Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

Para você entrar em nossos artigos click nas imagens nas laterais e encontrarás os lincks dos artigos postados.

Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

terça-feira, 31 de maio de 2016

Maria glorifica o Senhor que n’Ela atua.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador. Com estas palavras Maria reconhece, em primeiro lugar, os dons singulares que Lhe foram concedidos e enumera depois os benefícios universais com que Deus favorece continuamente o gênero humano. [...]
Porque fez em mim grandes coisas o Todo-poderoso, e santo é o seu nome. Maria nada atribui aos seus méritos, mas reconhece toda a sua grandeza como dom d’Aquele que, sendo por essência poderoso e grande, costuma transformar os seus fiéis, pequenos e fracos, em fortes e grandes. Logo acrescentou: E santo é o seu nome, para fazer notar aos que a ouviam e mesmo para ensinar a quantos viessem a conhecer as suas palavras, que, pela fé em Deus e pela invocação do seu nome, também eles poderiam participar da santidade divina e da verdadeira salvação, segundo a palavra do Profeta: E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. É precisamente o nome a que Maria se refere ao dizer: E o meu espírito exulta em Deus meu Salvador. 

Por isso se introduziu na liturgia da santa Igreja o costume, belo e salutar, de cantarem todos este hino de Maria na salmodia vespertina, para que o espírito dos fiéis, ao recordar assiduamente o mistério da Encarnação do Senhor, se entregue com generosidade ao serviço divino e, lembrando-se constantemente dos exemplos da Mãe de Deus, se confirme na verdadeira santidade. E pareceu muito oportuno que isto se fizesse na hora de Vésperas, para que a nossa mente, fatigada e distraída ao longo do dia com pensamentos diversos, encontre o recolhimento e a paz de espírito ao aproximar-se o tempo de descanso.
Das homilias de São Beda Venerável, presbítero
(L. I, 4: CCL 122, 25-26. 30) (Sec VIII)

Se existe amor, existe também…!



             Santo Padre Pio com as chagas nas mãos. .
 
Desde pequeninos, nos foi ensinado que o sofrimento é um impedimento para a felicidade.
. Essa ideia que está tão impregnada na nossa cultura, nos diz que quanto menos nós sofrermos, mais felizes seremos.
Nos escritos dos Santos encontramos realidades totalmente diferentes, precisamente é o sofrimento que nos fortalece, nos humilha, e forja-nos santos.
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Nosso Senhor disse a Santa Faustina: “se os anjos fossem capazes de inveja, eles nos invejariam por duas coisas: uma delas é o recebimento da Sagrada Comunhão, e a outra é sofrimento”.
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De acordo com os Santos, quando buscamos negar as nossas vontades e oferecer sofrimentos de amor a Nosso Senhor, fazemos descer do céu mais graça do que qualquer outra ação que possamos fazer.

Na verdade, eles nos ensinam que o sofrimento tem mérito tão grande que é maior do que as obras externas como a pregação, escritos ou até mesmo milagres.
O momento decisivo da nossa redenção não foi quando Nosso Senhor curou os enfermos ou pregou nas sinagogas.
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Foi quando o Homem-Deus foi pregado a uma cruz e derramou seu sangue por amor à humanidade.
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Este é o fim último do sofrimento: a salvação da humanidade.
Santa Gemma Galgani, cartas Jesus disse estas palavras: “Minha filha, eu preciso de vítimas e fortes vítimas, que por seus sofrimentos, tribulações e dificuldades, façam reparações para os pecadores e por sua ingratidão.” 
Padre Pio, Segredos de uma Alma, p.47 “Jesus me disse: ‘Quantas vezes você me abandonou, meu filho, se eu não lhe tivesse crucificado.
Debaixo da cruz, se aprende o amor, e eu não dou este dom para todos, mas apenas para aquelas almas que são muito preciosas para mim’”.
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Hoje celebramos a Festa da Visitação de Maria a sua prima Isabel. 

Quero meditar convosco este mistério que mostra como Maria enfrenta o caminho de sua vida com grande realismo, humanidade e concretude.

Três palavras sintetizam o comportamento de Maria: escuta, decisão e ação

Palavras que indicam um caminho, também para nós, diante do que o Senhor nos pede na vida. 
Escuta, decisão, ação.

Escuta. De onde nasce o gesto de Maria de ir a prima Isabel? De uma palavra do Anjo de Deus: “Isabel, tua parente, em sua velhice concebeu um filho” (Lc1,36). Maria sabe ouvir Deus. Atenção não é um simples ouvir superficial mas é ouvir cheio de atenção, com acolhida, disponibilidade para com Deus. 
Não é o modo distraído com o qual, às vezes, nos colocamos diante do Senhor ou de outros. Escutamos 


a Palavra, mas não ouvimos verdadeiramente.
Maria está atenta a Deus, escuta a Deus, mas Maria escuta também os fatos, lê os acontecimentos de sua vida. Está atenta a realidade concreta e não fica na superfície, mas vai ao profundo para acolher o significado.

A parente Isabel, que já é idosa, espera um filho. Esse é o fato. Mas Maria está atenta ao significado, sabe acolhê-lo: “Nada é impossível a Deus” (Lc1,37).
Isso vale também para nossa vida. 
Escuto Deus que nos fala, escuto também a realidade diária, atenção às pessoas, aos fatos, porque o Senhor está à porta de nossas vidas e bate de muitos modos. Coloca sinais em nosso caminho, a nós, cabe a capacidade de vê-los.
Maria é a mãe da escuta. Escuta atenta de Deus. 
Escuta, do mesmo atento, aos acontecimentos da vida.

A segunda palavra Decisão. Maria não vive da pressa, da ânsia, mas como destaca São Lucas “meditava todas essas coisas no seu coração” (Lc2,19). Também no momento decisivo da anunciação do Anjo (cf. Lc1,26ss) ela também pergunta “como acontecerá isso?”, mas não se detém nem mesmo no momento da reflexão, dá um passo a mais: decide.

Ela não vive da pressa, mas apenas quando é necessário vai rapidamente. Maria não se deixa arrastar pelos acontecimentos. 
Não evita o esforço de decidir. Isso acontece seja na escolha fundamental que mudará sua vida – “Eis aqui a escrava do Senhor”-, seja nas escolhas mais cotidianas, mas também ricas de significado.

Vem à minha mente o episódio das núpcias de Caná (cf Jo2,1-11). Aqui também se pode ver o realismo, a humanidade e concretude de Maria, que faz atenção aos fatos e aos problemas. 
Ela vê e compreende a dificuldade daqueles dois jovens esposos, em cuja festa faltou vinho. Ela reflete e sabe que Jesus poderia fazer alguma coisa, por isso decide dirigir-se ao seu Filho, para que Ele pudesse intervir. “Eles não tem mais vinho”, decide.

Na vida é difícil tomar decisões, muitas vezes procuramos adiá-las e deixar que os outros decidam por nós, muitas vezes preferimos deixar-nos arrastar pelos acontecimentos e seguir a moda do momento. 

Às vezes sabemos o que devemos fazer, porém não temos coragem ou então porque nos parece muito difícil, por parecer andar contra a corrente.

Maria, na anunciação, na visitação, nas bodas de Caná, vai contra a corrente. Maria vai contra a corrente. Ela se coloca à escuta de Deus, reflete e procura compreender a realidade e decide confiar totalmente em Deus.

Decide visitar, embora estivesse grávida, sua parente idosa. Decide confiar no Filho, com insistência, para salvar a alegria das núpcias.

A terceira palavra Ação. “Maria pôs-se em viagem e foi depressa”.
 
Coloquemos em destaque este modo de agir de Maria. 
Apesar das dificuldades, das críticas que teria recebido pela decisão de partir, não se detém diante de nada, ela parte depressa. 
É a oração diante de Deus, que fala.
Ao refletir e meditar sobre os acontecimentos da sua vida, Maria não tem pressa, não se deixa questionar pelo momento, não se deixa arrastar pelos acontecimentos, mas ela pergunta: “O que Deus quer?” Ela não demora, não se atrasa, mas vai adiante.

Santo Ambrósio comenta: “a graça do Espírito Santo não comporta lentidão”.

A ação de Maria é uma consequência de sua obediência às palavras do Anjo, mas unidade à caridade. Ela vai até Isabel para ser-lhe útil. Esta sua saída de casa, de si mesma, por amor, carrega o que tem de mais precioso: Jesus. Ela carrega seu Filho.

Às vezes, também nós paramos para escutar, para refletir o que devemos fazer, talvez até tenhamos clara a decisão que devemos tomar, mas não passamos a ação, tampouco colocamos em jogo nós mesmos, ao agir depressa em relação aos outros, para levar-lhes a nossa ajuda, a nossa compreensão, a nossa caridade.

Para levarmos nós mesmos, como Maria, o que temos de mais precioso e o que recebemos: Jesus e o seu Evangelho, mediante a Palavra e, sobretudo, mediante o testemunho concreto de nossa ação.

Maria, mulher da escuta, da decisão, da ação.

Maria, mulher da escuta, abri nossos ouvidos, fazei com que saibamos ouvir a Palavra do vosso Filho Jesus, entre as tantas palavras desse mundo. Fazei que saibamos perceber a realidade em que vivemos, ouvir as pessoas que encontramos, especialmente aquela pobre, necessitada, em dificuldade.

Maria, mulher da decisão, iluminai as nossas mentes e os nossos corações para que saibamos obedecer a Palavra do vosso Filho Jesus sem hesitação. Dai-nos a coragem de decidir, de não nos deixar arrastar pelos que tentam orientar a nossa vida.

Maria, mulher da ação, fazei que as nossas mãos e pés se movam depressa em direção aos outros, para que possamos levar-lhes a caridade e o amor de vosso Filho Jesus. Para levarmos ao mundo, como vós, a luz do Evangelho. Amém.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Um Deus com um rosto


Um Deus com um rosto

 “Aquele que é a Palavra tornou-Se carne e viveu entre nós. Vimos a Sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1,14).

Certa vez li uma história : Uma mãe havia acabado de colocar seu filho na cama e estava para sair do quarto quando ele a chamou.
– Mamãe, a senhora não vai me deixar aqui sozinho, vai? Está tão escuro!
– Sim, eu sei que está escuro, mas Deus está aqui o tempo todo.
– Eu sei que Deus está aqui, mamãe, mas eu queria alguém com um rosto.
Sozinhos num mundo escuro, anelamos por Alguém com um rosto. Jesus deu a Deus um rosto humano.
Por intermédio de Jesus, Deus desceu como “carne e viveu entre nós”.
No tabernáculo do Antigo Testamento, Deus visitava Israel no Lugar Santíssimo, para que pudesse “habitar no meio deles” (Êx 25,8).

Depois, nos tempos do Novo Testamento, Deus Se tornou um ser humano com quem as pessoas da época conviveram e a quem, através dos Evangelhos, podemos ver com nossos próprios olhos.
Os atos, ensinos e atitudes de Jesus são os atos, ensinos e atitudes de Deus, pois Ele é Deus.
Aquele que é a Palavra estava com Deus. Cristo, “a Palavra”, existiu antes de visitar nosso mundo. Ele veio do Pai. O nome Cristo O designa como o Messias longamente esperado e plenamente Deus.
Cristo “tornou-Se carne”.

O nome Jesus refere-se a Ele como o bebê nascido em Belém de mãe humana. Assim, Ele é plenamente homem. Cristo Jesus é completamente Deus e completamente homem. Deus Se tornou homem e viveu entre nós. Ao tornar-Se um ser humano, Jesus deu ênfase ao tremendo valor, ao infinito valor que Deus atribui a cada um de nós. Ele respeita nossa dignidade e Se importa quando sofremos.

Jesus é solidário quando precisamos de um ouvido atento e quando estamos emocionalmente feridos. Após experimentar tudo isso como ser humano, Ele morreu para garantir-nos que desfrutaremos um dia uma vida perene, livre de desapontamentos e provações. Graças a Deus por isso! E graças a Deus por uma Pessoa com quem nos podemos relacionar agora.

Jesus é um ser humano real, vivo, tal como nós, a quem podemos seguir, amar e admirar, mas principalmente nos configurar.
Se o Humano não fosse bom, Deus não teria se Encarnado, tomado a humanidade, a natureza humana. Errôneo dizer isso, este pecado, esta limitação, este defeito, esta atitude, deste ou daquele é humano, pois errar é humano. Não! O Humano é bom, o erro é a consequência do pecado em nós, é a ruptura com a graça, é a desumanização da humanidade quando ferida pelo pecado.
O tigre não se "destigra", mas o homem se desumaniza.

Jesus é o rosto divino do homem, Jesus rosto Humano de Deus!(João Paulo II)
Em Cristo, o ser humano é elevado à condição divina; dessa maneira, encontramos traços divinos que são visíveis no rosto e na vida de cada criatura humana, quaisquer que sejam a situação e o contexto de sua trajetória histórica e terrestre. A imagem e semelhança de Deus estão projetadas no ser humano, em sua condição de criança, adolescente, jovem e adulto; por conta de sua dignidade, o rosto divino é identificado na pessoa simples, no doente, no analfabeto, no sábio, no artista, no trabalhador, no prisioneiro, no injustiçado, no convertido, no recém-nascido, no pedagogo, no aprendiz, no religioso, no pecador.

Embora desfigurado por causas injustas, revelam-se em Jesus Cristo os traços do rosto divino do homem. 
Para nós, portanto, o Mestre é Jesus Cristo; não há outros mestres ou salvadores, não há outros caminhos ou mediadores. Só nele está a nossa vida: nele, Deus vem ao homem, dá-se incondicionalmente à humanidade, curando-a, renovando-a e apontando-lhe o caminho novo da nova criatura restaurada no rosto humano de Deus em Jesus. Somente nele o homem se supera realmente e chega à sua verdadeira medida.

Rosto divino do homem, rosto humano de Deus! Não há subversão mais eficaz nem mais libertadora contra os totalitarismos, ditaduras, modas ou prisões ideológicas – inclusive as do próprio cristianismo – que afirmar que só ele, Cristo Jesus, é o nosso Mestre e Senhor!
Jesus é o rosto de Deus Humano. E nele nós temos que retomar aquela "imagem e semelhança" que fomos criados no Paraíso. 
“Quem faz entrar Cristo na sua vida, nada perde, nada absolutamente, nada daquilo que torna a vida livre, bela e grande. Não! Só nesta amizade se abrem de par em par as portas da vida. Só nesta amizade se abrem realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só nesta amizade experimentamos o que é belo e o que liberta. Assim, eu gostaria com grande força e convicção, partindo da experiência de uma longa vida pessoal, de vos dizer hoje: não tenhais medo de Cristo! Ele nada tira, ele dá tudo. Quem se doa por Ele, recebe o cêntuplo. Sim, abri de par em par as portas a Cristo e encontrareis a vida verdadeira!”(Como dizia o Santo Padre Papa emérito Bento XVI, no início do seu pontificado).

O Papa Francisco a nós convocar para este ano jubilar da misericórdia em sua Bula diz logo no inicio: “Jesus é o rosto da misericórdia do Pai...”
Com esta frase, o papa Francisco inicia a bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. Desta forma, aprendemos que é possível ver, sentir e ser tocado pela Misericórdia, pois em todas as ações de Jesus vemos a misericórdia do Pai. A misericórdia é o caminho que une Deus e o homem, é sempre assim que Deus vem ao nosso encontro. Somos convidados a conhecer mais sobre este poder da misericórdia de Deus que tudo vence, enche o coração de amor e consola com o perdão através deste Deus com um rosto humano Jesus.
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Pe.Emílio Carlos Mancini +
Diocese de São Carlos .
 

 


TEMPO DE REFLETIR

 Por que desistir?

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“Por que você está assim tão triste, ó minha alma?” (Salmo 41,5).

O salmista enfrentava um momento de ansiedade e depressão e percebeu que estava sem recursos para enfrentar o que havia pela frente. Ele se perguntava: Por que estou querendo desistir? Por que toda essa inquietação? E respondeu confiantemente: “Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda O louvarei” (Sl 41,5).

Você já parou no meio da correria do dia a dia e se perguntou: “O que é mesmo que está me preocupando?”

Há alguma coisa neste exato momento inquietando seu coração? Está aguardando ansioso o resultado de algum exame médico? Sua noiva foi rude com você? Seu marido está com um comportamento diferente? A filha já devia ter dado notícias e você não sabe onde ela está? Quanta coisa! Às vezes, é um telefonema que nos traz inquietação ou é a percepção de que alguma coisa importante foi esquecida. Ou até a frase de um amigo que, no meio da conversa, pergunta: “Mas é isso mesmo que você quer?”

Uma dessas situações ou o conjunto delas dispara dentro de nós um sentimento de ansiedade e temor que pode atrapalhar o dia. A imaginação vai a “mil por hora”. Ficamos como aquela imagem inoportuna aparecendo na tela do computador e clicamos uma e outra vez para que ela desapareça porque está tirando nossa concentração. É uma espécie de pisca-pisca em nosso cérebro, em estado de alerta, sinalizando uma situação preocupante; mas não sabemos muito bem por que estamos nos sentindo assim.

Nesse momento, o mais lógico é identificar o que nos preocupa. Não fazer de conta que tudo está bem quando, em realidade, não está. Também não devemos ignorar o que estamos sentindo.

Em segundo lugar, precisamos tomar providências para resolver a situação. Isso pode significar um telefonema, uma visita, ir a determinado lugar, gastar um tempo extra fora da agenda daquele dia e/ou conversar com alguém para que o problema seja resolvido.

A esperança não está em nós mesmos, mas em Deus. Devemos ir a Ele e permitir que Ele interprete nossos anseios. 
Quem sabe a situação não seja tão grave assim. Temos que pedir, finalmente, que Ele nos supra de força para enfrentar a situação.

Como é bom começar o dia sabendo que temos ao nosso lado alguém que sabe nos tirar do labirinto em que nos encontramos. Coloquemos nossa esperança no Senhor. Ele nos livrará.

 


Descanse no perdão de Jesus




Não importa quem você seja, ou o que tenha feito, lembre-se que Jesus não o abandona. 
Você nunca está só. Não se abandone ao desânimo e desespero. Jesus Cristo conhece suas necessidades e seus problemas, conhece as circunstâncias que o afligem, e Se compadece de seus sofrimentos. 
Jesus o convida neste momento a confiar a Ele todas as suas preocupações, todas as suas angústias.
Ouça Sua voz lhe dizendo: “Venha a Mim, você que está cansado e sobrecarregado, e Eu o aliviarei”.

      7 verdades acerca da misericórdia de Deus.

        A misericórdia triunfa sobre o juízo!

(Tiago 2,13).

1A misericórdia de Deus é grande. “Pois grande é o Teu amor para comigo; Tu me livraste das profundezas do sheol [sepultura]” (Salmo 85,13).

2Quando temos misericórdia à semelhança de Deus, encontramos vida. “Quem segue a justiça e a lealdade encontra vida, justiça e honra” (Provérbios 21,21).

3A misericórdia de Deus é abundante. “O Senhor é compassivo e misericordioso, mui paciente e cheio de amor” (Salmo 102,8).

4Perdoar é um ato de misericórdia. “Pois desejo misericórdia, e não sacrifícios; conhecimento de Deus em vez de holocaustos” (Oséias 6,6).

5A misericórdia de Deus cobre todas as nossas preocupações. “O que a mim me concerne o Senhor levará a bom termo; a Tua misericórdia, ó Senhor, dura para sempre; não desampares as obras de Tuas mãos” (Salmo 137,8).

6Quando não somos misericordiosos, não recebemos misericórdia. “Porque será exercido juízo sem misericórdia sobre quem não foi misericordioso. A misericórdia triunfa sobre o juízo!” (Tiago 2,13).

7A misericórdia de Deus não tem fim. “Porque o Senhor é bom, a Sua misericórdia dura para sempre, e, de geração em geração, a Sua fidelidade” (Salmo 99,5.

 

sábado, 28 de maio de 2016

O que é o Santíssimo Sacramento?

Nas discussões religiosas, mais do que nas outras, é indispensável entender bem e, por consequência, saber bem claramente o que se fala.
Como vamos falar do Santíssimo Sacramento, para estabelecer claramente a realidade da presença de Nosso Senhor na Eucaristia, comecemos por expor algumas palavras o que ensina a Igreja Católica sobre este grande mistério. Antes de tudo, devemos evitar mal-entendidos. 

A fé nos mostra que Nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, querendo habitar em meio à sua Igreja até o fim do mundo e provar constantemente a fé de seus fieis, instituiu o sacramento da Eucaristia, na Quinta-feira Santa, no Cenáculo, na cidade de Jerusalém, algumas horas antes de começar sua dolorosa Paixão.
Ele tomou o pão ázimo (isto é, sem fermento), abençoou-o e, por sua onipotência, transformou-o na própria substância de seu corpo; depois tomou um cálice, que encheu de vinho, abençoou-o e consagrou-o na substância do Seu Sangue divino;
De tal maneira que os apóstolos, ao receber o que Jesus lhes apresentou, receberam não pão e vinho, mas o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, o próprio Jesus Cristo, oculto sob as aparências do pão e do vinho.
A fé nos mostra que na hóstia consagrada o Corpo do Salvador é vivo, todo inteiro, unido ao Seu Sangue, à sua alma e à Sua divindade; o mesmo se dá em cada partícula da Santa Hóstia: Jesus Cristo está realmente, substancialmente e corporalmente presente, como na Hóstia inteira.
Quando o sacerdote toma a Hóstia, ele não parte o Corpo do Senhor, mas somente o sinal sensível, a aparência do pão, que vela este Corpo divino e que o torna presente no altar.
No cálice, Jesus Cristo está igualmente presente todo inteiro. Seu Sangue adorável está aqui, cheio de vida, unido ao Seu Corpo, à Sua alma e à Sua divindade.
Jesus Cristo está presente em cada gota de vinho consagrado, como em cada partícula da Santa Hóstia.
A Eucaristia é, pois, um Sacramento (isto é, um sinal exterior) que contém realmente e substancialmente Nosso Senhor Jesus Cristo, Deus feito homem sob as espécies do Pão e do Vinho.
O Sacramento da Eucaristia torna presente no meio de nós, ainda que velado a nosso olhar, nosso Divino Salvador, como seu Corpo, seu Sangue, sua alma e sua divindade. Como é o mais augusto, o mais santo de todos os sacramentos, é chamado o Santíssimo Sacramento, o Sacramento por excelência.
Graça por excelência
Dá-se a ele também o nome de Eucaristia; esta palavra vem do grego e significa a graça por excelência. O Santíssimo Sacramento é, pois, o bom Deus; é Jesus Cristo que está aqui, corporalmente presente em meio aos cristãos.
Como outrora em Belém, em Nazaré, em Jerusalém, o Filho eterno de Deus, estava por sua humanidade, realmente presente no meio dos homens; assim, pelo Santíssimo Sacramento, Ele continua a habitar realmente no meio de Deus.
Não o vemos, mas Ele está igualmente presente, como um homem está realmente presente numa habitação, mesmo estando escondido atrás de uma cortina.
O véu que na Eucaristia, nos oculta Jesus Cristo são as espécies sacramentais, isto é, as aparências do pão e do vinho. Em Jerusalém, o véu que ocultava aos judeus a divindade do Salvador era a sua humanidade.
Os judeus deviam crer na divindade, que eles não viam, e que, no entanto, estava realmente presente: nós devemos crer igualmente naquilo que não vemos, isto é, na divindade e na humanidade de Jesus Cristo, ambas presentes sob o véu da Hóstia consagrada.
A Igreja nos ensina ainda que os sacerdotes, e somente eles, recebem de Deus, por meio do Sacramento da Ordem, o poder de consagrar, isto é, de mudar o pão e o vinho no Corpo e no Sangue de Jesus Cristo.
Eles o Fazem em uma cerimônia religiosa augustíssima que se chama Missa, a qual todos os cristãos estão obrigados a assistir ao menos todos os domingos e em certas festas, sob pena de pecado mortal.
No meio da Missa, no momento solene que se chama consagração ou elevação, o sacerdote, como outrora Jesus Cristo no Cenáculo, transforma o pão e o vinho no Corpo e o Sangue no Filho de Deus.
Esta mudança milagrosa se chama transubstanciação, isto é, transformação da substância do pão e do vinho na substância do Corpo e do Sangue de Nosso Senhor.
O sacerdote e os cristãos que estão preparados comungam, isto é, recebem o próprio Cristo, a fim de permanecer mais fieis e de ama-lo mais.
Após a Santa Missa, o Santíssimo Sacramento é respeitosamente conservado sob a espécie do pão e guardado no sacrário no meio do altar. É assim em nossas Igrejas, mesmo em meio aos mais pobres vilarejos, nosso grande Deus habita noite e dia no meio de nós.
Fonte: “A Presença Real e os Milagres Eucarísticos” / Mons. de Ségur - aascj.org.br

Luz, esplendor, graça -

Não devemos perder de vista a tradição, a doutrina e a fé da Igreja católica, tal como o Senhor a ensinou, tal como a pregaram os Apóstolos e a transmitiram os Santos Padres. De fato, a tradição constitui o alicerce da Igreja, e todo aquele que a abandona deixa de ser cristão e já não merece usar esse nome.
Ora a nossa fé é esta: acreditamos na Trindade santa e perfeita, que é o Pai, o Filho e o Espírito Santo; não há n’Ela mistura de nenhum elemento estranho; não se compõe de Criador e criatura; mas toda Ela é criadora e eficaz; uma só é a sua natureza, uma só é a sua eficiência e ação. O Pai cria todas as coisas por meio do Verbo, no Espírito Santo; e deste modo se afirma a unidade da Santíssima Trindade. Por isso se proclama na Igreja um só Deus, que está acima de tudo, atua em tudo e está em tudo. Está acima de tudo como Pai, princípio e origem; atua em tudo por meio do Verbo; e está em tudo no Espírito Santo. 

O apóstolo São Paulo, escrevendo aos coríntios acerca dos dons espirituais, tudo refere a Deus Pai como princípio de todas as coisas, dizendo: Há diversidade de dons espirituais, mas o Espírito é o mesmo; há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo; e há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos.
Os dons que o Espírito distribui a cada um vêm do Pai, por meio do Verbo. De fato, tudo o que é do Pai é do Filho; e, portanto, as graças concedidas pelo Filho, no Espírito Santo, são dons do Pai. De igual modo, quando o Espírito está em nós, também em nós está o Verbo, de quem recebemos o Espírito; e, com o Verbo, está também o Pai. Assim se realiza o que diz a Escritura: O Pai e Eu viremos a ele e faremos nele a nossa morada. Porque onde está a luz, aí está também o esplendor da luz; e onde está o esplendor, aí está também a sua graça eficiente e esplendorosa.
Isto mesmo no-lo ensina São Paulo na Segunda Epístola aos Coríntios com estas palavras: A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco. Efetivamente, toda a graça que nos é dada em nome da Santíssima Trindade, vem do Pai, pelo Filho, no Espírito Santo. Assim como toda a graça nos vem do Pai por meio do Filho, assim também não podemos receber nenhuma graça senão no Espírito Santo, por cuja participação temos o amor do Pai, a graça do Filho e a comunhão do mesmo Espírito.
Santo Atanásio de Alexandria (296/373)
Bispo, Confessor e Doutor da Igreja
Cartas de Santo Atanásio - Ep. 1 ad Serapionem, 28-30: PG 26, 594-595 Sec. IV

Eucaristia, centro e forma da vida da Igreja -

“Fazei isto em memória de Mim” (1Cor 11,24.25). 
 
Esta ordem de Jesus é citada duas vezes pelo apóstolo Paulo, quando narra à comunidade de Corinto a instituição da Eucaristia. É o testemunho mais antigo que temos das palavras de Cristo na Última Ceia.
“Fazei isto” ou seja, tomai o pão, dai graças e parti-o;
tomai o cálice, dai graças e distribuí-o.
Jesus ordena que se repita o gesto com que instituiu o memorial da sua Páscoa, pelo qual nos deu o seu Corpo e o seu Sangue. E este gesto chegou até nós: é o “fazer” a Eucaristia, que tem sempre Jesus como sujeito, mas atua-se por meio das nossas pobres mãos ungidas de Espírito Santo.
“Fazei isto”. Já antes Jesus pedira aos seus discípulos para “fazerem” algo que Ele, em obediência à vontade do Pai, tinha já decidido no seu íntimo realizar; acabamos de ouvir isso no Evangelho.
À vista das multidões cansadas e famintas, Jesus diz aos discípulos: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Lc 9,13). Na realidade, é Jesus que abençoa e parte os pães até saciar toda aquela multidão, mas os cinco pães e os dois peixes são oferecidos pelos discípulos, e era isto o que Jesus queria: que eles, em vez de mandar embora a multidão, colocassem à disposição o pouco que tinham. 

E, depois, há outro gesto: os pedaços de pão, partidos pelas mãos santas e veneráveis do Senhor, passam para as pobres mãos dos discípulos, que os distribuem às pessoas.
Também isto é “fazer” com Jesus, é “dar de comer” juntamente com Ele. Evidentemente, este milagre não pretende apenas saciar a fome de um dia, mas é sinal daquilo que Cristo pretende realizar pela salvação de toda a humanidade, dando a sua carne e o seu sangue (cf. Jo 6,48-58).
E, no entanto, é preciso viver sempre estes dois pequenos gestos: oferecer os poucos pães e peixes que temos; receber o pão partido das mãos de Jesus e distribuí-lo a todos.
“Partir”: esta é a outra palavra que explica o significado da frase “fazei isto em memória de Mim”.
O próprio Jesus Se repartiu, e reparte, por nós. E pede que façamos dom de nós mesmos, que nos repartamos pelos outros. Foi precisamente este “partir o pão” que se tornou ícone, sinal de reconhecimento de Cristo e dos cristãos.
Lembremo-nos de Emaús: reconheceram-No “ao partir o pão” (Lc 24,35). Recordemos a primeira comunidade de Jerusalém: “Eram assíduos (…) à fração do pão” (At 2,42).
É a Eucaristia que se torna, desde o início, o centro e a forma da vida da Igreja. Mas pensemos também em todos os santos e santas - famosos ou anônimos - que se “repartiram” a si mesmos, a própria vida, para “dar de comer” aos irmãos.
Quantas mães, quantos pais, juntamente com o pão quotidiano cortado sobre a mesa de casa, repartiram o seu coração para fazer crescer os filhos, e fazê-los crescer bem!
Quantos cristãos, como cidadãos responsáveis, repartiram a própria vida para defender a dignidade de todos, especialmente dos mais pobres, marginalizados e discriminados!
Onde eles encontram a força para fazer tudo isto? Precisamente na Eucaristia: na força do amor do Senhor ressuscitado, que também hoje parte o pão para nós e repete: “Fazei isto em memória de Mim”.
Possa o gesto da Procissão Eucarística, que em breve realizaremos, ser também resposta a esta ordem de Jesus. Um gesto para fazer memória d’Ele; um gesto para dar de comer à multidão de hoje; um gesto para repartir a nossa fé e a nossa vida como sinal do amor de Cristo por esta cidade e pelo mundo inteiro. 
 

Papa Francisco

 

Eucaristia, o constante multiplicar-se na Igreja do Pão da vida nova

A instituição da Eucaristia, o sacrifício de Melquisedec e a multiplicação dos pães: é este o sugestivo tríptico que nos é apresentado pela liturgia da Palavra na hodierna solenidade do Corpus Domini.
O Livro do Gênesis fala-nos de Melquisedec, "rei de Salém" e "sacerdote do Deus altíssimo", o qual abençoou Abrão e "ofereceu pão e vinho" (Gn 14, 18). A esta passagem faz referência o Salmo 109, que atribui ao Rei-Messias um singular carácter sacerdotal por direta investidura de Deus: "Tu és sacerdote para sempre / segundo a ordem de Melquisedec". Na vigília da sua morte na cruz, Cristo instituiu a Eucaristia. Também Ele ofereceu pão e vinho, que "nas suas mãos santas e veneráveis" (Cânone Romano) se tornaram o seu Corpo e o seu Sangue, oferecidos em sacrifício. Deste modo, Ele cumpria a profecia da antiga aliança, ligada à oferenda sacrifical de Melquisedec. Precisamente por isso recorda a Carta aos Hebreus "Ele... tornou-Se para todos os que Lhe obedecem fonte de salvação eterna, tendo sido proclamado por Deus Sumo Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedec" (5,7-10). 

A narração evangélica da multiplicação dos pães ajuda-nos a compreender melhor o dom e o mistério da Eucaristia. Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, elevou os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os aos Apóstolos, para que os distribuíssem ao povo (cf. Lc 9,16). Todos comeram e ficaram saciados e ainda se encheram dozes cestos de fragmentos que sobraram. Trata-se dum prodígio surpreendente, que constitui como que o início de um longo processo histórico: o constante multiplicar-se na Igreja do Pão da vida nova para os homens de toda a raça e cultura. Este ministério sacramental foi confiado aos Apóstolos e aos seus sucessores. E eles, fiéis à recomendação do divino Mestre, não cessam de partir e de distribuir o Pão eucarístico de geração em geração.

Por que coroamos a imagem de Nossa Senhora? 

Nossa Senhora sendo Coroada por Deus Pai e por Nosso Senhor Jesus Cristo.

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A devoção que a Igreja tem de coroar a imagem da Virgem Maria em muitas datas em que celebramos uma festa a ela dedicada, em especial no mês de Maio, é muito antiga. 

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E
ste gesto quer externar o carinho que sentimos pela Mãe de Jesus e nossa Mãe.

Não se trata de uma devoção vazia de sentido, e nem mesmo a consideramos uma deusa, pois Maria não é um fim em si mesma.
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Não é meta, mas é sinal.
Sua missão é sempre nos apontar Jesus.
Ela é aurora que antecede a luz radiante do magnífico Sol que é Cristo.
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Coroamos a sua Imagem, porque em nosso coração Ela tem um lugar especial, pois pelo seu “fiat” (faça-se) Deus torna-se Homem em seu seio virginal.


Ao anúncio do Arcanjo Gabriel, que falou – lhe claramente: “o santo que vai nascer de ti será chamado filho de Deus” (Lc 1,35).
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Maria não titubeia e se coloca como serva, não só com palavras, mas logo vai ao encontro de sua prima Isabel, que ao receber sua visita, exclamou:
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“Donde me esta honra de vir a mim a mãe do meu Senhor“. (Lc 1,43)

Coroamos a imagem de Maria, como gesto simbólico, para, desejosos, aprender com ela a cantar as maravilhas de Deus, no nosso dia-a-dia reconhecendo-O como Deus Vivo:
“Minha alma glorifica o Senhor e meu espírito exulta em Deus meu Salvador” (Lc 2,47).
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Por tudo isso é que coroamos a imagem de Nossa Senhora, a Mãe de Jesus e Nossa.


terça-feira, 24 de maio de 2016

O VALOR DAS PROVAÇÕES

 
“Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações” (Tiago 1,2).
Meus amados como nos é difícil compreender que as provações fazem parte do plano de Deus para promover a nossa maturidade cristã.

As fontes que promovem as provações são muitas e variadas. As provações podem vir diretamente de Deus, a exemplo do que ocorreu com Abraão em Gênesis 22; de Satanás, no caso de Jó (Jó 1,6-12); do nosso semelhante, como no episódio em que os irmãos de José lhe intentaram o mal (Gn 37,14-28; 50.20); e das mais diversas circunstâncias desencadeadas nos planos religiosos, políticos, sociais e econômicos, dentre tantos outros. Não obstante, uma coisa é absolutamente certa, Deus está monitorando cada uma delas visando nossa edificação.

Até o presente momento, ainda não me chegou nenhum irmão pulando de contentamento e em brados de alegria, confessando: “Padre, estou muito feliz porque a minha vida está cheia de provações!” Imagine alguém chegando a você e dizendo: “À medida que os meus problemas aumentam, a minha alegria transborda.” Talvez ficássemos assustados; acharíamos estranho, por uma razão muito simples: não estamos observando nem obedecendo o imperativo do “tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações” (Tg 1,2). Pulamos, sim, de contentamento quando recebemos as “bênçãos”. Entenda-se por “bênçãos” tudo aquilo que sacia o nosso desejo de ter e possuir, além do que proporciona bem-estar. As bênçãos de Deus na nossa vida incluem tanto aquelas que produzem prazer, como aquelas que causam dor. 

Quando Paulo recebeu o “espinho na carne”, este causava-lhe dor e sofrimento, mas era bênção de Deus na vida do apóstolo. Sem a bênção do espinho ele poderia se ensoberbecer e, consequentemente, envergonhar o evangelho. Quando a fonte da nossa alegria consiste nas bênçãos que Deus oferece e não no Deus que oferece as bênçãos, a nossa alegria está fadada à instabilidade; a nossa fé, à fraqueza; e o nosso relacionamento com Deus à confusão. Infelizmente, em nossos dias, muitas pessoas vão aos templos com um único objetivo: receber bênçãos de Deus.

Desejam a cura de uma enfermidade, um emprego, a restauração da empresa que está às portas da falência, um livramento, enfim, a solução de problemas que atingem a todos os mortais. Não constitui pecado buscar as bênçãos de Deus. Jesus mesmo nos incitou a pedir. Porém erramos o alvo quando fazemos da dádiva divina o nosso deus. Erramos, também, quando a busca da bênção é o fator que motiva nossa ida aos cultos , as missas. Deus deve ser a razão do nosso culto, da nossa vida, a finalidade exclusiva do nosso serviço, o motivo supremo da nossa alegria.
“Homem de dores e que sabe o que é padecer”, assim era Jesus de Nazaré. Sofreu rejeição. Padeceu por fazer a vontade de Deus. Foi perseguido e desprezado. Mas não perdeu a doçura em meio às lutas. As provações não deixaram Jesus amargurado. Continuava sereno. Mesmo tendo uma “agenda apertada”, atraía as crianças e lhes dispensava atenção. Apesar das dificuldades, contemplava e ensinou os Seus discípulos a contemplar os lírios do campo e as aves do céu. Instruiu-os a cultivar a arte da contemplação. 

Ensinou-lhes a vencer as inquietações do
cotidiano tirando lições da natureza. Jesus tinha motivos para a amargura, para o ódio. Foi traído pelo preço de um escravo, trocado por um homicida e crucificado como um malfeitor. Senhor das Suas emoções e fiel guerreiro contra o ódio e a amargura, Jesus optou pelo amor. Mesmo crucificado, sofrendo as mais terríveis dores, não Lhe faltou ternura para transmitir graça e perdão àqueles que só lhe causaram males. Seguimos os passos do nosso Mestre quando temos alegria, serenidade e ternura nas provações.

Fé aprovada é aquela que produz perseverança. A fé genuína, resultado direto dos testes de que Deus faz uso para promovê-la, induz o fiel a continuar caminhando mesmo quando as circunstâncias não lhe são favoráveis. Ela induz o fiel a continuar crendo em Deus e em Sua Palavra mesmo quando a dor não passa, quando a doença prevalece sobre a saúde, quando o emprego não vem; embora haja perdas e danos, sua fé permanece inabalável.

Evidentemente o poder transformador não está na dureza das tribulações, mas no Espírito Santo que age. Este, sabiamente, faz uso das circunstâncias e dos acontecimentos para nos instruir e nos moldar.

Pe.Emílio Carlos+
  Desertos e Tempestades em nenhum destes períodos devemos entrar em desespero

Foto de Emilio Carlos Mancini.


Pérola do dia.
 
Quando Jesus pregava o reino de Deus, Ele utilizava exemplos do dia a dia das pessoas tornando assim de fácil compreensão.
Com toda certeza muitos são os momentos de tempestades e outros muitos de extremo deserto.
Mas em nenhum destes períodos devemos entrar em desespero ou mesmo desconfiar da bondade de Deus.
Nosso Deus nos aquece nas tempestades e nos sopra com brisa suave no color do deserto.
Busquemos no altar do sacrifício a fortaleza do Evangelho, que tudo suporta e tudo renova.
A felicidade da dependência

Anunciacão da Virgem Maria - Santuário da Basilica da Misericordia - Macerata - Italia..jpg

Maio é, de todos os meses consagrados pela piedade popular a alguma devoção específica, o mais antigo. Oficialmente reconhecido como o mês de Maria desde há trezentos anos, provém, contudo, de uma tradição que remonta à primeira Idade Média; nos tempos modernos, contou com inúmeros propagadores, entre os quais muitos jesuítas e o famoso São Filipe Néri.

Uma das primeiras palavras de Maria nos Evangelhos é sua resposta ao Anjo: "Eis aqui a escrava do Senhor; faça-se em Mim segundo a tua palavra" (Lc 1, 38). Desta forma - Mãe de Deus e Rainha do Céu -, submetia totalmente à vontade do Senhor os rumos mais centrais de sua vida, renunciando absolutamente a influir neles com seu próprio arbítrio.

Esta atitude de entrega se fundamenta na clarividência que Ela tinha a respeito da contingência decorrente de seu estado de mera criatura, e cuja compreensão era proporcional à sua sabedoria ímpar. Ora, longe de induzi-La à revolta, esta dependência era motivo de alegria, por discernir serem as vias de Deus perfeitíssimas, e "tão acima das dos homens quanto o céu sobre a terra" (Is 55, 9).

Ademais, de todos os seres criados, nenhum recebeu tanto quanto Ela. Esses dons gratuitos suscitavam em sua alma imensa gratidão motivando um extraordinário empenho de retribuição, o qual ainda se revestia de ardente e puríssimo amor. Este, quando é veemente, não descansa até formar um só com o objeto amado, ao qual se entrega irrestritamente. E era tal o desejo de Maria de pertencer a Deus, e de ter parte com Ele, que resultou numa união indissolúvel, tão bem descrita por São Paulo: "Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim" (Gal 2, 20). Ora, quem realmente ama, ao alcançar esta meta, se desfaz em alegria!...

Deste amor nasce, na Virgem, sua confiança em Deus, ancorada na certeza absoluta da bondade, retidão e perfeição de suas vias. Por isto, e de maneira sumamente sapiencial, Ela Se consagra como escrava da vontade divina; e Se entrega porque confia, confia porque ama, e ama porque crê. E porque não temeu entregar-Se nas mãos de Deus, este não temeu entregar-Se nas mãos d'Ela. É o prêmio dos escravos, e sua suprema felicidade: à maneira de cânticos responsoriais, ao "fiat mihi secundum verbum tuum" (Lc 1, 38) responde- -se "magnificat anima mea Dominum" (Lc 1, 46).

Ora, a via da imitação da Virgem Maria está aberta a quem desejar: por uma regra de três, entregar-se a Ela como Ela Se entregou a Deus. Assim, a escravidão de amor consiste num auge de confiança, de humildade, de submissão, de dependência... e resulta num auge de felicidade. Com efeito, nossa glória está em glorificar a Deus, mas lográ-lo redunda em maior alegria para nós mesmos. Por isto, já dizia Jesus que "quem quiser ser o maior, seja o último de todos" (Mt 20, 27), de forma que, no cume do Céu, encontraremos aqueles que amaram, viveram e agiram como escravos de Deus: outros Cristos, outras Marias.