Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

Para você entrar em nossos artigos click nas imagens nas laterais e encontrarás os lincks dos artigos postados.

Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Grande paz para os que amam a tua lei.

Com razão a bem-aventurança de ver a Deus é prometida aos corações puros. Pois os olhos imundos não podem ver o esplendor da verdadeira luz; será alegria das almas límpidas aquilo mesmo que será castigo dos corações impuros. Para longe Encontro de São Leão Magno com Átila Catedral de Luján (Argentina).jpgentão a fuligem das vaidades terrenas. Limpemos de toda iniquidade suja os olhos interiores, e o olhar sereno se sacie de tão maravilhosa visão de Deus.

Merecer tal coisa, penso eu, é o fito do que se segue: "Bem-aventurados os pacíficos porque serão chamados filhos de Deus" (Mt 5, 9). Esta bem-aventurança, caríssimos, não consiste em um acordo qualquer nem em qualquer concórdia. É aquela de que fala o Apóstolo: Tende paz com Deus (Rm 5, 1) e o profeta: "Grande paz para os que amam tua lei e para eles não há tropeço" (Sl 118, 165).

Mesmo os mais estreitos laços de amizade e uma igualdade sem falha dos espíritos não podem, na verdade, reivindicar para si esta paz, se não concordarem com a vontade de Deus. Estão fora da dignidade desta paz a semelhança na cobiça dos maus, as alianças pecaminosas, os pactos para o vício. O amor do mundo não combina com o amor de Deus, nem passa para a sociedade dos filhos de Deus quem não se separa da vida carnal. Quem sempre com Deus tem em mente "guardar com solicitude a unidade do espírito no vínculo da paz" (Ef 4, 3), jamais discorda da lei eterna, repetindo a oração da fé: "Seja feita a tua vontade assim na terra como no céu" (Mt 6, 10).

São estes os pacíficos, estes os unânimes no bem, santamente concordes, que receberão o nome eterno de "filhos de Deus, co-herdeiros de Cristo" (cf. Rm 8, 17). Porque o amor de Deus e o do próximo lhes obterão não mais sentir adversidades, não mais temer escândalo algum. Mas terminado o combate de todas as tentações, repousarão na tranquila paz de Deus, por nosso Senhor que com o Pai e o Espírito Santo vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém. 

São Leão Magno. Sobre as Bem-aventuranças. Sermão XCV, 9 

A Misericórdia de Deus e o Advento

Estamos às portas do grande jubileu celebrado pela Igreja Católica, O ANO DA MISERICÓRDIA, quando a Igreja abrirá a porta Santa no dia 08 de dezembro do corrente, acolhendo a todos na misericórdia do Pai. Este ano de modo muito especial, somos chamados a celebrar o tempo do Advento revestidos da esperança de um tempo novo na Igreja que deseja ser no mundo comunicadora da misericórdia do Pai.
No dia 29 deste mês de novembro, estaremos abrindo o tempo do Advento, queremos entrar neste tempo litúrgico com alegria e muito entusiasmo, olhar o mundo com todos os acontecimentos, com um olhar de esperança que sempre se renova, jamais podemos nos deixar levar pelas correntes negativas que ameaçam nossas certezas e bloqueiam nossa caminhada... com o olhar fixo no Menino Deus, queremos caminhar até o Natal do Senhor e juntos como família, acolher o dom de Deus em nossas vidas, a Fraternidade como expressão do amor misericordioso do Pai. 

Cultivemos em nossas vidas relações que sejam mais humanizadoras e mais fraternas, para que o mundo seja recheado de bons sentimentos e que a dor de tantos irmãos e irmãs seja amenizada pela solidariedade, pela prática da justiça... Vamos cantar em nossas liturgias, cantos belíssimos que nos levarão ao grande mistério celebrado, a esperança sempre renovada de aguardar aquele que vem vindo em nome do Senhor.
Com este evento do Ano da Misericórdia, queremos nos propor a fazer uma caminhada diferente, marcada pelo Jesus Cristo, rosto da misericórdia do Pai, contemplar a pequenez de Deus na pequenez e na fragilidade humana deitado numa manjedoura... Ouviremos leituras que nos levarão a refletir sobre o sentido espiritual deste novo tempo, seremos abraçados na bondade de Deus para percorrer o caminho até Belém, onde juntos cantaremos alegremente "Noite Feliz".
Que o natal aconteça na Igreja e fora da Igreja, que vidas se renovem, se transformem, que a maldita corrupção que atinge os vários setores da sociedade não seja o marco da nossa existência, mas, que saibamos ler os sinais dos tempos nestes trágicos acontecimentos, barragens desabam, vidas são tiradas, cresce o fenômeno da imigração, a indiferença dos poderes, o silêncio das autoridades, as profundas feridas provocadas na mãe terra pela ganância...
Afinal, que Natal queremos festejar? Pedimos que neste natal se renove nossa esperança de um mundo novo!? O Menino Deus toque em cada coração e os transforme.
Ó Virgem Mãe Imaculada, tu que trazes no teu ventre o Salvador da Humanidade, olha por cada um dos teus filhos e apresenta ao teu filho Jesus, coloca nossas crianças que não tem lar, aconchego, afeto, vida digna, uma família, aos cuidados do teu Menino, para que nossas crianças e todos os desprotegidos sejam  favorecidos da misericórdia do Pai... Mãe, ó Mãe, indica o caminho de Belém e descubramos em Belém das Metrópoles, Megalópoles, Povoados, e cidades pequenas o lugar onde está Jesus nascendo nos dias atuais. Nem todos tem uma família, um lugar digno para nascer, segundo a Sagrada Escritura, Maria e José não encontraram lugar para o nascimento de Jesus; assim acontece nos dias de hoje, muitas mães não encontram um lugar para que seus filhos nasçam.
Boa caminhada neste tempo de Advento e acolhamos o Natal de Jesus, que abre as portas da MISERICÓRDIA DO PAI.
Frei Geraldo Bezerra de Sousa, OC
Província Carmelitana Pernambucana

Segui-me

 30/11/2015 Segunda-feira 

Santo André

1ª Semana do Advento - Ano “C” Lucas
Mateus 4,18-22
Naquele tempo, quando Jesus andava à beira do mar da Galiléia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam lançando a rede ao mar, pois eram pescadores. Jesus disse a eles: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens”. Eles imediatamente deixaram as redes e o seguiram.
Caminhando um pouco mais, Jesus viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João. Estavam na barca com seu pai Zebedeu, consertando as redes. Jesus os chamou. Eles imediatamente deixaram a barca e o pai, e o seguiram. - Palavra da Salvação.
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No nosso dia a dia devemos estar sempre atentos à presença de Jesus que se aproxima de nós e nos chama para o serviço do Reino. 
Esta aproximação acontece principalmente a partir dos apelos que chegam até nós nos sofrimentos, nas dores, nas necessidades não satisfeitas, na fome, na miséria, na culpa, na falta de fé, no desconhecimento de Deus, na falta de sentido de vida, na violência, enfim, em tudo o que exige de nós uma resposta de amor, que é o fundamento de todo apostolado, de todo seguimento de Jesus. 
Deixando tudo o que estamos fazendo, devemos ser a resposta viva de Deus para todos esses apelos. 
 
O chamado de Jesus deu uma guinada de vida em um grupo de pescadores do Mar da Galiléia. 
O Mestre os queria como companheiros na missão, para fazer deles pescadores de homens. 
O seguimento exigia várias rupturas. 
A mais imediata consistiu em “deixar as redes e o barco”, seus instrumentos de trabalho, para assumir um tipo novo de atividade. 
A segunda diz respeito ao mundo familiar: os filhos “deixam o seu pai”. Como consequência, devem deixar sua terra e suas tradições para se colocar a serviço de um projeto de alcance universal. 
A metáfora da pescaria sublinha aspectos importantes do exercício da missão. Enquanto pescadores de homens deverão ser pacientes e perseverantes, quando os resultado do trabalho não corresponder ao esforço empregado. 
Deverão enfrentar, sem medo, as tempestades e as adversidades, quando no horizonte da missão despontar perseguição e morte. 
Deverão estar sempre dispostos para o trabalho, alimentados por uma forte dose de otimismo e de alegria. Sobretudo, deverão ser movidos pela esperança de, apesar das adversidades, ver seu trabalho reconhecido pelo Pai. 
A decisão de deixar tudo associava, definitivamente, os discípulos ao Mestre Jesus. Como o Mestre, estariam a serviço da implantação do Reino de Deus na história, esperando contemplar a vitória do bem, da verdade, da justiça, do perdão, da igualdade e do respeito por todos, sem distinção. 
Este foi o projeto de vida levado a cabo por Jesus, embora sua caminhada se concluísse com a morte de cruz. Por esse caminho, seguem também seus companheiros.

Jesus dobrou o lenço no sepulcro, por quê?

A TRADIÇÃO DO LENÇO
Porque Jesus dobrou o lenço?
Porque Jesus deixou os lençóis no sepulcro depois de sua ressurreição?
Eu nunca havia notado isto, João 20,7 nos conta que aquele lenço que foi colocado sobre a face de Jesus não foi deixado de lado como os lençóis do túmulo. A Bíblia reserva um versículo inteiro para nos contar que o lenço fora dobrado cuidadosamente e colocado na cabeceira do túmulo de pedra. 

“Bem cedo pela manhã de domingo, Maria Madalena veio à tumba e descobriu que a pedra havia sido removida da entrada. Ela correu e encontrou Simão Pedro e outro discípulo, aquele que Jesus tanto amara, disse ela: “Eles tiraram o corpo do Senhor e eu não sei para onde eles o levaram.” Pedro e o outro discípulo correram ao túmulo para ver. O outro discípulo passou a frente de Pedro e lá primeiro chegou. Ele parou e observou os lençóis lá, mas ele não entrou. Então Simão Pedro chegou e entrou. Ele também notou os lençóis deixados lá, enquanto o lenço que cobrira a face de Jesus estava dobrado e colocado em um lado.
Isto é importante? Definitivamente.
Isto é significante? Sim.
Para poder entender a significância do lenço dobrado, você tem que entender um pouco a respeito da tradição Hebraica daquela época. O lenço dobrado tem haver com o “Amo e o Servo”, e todo menino Judeu conhecia a tradição.
Quando o Servo colocava a mesa de jantar para o seu amo ele buscava ter certeza em fazê-lo exatamente da maneira que seu amo queria. A mesa era colocada perfeitamente e o servo esperaria fora da visão do amo até que o mesmo terminasse a refeição. O servo não se atreveria nunca tocar a mesa antes que o amo tivesse terminado a refeição. Se o amo tivesse terminado a refeição, ele se levantaria, limparia seus dedos, sua boca e limparia sua barba e embolaria seu lenço e o jogaria sobre a mesa.
Naquele tempo o lenço embolado queria dizer: “EU TERMINEI”.
Se o amo se levantasse, e deixasse o lenço dobrado ao lado do prato, o servo não ousaria em tocar a mesa porque o lenço dobrado queria dizer: "EU VOLTAREI!"

sábado, 28 de novembro de 2015

O exame ou “vigilância” 
 
Caminho para Deus 245: O exame ou “vigilância”

O cristão que quer empreender um caminho sério de configuração com o Senhor Jesus descobre logo que se trata de um percurso no qual não faltarão dificuldades. Não é em vão que o próprio Senhor nos diz que no mundo teremos tribulações, como também nos recorda que de mãos dadas com Ele poderemos vencê-las[1].  Estas dificuldades podem ser externas ou internas —às vezes ambas—, e se opõem a que sigamos os propósitos com os quais nos comprometemos e que de todo coração ansiamos alcançar.
Por mais que queiramos uma vida livre de obstáculos, logo compreenderemos que eles são parte do caminho, muitos deles, inclusive, são herança das rupturas que o pecado causou em nosso interior.  Neste sentido, é muito importante conhecer estes obstáculos ou situações que nos impedem de realizar nossos bons propósitos.  A Direção de São Pedro, e em concreto a gnosis, oferece-nos vários meios que vão ao encontro desta realidade.  Um deles é, precisamente, o exame ou “vigilância”.

Olhar para nós mesmos a partir da fé

No contexto da gnosis, o exame ou vigilância não é propriamente o que conhecemos como o exame de consciência que nos prepara para a confissão sacramental.  É, melhor dizendo, um exercício habitual de reflexão que nos ajuda a tomar consciência de nossas condutas, nossas motivações, e das circunstâncias em que se produzem reações que não são coerentes com nosso compromisso em avançar para a santidade.
Trata-se, então, de um meio que nos ajuda a estar atentos a nós mesmos para nos conhecermos cada vez melhor, e saber descobrir as dificuldades —sejam interiores ou exteriores— que se nos apresentam para poder enfrenta-las.  Neste sentido, trata-se de um caminho nitidamente positivo que, na medida do que nos é possível, ajuda-nos a nos olharmos com o olhar que Deus tem sobre nós.  Nesse olhar descobrimos o convitea crescer em santidade, a amar o Senhor cada vez mais, a amar ao próximo como a nós mesmos.  O exame ou vigilância nos ajuda a descobrir o que nos afasta de alcançar esse ideal, a remover tudo que nos separa do desígnio divino para estar mais preparados para responder o convite do Senhor e seguir seu Plano de Amor.
O ideal, sabemos bem, é a configuração com o Senhor Jesus.  A luz que nos deve iluminar no exame ou vigilância é precisamente a que Ele lança sobre nós.  A atenção que damos a nosso interior, onde descobrimos as fragilidades, debilidades ou até nosso pecado, não procura nos centrar egoistamente em nós, mas nos aproximar de quem é Caminho, Verdade e Vida. Assim, iluminados pela verdade que provém dEle, o exame se converte em um meio de abertura à graça que nos faz mais livres e mais disponíveis para nos deixar transformar interiormente e represar nossa vida para poder dizer, junto com São Paulo, «é Cristo quem vive em mim»[2].
O exame ou vigilância, então, converte-se também em um meio de unificação de nossa vida, favorecendo um senhorio pessoal que aponta não para uma perfeição de “eficiência” ou de falsa paz, mas a perfeição na caridade.

Ponto de partida

O exame ou vigilância, pelo que foi dito até agora, não é uma mera recontagem de nossas faltas ou pecados.  O ponto de partida é a consciência viva de que, imerecidamente, somos amados por Deus e chamados por Ele para a vida verdadeira.  Junto com isso, está o profundo desejo de ser cada vez mais como o Senhor Jesus.  A partir desta realidade, e deixando-nos iluminar pelo que o Senhor nos ensina de nós mesmos, procuramos nos perguntar como nos encontramos à luz do chamado que Deus nos faz para ser «Santos como eu sou santo»[3].
Na resposta a esse chamado, na medida que avancemos mais em nosso percurso, iremos nos tornando mais aguçados e reverentes para reconhecer, frente a frente como Senhor, o que nosfalta para ser como Ele.  Uma pessoa acostumada à desordem, por exemplo, não se incomodará em viver em um lar desordenado. Entretanto, quando começa a colocar tudo em seu lugar e a perceber a maior liberdade e alegria que há quando as coisas estão em seu lugar, então a desordem lhe afetará e buscará logo arrumá-lo.  Algo análogo vai ocorrendo com nosso interior quando procuramos que se assemelhe cada vez mais ao Senhor Jesus e gozemos de sua harmonia e paz.
A maturidade na vida cristã vai tornando-nos mais sensíveis para perceber o que nos afasta do Senhor, mais aguçados para descobrir os maus hábitos que nos impedem de dar glória a Deus com nossas vidas, e também mais desejosos de nos configurarmos com Ele.  Seremos, possivelmente, cada vez mais como um bom músico que sabe, ao escutar apenas uma nota de seu instrumento, se este anda desafinado, e buscaremos prontamente afiná-lo para que a música seja bela e harmoniosa.  Às vezes serão maus hábitos que temos, às vezes serão circunstâncias diante das quais podemos reagir de modo mais evangélico. O importante é, no dia a dia, ir descobrindo.
São Francisco de Sales nos indicava um modo de procurar isto quando dizia que é preciso nos perguntar «que afetos ocupam nosso coração, que paixões o dominam e para que lado mais se desviou?  Pois pelas paixões da alma se reconhece o próprio estado, examinando-as uma a uma.  E assim como o que tem que tocar a cítara vai pulsando todas as cordas e afina as que estão desafinadas, esticando-as e afrouxando-as, assim também, depois de ter medido o amor ou o ódio, o desejo, o temor, a esperança, a tristeza e a alegria de nossa alma, se as encontrarmos desafinadas para o tom que queremos tocar, que é a glória de Deus, podemos afiná-las com sua divina graça e o conselho de nosso pai espiritual»[4].
Outro autor espiritual, comentando as palavras do chamado santo Bispo de Genebra, dizia que o importante é que «as cordas de meu coração estejam afinadas para o que eu quero tocar, que é a glória de Deus, e o exame tem por fim essencial me mostrar se essas cordas soam bem nesse tom.  Pois bem; as cordas de meu coração são minhas disposições interiores; são estas que têm que pulsar para saber que som têm.  Cantam a glória de Deus, ou cantam minha satisfação?»[5].

Humildes diante de Jesus

Uma passagem muito iluminadora ao refletir sobre o exame é o encontro do Senhor Jesus com a Samaritana[6].  Jesus ilumina nosso caminhar e nos convida a reconhecer e aceitar nossas fraquezas e fragilidades precisamente para nos alentar a um maior encontro com Ele.  O olhar deJesus não procura esconder o pecado, nem tirar a importância de suas consequências.  Entretanto, vai muito além, mostrando-nos o horizonte a que somos convidados e reiterando-nos seu chamado, como fez com Pedro, depois das três negações do apóstolo, à beira do lago de Tiberíades[7].  Entretanto, às vezes não sabemos reconhecer que apesar de nossa fragilidade Deus continua apostando em nós. Ele não é o acusador —designação melhor reservada para o Demônio— pelo contrário, é nosso Reconciliador.
É importante esclarecer que não se trata, em nenhum momento, de uma minuciosa e constante revisão escrupulosa de cada um de nossos atos.  A princípio possivelmente devamos reservar uns momentos no dia ou na semana para nos determos nisso e, em espírito de oração, “escutar” o que acontece em nosso interior.  A prática deste exercício irá tornando-nos mais reverentes para descobrir “sobre a marcha” de nossas disposições interiores, nossas reações, suas origens ou motivações.  Então estaremos mais preparados para discernir os modos de superá-las e nos abrirmos cada vez mais ao amor de Deus, procurando que as cordas de nosso coração estejam afinadas e em sintonia com Ele.
O exame, estar atentos e vigilantes ao nosso interior, requer então uma grande humildade, que aberta à verdade reconhece o amor de Deus por cada um de nós.  Possivelmente, neste sentido, sempre que nos detenhamos um momento para nos revisar devamos começar com uma ação de graças porque descobriremos que, acima de tudo, Deus nos amou primeiro, sem nenhuma condição prévia.  Assim, com nosso coração de joelhos, de mãos dadas com nossa Mãe Santa Maria, o caminho de santidade aparecerá claramente com um caminho de perfeição na caridade e não como um impossível caminho de perfeccionismo humano.

Passagens bíblicas para a oração e meditação:

É importante examinar nosso interior: 1Cor 11,28.
Iluminar nossa fragilidade à luz de Deus: 1Jo 1,7-10; Sal 50,3-5.
Deus aposta em nós apesar de nossa fragilidade: Jo 4,1-30; Jo 21,15-19.
O horizonte é a configuração com o Senhor: Col 3,9-10.

Perguntas para o diálogo:
  1. O que é o exame ou vigilância?
  2. Qual é a relação entre o exame ou vigilância e a gnosis segundo a Direção de São Pedro?
  3. Que características tem este exame?
  4. Como posso me exercitar neste meio para crescer em conhecimento próprio e do Senhor Jesus?
Trabalho de interiorização

1 – Leia com atenção as seguintes palavras doPapa Francisco:
«Os Santos e os mestres da vida espiritual nos dizem que para ajudar a fazer crescer a autenticidade em nossa vida é muito útil, mais ainda, é indispensável, a prática diária do exame de consciência. O que acontece em minha alma?»
  • O que você acha que significa, para oPapa Francisco, «fazer crescer a autenticidade em nossa vida»
  • No momento em que me encontro hoje, como respondo à pergunta doPapa: O que acontece em minha alma?
2 – Reflita sobre a seguinte citação bíblica: « Vós vos despistes do homem velho com os seus vícios,e vos revestistes do novo, que se vai restaurando constantemente à imagem daquele que o criou, até atingir o perfeito conhecimento» (Col 3,9-10).
  • Qual é o horizonte da vida cristã?
  • Que obstáculos interiores descubro para ser cada vez mais como Cristo?
  • Que obstáculos exteriores descubro para ser cada vez mais como Cristo?
3 – Escreva uma breve oração que disponha você para fazer um bom exame interior, pedindo humildade e a força para te conhecer cada vez mais à luz da verdade do Senhor Jesus.

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[1]Ver Jo 16,33.
[2]Gál 2,20.
[3] Ver Lev 19,2; 1Pe 1,16.
[4] São Francisco de Sales, Introdução à vida devota, V, 7.
[5] Joseph Tissot, A vida interior, Herder, Barcelona 1996, P. 465.
[6] Ver Jo 4,1-30.
[7]Jo 21,15-19.

Humildade e andar na verdade

Caminho para Deus 249: Humildade e andar na verdade
A humildade é uma daquelas virtudes que os grandes mestres espirituais coincidem em considerar fundamentais na vida cristã. São muitíssimos os Santos e pessoas de fé exemplares que descobriram e proclamaram a grandeza da humildade. Neste caminho eles seguiram os mesmos ensinamentos do Senhor Jesus, que aos olhos do mundo era filho de um carpinteiro, que recordou que os últimos serão os primeiros e proclamou bem-aventurados os simples e pobres de coração.

Hoje, porém, a humildade é uma das virtudes mais esquecidas e desprezadas. Em um mundo que valoriza muito as aparências, em uma sociedade do marketing e do “impressionar”, a humildade é muitas vezes vista como uma fraqueza e uma possível limitação. Em certo sentido não faltam razões para pensar assim. Muitos têm um conceito de humildade que significa um menosprezo da pessoa. Às vezes acredita-se que humildade é proclamar a pouca habilidade ou valor que se tem, falar de si mesmo em termos pouco elogiosos, dizer com aparente sinceridade que é pouco inteligente, que não é hábil em tal ou qual coisa, que os outros são muito melhores que si mesmo.

Humilde, porém, não é o que se menospreza nem o que nega seu próprio valor como pessoa. O Senhor nos dá uma chave fundamental para entender o que é a humildade quando nos diz: «Aprendam de mim, que sou manso e humilde de coração» (Mt 11,29). Ele é a verdade, e aprender dEle é precisamente deixar-nos iluminar por sua verdade. A humildade, então, pode ser entendida como andar na verdade. O que significa andar na verdade? Significa reconhecer e aceitar, como filhos de Deus, nossa dignidade e nossa condição humana, com todas as suas grandezas e fragilidades. Neste sentido, a gnosis à qual nos convida São Pedro em sua escada espiritual (ver 2Pe 1,5) está muito relacionada com a humildade, pois nos convida a conhecer-nos cada vez melhor no encontro com o Senhor Jesus, deixando-nos iluminar por Ele, reconhecendo com simplicidade e autenticidade tanto nossas grandezas como nossas limitações.

«A humildade — dizia São João Paulo II — não se identifica com a humilhação ou resignação. Não é igual à pusilanimidade. Justamente o contrário. A humildade é submissão criativa à força da verdade e do amor. A humildade é rejeição das aparências e da superficialidade; é a expressão da profundidade do espírito humano; é condição de sua grandeza»[1]. Humildade e verdade estão, então, profundamente relacionadas. Com Cristo e em Cristo podemos viver a humildade, que nos leva a reconhecer com sinceridade nossas faltas, recorda-nos a grande dignidade que todos possuímos como filhos de Deus, e nos convida a viver uma relação de autenticidade com Jesus e nEle com nós mesmos e com nossos irmãos. «A humildade de Cristo — nos diz o Papa Francisco — é real… é um modo de ser e de viver que parte do amor, parte do coração de Deus»[2]. Aproximar-nos cada vez mais do Senhor Jesus, aprendendo dEle e portanto, deixando-nos converter por Ele, irá de mãos dadas com uma humildade cada vez maior.

Caminho para chegar mais alto

A humildade é também caminho de liberdade e, embora possivelmente a princípio não pareça, caminho de grandes ideais. Certamente não os “grandes ideais” segundo o “mundo”, mas sim o grande ideal da santidade e da vida em Cristo. A humildade nos permite ser objetivos quanto a nossas capacidades e realistas em nossas aspirações. Isto não significa que devemos ser pouco ambiciosos em nossos ideais. Muitas vezes uma falsa humildade — que pode disfarçar medo de errar ou soberba — nos leva a assumir uma atitude pacata, como a do servo do Evangelho que por medo de seu Senhor preferiu enterrar o talento que este lhe confiou em vez de pô-lo para render[3].

Uma falsa humildade aparece às vezes como um pensamento que nos diz: “Não conseguirás” porque tu és “pouca coisa”. Evidentemente há muitas coisas que objetivamente não podemos fazer porque superam nossas capacidades. E não se trata de achar que somos “capazes de tudo” para estimular a “auto-estima”. A falsa humildade, seja por excesso ou por defeito, leva-nos a nos colocarmos no centro. O caminho da humildade nos ajuda a pôr o centro de nossa vida no Senhor Jesus e aprender com Ele a reconhecer nosso valor, nosso chamado. Enraizados em Jesus aprendemos a confiar, a nos lançarmos atrás do ideal que Ele nos propõe a partir de uma reta e veraz consideração de nossas capacidades e limitações.

A humildade, como podemos ver, ajuda-nos a integrar, em nossa vida cotidiana, a consciência real de que contamos com a força de Deus, sem a qual não há crescimento em santidade; de que mesmo que sintamos que não somos capazes — como se vê tantas vezes na Escritura — se o Senhor nos pedir algo é porque podemos fazê-lo com Ele; a consciência de que se caímos e erramos o rumo no caminho, podemos reconhecer nossa falta, nos arrepender e recorrer com confiança à misericórdia amorosa do Pai. Como caminho de liberdade, a humildade nos liberta das cadeias da soberba, da vanglória, da autorreferencialidade e nos ajuda a dirigir nossa vida para os altos ideais que Jesus nos apresenta.

Tudo isto nos leva também a não colocar barreiras inúteis diante de nós ou desculpas injustificadas que muitas vezes não são outra coisa que mesquinhez e egoísmo frente a um maior compromisso com o Senhor. Libertar-nos dessas barreiras, vivendo a humildade, significa avançar por um caminho de autêntica liberdade e desdobramento. «Quer ser grande? Começa pelo menor. Pensa construir um grande edifício que se eleve muito? Pensa antes no alicerce da humildade», dizia Santo Agostinho[4].

Assim como a humildade nos dá uma valorização mais autêntica de nós mesmos, também é caminho para conhecer melhor os outros. A humildade segue de mãos dadas com uma aceitação de nossa realidade, que não se esgota em nossos dons e fragilidades, e nos leva precisamente a uma aceitação da outra pessoa a partir de sua realidade mais profunda que vai muito além de seus dons e fragilidades, de seus acertos e falhas. Ela ilumina nossa vida com a luz do Senhor Jesus, e na aceitação sincera de nós, aprendemos a aceitar e valorizar os outros. Torna-nos mais compreensivos com quem nos rodeia e mais dispostos a entender o próximo.

Como viver a humildade?

Acostumados a julgar pelo exterior muitas vezes somos incapazes de reconhecer o realmente valioso que há em nosso interior. A conversão, que nos leva a viver cada vez mais como autênticos filhos de Deus, ajuda-nos a pôr os alicerces de uma sólida virtude da humildade. Esse é, então, o primeiro passo: um sério compromisso por querer ser cada vez mais como o Senhor Jesus, procurando viver em abertura à graça que nos transforma e nos dá forças para crescer.

Como a humildade não é nos lançar na lama nem nos menosprezar, um passo importante para ser humildes será também reconhecer os dons que temos. Se formos bondosos, ou inteligentes, ou possuímos grande espírito de serviço, a humildade nos leva a aceitar e reconhecer que temos esses dons. Não nos leva nem a ocultá-los quando podem usá-los, nem a fazer alarde deles para serem elogiados. Pelo contrário, com a genuína aceitação dos dons, leva-nos a reconhecer que os recebemos de Deus, e que são deste modo uma responsabilidade. Nem sempre é fácil reconhecer os dons e virtudes sem cair na vaidade e no orgulho, e por isso é importante reconhecer a ajuda e presença de Deus em nossas vidas para não nos atribuir exclusivamente os frutos de nosso esforço. Como dizia um mestre espiritual, «aquele que quer obter virtudes sem humildade, é como o que leva um pouco de pó ou cinza contra o vento: tudo se espalha, tudo voa com o vento»[5].

A humildade suporá também um sério esforço ascético para contrariar muitas inclinações que possivelmente descobrimos em nosso interior. Por exemplo, querer ter sempre a razão, acreditar cegamente que nossas ideias são as melhores, ou pôr nossa segurança em coisas externas e superficiais. Neste sentido, cultivar hábitos de simplicidade em nosso modo de falar e vestir ajudam a uma vivência mais profunda da humildade. Nisto, sobretudo, estaremos sendo particularmente sinais de contradição em um mundo que põe muito valor no externo e nas aparências, esquecendo que o essencial é o interior.

Em algumas ocasiões a humildade nos levará também a renunciar a ser reconhecidos, a procurar os melhores postos, a nos pôr adiante dos outros porque “merecemos”. O discernimento, que nos ajuda a procurar cumprir sempre o Plano de Deus, nos ajudará a ver com mais clareza quando devemos fazer assim, pois às vezes um posto de honra também será ocasião de uma maior capacidade para dar um testemunho evangélico. Nestas situações cabe a nós fazer um esforço especial para reconhecer o amor de Deus por nós que se manifesta de tantas maneiras e que nos dá a ocasião para dirigir o olhar para Ele, de quem provém todo bem.

Humildade e o serviço

Finalmente, um meio precioso para crescer em humildade é viver o serviço. Assim nos ensina o Senhor Jesus, que se despojou de sua condição divina para nos servir e nos abrir as portas do Céu. Ele disse aos Apóstolos: «Aquele que quiser ser grande entre vocês, será seu servo» (Mt 20,26). «Contemplando Jesus — diz o Papa Francisco — vemos que Ele escolheu o caminho da humildade e do serviço»[6]. Isso nos mostra também a Virgem Maria, que levando em seu seio o Salvador não duvidou em visitar sua prima Isabel para servir-la. O serviço nos leva a pôr o olhar no próximo, a reconhecer suas necessidades e, portanto, a viver o que é essencial em nosso peregrinar terreno: a doação caridosa, simples e humilde aos demais.

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Citações para a oração
Jesus nos convida à humildade: Mt 11,29, Mt 13,55; Mt 20,25-28.
Jesus nos dá o exemplo de humildade: Jo 13,3-11; Flp 2,5-11.
A humildade da Santa Maria: Lc 1,38; 1,39-45.48.

Perguntas para o diálogo

  1. Qual é a relação entre humildade e verdade?
  2. Que importância tem a centralidade de Jesus em relação à humildade?
  3. Por que o serviço é especialmente valioso para viver a humildade?
  4. Que meios posso pôr para crescer em humildade?

Trabalho de interiorização

  1. Reflita com as seguintes palavras de São João Paulo II: «A humildade não se identifica com a humilhação ou resignação. Não é igual à pusilanimidade. Justamente o contrário. A humildade é submissão criativa à força da verdade e do amor. A humildade é rejeição das aparências e da superficialidade; é a expressão da profundidade do espírito humano; é condição de sua grandeza».
  2. Como você explicaria as palavras do Papa a uma pessoa que pensa que a humildade é falar mal de si mesmo?
  3. Por que a humildade é condição da grandeza do homem?

  1. Medite com atenção a seguinte passagem do Evangelho:

«Ao ouvir isto, os outros dez indignaram-se contra os dois irmãos. Mas Jesus os chamou e disse: “Sabem que os chefes das nações as dominam como senhores absolutos, e os grandes as oprimem com seu poder. Não tem que ser assim entre vocês, mas quem quiser chegar a ser grande entre vocês, será seu servidor, e o que quiser ser o primeiro entre vocês, será seu servo; da mesma maneira que o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e a dar sua vida como resgate como muitos”» (Mt 20,24-28).
  1. Qual é a relação entre humildade e serviço?
     2. Escreve uma oração pedindo à Virgem Maria que te ajude a crescer em humildade.

[1]São João Paulo II, Angelus, 4/3/1979.
[2]Francisco, Discurso, 22/9/2013.
[3]Ver Mt 25,14ss.
[4] Santo Agostinho, Serm. 64, 2.
[5] Alonso Rodríguez, Exercício de perfeição e virtudes cristãs, parte 2, t.3, c.1.
[6]Francisco, Discurso, 22/9/2013.
«Ficai atentos e orai a todo momento, a fim de conseguirdes escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes de pé diante do Filho do Homem»

Domingo I (C) do Advento

Evangelho (Lc 21,25-28.34-36):

Naquele tempo, disse Jesus aos discípulos: «Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas. apavoradas com o bramido do mar e das ondas. As pessoas vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as potências celestes serão abaladas. Então, verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem, com grande poder e glória. Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”.

»Cuidado para que vossos corações não fiquem pesados por causa dos excessos, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós, pois cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra. Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de conseguirdes escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes de pé diante do Filho do Homem».

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«Ficai atentos e orai a todo momento, a fim de conseguirdes escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes de pé diante do Filho do Homem»
 
 
Hoje, justamente ao começar um novo ano litúrgico, fazemos o propósito de renovar nossa ilusão e nossa luta pessoal visando à santidade, própria e de todos. A própria Igreja nos convida, recordando-nos no Evangelho de hoje, a necessidade de estar sempre atentos, sempre “enamorados” do Senhor: «Cuidado para que vossos corações não fiquem pesados por causa dos excessos, da embriaguez e das preocupações da vida» (Lc 21,34).

Mas reparemos num detalhe que é importante entre namorados: essa atitude de alerta —de preparação— não pode ser intermitente, mas deve ser permanente. Por isso, nos diz o Senhor: «ficai atentos e orai a todo momento» (Lc 21,36). A todo momento!: essa é a justa medida do amor. A fidelidade não se faz na base de “agora sim, agora não”. É, portanto, muito conveniente que nosso ritmo de piedade e de preparação espiritual seja um ritmo habitual (dia a dia e semana a semana). Tomara que cada jornada da nossa vida vivamo-la com a mentalidade de estrearmos; tomara que cada manhã —ao acordarmos— logremos dizer: Hoje volto a nascer (obrigado, meu Deus!); hoje volto a receber o Batismo; hoje volto a fazer a Primeira Comunhão; hoje me caso novamente... Para perseverar com ar alegre, há de se “re-estrear” e se renovar.

Nesta vida não temos cidade permanente. Chegará o dia que incluso «as potências celestes serão abaladas» (Lc 25,26). Bom motivo para permanecer em estado de alerta! Mas, neste Advento, a Igreja acrescenta um motivo muito bonito para nossa gozosa preparação: certamente, um dia os homens «verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem, com grande poder e glória» (Lc 25,27), mas agora Deus chega à terra com mansidão e discrição; em forma de recém-nascido, até o ponto que «Cristo viu-se envolto em fraldas dentro de um presépio» (São Cirilo de Jerusalém). Somente um espírito atento descobre neste Menino a magnitude do amor de Deus e sua salvação (cf. Sal 84,8).
 
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench
(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
«Vigiai e orai em todo o tempo»


Foto de Emilio Carlos Mancini.

«Vigiai!», diz-nos Jesus com insistência. [...] Não devemos apenas crer, mas vigiar; não simplesmente amar, mas vigiar; não apenas obedecer, mas vigiar. Vigiar em função de quê? Deste supremo acontecimento: a vinda de Cristo. [...] Parece haver aqui um chamamento especial, um dever que de outro modo nunca nos ocorreria.

Temos uma ideia geral do que significa crer, amar e obedecer. Mas que significa vigiar? [...] Vigia à espera de Cristo aquele que mantém o espírito sensível e aberto, que permanece animado, desperto, cheio de zelo para O procurar e O honrar, que deseja encontrar a Cristo em tudo o que acontece [...] e que vigia com Cristo (Mt 26,38); aquele que, embora olhando para o futuro, também olha para o passado, contemplando o que o seu Salvador lhe conquistou e não esquecendo o que Cristo sofreu por ele. Vigia com Cristo aquele que recorda e renova na sua própria pessoa a cruz e a agonia de Cristo, e que veste com alegria a túnica que Cristo usou até à cruz e que deixou após a sua Ascensão.

Muitas vezes, nas epístolas, o autor inspirado exprime o seu desejo da segunda vinda, mas sem esquecer a primeira: a crucifixão e a ressurreição. [...] Assim, São Paulo convida os coríntios a esperar a vinda do Senhor Jesus Cristo (1Cor 1,7-8), mas não deixa de lhes dizer que tragam sempre no seu corpo a morte do Senhor, «para que a vida de Cristo Jesus se manifeste em nós» (2Cor 4,10). [...] O pensamento do que Cristo é hoje não deve apagar a lembrança do que Ele foi para nós. [...] Assim, na sagrada comunhão assistimos ao mesmo tempo à morte e à ressurreição de Cristo; lembrando-nos de uma e rejubilando com a outra, oferecemo-nos a nós próprios e recebemos uma bênção.

Vigiar é então viver desligado do presente, é viver no invisível, é viver no pensamento de Cristo tal como Ele veio a primeira vez e como virá no final dos tempos; é desejar a sua segunda vinda a partir da nossa lembrança, que ama e se sente reconhecida pela primeira.

Beato John Henry Newman (1801-1890), teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra
Sermão «Watching», PPS vol. 4, n.° 22
Novo Ano Litúrgico- Ano C
Caros amigos...

Neste início de Advento, quero vos desejar um santo e feliz ano litúrgico.
Que este novo ano nos dê a todos ocasião de melhor descobrir os tesouros do Evangelho e da fé católica, a fim de vivermos em Cristo de maneira cada vez mais perfeita.
Façamos nosso o voto de S. Paulo: «Que o Senhor vos dê, para vós próprios e na vossa relação com todos os homens, um amor cada vez mais intenso e transbordante, como o que temos por cada um de vós. E que, assim, Ele vos estabeleça firmemente numa santidade sem mancha diante de Deus nosso Pai.» (1 Tes 3, 12-13)

Toda a liturgia do Advento é um imenso apelo à vinda do Salvador. Para se preparar para a grande chegada de Cristo, no dia de Natal, a Igreja Católica quis fazer preceder esta grande festa de um tempo destinado à oração e à penitência, simbolizado, entre outras coisas, pelos paramentos roxos.
Este espírito de penitência é hoje um pouco esquecido, mesmo se os mosteiros o vivem desde sempre.

À fome espiritual de Deus corresponde a prática do jejum, que serve para melhor nos prepararmos para a oração. Na verdade, o nosso corpo, ao experimentar a sensação de fome, mostra-nos quanto a nossa alma deve aspirar a Jesus, nosso alimento espiritual.

Foi por isso que a Igreja Católica instituiu o jejum do Advento para nos dispor a celebrar santamente a festa do Natal. O jejum deste tempo litúrgico, unido à oração mais intensa, suporta a vigília, a espera do Verbo encarnado.

Toda a oração e todo o esforço são proporcionais às capacidades de cada um e são igualmente dignos aos olhos de Deus. Podemos escolher, à nossa medida, outras penitências, um esforço de atenção aos outros, particularmente aos que estão mais próximos de nós, que partilham a nossa vida quotidiana.

Caros amigos, filhos espirituais , irmãos na fé desejo-vos que vivam intensamente este tempo de espera na alegria e na esperança na vinda de Cristo, nosso Salvador!

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

“Erguei-vos!”
01º Domingo do Tempo do Advento - Ano C

 
BILHETE DE EVANGELHO.

O sofrimento, as preocupações, o medo do futuro por vezes esmagam-nos e acabamos por baixar os braços.
“Erguei-vos!”, diz-nos Jesus. Só podem esperar os que se mantêm de pé, prontos a pôr-se a caminho para construir com Deus um futuro melhor. O medo faz baixar a cabeça; vive-se então no momento presente, com medo dos golpes que será necessário ainda suportar.
“Levantai a cabeça!”, diz-nos Jesus. Só podem esperar aqueles que olham no horizonte Aquele que vem para nos salvar. A fadiga acaba por adormecer, sem dúvida porque não se espera mais nada e não se quer mais lutar.

“Tende cuidado convosco e vigiai!”, diz-nos Jesus. Só podem esperar aqueles que permanecem atentos aos sinais que Deus não cessa de manifestar. A falta de confiança destrói a relação, sem se saber do que falar.
“Orai em todo o tempo”, diz-nos Jesus. Só podem esperar aqueles que entram em diálogo com Deus. A esperança nunca é passiva. Para esperar é preciso erguer-se, levantar a cabeça, estar atento e vigiar, orar: tais são os verbos ativos que manifestam o que faz a grandeza do homem.

PALAVRAS PARA O CAMINHO…

Na segunda leitura, Paulo lança-nos um forte apelo: “Irmãos, o Senhor vos faça crescer e abundar na caridade uns para com os outros e para com todos”. Ao longo da próxima semana, procuremos ir ao encontro de alguém que já não tem força para esperar: esperar um trabalho, esperar uma saúde melhor, esperar uma reconciliação… Que lhe vamos dizer? O Advento é o tempo propício para ajudar a erguer-se de novo, o tempo de voltar a dar gosto à vida que germina…

Uma palavra de amor para cada dia… Porque Jesus nos pede para “orar em todo o tempo”, porque não experimentar agradar a Deus, nosso Pai, dizendo-lhe mais especialmente o nosso amor filial em cada dia deste tempo do Advento? Bastam alguns minutos, mas pode-se também de modo mais prolongado cuidar deste tempo privilegiado.


Com Ele, a justiça e a paz.

01º Domingo do Tempo do Advento - Ano C     

Neste 1º Domingo do Tempo do Advento, a Palavra de Deus apresenta-nos uma primeira abordagem à “vinda” do Senhor.

Na primeira leitura, pela boca do profeta Jeremias, o Deus da aliança anuncia que é fiel às suas promessas e vai enviar ao seu Povo um “rebento” da família de David. A sua missão será concretizar esse mundo sonhado de justiça e de paz: fecundidade, bem-estar, vida em abundância, serão os frutos da ação do Messias.

O Evangelho apresenta-nos Jesus, o Messias filho de David, a anunciar a todos os que se sentem prisioneiros: “alegrai-vos, a vossa libertação está próxima. O mundo velho a que estais presos vai cair e, em seu lugar, vai nascer um mundo novo, onde conhecereis a liberdade e a vida em plenitude. Estai atentos, a fim de acolherdes o Filho do Homem que vos traz o projeto desse mundo novo”. É preciso, no entanto, reconhecê-l’O, saber identificar os seus apelos e ter a coragem de construir, com Ele, a justiça e a paz.

A segunda leitura convida-nos a não nos instalarmos na mediocridade e no comodismo, mas a esperar numa atitude ativa a vinda do Senhor. É fundamental, nessa atitude, a vivência do amor: é ele o centro do nosso testemunho pessoal, comunitário, eclesial.

LEITURA I – Jer 33,14-16

Estamos no ano décimo do reinado de Sedecias (587 a.C.). O exército babilónio de Nabucodonosor cerca Jerusalém e Jeremias está detido no cárcere do palácio real, acusado de derrotismo e de traição (cf. Jer 32,1). Parece o princípio do fim, a derrocada de todas as esperanças e seguranças do Povo. É neste contexto que o profeta, em nome de Jahwéh, vai proclamar a chegada de um tempo novo, no qual Deus vai “pensar as feridas” do seu povo e curá-las, proporcionar a Judá “abundância de paz e segurança” (Jer 33,6). A mensagem é tanto mais surpreendente quanto o futuro imediato parece sem saída e o próprio Jeremias é acusado de profetizar a inutilidade de resistir aos exércitos caldeus, a destruição de Jerusalém e o exílio de Sedecias (cf. Jer 32,3-5).
Nesse momento limite em que tudo parece comprometido, Jeremias anuncia a fidelidade de Jahwéh às promessas feitas a David (cf. 2 Sm 7): no futuro, Deus irá fazer surgir um descendente de David (“zemah zaddîq” – “rebento justo”), que assegurará a paz e a salvação a todo o povo. A palavra “zemah” (“rebento”) evoca a fecundidade e a vida em abundância (cf. Is 4,2; Ez 16,7). É o nome com que o profeta Zacarias designa o “Messias” (cf. Zac 3,8; 6,12).
As palavras ligadas à área da “justiça” desempenham um papel fundamental neste anúncio de Jeremias. 

Diz-se que o descendente de David será “justo” e que a sua tarefa consistirá em assegurar a “justiça” e o “direito” (“mishpat” e “zedaqa”). A dupla “justiça/direito”, característica da linguagem profética, refere-se ao funcionamento reto da instituição responsável pela administração da justiça (tribunal) que possibilitará, por sua vez, uma correta ordem social (“zedaqa”), fundamento da paz e da prosperidade. Sedecias nem garantiu a “justiça”, nem assegurou a paz; por isso, a catástrofe está iminente… Mas o rei futuro anunciado pelo profeta, da descendência de David, será o “ungido” de Deus. Terá por missão restaurar a “justiça” e transmitir a abundância de vida e de salvação ao Povo de Deus. Por isso, chamar-se-á “o Senhor é a nossa justiça” (“Jahwéh zidqenû”): por ele, Deus garante ao seu Povo um futuro fecundo, de justiça, de bem-estar, de salvação.
Recordando as promessas de Deus, o profeta elimina a nostalgia de um passado mais ou menos distante, elimina o medo do presente e instaura o regime da esperança.

ATUALIZAÇÃO

A atualização desta mensagem profética pode fazer-se de acordo com as seguintes coordenadas:
• O ambiente em que estamos mergulhados potencia, tantas vezes, o medo, a frustração, o negativismo, a insegurança, o pessimismo… É possível acreditar no Deus da “justiça”, fiel à “aliança”, comprometido com os homens e continuar a olhar para o mundo nessa perspectiva negativa, como se Deus – o Deus da justiça e do amor – tivesse abandonado os homens e já não presidisse à nossa história?

• De acordo com o Novo Testamento, esta “justiça” é comunicada pelo “Messias” a todos os membros do povo eleito (cf. Rom 1,17; 1 Cor 1,30; 2 Cor 5,21; Flp 3,9). Sentimo-nos, verdadeiramente, membros do povo messiânico, construtores desse mundo de justiça, de paz, de felicidade para todos? Qual é a atitude que define o nosso empenho: o compromisso sério com a justiça e a paz, ou o comodismo de quem prefere demitir-se das suas responsabilidades e passar ao lado da vida?

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 24 (25)
Refrão: Para Vós, Senhor, elevo a minha alma.

LEITURA II – 1 Tes 3,12–4,2

A comunidade cristã de Tessalônica foi fundada por Paulo, Silvano e Timóteo durante a segunda viagem missionária de Paulo, aí pelo ano 50 (cf. Act 17,1ss). Durante o pouco tempo que lá passou, Paulo desenvolveu uma intensa atividade missionária, de que resultou uma comunidade numerosa e entusiasta, constituída na sua maioria por pagãos convertidos (cf. 1 Tess 1,9-10). No entanto, a obra de Paulo foi brutalmente interrompida pela reação da colónia judaica… Paulo teve de fugir, deixando atrás de si uma comunidade em perigo, insuficientemente catequizada e quase desarmada num contexto de perseguição e provação. Preocupado, Paulo envia Timóteo a Tessalônica para saber notícias e encorajar na fé os tessalonicenses. Quando Timóteo regressa, encontra Paulo em Corinto e comunica-lhe notícias animadoras: a fé, a esperança e o amor dos tessalonicenses continuam bem vivos e até se aprofundaram com as provações (cf. 1 Tes 1,3; 3,6-8). Os tessalonicenses podem ser apontados como modelos aos cristãos das regiões vizinhas (cf. 1 Tes 1,7-8).
Apesar de tudo o que Deus já edificou no coração dos crentes de Tessalônica, a caminhada cristã destes não está concluída. Há que “progredir sempre” (1 Tes 4,1), sobretudo no amor para com todos (1 Tes 3,12). Só nesta atitude de não conformação será possível esperar a “vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tes 3,13).

ATUALIZAÇÃO

A confrontação deste texto com a vida pode ter em conta os seguintes elementos:

• A caminhada cristã nunca é um processo acabado, mas uma construção permanente, que recomeça em cada novo instante da vida. O cristão não é aquele que é perfeito; mas é aquele que, em cada dia, sente que há um caminho novo a fazer e não se conforma com o que já fez, nem se instala na mediocridade. É nesta atitude que somos chamados a viver este tempo de espera do Messias.

• Uma dimensão fundamental da nossa experiência cristã é a caridade: só aprofundando-a cada vez mais podemos sentir-nos identificados com Aquele que partilhou a vida com todos nós, até à morte na cruz; só praticando-a, podemos fazer uma verdadeira experiência de Igreja e construir uma comunidade de irmãos; só vivendo-a, podemos ser, para os homens que partilham conosco esta vasta casa que é o mundo, o rosto do Deus que ama.

ALELUIA – Salmo 84,8
Aleluia. Aleluia.
Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia e dai-nos a vossa salvação.

EVANGELHO – Lc 21,25-28.34-36

Estamos já nos últimos dias da vida terrena de Jesus, após a sua entrada triunfal em Jerusalém. Jesus está a completar a catequese dos discípulos e, nesse contexto, anuncia-lhes tempos difíceis de perseguição e de martírio. Avisa-os, também, de que a própria cidade de Jerusalém será, proximamente, sitiada e destruída (cf. Lc 21,20-24). Ora, é neste contexto e nesta sequência que aparece o texto do Evangelho de hoje.
O vetor fundamental à volta do qual se estrutura o Evangelho de hoje está na referência à vinda do Filho do Homem “com grande poder e glória” (Lc 21,27) e no convite a cobrar ânimo e a levantar a cabeça porque “a libertação está próxima” (Lc 21,28). A palavra “libertação” (“apolytrôsis” – “resgate de um cativo”) é uma palavra característica da teologia paulina (1 Cor 1,30; cf. Rom 3,24; 8,23; Col 1,14…), onde é usada para definir o resultado da ação redentora de Jesus em favor dos homens. O projeto de salvação/libertação da humanidade, concretizado nas palavras e nos gestos de Jesus, é apresentado como o “resgate” de uma humanidade prisioneira do egoísmo, do pecado, da morte. Trata-se, portanto, da libertação de tudo o que escraviza os homens e os impede de viver na dignidade de filhos de Deus.

A mensagem proposta aos discípulos é clara: espera-vos um caminho marcado pelo sofrimento, pela perseguição (cf. Lc 21,12-19); no entanto, não vos deixeis afundar no desespero porque Jesus vem. Com a sua vinda gloriosa (de ontem, de hoje, de amanhã), cessará a escravidão insuportável que vos impede de conhecer a vida em plenitude e nascerá um mundo novo, de alegria e de felicidade plenas.
Os “sinais” catastróficos apresentados não são um quadro do “fim do mundo”; são imagens utilizadas pelos profetas para falar do “dia do Senhor”, isto é, o dia em que Jahwéh vai intervir na história para libertar definitivamente o seu Povo da escravidão, inaugurando uma era de vida, de fecundidade e de paz sem fim (cf. Is 13,10; 34,4). O quadro destina-se, portanto, não a amedrontar, mas a abrir os corações à esperança: quando Jesus vier com a sua autoridade soberana, o mundo velho do egoísmo e da escravidão cairá e surgirá o dia novo da salvação/libertação sem fim.
Há, ainda, um convite à vigilância (cf. Lc 21,34-36): é necessário manter uma atenção constante, a fim de que as preocupações terrenas e as cadeias escravizantes não impeçam os discípulos de reconhecer e de acolher o Senhor que vem.

ATUALIZAÇÃO

A reflexão acerca do Evangelho de hoje pode tocar, entre outros, os seguintes pontos:

• A realidade da história humana está marcada pelas nossas limitações, pelo nosso egoísmo, pelo destruição do planeta, pela escravidão, pela guerra e pelo ódio, pela prepotência dos senhores do mundo… Quantos milhões de homens conhecem, dia a dia, um quadro de miséria e de sofrimento que os torna escravos, roubando-lhes a vida e a dignidade… A Palavra de Deus que hoje nos é servida abre a porta à esperança e grita a todos os que vivem na escravidão: “alegrai-vos, pois a vossa libertação está próxima. Com a vinda próxima de Jesus, o projeto de salvação/libertação de Deus vai tornar-se uma realidade viva; o mundo velho vai converter-se numa nova realidade, de vida e de felicidade para todos”.

• No entanto, a salvação/libertação que há-de transformar as nossas existências não é uma realidade que deva ser esperada de braços cruzados. É preciso “estar atento” a essa salvação que nos é oferecida como dom, e aceitá-la. Jesus vem; mas é necessário reconhecê-l’O nos sinais da história, no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e que buscam a libertação. É preciso, também, ter a vontade e a liberdade de acolher o dom de Jesus, deixar que Ele nos transforme o coração e Se faça vida nos nossos gestos e palavras.

• É preciso, ainda, ter presente, que este mundo novo – que está permanentemente a fazer-se e depende do nosso testemunho – nunca será um realidade plena nesta terra, mas sim uma realidade escatológica, cuja plenitude só acontecerá depois de Cristo, o Senhor, haver destruído definitivamente o mal que nos torna escravos.