Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

Para você entrar em nossos artigos click nas imagens nas laterais e encontrarás os lincks dos artigos postados.

Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

sábado, 30 de novembro de 2013



1º DOMINGO DO ADVENTO -  
01 de dezembro de 2013




“Vinde ... Deixemo-nos guiar pela luz do Senhor”


Leituras: 
Isaías 2, 1-5; 
Salmo 121 (122); 
Carta de São Paulo aos Romanos 13, 11-14a.

COR LITÚRGICA: ROXA

Reunindo todos os anseios da humanidade e de toda a criação por dias melhores, iniciamos o Tempo do Advento. Na perspectiva do Natal do Senhor, como acontecimento sempre novo e atual, vislumbramos vigilantes e esperançosos, a lenta e paciente chegada de seu Reino em nossa história. Com o Advento, abre-se para nós um tempo favorável de vigilância e conversão.

1. Situando-nos brevemente:

Neste domingo, iniciamos mais um Ano Litúrgico. Reunindo desejos, sonhos e utopias da humanidade por profundas transformações e dias melhores, manifestadas em veementes clamores em nossos dias, iniciamos o tempo do Advento. Como “memorial da esperança”, o advento alarga nossa vida para acolher o grande mistério da encarnação.

Na perspectiva do Natal e Epifania do Senhor, como acontecimentos sempre novos e atuais, vislumbramos vigilantes e esperançosos, a lenta e paciente chegada de seu Reino e sua manifestação em nossa vida e na história. O Senhor nos garante que, nesta espera, não seremos desiludidos, como nos lembra a antífona de entrada deste domingo.

A liturgia abre para nós um tempo favorável de vigilância e conversão, de retomada de nossas opções como discípulos daquele que sempre vem e cuja ação é libertadora, consoladora e salvífica.

Acendendo, neste domingo, a primeira vela da coroa do Advento, somos convidados a aguçar nossa atenção, acordarmos do sono da passividade para melhor percebermos os sinais da chegada do Reino no cotidiano e, mais despertos, nos levantarmos da acomodação, do individualismo e do consumismo que marcam nosso tempo e nos paralisam.

Por isso, pedimos, na oração inicial, que o Pai nos conceda ardente desejo de buscar o Reino e com nossas boas obras, acorrermos ao encontro do Senhor, cuja vinda nos alegra e salva como cantamos no salmo.

2. Recordando a Palavra

Neste dia do Senhor, iniciamos o Ano A, sendo conduzidos pelo evangelho segundo Mateus (Mateus em aramaico é “Mathaios” e em hebraico “Matatias”, nome que significa “dom de Deus”, “presente de Deus” para nós. Para compreendermos bem o primeiro evangelho, é bom sabermos um pouco do contexto em que foi escrito e como foi elaborado.

Quarenta anos após a morte de Jesus, depois da destruição do Templo e de Jerusalém (ano 70 d.C.), reunindo vários grupos de fariseus e escribas dedicados à pregação, houve uma Assembleia em Jamnia (Israel). Com a destruição ocorrida em toda a parte, para não perderam a identidade e a fé, escreveram o que era fundamental na organização, na crença e no viver judaicos.

Foi surgindo o judaísmo formativo cada vez mais legalista e excludente, devido aos conflitos com outros grupos, como os judeus cristãos da comunidade de Mateus. Esse judaísmo rabínico normativo deixou-nos como herança a frase de Simeão, o justo, que viveu antes de Cristo: “O mundo repousa sobre três pilares: o estudo da Palavra (Torá), a Liturgia (Avodab) e as obras de misericórdia (Hesed)”.

Esse grupo começou a perseguir os judeus cristãos espalhados em diversas comunidades na alta da Galiléia e na Síria. Aí estavam as comunidades de Mateus que escreveram, por essa época, o evangelho segundo Mateus para também afirmar sua identidade e guardar a memória revolucionária de Jesus e do mistério pascal.

A comunidade de Mateus compunha-se de cristãos de origem judaica pelo nascimento, pela educação, pela cultura e particularmente pelas tradições litúrgicas. Como seus antepassados acreditavam na “shekhinah” – santa presença de Deus que desce sobre o povo em oração, a comunidade cristã tem fé em Cristo presente em suas reuniões. Para estes cristãos, a nova Lei, a Palavra de Cristo, é regra de vida, como expressão verdadeira e universal da vontade de Deus.

A composição do primeiro evangelho é clara, estilo sóbrio e tom didático. Os dois primeiros capítulos formam a introdução, inspirada em Moisés. O corpo do evangelho se reparte ente o ministério na Galiléia (4-13) e em Jerusalém (14-28). Conclusão: A Páscoa da Libertação: Mt 26-28.

O evangelho segundo Mateus pode ser reconhecido como o novo Pentateuco: a nova lei anunciada em cinco conjuntos de pregações e narrativas, ou cinco livretos:

1)     “Gênesis” Mt 3-7: vinda do Reino de Deus e a sua justiça que liberta os pobres.
2)     “Êxodo” Mt 8-10: a justiça provoca conflitos.
3)     “Números” Mt 11, 1-13,52: o novo povo de Deus.
4)     “Levítico” Mt 13, 53-18,35: a vida definitiva do Reino.
5)     “Deuteronômio” Mt 19-25: novas relações: mulher/homem; adulto/criança; poderoso/servo...

O trecho do evangelho deste domingo (Mateus 24, 37-44) se insere no quinto livreto, denominado Deuteronômio. A palavra de Deus nos alerta o que permaneçamos atentos, acordados. Lembra o tempo de Noé (cf. Gn 6, 912), quando as pessoas não estavam atentas aos sinais dos tempos, e sobreveio a catástrofe do dilúvio; as catástrofes naturais são inesperadas. Assim será a vinda do Filho do Homem.

O Evangelho usa uma forma apocalíptica de falar sobre a vigilância constante que devemos viver. É preciso vigiar, pois nãos sabemos nem o dia, nem a hora em que virá o Senhor. É necessário estarmos constantemente preparados, como se estivéssemos no fim dos tempos, para não sermos surpreendidos, como por um ladrão. Neste primeiro domingo do Advento, o que o evangelho nos pede é vigilância ativa e prontidão.

Para compreender melhor o que o evangelho nos fala, temos a luz da primeira leitura. O profeta Isaías descreve sua visão sobre a plenitude da história, o final dos tempos: a casa do Senhor como o cume do mundo, todas as nações e povos numerosos reunindo-se aí; Deus mesmo instruindo o povo para que andem em seus caminhos e todos caminhando em suas sendas e em sua Lei.

As espadas e lanças transformadas em ferramentas de trabalhar a terra. Não haverá mais guerra e todos caminharão na Luz do Senhor. É a descrição da utopia do Reino escatológico, Reinado de Deus, esperança inabalável dos que servem a Deus.

O Salmo 121 (122) celebra a cidade de Jerusalém como centro de romarias. Jerusalém significa “cidade da paz”. Há um grande desejo de paz e bem para a cidade em dois aspectos: segurança para os que amam a cidade e para os que nela habitam. A palavra “shalom” tem um significado maior do que a ausência de guerra.

A carta aos Romanos nos fala que precisamos reconhecer o tempo em que vivemos, pois é hora de acordar. É madrugada e o dia já se aproxima. É necessário vestir a veste da luz e deixar as trevas. A salvação está chegando.

Não repitamos as ações do povo do tempo de Noé, como comilanças e bebedeiras, orgias e libertinagens, desonestidades, brigas, rivalidades e guerras. O convite é muito claro: revistemo-nos das obras do Senhor Jesus, o Messias. A vida cristã é dinamismo rumo à consumação do “dia do Senhor”, a vinda de Cristo.

3. Atualizando a Palavra

Iniciando o ano litúrgico, as leituras já nos apontam para o final: a vinda do Filho do Homem, e nos dão uma luz orientadora para nossa caminhada até sua chegada. O salmo nos ajuda a compreender quem é Senhor que nos mantém na caminhada: “Que Ele não deixe teu pé vacilar, que teu vigia não cochile! Não! Ele não cochila, nem dorme, o vigia de Israel”.

Nesta confiança, vamos permanecer vigilantes à espera do Senhor que vem, a cada dia, ao nosso encontro e de toda a comunidade. “acorramos com nossas boas obras ao encontro de Cristo que vem”, conforme rezamos hoje na oração do dia.

A visão de Isaías nos enche de esperança de vermos a humanidade toda vivendo sob a orientação do Senhor, andando em seus caminhos e Ele mesmo nos ensinando seu projeto. A sua Palavra julgará as nações e os povos, e todos, ouvindo sua voz, transformarão suas armas de guerra em instrumentos de trabalho.

Não mais haverá combates uns contra os outros. Toda a humanidade sairá das trevas do ódio, da injustiça, da competição e será guiada pela luz do Senhor. Para que esse final chegue, é urgente começar agora.

Nosso pedido ardente neste tempo é: Vem, Senhor Jesus! Ele já veio, vem e virá mostrar que é possível viver o projeto definitivo do Pai. Projeto comunitário, sociedade igualitária, de irmãos que vivem na justiça e na fraternidade. A nós cabe mudar a história da humanidade no momento atual para que “venha a nós” o Reino de Deus.

É com a globalização da solidariedade, do cooperativismo, da corresponsabilidade, conforme a convocação feita pelo Papa Francisco em Lampedusa, que poderemos “estar preparados para a hora que vem o Filho do Homem”:

“A cultura do bem-estar, que nos leva a pensar em nós mesmos, torna-nos insensíveis aos gritos dos outro, faz-nos viver como se fossemos bolas de sabão: estas são bonitas, mas não são nada, são pura ilusão do fútil, do provisório. Esta cultura do bem-estar leva à indiferença. Neste mundo da globalização, caímos na globalização da indiferença. Habituamo-nos ao sofrimento do outro, não nos diz respeito, não nos interessa, não é responsabilidade nossa!” (Publicados por www.ihu.unisinos.br/noticias/521786 - Noticias - terça, 09 de julho de 2013 “A globalização da indiferença nos tirou a capacidade de chorar”. O discurso do Papa Francisco em Lampedusa)

Que o Senhor nos encontre atentos, abertos e solidários ao sofrimento dos irmãos!

Hoje existem catástrofes provocadas por uns poucos que se sentem donos do mundo e do restante da humanidade. É preciso acordar para a questão ecológica, para o direito das águas, das plantas e dos animais. Mais ainda, acordar para os direitos dos pobres, das crianças, das mulheres, dos indígenas, dos sem água, sem terra e sem teto.

“Despertai-nos, Senhor, com a luz da vossa graça para percebemos a gravidade do momento e respondermos com prontidão ao vosso apelo” (Missal Dominical – Missal da assembléia cristã, São Paulo: Paulus, 1995, p.9)

4. Ligando a Palavra com ação litúrgica

Em cada celebração eucarística, o Pai nos faz passar das trevas para a luz de Cristo. Realizou-se ritual e sacramentalmente a vinda do Senhor, como advento intermediário, na comunhão de irmãos reunidos, na Palavra proclamada e nos sinais eucarísticos do pão e do vinho, até que sua vinda definitiva se realize plenamente e “todos vejam a salvação de nosso Deus”. Este é o grande motivo de nossa ação de graças e nossa ardente súplica até que seu Reino se estabeleça em toda terra.

Como peregrinos em travessia, seres inacabados em processo permanente de crescimento e maturação e, vivendo num mundo ainda não totalmente redimido, marcado por tantas discórdias, exclusões, guerras e desrespeito à vida, recebemos do Senhor, nesta celebração, o dom do seu Espírito. Ele nos mantém vigilantes, firmes, confiantes e insistentes, despojando-nos das atitudes e ações das trevas, para vestirmos as armas da luz.

É necessário continuar suplicando e nos comprometendo incansavelmente com a vinda do Reino de amor, de justiça, de inclusão, de igualdade, de solidariedade e de paz em nosso tempo.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013



O cultivo da vocação.

A vocação é um lindo presente de Deus para nós, pobres homens indignos de Sua misericórdia. Percebo que aqueles que são vocacionados trazem esta semente em seu coração desde todo sempre.
A partir da experiência do cultivo é que esta semente germinará ou não.
Gosto de pensar nas vocações como um jardim belíssimo que quanto mais zelado, mais belo fica e mais beleza produz.
Para mim, a vivência da vocação talvez seja um constante cultivo.
Sabemos que não existe beleza no jardim se não houver, antes todo um preparo, cuidado para acolher a semente.
A meu ver, assim é o processo de discernimento vocacional. Gosto de fazer esta comparação, pois é assim que vou assimilando o que Deus fez em minha história e poderá fazer na vossa se abrir largamente o seu coração para o que Deus tem preparado para você desde toda  eternidade.
Compreendo o fato de a terra ser a mesma, o sol e a água também os mesmos, mas cada flor trazer sua identidade própria quando nasce, pois o bom Deus tem para cada um de nós seu desígnio de amor. Daquela terra comum a todas, nascem flores,  rosas, vermelhas, brancas e azuis.
Como questionou o saudoso padre Léo, fico também analisando: “Quem colocou tinta na terra para que, do mesmo lugar, nasçam flores diferentes? Acaso a terra possui uma tinta especial que as colore? A resposta é óbvia. Já na essência da flor está determinado o tamanho que terá, qual cor a embelezará e quanto tempo existirá.
Além da flor temos outros exemplos, outras formas de ver o cultivo. Olhemos o coentro. Recordo-me com saudades de uma época em que meu único ofício era estudar. Era aula de horticultura e havíamos preparado leiras para plantarmos o coentro. Eu, animado, saí semeando aquelas bolinhas, mas havia feito algo errado, porque, antes de plantar o coentro, era necessário quebrar a semente para que ela nascesse mais rápido.
    “Gosto de pensar nas vocações como um jardim belíssimo que, quanto mais zelado, mais belo fica”
Foi um aprendizado simples, vivido há mais de  10 anos, período de minha vida de seminarista mas ele permanece vivo em mim, talvez porque tivesse algo mais importante para me ensinar sobre a vida.
Hoje, vejo que a vida traz muito disso, pois ela quebra as nossas cascas. Percebo minha vida de vocacionado desta forma.
Assim acontece a essência da flor, assim acontece com a semente do coentro quando se revela em sua totalidade.  Os passos certos vão desde a escolha da semente até o preparo do terreno.
Olhe o exemplo da roseira que produz belas rosas. Em determinado momento, é necessário que aconteçam podas, porque novas mudas de roseiras são feitas a partir de galhos quebrados colocados em outros lugares.
Que coisa bela é produzir beleza! Assim acontece com flores, hortaliças e mudas. Assim também acontece com as vocações na Igreja.
Há pessoas que precisam se deixar podar, deixar-se cortar, precisam ser “quebradas” para chegar à totalidade do que Deus quer de suas vidas.
As vocações são a beleza da Igreja. O que falar quando nos lembramos de uma Teresa de Calcutá , uma vocação dentro de uma vocação, do querido beato João Paulo II ou de Irmã Dulce? Como não dizer que eles cumpriram seu papel, foram fiéis à sua missão?
Pois bem, esta crônica serve apenas para questionar você sobre a missão que lhe foi confiada. Você tem desempenhado bem sua vocação?
O cantor Eugênio Jorge disse, há muitos anos, que somente os frutos recompensam a dor da poda.
Pense nisso


Amor exige responsabilidade


Banalizaram o amor! Aliás, o que hoje em dia, não foi banalizado?

Não olhamos mais algumas palavras com a devida profundidade, que elas por si mesmas, nos dizem. A troco de nada, frequentemente, ouvimos de qualquer um, a exclamação: “te amo”! Esboçamos um sorriso amarelado, e fica por isso mesmo. Meu Deus! Não nos causa nenhum impacto! Não muda o nosso dia! Nem dormimos pensando naquela pronuncia! Por que será? Você tem a resposta?
 Vamos analisar juntos esta situação, ajude-me.

Deixamo-nos acostumar com a superficialidade dos tempos modernos. Outrora até chegar na palavra amor era necessário passar por várias etapas. Hoje, perdeu-se todo o mistério que a palavra amor possui; até mesmo para iniciar um namoro, não existe mais as etapas de conhecimento, todo aquele mistério a ser desvelado pelo casal. Aos poucos, desvenda-se o clima gostoso de conquista, até chegar ao cume, o namoro. O primeiro beijo nascia depois que ambos conheciam-se bem. Deixamos a velocidade da tecnologia invadir nossos relacionamentos, os banalizando. Mas não pense que a palavra amor perdeu seu sentido profundo, o problema está em nossos sentidos, que amorteceram-se à beleza e não captam mais a riqueza da expressão.

Você pode dizer-me: “ah, apenas substituíram o verbo amar, pelo gostar no sentido do primeiro verbo!” E eu te pergunto: e o sentido do verbo amar onde ficou?

Quando eu quero perceber o sentido completo de alguma palavra, sua profundidade, procuro associá-la a alguma coisa concreto, ou seja, a uma situação que a defina bem. Por exemplo, quando penso na palavra amor, na minha mente visualizo a Cruz de Cristo, expressão maior do amor de Deus pela humanidade. Isto me faz refletir e pensar duas vezes antes de dizer que amo alguém.
    “O amor exige responsabilidade, requer doar-se ao outro, semelhante a Jesus que o fez na Cruz”
Preciso mortificar algumas atitudes, ou vontades para alcançar meu irmão através do amor. Seria inútil dizer que amo uma pessoa, e em sua primeira fraqueza julgá-la, virar o rosto para ela, e nem mais a dirigir a palavra. Eu questiono, isso é amor? Deixo você responder…
Um gesto concreto que podemos fazer é emprestar nossa língua para Deus amar as pessoas, assim veremos a força que tem as palavras: em minha adolescência, uma colega que eu não tinha muita intimidade, através de um elogio marcou minha vida. Lembro-me que eu tinha esses complexos de adolescente, em relação a minha imagem: vergonha do rosto, acne, orelha, nariz, dentes. Complexos que se não forem bem trabalhados acarretam problemas para toda a vida.
Em uma situação qualquer, sem jeito e, com muita timidez eu sorri. Ouvi dos lábios daquela garota que meu sorriso era lindo (Que sorriso lindo você tem!). Meu rosto se iluminou, essas palavras marcaram-me; desde então meu sorriso passou a ser largo, livre e sem complexos! Ela nem sabe disto. Posso garantir que Deus me amou em suas palavras. Ela emprestou a boca para Deus.
As palavras verdadeiras tem poder de transformar, como foi no meu caso, ou de destruir, por isso, convido você a compreender a força existente na palavras. Nosso olhar precisa ser minucioso em relação às palavras. Quiça interiorizá-las e refleti-las fosse um bom caminho. Desejo que seu “eu te amo” seja carregado de toda propriedade, que a própria palavra possui. Sempre elogie, você pode mudar o sentido de uma existência; se responsabilize por quem você diz que ama.

Graça e Paz
Pensamentos

Remover Lembranças



Certas pessoas precisam urgentemente remover lembranças, dores, mágoas, orgulho ferido, e até algumas pessoas do seu dia a dia…
Uma limpeza radical em sentimentos e relacionamentos, que poderá finalmente, permitir que viva plenamente.
Aproveita hoje e tire tudo que não te serve mais, de sua cabeça, do seu coração.
RESOLVA-SE. ACEITE-SE.
QUER SER FELIZ? AME-SE, ACEITE-SE E PERDOE SEMPRE.
Não aceite que te tratem mal, que te pisem, ou te humilhem, SEJA HUMILDE, mas, nunca aceite a humilhação gratuita.
Pare de querer mudar as pessoas e consolar quem não quer ser consolado.
MUDE TUDO NA SUA VIDA se não está dando certo porque insistir?
Tenha coragem, diga sim para a vida, mas… diga com a certeza de que você, e somente você, pode agora mesmo determinar UM NOVO RUMO, UMA NOVA ESTRADA.


Fraco com os fracos.
I Cor 9,15-23


“Fiz-me tudo para todos a fim de ganhar alguns a todo o custo.” (I Cor 9, 22)

Creio que é um provérbio oriental: “Antes de julgares o teu vizinho, experimenta andar com os teus sapatos durante uma semana”! Isto é, se ele tiver sapatos! Não sei como nascem os preconceitos, mas todos conhecemos os seus efeitos nefastos e o quanto dificultam uma serena procura da verdade. Alguns permanecem enraizados muito tempo, outros propagam-se pela força ou pela manipulação, a que nem as religiões ficaram imunes. Que difícil é olhar os olhos de alguém e reconhecer um irmão, independentemente de muitas das suas opções, das vestes que escolheu ou o obrigaram a vestir.
É um risco colocarmo-nos na “pele” de alguém. Tentar ver o mundo a partir dos seus olhos, assumir a sua história, acolher as suas dores e alegrias, respeitar a sua sinceridade, é uma tarefa imensa. E é tão fundamental para nos podermos chamar humanos!
Senti o incômodo com que facilmente se julgam pessoas sem procurar conhecer. Ecoavam em mim as palavras de S. Paulo: “Fiz-me fraco com os fracos…fiz-me tudo para todos…”.
Esta é a conseqüência da encarnação de Jesus: nada do que é humano lhe é estranho. Ele é o Deus cheio de compaixão, que escuta os lamentos de Jó e pega na mão da sogra de Pedro para a levantar, que cura muitas pessoas e expulsa demônios, mas que também busca a intimidade com o Pai e tem o desejo de levar a outros o dom do seu amor.
Tem palavras que libertam porque é próximo e íntimo de cada um. Ama sem julgar, perdoa sem castigar, salva sem cobrar nada. A sua presença é experiência de comunhão com os fracos. Sim, Paulo aprendeu de Jesus que o caminho do Evangelho é fazer-se fraco com os fracos! Porque a lógica da força oprime e destrói, gera orgulho e violência, distingue e exclui. Que bom não sermos “donos” de Deus, e Ele gostar tanto de nos surpreender!
Que alegria saber que Ele calça os meus sapatos, e conhece os meus caminhos! Que esperança é acreditar que o seu conhecer-me é amar-me!
             
             Pe. Emílio Carlos+
             em Reflexões em Gotas- Ed. Com Deus
                    

Pérola do dia:

Sucesso




Sonhos não nascem de indiferença, de indolência ou de falta de ambição.
Lembre-se de que todos os que venceram na vida começaram mal e que travaram muitas lutas ante de “chegar”.
O ponto decisivo na vida dos que têm sucesso ocorre geralmente no momento de alguma crise, através da qual ele são apresentados a seus “outros eus”.
Há uma diferença entre desejar uma coisa e estar pronto para recebê-la.
Ninguém está pronto para alguma coisa, até que acredite que pode adquiri-la.
O estado de espírito, tem que ter fé, e não simplesmente esperança ou anseio.
A mente aberta é essencial para a realização dos nossos sonhos.
Mentes fechadas não inspiram fé, e ainda menos coragem e crença em alguma coisa.


 – “Os sinais do reino de Deus.

 – Lucas 21,29-33

Jesus no dá o exemplo da figueira para que não nos deixemos ficar alienados (as), mas alertas e atentos aos sinais do reino de Deus. 
O reino dos céus é construído sutilmente dentro de nós, no nosso dia a dia, na nossa caminhada com Jesus  apesar de quase não percebermos. Por isso, Jesus nos ensina a compreendermos os sinais do reino de Deus assim como compreendemos o aspecto das coisas que vivenciamos. 
Há certos sinais que são visíveis para nós aqui na terra: ventania, nuvens carregadas de chuvas, calor forte, o tempo propício para colher os frutos etc., etc. 
Assim também há os sinais de que o reino dos céus está próximo. Estes sinais se manifestam dentro de nós e cada um de nós pode perceber: coração grato, alegre, em paz, amor aos irmãos, desejo de santidade, misericórdia, perdão. 
Quando você percebê-los em si mesmo, saiba que o reino de Deus está próximo, isto é, Jesus está em você, agindo, atuando e o Espírito Santo se manifesta no seu coração. 
Um novo céu e uma nova terra começam a acontecer em nós, hoje, quando praticamos a Palavra do Senhor. Pela Sua Palavra Jesus vem nos dar nova direção para que possamos desde já, viver o Seu reino aqui na terra. 
O céu e a terra visíveis, um dia passarão. 
O mundo será renovado e o reino de Deus definitivamente será estabelecido quando Jesus voltar, porém, desde já, agora, nós podemos “ver” os seus sinais dentro do nosso coração.  

  •  - Você sabe diagnosticar o que se passa dentro do seu coração? 
  • – Quais os sentimentos que mais fazem vida em você? 
  •  – Onde está o reino de Deus?
  •  – Quais são os sinais de que o reino de Deus está perto de você? 
  • – Como o reino de Deus pode acontecer dentro do coração do homem?

quinta-feira, 28 de novembro de 2013



A vida orante fortalece a fé.

Mateus 6,7-15

“Quando vocês rezarem, não usem muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por causa do seu palavreado” (Mt 6,7).
Precisamos orar assim como precisamos respirar.
A Palavra de Deus é sempre nova e através dela o Senhor nos ensina como nos dirigir ao Pai. Precisamos ter retidão e vida de oração: sermos orante sempre.
É preciso silenciar o nosso coração para que o Senhor possa agir. Os “ruídos interiores” (preocupações, medos, apegos, ansiedade, situações mal resolvidas, falta de perdão) nos prejudicam não permitem estarmos em sintonia com Deus e indicam que algo não vai bem. Porém, a palavra-chave para quem busca e quer transformar a intimidade em oração e saber quais são os barulhos que há dentro de si é: Perseverar.
A vida orante fortalece a fé. E com uma fé amadurecida e forte enfrenta-se tudo e todos.
Pela oração constante estabelece-se com Deus profunda intimidade e a partir dela somos levados a moções: situações da nossa vida que nos levam para perto do Senhor, aquilo que nos conduz a Ele, que nos faz amar mais, perdoar mais. No entanto, quando estamos mergulhados nos ruídos interiores, há o ardil: situações que nos afastam de Deus e nos deviam de Seus caminhos.
Persevere. Não desista de orar. Ore até Deus colocar em seu coração a certeza da vitória. Transforme os ruídos interiores em perseverança, em oração.Abra o coração, fale com o Senhor, seja insistente na oração, esteja aberto a Sua vontade, aguarde a Providência Divina no momento certo da sua vida, chame a Deus de Pai, Pai Nosso...

Pe.Emílio Carlos+
em Reflexões em Gotas-Ed.Com Deus

Pérola do dia:

EU APRENDI…


 Que eu não posso exigir o amor de ninguém.
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência para que a vida faça o resto;
Que não importa o quanto certas coisas são importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e jamais conseguirei convencê-las;
Que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos.
 
EU APRENDI…que posso usar meu charme por apenas 15 minutos; depois disso, preciso saber do que estou falando;
Que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida;
Que, por mais que você corte um pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos de nosso caminho.

EU APRENDI …Que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência;
Que posso ir além dos limites que eu próprio me coloquei;
Que eu preciso escolher entre controlar meu pensamento ou ser controlado por ele.

aqui-daniel-na-cova-dos-leoes “ Na cova com os leões ”

 Daniel 6, 12-28

Posto à prova e, confiando na intervenção de Deus, Daniel teve a sua vida salva das garras dos leões. 
Ele não precisou se atemorizar nem tampouco suplicar por clemência, apenas esperou firmemente em Deus que, assim, “enviou seu anjo e fechou a boca dos leões”.  
Por esse motivo o rei Dario tomou a firme resolução de assumir e professar que o Deus de Daniel “é o Deus vivo que permanece para sempre, seu reino não será destruído e seu poder durará eternamente; ele é o libertador e salvador, que opera sinais e maravilhas no céu e na terra. 
Foi ele quem salvou Daniel das garras dos leões!” Foi a perseverança de Daniel em prestar culto a Deus mesmo tendo sido proibido pelos decretos reais que fez com que o rei Dario revogasse as suas decisões.  
A nossa perseverança na oração e a nossa confiança na intervenção do Senhor também fechará a boca dos leões a quem, também hoje, nós temos que enfrentar. 
Os reis de hoje, também, procuram nos impor decretos que ferem a nossa consciência.  Se permanecermos firmes nas nossas convicções, com certeza, estaremos seguros na hora das grandes decisões.   
O nosso testemunho coerente e estável da certeza no cumprimento das promessas de Deus, também será um referencial para que os que nos tentam subornar, voltem atrás e aprendam conosco a enxergar a verdade. 
Seremos salvos (as) das garras dos leões na medida em que soubermos enfrentá-los sem temor confiando em que o Senhor nos enviará um “anjo”  para nos socorrer.

  • Você já passou por alguma situação dessas?
  •  Quem foi o anjo que (a) salvou?
  •  Você já foi instrumento para a conversão de alguém?
  •  Como você tem enfrentado os “reis” e os “leões”?
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 “ Tempo de vigilância.”

 Lucas 21, 20-28 –

Neste Evangelho, o próprio Jesus é quem nos esclarece quando diz: “Quando estas coisas começarem a acontecer,  levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”.  
Não podemos mudar os prognósticos de Jesus, todos esses fatos já estão acontecendo. 
A maioria das pessoas se apavora quando ouve falar dessas profecias, porém, os que têm a percepção dos ensinamentos evangélicos, compreendem que as palavras de Jesus nos edificam e ajudam a manter a esperança na nossa libertação. 
O mundo à nossa volta se angustia e sofre, realmente, como uma mulher com as dores do parto, no entanto, isto é prenúncio de libertação. 
Prenuncia-se o tempo do Advento, tempo de espera e arrependimento. Ocasião propicia para que estejamos conscientes das nossas ações e atentos (as) ao que podem significar as coisas que acontecem ao nosso redor. 
Jesus nos adverte dos fenômenos que acontecerão no mundo e com as pessoas, antes da Sua vinda gloriosa. Se prestarmos atenção, muitos sinais já se fazem notar hoje, no mundo. 
libertarJesus já veio como homem e chegou para nós por meio do seio de Maria, se entregou por nós, foi crucificado, morto e ressuscitado para a nossa Salvação. 
Um dia ele voltará numa nuvem com grande poder e glória. Será um dia tremendo! 
Este é um tempo excelente para que possamos assumir o nosso posto de guardiões da fé, sem temor, na certeza de que o tempo da libertação se aproxima e deixando que o Natal de Jesus aconteça primeiro no nosso coração.
  •  - Qual é a percepção que você tem das palavras de Jesus? 
  • -  Você se atemoriza quando ouve falar desses acontecimentos?
  •  – O que você vê acontecer no mundo, hoje, já confirma isto? 
  • – Jesus já veio para você? 
  • – Qual a sua expectativa diante de mais um Natal que se aproxima? 


BILHETE DE EVANGELHO.

01º Domingo do Advento - Ano A
Vigiai! Vigilantes e reorientar a nossa espera.


Aos homens sem armas, Deus promete a vitória da Paz. Um homem desarmado é um homem vulnerável… mas ele pode também desarmar os violentos que lhe fazem face. Jesus veio precisamente desarmar os homens. Apresenta-Se como “Príncipe da Paz”. Proclama felizes os construtores de Paz, porque a Paz é uma obra: faz-se a Paz, infelizmente também se faz a guerra. Neste período da nossa história marcado pela violência, apresentemo-nos sem armas: apenas com a da reconciliação, dando um passo; a do diálogo, escutando e falando; a do respeito, olhando e ousando falar; a da solidariedade, estendendo a mão… Os desarmados não são gente que baixa os braços dizendo: “nunca se conseguirá!” A vitória é-lhes assegurada pelo próprio Deus: “Glória a Deus e paz na terra aos homens por Ele amados!”
Vigiai! Para esperar o quê? Ou quem? Que esperamos concretamente? Vigiai! Como no tempo de Noé ou de Jesus, estamos absorvidos por tantos interesses! Vigiai!
A vida é curta! Paulo indica-nos alguns meios muito práticos para ficar vigilantes e reorientar a nossa espera.
Vigiai! Em tempo de Advento, em cada dia da semana que nos é dada para viver!
VIGÍLIA: A oração na noite é uma originalidade cristã, como testemunham já os Atos a propósito da prisão de Pedro (12,12), depois de Paulo e de Silas (16,25), e a propósito do encontro de Troas (20,7). Por volta de 250, um regulamento de comunidade (“Tradição Apostólica” 41) justificava a vigília pela parábola do cortejo nupcial e o convite de Cristo a vigiar (Mt 25,6.13), para acrescentar: “os antigos que transmitiram a tradição ensinaram-nos assim que a esta hora toda a criação repousa um momento para louvar o Senhor: os astros, as árvores, as águas e todos os anjos, com as almas dos justos. Eis porque aqueles que crêem devem apressar-se em rezar a esta hora”. Do século IV veio-nos o testemunho de São Basílio de Cesareia: “Entre nós, durante a noite, o povo levanta-se para se dirigir à casa de oração. Depois de passar a noite numa salmodia repartida em vários coros e na qual intercalam orações, quando o dia começa já a aparecer, todos juntos, numa só boca e num só coração, fazem subir para o Senhor o salmo da confissão”.
SIÃO: É a antiga denominação do lugar de Jerusalém, antes da instalação dos Hebreus. Em sentido estrito, este nome designa a colina sul da cidade, mas foi estendido em seguida a toda a cidade (2Re 19,31). E aplicado, em particular, ao lugar do templo (Is 2,3, primeira leitura deste domingo), como lugar da presença de Deus (Am 1,2). A população da cidade era chamada “Filha de Sião”, como é indicado pelos Evangelhos para a entrada de Jesus em Jerusalém (Mt 21,5 e Jo 12,15, que citam Zac 9,9 e Is 62,11). Nas visões cristãs do mundo que virá, o monte Sião é transposto para o céu, para a grande reunião da multidão dos eleitos (os 144.000 segundo Ap 14,1), na cidade celeste do Deus vivo (Heb 12,22). Antigas tradições cristãs situavam igualmente nesta mesma colina de Sião, o local (chamado cenáculo) no qual Jesus tinha celebrado a Ceia e que se considerava também como o lugar onde se encontravam os apóstolos no Pentecostes (Ac 2,1). Nesta compreensão, Sião era, pois, o lugar de nascimento da Igreja. Na liturgia, isso orientou a compreensão dos salmos, que evocam Sião e a sua aplicação à Igreja.



01º Domingo do Advento - Ano A


“O Senhor vem! A noite vai adiantada e o dia está próximo”.

A liturgia deste domingo apresenta um apelo veemente à vigilância.
O cristão não deve instalar-se no comodismo, na passividade, no desleixo, na rotina; mas deve caminhar, sempre atento e sempre vigilante, preparado para acolher o Senhor que vem e para responder aos seus desafios.
A primeira leitura convida os homens – todos os homens, de todas as raças e nações – a dirigirem-se à montanha onde reside o Senhor… É do encontro com o Senhor e com a sua Palavra que resultará um mundo de concórdia, de harmonia, de paz sem fim.

A segunda leitura recomenda aos crentes que despertem da letargia que os mantém presos ao mundo das trevas (o mundo do egoísmo, da injustiça, da mentira, do pecado), que se vistam da luz (a vida de Deus, que Cristo ofereceu a todos) e que caminhem, com alegria e esperança, ao encontro de Jesus, ao encontro da salvação.

O Evangelho apela à vigilância. O crente ideal não vive mergulhado nos prazeres que alienam, nem se deixa sufocar pelo trabalho excessivo, nem adormece numa passividade que lhe rouba as oportunidades; o crente ideal está, em cada minuto que passa, atento e vigilante, acolhendo o Senhor que vem, respondendo aos seus desafios, cumprindo o seu papel, empenhando-se na construção do “Reino”.

LEITURA I – Is 2,1-5

O texto de Is 2,2-4 encontra-se – com algumas variantes e uma adição – em Mi 4,1-3, o que parece favorecer a hipótese de uma fonte comum, anterior a Isaías e a Miqueias, na qual os redatores dos dois livros se teriam inspirado (embora haja quem defenda, mais simplesmente, que o texto original é de Isaías e que Miqueias apenas o reproduziu com variantes).
Pelo conteúdo estamos, provavelmente, diante de um oráculo inspirado nas grandes movimentações de peregrinos que, por alturas das festas, sobem para Jerusalém. Imaginemos, como hipótese, que o poeta contempla desde o monte Sião a chegada das caravanas israelitas que acorrem em peregrinação para celebrar uma festa popular – por exemplo, a festa das Tendas… Ele nota que essas caravanas procedem de todas as partes do território habitado pelo Povo de Deus; vê-las convergir para a cidade santa, subir pela colina em direção ao Templo onde reside Deus; à medida que se aproximam, o poeta ouve distintamente os “cânticos de ascensão” com que os peregrinos saúdam o Senhor e pedem a paz para Jerusalém e para toda a nação… Subitamente, na fantasia do poeta, a cena transforma-se: ele vê, num futuro sem data definida, uma multidão de povos de todas as raças e nações que, atraídas por Jahwéh, se dirigem ao encontro da salvação de Deus. É, provavelmente, um “sonho” destes que dá origem a este oráculo escatológico. Estamos diante de um dos oráculos mais inspirados, mais profundos e mais bonitos de todo o Antigo Testamento.

O nosso oráculo é o poema da paz universal e da convergência de todos os povos à volta de Deus.
Na visão do profeta, o “monte do Senhor” (o monte do Templo) eleva-se e transforma-se no centro do mundo, sobressaindo entre todos os montes, não por ser o mais alto, mas por ser a morada de Jahwéh (vers. 2a.b). De todas as partes do mundo vêem-se convergir caravanas de povos e de nações que avançam, confluem e sobem montanha acima, ao encontro do Senhor (vers. 2c-3a)… Quem foi que os convocou, que força os atrai?
A resposta está no próprio cântico que acompanha a caminhada de toda esta gente: eles vêm atraídos pela força irresistível da Palavra de Deus; querem conhecer o ensinamento (Torah) e ser instruídos nos caminhos de Jahwéh (vers. 3b.c.d.e). A Palavra salvadora e libertadora de Jahwéh atrai e agarra todos os povos que percorrem os caminhos do mundo, lança-os num movimento único e universal, reúne-os à volta de Deus.
À medida que todos se juntam à volta de Deus, escutam a sua Palavra e aprendem os seus caminhos, as divisões, as hostilidades, os conflitos da humanidade vão-se desvanecendo. Primeiro, eles aceitam a arbitragem justa e pacífica de Deus (vers. 4a); depois, compreendem que não são necessárias armas: as máquinas de guerra transformam-se em instrumentos pacíficos de trabalho e de vida (vers. 4b.c.d). Do encontro com Deus e com a sua Palavra, resulta a harmonia, o progresso, o entendimento entre os povos, a vida em abundância, a paz universal.
Este quadro é o reverso de Babel… Na história da torre de Babel (cf. Gn 11,1-9), os homens escolheram o confronto com Deus, o orgulho e a auto-suficiência; e isso conduziu à divisão, ao conflito, à confusão, à falta de entendimento, à dispersão… Agora, os homens escolheram escutar Deus e seguir os caminhos indicados por Ele; o resultado é a reunião de todos os povos, o entendimento, a harmonia, o progresso, a paz universal. Quando se realizará esta profecia?

ATUALIZAÇÃO

Para a reflexão pessoal, considerar os seguintes elementos:

• O sonho do profeta começa a realizar-se em Jesus. Ele é a Palavra viva de Deus, que Se fez carne e que veio habitar no meio de nós, a fim de trazer a “paz aos homens” amados por Deus (cf. Lc 2,14); da escuta dessa Palavra, nasce a comunidade universal da salvação, aberta a todos os povos da terra (cf. Act 2,5-11), de que fala a leitura que nos é proposta. Se é verdade que todo o processo tem a marca da iniciativa divina, também é verdade que o homem tem de responder positivamente à acção de Deus: tem de escutar essa proposta, acolhê-la no coração e na vida, partir ao encontro de Deus (a nossa leitura fala de uma peregrinação à montanha sagrada). Estamos a começar o tempo de preparação para acolher Jesus (Advento) e a proposta de salvação que, através d’Ele, o Pai quer fazer aos homens: estamos dispostos a ir ao seu encontro, a acolhê-l’O, a escutar a sua Palavra, a aderir a essa proposta de vida que Ele veio fazer?

• Um olhar, ainda que desatento, ao mundo que nos rodeia, revela que estamos muito longe dessa terra ideal de justiça e de paz, construída à volta de Deus e da sua Palavra – apesar de Jesus, a Palavra viva de Deus, ter vindo ao nosso encontro há já dois mil anos… O que é que está a impedir ou, pelo menos, a atrapalhar a chegada desse mundo de justiça e de paz? Nisso, eu não terei a minha parte de responsabilidade? Que posso eu fazer para que o sonho de Isaías – o sonho de todos os homens de boa vontade – se concretize?

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 121 (122)

Refrão: Vamos com alegria para a casa do Senhor.

Alegrei-me quando me disseram:
«Vamos para a casa do Senhor».
Detiveram-se os nossos passos
às tuas portas, Jerusalém.

Para lá sobem as tribos, as tribos do Senhor,
segundo costume de Israel, para celebrar o nome do Senhor;
ali estão os tribunais da justiça,
os tribunais da casa de David.

Pedi a paz para Jerusalém:
«Vivam seguros quantos te amam.
Haja paz dentro dos teus muros,
tranquilidade em teus palácios».

Por amor de meus irmãos e amigos,
pedirei a paz para ti.
Por amor da casa do Senhor,
pedirei para ti todos os bens.

LEITURA II – Rom 13,11-14

Quando Paulo redige a Carta aos Romanos, está em Corinto, no termo da sua terceira viagem missionária… Prepara-se para partir para Jerusalém com o produto da coleta que organizou na Macedônia e na Acaia em benefício dos “santos de Jerusalém que estão na pobreza” (1 Cor 16,1; cf. Rom 15,25-26). Paulo acha que terminou a sua missão no oriente (cf. Rom 15,19-20) e quer, agora, levar o Evangelho ao ocidente. Estamos no ano 57 ou 58.
O pretexto da carta é preparar a ida de Paulo a Espanha (cf. Rom 15,24)… Na realidade, Paulo aproveita para contatar a comunidade de Roma e para apresentar aos romanos (e aos crentes, em geral) os principais problemas que o preocupam… Estamos numa altura em que o perigo da divisão ameaça a Igreja: de um lado estão as comunidades de origem judeo-cristã e de outro as comunidades pagano-cristãs; uns e outros têm algumas dificuldades de entendimento e há um perigo real de cisão. Paulo escreve, então, sublinhando a unidade da fé e chamando a atenção para a igualdade fundamental de todos – judeo-cristãos e pagano-cristãos – no processo da salvação.
A primeira parte da Carta aos Romanos (cf. Rom 1,18-11,36) é de carácter dogmático e procura mostrar que o Evangelho é a força que congrega e que salva todo o crente; a segunda parte (cf. Rom 12,1-15,13) é de caráter prático e exorta judeo-cristãos e pagano-cristãos a viver no amor.
O texto que hoje nos é proposto pertence à segunda parte da carta. Depois de exortar os cristãos que pertencem à comunidade de Roma ao amor mútuo (cf. Rom 13,8-10), Paulo pede-lhes que estejam vigilantes e preparados, a fim de acolher o Senhor que vem.

Referindo-se à “hora” que os cristãos estão a viver, Paulo pede-lhes que se levantem “do sono, porque a salvação está mais perto”. Ao dizer que a salvação está perto, o que é que Paulo está a sugerir?
Paulo pensava, certamente, na vinda mais ou menos iminente de Jesus Cristo, a fim de concluir a história da salvação; no entanto, a ausência de especulações apocalípticas mostra claramente que o interesse de Paulo não é no “quando” e no “como”, mas no significado e nas consequências dessa vinda. O fato que aqui interessa é, portanto, que os cristãos estão a viver os “últimos tempos” (que começaram quando Jesus deixou o mundo e encarregou os discípulos de serem testemunhas da salvação diante dos homens) antes da vinda de Jesus… Quais as consequências disso?
Antes de serem batizados, os cristãos viviam nas trevas e a sua vida estava pontuada pelo egoísmo (excessos de comida e de bebida, devassidões, libertinagens, discórdias e ciúmes); mas, com o batismo, eles nasceram para uma nova realidade… É para essa realidade de uma vida nova, liberta do egoísmo e do pecado, que eles devem acordar definitivamente, enquanto esperam o Senhor que vem: quando o Senhor chegar, deve encontrá-los despidos do velho mundo das trevas; e deve encontrá-los atentos e preparados, revestidos dessa vida nova que Cristo lhes ofereceu, vivendo na fé, no amor, no serviço.
Fundamentalmente, há aqui um convite a que os crentes vivam este “tempo” como um tempo último e definitivo, que tem de ser um tempo de caminhada ao encontro de Jesus Cristo e ao encontro da salvação.

ATUALIZAÇÃO

Considerar as seguintes questões:

• A questão fundamental que está em jogo neste texto é a da conversão: os crentes são convidados a deixar a vida das trevas e embarcar, decididamente, na vida da luz… As “trevas” caracterizam essa realidade negativa que produz mentira, injustiça, opressão, medo, cobardia, materialismo (e que é uma realidade que toca tantas vezes, direta ou indiretamente, a nossa existência); a “luz” é a realidade de quem vive na dinâmica de Deus… Falar de “conversão” implica falar de uma transformação profunda das estruturas e dos corações… Quais são, na sociedade, as estruturas que são responsáveis pelas “trevas” que envolvem a vida de tantos homens? O que é que na Igreja é menos “luminoso” e necessita de conversão? O que é que em mim próprio é necessário transformar com urgência?

• Quase todos nós somos pessoas razoáveis e sérias e não andamos todos os dias em bebedeiras, devassidões, libertinagens e discórdias; mas, apesar da nossa bondade e seriedade, é possível que o cansaço, a monotonia, a preguiça nos adormeçam, que caiamos na indiferença, na inércia, na passividade, no comodismo; é possível que deixemos correr as coisas e que esqueçamos os compromissos que um dia assumimos com Jesus e com o “Reino”… É para nós que Paulo grita: “acordai!; renovai o vosso entusiasmo pelos valores do Evangelho; é preciso estar preparado – sempre preparado – para acolher o Senhor que vem”.

• Há também, neste texto, um convite à esperança: “o Senhor vem! A noite vai adiantada e o dia está próximo”. Deus não nos abandona; Ele continua a vir ao nosso encontro e a construir conosco esse mundo novo de justiça e de paz… Por muito que nos assustem as trevas que envolvem o mundo, a presença de Deus garante-nos que a injustiça, a exploração, a morte não são o final inevitável: a última palavra que a história vai ouvir é a Palavra libertadora e salvadora de Deus.

ALELUIA – Salmo 84,8

Aleluia. Aleluia.

Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia
e dai-nos a vossa salvação.
 
EVANGELHO – Mt 24,37-44

Os capítulos 24 e 25 do Evangelho segundo Mateus apresentam o último grande discurso de Jesus antes da sua paixão e morte. Para compô-lo, Mateus reelaborou o chamado “discurso escatológico” de Marcos (cf. Mc 13), ampliando-o e mudando substancialmente o tema central: se no discurso transmitido por Marcos a questão principal é a dos sinais que precederão a destruição de Jerusalém e do Templo, no discurso reelaborado por Mateus a questão central é a da vinda do Filho do homem e das atitudes com que os discípulos devem preparar a dita vinda.
Esta mudança de perspectiva pode explicar-se a partir da situação em que vivia a comunidade de Mateus e com as suas necessidades. Estamos na década de 80. Passaram dez anos sobre a destruição de Jerusalém e ainda não aconteceu a segunda vinda de Jesus. Os crentes estão desanimados e desiludidos… O evangelista contempla com preocupação os sinais de abandono, de desleixo, de rotina, de esfriamento que começam a aparecer na comunidade e sente que é preciso renovar a esperança e levar os crentes a comprometer-se na história, construindo o “Reino”. Nesta situação, Mateus descobre que as palavras de Jesus encerram um profundo ensinamento e compõe com elas uma exortação dirigida aos cristãos. Esta exortação fundamenta-se numa profunda convicção: a vinda do “Filho do homem” é um fato certo, ainda que não aconteça em breve; enquanto não chega o momento, é preciso preparar este grande acontecimento, vivendo de acordo com os ensinamentos de Jesus.
A linguagem destes capítulos é estranha e enigmática… Trata-se, no entanto, de um gênero usado com alguma frequência por alguns grupos judeus e cristãos da época de Jesus. É a linguagem “apocalíptica”, porque o seu objetivo é “revelar algo escondido” (“apocaliptô). Em muitas ocasiões, esta revelação é dirigida a comunidades que vivem numa situação de sofrimento, de desespero, de perseguição; o objetivo é animá-las, dar-lhes esperança, mostrar-lhes que a vitória final será de Deus e dos que lhe forem fiéis.

Para Mateus, a vinda do Senhor é certa, embora ninguém saiba o dia nem a hora (cf. Mt 24,36); aos crentes resta estar vigilantes, preparados e ativos… Para transmitir esta mensagem, Mateus usa três quadros…
O primeiro (vers. 37-39) é o quadro da humanidade na época de Noé: os homens viviam, então, numa alegre inconsciência, preocupados apenas em gozar a sua “vidinha” descomprometida; quando o dilúvio chegou, apanhou-os de surpresa e impreparados… Se o “gozar” a vida ao máximo for para o homem a prioridade fundamental, ele arrisca-se a passar ao lado do que é importante e a não cumprir o seu papel no mundo.
O segundo (vers. 40-41) coloca-nos diante de duas situações da vida quotidiana: o trabalho agrícola e a moagem do trigo… Os compromissos e trabalhos necessários à subsistência do homem também não podem ocupá-lo de tal forma que o levem a negligenciar o essencial: a preparação da vinda do Senhor.
O terceiro (vers. 43-44) coloca-nos frente ao exemplo do dono de uma casa que adormece e deixa que a sua casa seja saqueada pelo ladrão… Os crentes não podem, nunca, deixar-se adormecer, pois o seu adormecimento pode levá-los a perder a oportunidade de encontrar o Senhor que vem.
A questão fundamental é, portanto, esta: o crente ideal é aquele que está sempre vigilante, atento, preparado, para acolher o Senhor que vem. Não perde oportunidades, porque não se deixa distrair com os bens deste mundo, não vive obcecado com eles e não faz deles a sua prioridade fundamental… Mas, dia a dia, cumpre o papel que Deus lhe confiou, com empenho e com sentido de responsabilidade.

ATUALIZAÇÃO

A reflexão deste texto pode partir dos seguintes dados:

• O que é que significa para nós “estar vigilantes”, “estar atentos”, “estar preparados” para acolher o Senhor? Significa ter a “alminha” na “graça de Deus” para que, se a morte chegar de repente, Deus não consiga encontrar em nós qualquer pecado não confessado e não tenha qualquer razão para nos mandar para o inferno? Significa, fundamentalmente, acolher todas as oportunidades de salvação que Deus nos oferece continuamente… Se Ele vem ao meu encontro, me desafia a cumprir uma determinada missão e eu prefiro continuar a viver a minha “vidinha” fácil e sem compromisso, estou a perder uma oportunidade de dar sentido à minha vida; se Ele vem ao meu encontro, me convida a partilhar algo com os meus irmãos mais pobres e eu escolho a avareza e o egoísmo, estou a perder uma oportunidade de abrir o meu coração ao amor, à alegria, à felicidade…

• O Evangelho que nos é proposto apresenta alguns dos motivos que impedem o homem de “acolher o Senhor que vem”… Fala da opção por “gozar a vida”, sem ter tempo nem espaço para compromissos sérios (quanta gente, ao domingo, tem todo o tempo do mundo para dormir até ao meio dia, mas não para celebrar a fé com a sua comunidade cristã); fala do viver obcecado com o trabalho, esquecendo tudo o mais (quanta gente trabalha quinze horas por dia e esquece que tem uma família e que os filhos precisam de amor); fala do adormecer, do instalar-se, não prestando atenção às realidades mais essenciais (quanta gente encolhe os ombros diante do sofrimento dos irmãos e diz que não tem nada com isso: é o governo ou o Papa que têm que resolver a situação)… E eu: o que é que na minha vida me distrai do essencial e me impede, tantas vezes, de estar atento ao Senhor que vem?

• Neste tempo de preparação para a celebração do nascimento de Jesus, sou convidado a recentrar a minha vida no essencial, a redescobrir aquilo que é importante, a estar atento às oportunidades que o Senhor, dia a dia, me oferece, a acordar para os compromissos que assumi para com Deus e para com os irmãos, a empenhar-me na construção do “Reino”… É essa a melhor forma – ou melhor, a única forma – de preparar a vinda do Senhor.