o Evangelho refere.
Convém, também, ter em conta que estamos no contexto de um “banquete”. O “banquete” é, no mundo semita, o espaço do encontro fraterno, onde os convivas partilham do mesmo alimento e estabelecem laços de comunhão, de proximidade, de familiaridade, de irmandade. Jesus aparece, muitas vezes, envolvido em banquetes, não porque fosse “comilão e bêbedo” (cf. Mt 11,19), mas porque, ao ser sinal de comunhão, de encontro, de familiaridade, o banquete anuncia a realidade do “reino”.

O texto apresenta duas partes. A primeira (vers. 7-11) aborda a questão da humildade; a segunda (vers 12-14) trata da gratuidade e do amor desinteressado. Ambas estão unidas pelo tema do “Reino”: são atitudes fundamentais para quem quiser participar no banquete do “Reino”.
As palavras que Jesus dirigiu aos convidados que disputavam os lugares de honra não são novidade, pois já o Antigo Testamento aconselhava a não ocupar os primeiros lugares (cf. Prov 25,6-7); mas o que aí era uma exortação moral, nas palavras de Jesus converte-se numa apresentação do “Reino” e da lógica do “Reino”: o “Reino” é um espaço de irmandade, de fraternidade, de comunhão, de partilha e de serviço, que exclui qualquer atitude de superioridade, de orgulho, de ambição, de domínio sobre os outros; quem quiser entrar nele, tem de fazer-se pequeno, simples, humilde e não ter pretensões de ser melhor, mais justo, ou mais importante que os outros. Esta é, aliás, a lógica que Jesus sempre propôs aos seus discípulos: Ele próprio, na “ceia de despedida”, comida com os discípulos na véspera da sua morte, lavou os pés aos discípulos e constituiu-os em comunidade de amor e de serviço – avisando que, na comunidade do “Reino”, os primeiros serão os servos de todos (cf. Jo 13,1-17).
Na segunda parte, Jesus põe em causa – em nome da lógica do “Reino” – a prática de convidar para o banquete apenas os amigos, os irmãos, os parentes, os vizinhos ricos. Os fariseus escolhiam cuidadosamente os seus convidados para a mesa. Nas suas refeições, não convinha haver alguém de nível menos elevado, pois a “comunidade de mesa” vinculava os convivas e não convinha estabelecer obrigatoriamente laços com gente desclassificada e pecadora (por exemplo, nenhum fariseu se sentava à mesa com alguém pertencente ao “am aretz”, ao “povo da terra”, desclassificado e pecador). Por outro lado, também os fariseus tinham a tendência – própria de todas as pessoas, de todas as épocas e culturas – de convidar aqueles que podiam retribuir da mesma forma… A questão é que, dessa forma, tudo se tornava um intercâmbio de favores e não gratuidade e amor desinteressado.
Jesus denuncia – em nome do “Reino” – esta prática; mas vai mais além e apresenta uma proposta verdadeiramente subversiva… Segundo Ele, é preciso convidar “os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos”. Os cegos, coxos e aleijados eram considerados pecadores notórios, amaldiçoados por Deus, e por isso estavam proibidos de entrar no Templo (cf. 2 Sm 5,8) para não profanar esse lugar sagrado (cf. Lv 21,18-23). No entanto, são esses que devem ser os convidados para o “banquete”. Já percebemos que, aqui, Jesus já não está simplesmente a falar dessa refeição comida em casa de um fariseu, na companhia de gente distinta; mas está já a falar daquilo que esse “banquete” anuncia e prefigura: o banquete do “Reino”.
Jesus traça aqui, portanto, os contornos do “Reino”. Ele é apresentado como um “banquete”, onde os convidados estão unidos por laços de familiaridade, de irmandade, de comunhão. Para esse “banquete”, todos – sem excepção – são convidados (inclusive àqueles que a cultura social e religiosa tantas vezes exclui e marginaliza). As relações entre os que aderem ao banquete do “Reino” não serão marcadas pelos jogos de interesses, mas pela gratuidade e pelo amor desinteressado; e os participantes do “banquete” devem despir-se de qualquer atitude de superioridade, de orgulho, de ambição, para se colocarem numa atitude de humildade, de simplicidade, de serviço.

ATUALIZAÇÃO

Para a reflexão, considerar as seguintes linhas:

¨ Na nossa sociedade, agressiva e competitiva, o valor da pessoa mede-se pela sua capacidade de se impor, de ter êxito, de triunfar, de ser o melhor… Quem tem valor é quem consegue ser presidente do conselho de administração da empresa aos trinta e cinco anos, ou o empregado com mais índices de venda, ou o condutor que, na estrada, põe em risco a sua vida, mas chega uns segundos à frente dos outros… Todos os outros são vencidos, incapazes, fracos, olhados com comiseração. Vale a pena gastar a vida assim? Estes podem ser os objectivos supremos, que dão sentido verdadeiro à vida do homem?

¨ A Igreja, fruto do “Reino”, deve ser essa comunidade onde se torna realidade a lógica do “Reino” e onde se cultivam a humildade, a simplicidade, o amor gratuito e desinteressado. É-o, de fato?

¨ Assistimos, por vezes, a uma corrida desenfreada na comunidade cristã pelos primeiros lugares. É uma luta – para alguns de vida ou de morte – em que se recorre a todos os meios: a intriga, a exibição, a defesa feroz do lugar conquistado, a humilhação de quem faz sombra ou incomoda… Para Jesus, as coisas são bastante claras: esta lógica não tem nada a ver com a lógica do “Reino”; quem prefere esquemas de superioridade, de prepotência, de humilhação dos outros, de ambição, de orgulho, está a impedir a chegada do “Reino”. Atenção: isto talvez não se aplique só àquela pessoa da nossa comunidade que detestamos e cujo nome nos apetece dizer sempre que ouvimos falar em gente que só gosta de mandar e se considera superior aos outros; isto talvez se aplique também em maior ou menor grau, a mim próprio.

¨ Também há, na comunidade cristã, pessoas cuja ambição se sobrepõe à vontade de servir… Aquilo que os motiva e estimula são os títulos honoríficos, as honras, as homenagens, os lugares privilegiados, as “púrpuras”, e não o serviço humilde e o amor desinteressado. Esta será uma atitude consentânea com a pertença ao “Reino”?

¨ Fica claro, na catequese que Lucas hoje nos propõe, que o tipo de relações que unem os membros da comunidade de Jesus não se baseia em “critérios comerciais” (interesses, negociatas, intercâmbio de favores), mas sim no amor gratuito e desinteressado. Só dessa forma todos – inclusive os pobres, os humildes, aqueles que não têm poder nem dinheiro para retribuir os favores – aí terão lugar, numa verdadeira comunidade de amor e de fraternidade.

¨ Os cegos e coxos representam, no Evangelho que hoje nos é proposto, todos aqueles que a religião oficial excluía da comunidade da salvação; apesar disso, Jesus diz que esses devem ser os primeiros convidados do “banquete do Reino”. Como é que os pecadores notórios, os marginais, os divorciados, os homossexuais, as prostitutas são acolhidos na Igreja de Jesus?