Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

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Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

terça-feira, 30 de agosto de 2016

A Bíblia é Infalível? 

O conceito de inspiração implica na inerrância bíblica, em sua infalibilidade. No entanto, devemos compreender a extensão dessa infalibilidade…
Todas as coisas possuem limites: não é diferente para a Bíblia!
Não poucas vezes, nos defrontamos com pessoas que querem “provar” a todo custo que a Bíblia está cheia de erros científicos, não possui harmonia entre seus vários livros, cai diversas vezes em contradição e tem diversas passagens lendárias. E chegam a exemplificar:
Ao abandonar seus pais, com quem Caim se casou, já que não havia mulheres filhas de Adão e Eva? (Gn 4,17);
Quantos soldados havia em Israel e em Judá? 800 mil e 500 mil, respectivamente, segundo 2Sm 24 ou 1100 e 470 mil, respectivamente, segundo 1Cr 21?;
Mateus atribui ao profeta Jeremias uma profecia de Zacarias (Mt 27,9);
Judas se suicidou por enforcamento (Mt 27,5) ou por pular em um precipício (At 1,18)?

e os exemplos se multiplicam…
Tais argumentos fazem aparecer pessoas “iluminadas” que, crendo na total infalibilidade da Bíblia, encontram respostas inúteis, tais como defender que Judas se enforcou numa árvore próxima de um abismo, tendo caído neste assim que a corda se rompeu!!! Da mesma forma, Galileu Galilei quase foi queimado pela Inquisição por defender que a terra girava em torno do sol e não o contrário, como todos até então acreditavam; isso porque parecia contradizer a passagem de Js 10,12-13, que afirma que o sol parou por ordem de Josué.
Vemos, assim, que tais discussões são inúteis e extremadas! Tudo por causa do conceito de inerrância ou infalibilidade da Bíblia que não é visto de acordo com a verdade. E qual é a verdade? É que a Bíblia é um livro de fé e não um livro de ciências! É infalível para doutrinas da religião, mas não o é para a ciência.
Deus, quando inspirou os homens que escreveram a Bíblia, esmerou-se por se fazer entender pela humanidade e, para isso, comunicou as verdades da fé usando a linguagem simples da época, que ainda era muito pobre em conhecimentos científicos. Mas não poderia ser diferente! Se Jesus falasse de computadores, aviões e televisão em suas parábolas seria entendido por aquele povo? Haveria o Cristianismo hoje se seus apóstolos pregassem algo que não conhecessem?
Para nós que cremos em Deus, não interessa saber se a ordem da Criação está certa ou errada, se a princípio foi criado somente um casal de cada espécie ou não… para nós, o que nos interessa mesmo é saber – e ter a certeza – de que Deus criou tudo no universo: os astros, as estrelas, a terra, os animais e o gênero humano; interessa-nos saber que Deus nos ama, apesar de termos pecado contra Ele (pouco importando se foi porque comemos o fruto de uma árvore, mas porque de alguma forma o desobedecemos). Devemos saber que, por Seu Amor, Deus nos mandou seu Filho único, verdadeiro Deus feito homem, que nos libertou de uma vez por todas do pecado e nos alcançou a salvação… e por aí vai.
Concluímos afirmando que a Bíblia é, portanto, infalível nos assuntos de fé, como sempre foi e sempre será, não devendo invadir o campo da ciência, da mesma forma como esta também não deve se intrometer nos assuntos de fé, para os quais permanece incompetente.
Prof. Felipe Aquino
Sacerdócio e santidade

Ai do presbítero que não sabe comportar-se à altura de sua dignidade, que desonra o santo nome de Deus perante o qual deve ser santo! A corrupção dos melhores é a mais grave entre todas.

Começamos nossa exortação, caros filhos, conclamando-vos à santidade exigida pela dignidade de vosso cargo, pois quem é elevado ao sacerdócio exerce o ministério não só para si, mas também para os outros: "Todo pontífice é escolhido entre os homens e constituído a favor dos homens como mediador nas coisas que dizem respeito a Deus" (Hb 5, 1).

O que está corrompido não pode conferir a saúde

Este mesmo pensamento exprimiu Cristo quando, para explicar a função própria dos presbíteros, os comparou à luz do mundo e ao sal da terra.

São Pio X..jpg
Ao sacerdote compete-lhe a tarefade arrancar as
más ervas, lançar as boassementes, irrigar
evigiar para que o inimigo não semeieentre
elas o joio
São Pio X fotografado por Felici
Todos sabem que eles o são, em primeiro lugar, pela missão de transmitir a verdade cristã a eles encomendada. Como ignorar, porém, que a nada conduzirão seus ensinamentos se não os confirmarem com o exemplo? Neste caso, com irreverência, mas não sem razão, poder-lhes-iam objetar seus ouvintes: "Proclamam que conhecem a Deus, mas na prática o renegam" (Tt 1, 16); e lhes rechaçar a doutrina pregada, sem beneficiar-se de sua luz. Por isso Cristo, modelo dos sacerdotes, ensinou primeiro pelo exemplo e depois pela palavra: "Jesus fez e ensinou" (At 1, 1).

Sem santidade de vida, deixará o sacerdote de ser sal da terra, pois o que está corrompido e contaminado não pode conferir a saúde, e onde falta a santidade é inevitável que habite a corrupção. Daí que, valendo-Se da mesma figura, o Mestre qualifique tais ministros de sal insípido que "para nada mais serve senão para ser lançado fora e calcado pelos homens" (Mt 5, 13). [...]

Muito oportunamente insistia São Carlos Borromeu em seus discursos para o clero: "Se recordássemos, irmãos caríssimos, quantas e quão preciosas coisas colocou Deus em nossas mãos, como esta consideração nos estimularia a levar uma vida digna de sacerdotes! Que coisa deixou Deus de pôr em minhas mãos, se nelas pôs seu próprio Filho Unigênito, eterno e consubstancial a Si mesmo? Em minhas mãos depositou os seus tesouros, todos os Sacramentos, todas as suas graças: pôs as almas por Ele amadas como a pupila dos olhos, as quais amou mais do que a Si mesmo e remiu com seu Sangue; pôs o Céu, que posso abrir e fechar aos demais... Como poderia eu, à vista de tantas honrarias e tamanho amor, ser ingrato a ponto de pecar contra Ele, de ofendê-Lo e de conspurcar este corpo que Lhe pertence, de profanar esta dignidade, esta vida consagrada a seu serviço?".1 [...]

Cristo não muda no decorrer dos séculos

Vejamos agora em que consiste esta santidade, da qual o sacerdote não pode estar privado sem grave desonra, porque se expõe a grande perigo quem a ignora ou entende de forma equivocada.

Pensam alguns, e até claramente professam, que o mérito do sacerdote consiste apenas em entregar-se por inteiro ao bem dos outros. Negligenciando quase totalmente as virtudes que visam ao aperfeiçoamento pessoal - por eles chamadas de virtudes passivas -, apregoam a necessidade de empregar todos os esforços em adquirir e exercitar as virtudes denominadas ativas.

Esta doutrina é, sem dúvida, falaz e desastrosa. A respeito dela assim se exprime, com sua habitual sabedoria, nosso predecessor de feliz memória: "A ideia de que as virtudes cristãs não são oportunas em todos os tempos, só pode ocorrer a quem tenha se esquecido destas palavras do Apóstolo: ‘Os que Ele distinguiu de antemão, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho' (Rm 8, 29). A Cristo, mestre e modelo de toda forma de santidade, devem-se adaptar todos quantos almejam ser acolhidos no Reino dos Céus. Ora, Cristo não muda no decorrer dos séculos, mas ‘é sempre o mesmo: ontem, hoje e por toda a eternidade' (Hb 13, 8). Portanto, aos homens de todos os tempos se dirige esta palavra: ‘Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração' (Mt 11, 29); a todo momento Ele Se apresenta como ‘obediente até a morte' (Fl 2, 8); e vale para todas as épocas a sentença do Apóstolo: ‘Os que são de Jesus Cristo crucificaram a carne, com as paixões e concupiscências' (Gal 5, 24)".2 [...]

Insistindo vivamente nesse dever, não podemos, entretanto, deixar de advertir, que tendo sido contratado por Cristo como operário "para sua vinha" (Mt 20, 1), o sacerdote não pode santificar-se apenas para si. Compete-lhe também a tarefa de arrancar as más ervas, lançar as boas sementes, irrigar e vigiar para que o inimigo não semeie entre elas o joio.

Cuide, pois, o presbítero de não se deixar arrastar por um irrefletido desejo de perfeição interior que o leve a negligenciar qualquer uma das obrigações de seu ministério relativas ao bem dos fiéis: pregar a Palavra de Deus, atender Confissões, prestar assistência aos enfermos, sobretudo aos moribundos, instruir os ignorantes das coisas da Fé, consolar os aflitos, reconduzir os extraviados e em tudo imitar a Cristo, o qual "andou fazendo o bem e curando todos os oprimidos pelo demônio" (At 10, 38).
E, ao mesmo tempo, grave em sua mente esta advertência de São Paulo: "Nem o que planta é alguma coisa nem o que rega, mas só Deus, que faz crescer" (I Cor 3, 7). [...]

Somente a santidade nos torna acordes com nossa vocação

Na verdade, uma só coisa serve para unir o homem a Deus, torná-lo agradável a seus olhos e ministro não indigno de sua misericórdia: a santidade de vida e de costumes. Se faltar ao sacerdote esta santidade, que é a supereminente ciência de Jesus Cristo, faltar-lhe-á tudo. Pois sem esta ciência, a própria vastidão de uma requintada cultura - que nós mesmos nos empenhamos em promover entre o clero -, bem como a destreza e solércia nas atividades, mesmo quando produzam algum benefício à Igreja ou a alguns fiéis, são amiúde deplorável causa de prejuízos.

Ordenação sacerdotal nas catacumbas.jpg
Grande é a dignidade dos sacerdotes, maior, porém, é sua ruína se pecam.
Alegremo-nos por termos sido elevados, mas tenhamos
pavor de cair
Ordenação sacerdotal nas catacumbas Gravura do início do séc. XX publicada
por Gérard Desgodets
Por outro lado, numerosos exemplos de todos os tempos comprovam o quanto pode empreender e levar a bom termo, no povo de Deus, o homem ornado de santidade, ainda que pertença ao grau inferior da hierarquia eclesiástica. Basta recordar, entre os mais recentes, o Cura d'Ars, João Batista Vianney, que tivemos a alegria de beatificar.

Somente a santidade nos torna acordes com as exigências da nossa vocação divina. Ela faz de nós homens crucificados para o mundo, e para os quais o mundo ­está crucificado; homens que caminham numa nova vida e que, como ensina São Paulo, "nas vigílias, nas privações; pela pureza, pela ciência, pela longanimidade, pela bondade, pelo Espírito Santo, por uma caridade sincera, pela palavra da verdade" (II Cor 6, 5-7) demonstram ser autênticos ministros de Deus, voltados exclusivamente para as coisas celestes e empenhados por inteiro em conduzir a elas as almas dos demais.

O sacerdote precisa ser exímio na oração

Como todos sabem, a santidade de vida é fruto de nossa vontade, fortalecida pela graça, da qual Deus nos provê largamente para que nunca nos falte. Basta apenas que a queiramos e a peçamos por meio da oração.

Oração e santidade estão tão intimamente relacionadas que uma não pode subsistir sem a outra. Assim, é decerto verdadeira esta sentença do Crisóstomo: "Julgo ser evidente para todos que sem auxílio da oração é impossível viver virtuosamente".3 E com fina argúcia conclui Santo Agostinho: "Sabe de fato viver bem quem sabe rezar bem".4

Estes ensinamentos, o próprio Cristo os confirmou com suas palavras e mais ainda com seu exemplo: retirava-Se sozinho nos desertos ou subia ao cume dos montes, passava noites inteiras orando, ia com frequência ao Templo, e até mesmo quando rodeado pelas multidões, elevava os olhos ao Céu e rezava diante de todos. Por fim, cravado na Cruz, em meio às dores da morte, dirigiu ao Pai a última prece, com lágrimas e um alto brado.

Tenhamos, pois, por certo e comprovado que, para estar à altura de sua dignidade e da tarefa a ele encomendada, o sacerdote precisa ser exímio na prática da oração. Com demasiada frequência temos a lamentar preces feitas mais por hábito do que por devoção; que em determinados momentos o Ofício seja rezado distraidamente ou substituído por algumas curtas orações; a ausência de momentos ao longo do dia dedicados a dialogar com Deus, elevando a alma à consideração das coisas celestes.

Mais do que qualquer outro homem, deve o sacerdote obedecer ao preceito de Cristo: "É necessário orar sempre" (Lc 18, 1). Com base nele, São Paulo insistia: "Sede perseverantes, sede vigilantes na oração, acompanhada de ações de graças" (Col 4, 2); "Orai sem cessar" (I Tes 5, 17). [...]

Tenhamos pavor de cair

Ai do sacerdote que não sabe comportar-se à altura de sua dignidade, que por sua infidelidade desonra o santo nome de Deus, perante o qual deve ser santo! A corrupção dos melhores é a mais grave entre todas. "Grande é a dignidade dos sacerdotes, maior, porém, é sua ruína se pecam. Alegremo-nos por termos sido elevados, mas tenhamos pavor de cair, pois a alegria por ter estado no alto será inferior à tristeza de nos precipitarmos para baixo".

Ai do sacerdote que se olvida de si próprio, negligencia a oração, rejeita a nutrição das leituras piedosas, nunca se recolhe para ouvir a voz da consciência que o acusa. Nem as sangrentas chagas de sua alma, nem os prantos da Igreja, sua mãe, conseguirão reerguer este infeliz, evitando-lhe ser golpeado por aquelas terríveis ameaças: "Obceca o coração desse povo, ensurdece-lhe os ouvidos, fecha-lhe os olhos, de modo que não veja nada com seus olhos, não ouça com seus ouvidos, não compreenda nada com seu espírito. E não se cure de novo" (Is 6, 10).

Que o Deus de misericórdia afaste de cada um de vós, diletos filhos, este triste presságio. Ele vê que nosso coração, inteiramente livre de rancor, é movido apenas pela caridade de pai e pastor: "Pois quem, senão vós, será a nossa esperança, a nossa alegria e a nossa coroa de glória ante Nosso Senhor Jesus, no dia de sua vinda?" (I Tes 2, 19).

Auxiliar e socorrer a Igreja em suas angústias

Vós mesmos podeis constatar, em qualquer lugar onde estejais, os tristes momentos pelos quais passa a Igreja, por impenetráveis desígnios de Deus. Considerai também o sagrado dever que tendes de assistir e socorrer em suas angústias esta Igreja que vos concedeu tão honrosa dignidade.

Hoje mais do que nunca, torna-se necessária ao clero uma virtude superior, sincera, exemplar, viva, operosa, prontíssima a tudo empreender e sofrer por Cristo. Isto é o que com mais ardor desejamos para todos e cada um de vós, e o pedimos a Deus com fervorosíssimas preces.

Floresça, pois, em vós com intemerato fulgor a castidade, exímio ornato de nosso clero. Graças a ela o sacerdote se torna semelhante aos Anjos, é considerado pelo povo cristão homem digno de todas as honras e colhe, assim, mais copiosos frutos de seu ministério.
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Aliviar, defender, medicar, pacificar: seja esta a vossa
meta, sedentos de conquistar e conduzir almas a Cristo
A árvore divina - Gravura de finais do
séc. XIX publicada por Friedrich Pustet,
Regensburg (Alemanha)

Perene e sincera sejam em vós a reverência e a obediência solenemente prometidas àqueles que o Espírito Santo constituiu pastores da Igreja. Acima de tudo, que a submissão devida a justíssimo título a esta Sé Apostólica una a ela cada dia mais, com estreitíssimos vínculos, vossas mentes e vossos corações.

Brilhe em cada um de vós aquela caridade que em nada procura seu próprio proveito, de tal modo que, reprimidos os impulsos da inveja e da ambição próprios da humana natureza, possais unir vossos esforços, com fraterna emulação, para dar maior glória a Deus. "Um grande número de enfermos, de cegos, de coxos e de paralíticos" (Jo 5, 3), multidão tão numerosa quanto digna de piedade, espera os socorros de vossa caridade.

À vossa espera estão, sobretudo, numerosos grupos de jovens, risonha esperança da pátria e da Religião, assediados de todos os lados pelas insídias e pelos perigos morais. Sede incansáveis em fazer o bem a todos, não só ensinando-lhes o catecismo, que recomendamos de novo e com maior empenho, mas também prestando-lhes todo auxílio possível inspirado por vossa prudência e dedicação.

Não manchemos nossa glória!


Aliviar, defender, medicar, pacificar: seja esta a vossa meta, sedentos de conquistar e conduzir almas a Cristo. Considerai quão laboriosos, infatigáveis e destemidos são os inimigos de Deus em sua ação para corromper de modo irreparável as almas!

Especialmente por este esplendor da caridade a Igreja Católica se alegra e se ufana de seu clero, que anuncia o Evangelho da paz cristã, que leva a salvação e a civilização até os povos bárbaros, onde por seus esforços apostólicos, não raramente selados com o sangue, dilata-se dia a dia o Reino de Cristo e resplandece com novas vitórias a santa Fé.

Diletos filhos, se em paga de vossa caridade receberdes ódio, afrontas, calúnia, como sói acontecer, não vos deixeis tomar pelo desânimo, "não vos canseis de fazer o bem" (II Tes 3, 13). Tende diante dos olhos os esquadrões de homens fortes, insignes tanto pelo número quanto pelos méritos, que a exemplo dos Apóstolos, se alegravam em suportar as mais cruéis torturas pelo nome de Jesus Cristo. Eram insultados e abençoavam (I Cor 4, 12). Somos filhos e irmãos dos Santos, cujos nomes resplandecem no Livro da Vida, cuja glória a Igreja celebra. "Não manchemos nossa glória" (I Mac 9, 10)! ² São Pio X. Excertos da Exortação Apostólica Hærent animo, 4/8/1908 - Tradução: Arautos do Evangelho
A missão excepcional de São José

No silêncio de Belém, durante a estadia no Egito e na pequena casa de Nazaré, São José terá recebido mais graças que jamais a qualquer outro santo seria dado receber.

Coube a São João Batista a missão de anunciar a vinda imediata do Messias. Pode-se pois dizer que ele foi o maior dos precursores de Jesus no Antigo Testamento. É assim que Santo Tomás entende a palavra de Jesus em São Mateus (11, 11): "Em verdade, vos digo, entre os nascidos de mulheres não surgiu alguém maior do que João Batista".

Mas, logo a seguir, acrescenta Nosso Senhor: "Entretanto, o menor no reino dos céus é maior que ele". O reino dos céus é SAO JOSE.jpgaIgreja da terra e do céu: é o Novo Testamento, mais perfeito como estado do que o Antigo, embora certos justos do Antigo tenham sido mais santos que muitos do Novo. E quem na Igreja é o menor? Estas são palavras misteriosas que têm sido diversamente interpretadas. Fazem pensar nestas outras pronunciadas mais tarde por Jesus: "Aquele que dentre vós for o menor este é o maior" (Lc 9, 48). O menor, quer dizer o mais humilde, o servidor de todos; é, pela conexão e proporção das virtudes, o que tem mais alta caridade. Quem na Igreja é o mais humilde? Sem dúvida, é aquele que não foi nem Apóstolo, nem Evangelista, nem mártir (pelo menos exteriormente), nem pontífice, nem padre, nem doutor, mas que conheceu e amou o Cristo Jesus não menos por certo que os apóstolos, os evangelistas, os mártires, os pontífices e os doutores: é o humilde operário de Nazareth, o humilde José. Os Apóstolos foram incubidos de fazer com que os homens conhecessem o Salvador, para pregar-lhes o Evangelho a fim de salvá-los. Sua missão, como a de São João Batista, é da ordem da graça necessária a todos para a salvação. Mas há uma ordem ainda superior à da graça.

É aquela que é constituída pelo próprio mistério da Encarnação, ou seja, a ordem da união hipostática ou pessoal da Humanidade de Jesus com o próprio Verbo de Deus. A esta ordem superior se prende a missão singular de Maria, a maternidade divina e também, de certa forma, a missão oculta de José. Este assunto foi exposto de diversas maneiras por São Bernardo, São Bernardino de Siena, o dominicano Isidoro de Isolanis, Suarez e muitos autores recentes.

Bossuet diz admiravelmente no seu primeiro panegírico desse grande santo: "Dentre todas as vocações noto duas, nas Escrituras, que parecem diametralmente opostas: uma é a dos Apóstolos; a segunda, a de José. Jesus é revelado aos Apóstolos para que o anunciem por todo o universo; e é revelado a José para que silencie e o esconda. Os Apóstolos são luzeiros para mostrarem Jesus ao mundo inteiro. José é um véu para encobri-lo; e sob esse véu misterioso oculta-se-nos a virgindade de Maria e a grandeza do Salvador das almas. Aquele que glorifica os Apóstolos concedendo-lhes a honra da pregação, glorifica José pela humildade do silêncio". A hora da manifestação do mistério do Natal ainda não era chegada, essa hora deveria ser preparada por trinta anos de vida oculta.

A perfeição consiste em cumprir a vontade de Deus, cada um segundo sua vocação. Mas a vocação toda excepcional de José supera por certo, no silêncio e na obscuridade, a dos maiores Apóstolos: pois ela se relaciona mais de perto com o mistério da Encarnação redentora. José, depois de Maria, esteve mais próximo que ninguém do próprio Autor da graça. Assim pois, no silêncio de Belém, durante a estadia no Egito e na pequena casa de Nazaré ele terá recebido mais graças que jamais a qualquer outro santo seria dado receber.

Qual a missão especial de José com relação a Maria?

Consistiu ela sobretudo em preservar a virgindade e a honra de Maria, contraindo com a futura Mãe de Deus um verdadeiro matrimônio, mas absolutamente santo. Conforme relata o Evangelho de São Mateus (1, 20): "O anjo do Senhor, que apareceu em sonho a José lhe diz: "José, filho de Daví, não temas receber Maria como tua esposa, pois o que nela se gerou é obra do Espírito Santo". Maria é perfeitamente sua esposa. Trata-se de um matrimônio verdadeiro (cf. Santo Tomás, III, q. 29, a. 2), mas inteiramente celeste e que devia ter fecundidade inteiramente divina. A plenitude inicial de graça dada à Virgem em vista da maternidade divina fazia apelo em certo sentido ao mistério da Encarnação. Conforme diz Bossuet: "A virgindade de Maria atraiu Jesus do céu... Se sua pureza a tornou fecunda, não hesitarei, no entanto, em afirmar que José teve sua parte nesse grande milagre. Pois tal pureza angélica, apanágio da divina Maria, foi também o desvelo do justo José".

Era a união sem mácula e inteiramente respeitosa com a criatura mais perfeita que jamais existira, em ambiente extremamente simples, qual o de um pobre artesão de aldeia. Assim, José se aproximou mais intimamente do que qualquer outro santo daquela que é a Mãe de Deus, daquela que é também a Mãe espiritual de todos os homens e dele próprio José, daquela que é Co-Redentora, Mediadora universal, dispensadora de todas as graças. Por todos esses títulos José amou Maria com o mais puro e devotado amor; era de certo um amor teologal, porquanto ele amava a Virgem em Deus e por Deus, por toda a glória que ela dava a Deus. A beleza de todo o universo nada era em face da sublime união dessas duas almas, união criada pelo Altíssimo, que encantava os anjos e ao próprio Senhor enchia de júbilo.

Qual foi a missão excepcional de José perante o Senhor?


Em verdade, o Verbo de Deus feito carne foi confiado a ele, José, de preferência a qualquer outro justo dentre os homens de todas as gerações. O santo velho Simeão teve o menino Jesus em seus braços por alguns instantes e viu nele a salvação dos povos - "lumen ad revelationem gentium" - mas José velou todas as horas, noite e dia, sobre a infância de Nosso Senhor. Muitas vezes teve em suas mãos aquele em quem via seu Criador e Salvador. Recebeu dele graças sobre graças durante os vários anos em que viveu com ele na maior intimidade do dia-a-dia. Viu-o crescer. Contribuiu para sua educação humana. Jesus lhe foi submisso. É comumente chamado de "pai nutrício do Salvador"; porém em certo sentido foi mais que isso, pois como nota Santo Tomás é acidentalmente que após o casamento um homem se vem a tornar "pai nutrício" ou "pai adotivo", enquanto que não foi absolutamente de forma acidental que José ficou encarregado de zelar por Jesus. Ele foi criado e posto no mundo precisamente para tal fim. Esta foi a sua predestinação. Foi em vista de tal missão divina que a Providência lhe concedeu todas as graças recebidas desde a infância: graça de piedade profunda, de virgindade, de prudência, de fidelidade perfeita. Sobretudo, nos desígnios eternos de Deus, toda a razão de ser da união de José com Maria era a proteção e a educação do Salvador; Deus lhe deu um coração de pai para velar pelo menino Jesus. Esta a missão principal de José, em vista da qual ele recebeu uma santidade proporcionada a seu papel no mistério da Encarnação, mistério que domina a ordem da graça e cujas perspectivas são infinitas.

Este último ponto foi bem esclarecido por Mons. Sinibaldi em sua recente obra La Grandeza di San Giuseppe, p. 33-36, na qual mostra que São José foi predestinado desde toda a eternidade para tornar-se o esposo da Virgem Santíssima e explica, com Santo Tomás, a tríplice conveniência dessa predestinação.

O Doutor Angélico a demonstrou ao indagar (III q. 29, a. 1) se o Cristo deveria nascer de uma virgem que tivesse contraído um verdadeiro casamento. E concluiu que devia ser assim, tanto para o próprio Cristo, como para sua Mãe, e também para nós.

Isso convinha grandemente ao próprio Nosso Senhor para que ele não fosse considerado, até que chegasse a hora da manifestação do mistério do seu nascimento, como um filho ilegítimo, e também para que ele fosse protegido em sua infância. Para a Virgem não era menos conveniente, a fim de que ela não fosse considerada culpada de adultério e como tal viesse a ser lapidada pelos judeus, conforme notou São Jerônimo, e ainda para que ela própria fosse protegida em meio às dificuldades e à perseguição que iria começar com o nascimento do Salvador. Foi outrossim, acrescenta Santo Tomás, muito conveniente para nós, porquanto pelo testemunho insuspeito de São José tomamos conhecimento da concepção virginal do Cristo: segundo a ordem das coisas humanas, representou para nós esse testemunho um admirável apoio ao de Maria. Enfim, era soberanamente conveniente para que nós encontrássemos em Maria ao mesmo tempo o perfeito modelo das virgens como das esposas e mães cristãs.

Explica-se assim, segundo muitos autores, que o decreto eterno da Encarnação- estabelecendo a maneira como hic et nunc esse fato se devia realizar e em quais circunstâncias determinadas - envolva não somente Jesus e Maria mas também José. Desde toda eternidade, com efeito, estava decidido que o Verbo de Deus feito carne nasceria milagrosamente de MariaSão José e o Menino Jesus.jpgsempre virgem, unida ao justo José pelos laços de um matrimônio verdadeiro. A execução desse decreto providencial é assim referida em São Lucas (1, 27): "Missus est Angelus Gabriel a Deo, in civitatem Galileae, cui nomen Nazareth, ad virginem desponsatam viro, cui nomen erat Joseph, de domo David, et nomen virginis Maria". [O Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão por nome José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria].

São Bernardo chama São José de "magni consilii coadjutorem fidelis simum" (coadjutor fidelíssimo do magno conselho").

Por isso é que Mons. Sinibaldi, após Suarez e muitos outros, afirma, ibid., que o ministério de José é em certo sentido confinante, em seu nível, com a ordem hipostática. Não que José tenha cooperado intrinsecamente, como instrumentofísico do Espírito Santo, para a realização do mistério da Encarnação, pois nesse acontecimento seu papel é muito inferior ao de Maria, Mãe de Deus; entretanto, ele foi predestinado para ser, na ordem das causas morais, o guardião da virgindade e da honra de Maria, ao mesmo tempo que o protetor de Jesus menino. É preciso precaver-se aqui contra certos exageros que falseariam a expressão desse grande mistério; o culto devido a São José não vai além especificamente do de dulia prestado aos outros santos, mas tudo faz pensar que ele merece receber, mais do que todos os outros santos, esse culto de dulia. Por isso é que a Igreja, em suas orações menciona o nome de José imediatamente após o de Maria e antes do dos Apóstolos na oração A cunctis (a todos nós...), por meio da qual se implora a proteção de todos os Santos. Se São José não é mencionado no Canon da missa, há todavia para ele um prefácio especial e o mês de março lhe é consagrado.

Num discurso pronunciado na Sala Consistorial no dia da festa de São José, em 19 de março de 1928, S.S. Pio XI comparava nestes termos a vocação de São José com a de São João Batista e com a de São Pedro: "Fato sugestivo é ver-se sugirem, bem vizinhas e brilharem quase contemporâneas, certas figuras tão magníficas. Primeiro, São João Batista que se ergue no deserto com sua voz, ora grave ora suave, como leão que ruge e como o amigo do Esposo, que se rejubila pela glória do Esposo, para afinal oferecer à face do mundo a maravilhosa glória do martírio. Depois, Pedro que ouve do divino Mestre estas sublimes palavras, pronunciadas também elas à face do mundo e dos séculos: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja; ide e pregai ao mundo inteiro", missão grandiosa, divinamente resplandecente. Entre essas duas missões aparece a de São José: missão recolhida, calada, quase despercebida, que não se evidenciaria senão alguns séculos mais tarde; um silêncio ao qual sucederia, mas muito tempo depois, um sonoro canto de glória. Pois, onde mais profundo o mistério, mais espesso o véu que o encobre, e maior o silêncio, é justamente ai que mais alta é a missão, como mais brilhante o cortejo das virtudes exigidas e dos méritos requeridos para, por feliz necessidade, com elas se conjugarem. Missão única, muito alta, a de guardar o Filho de Deus, o Rei do mundo, e de guardar a virgindade e a santidade de Maria; missão única, a de ter participação no grande mistério ocultado aos olhos dos séculos, e de assim cooperar na Encarnação e na Redenção! Toda a santidade de José consiste precisamente no cumprimento, fiel até o escrúpulo, dessa missão tão grande e tão humilde, tão alta e tão escondida, tão esplêndida e tão envolta em trevas".

(Trecho de "Les trois ages de la vie interieure", trad. Permanência. publicado em Revista Permanência, Junho de 77)

segunda-feira, 29 de agosto de 2016



A importância de ser grato.

Ser grato é sinal de boa educação.
Muitas vezes nos esquecemos desse dito popular, que carrega uma grande verdade. São muitas as questões que escapam do nosso controle na vida, mas ainda podemos controlar a forma como agimos diante das coisas.
Nossa mente é bombardeada por milhares de bits de informação por segundo, razão pela qual se deve filtrar tudo aquilo que não se está buscando ativamente.

O problema reside no fato de que, como regra geral, nossa mente tende a ver sobretudo o que está mal e o que nos falta. Isso acontece porque, para evitar o perigo e assegurar nossa sobrevivência, buscamos aquilo que se situa fora do esperado e que pode representar riscos.
Entretanto, se nos deixamos levar por esses pensamentos negativos, eles podem começar a dominar a nossa mente e a afetar nossas expectativas. Começamos a esperar situações negativas e a criar o negativo em nossa vida. O resultado final é uma vida de experiências e resultados frustrantes e decepcionantes.

No entanto, podemos deter a tendência negativa natural de nossa mente por meio da reorientação à abundância e ao que é positivamente possível, concentrando-nos naquilo pelo que somos agradecidos.
Com essa mudança de visão, sua vida pode mudar de rumo quase que imediatamente. Pode haver uma revolução em seu mundo e em tudo que você pode criar nele.
Dessa forma, sentimo-nos muito melhor, sendo agradecidos inclusive quando as coisas não vão tão bem e quando surgem conflitos ou problemas.

Aprender a ser grato para aproveitar a vida.
Qual a visão que você tem sobre a sua própria vida? Você é capaz de valorizar as coisas boas que tem? Em quais aspectos você se concentra ao observar sua própria existência? Os pontos a seguir podem estimular a sua reflexão e ajudar a alterar a perspectiva que você manteve até agora:
Abra os olhos ao mundo. Temos que sair do nosso “mundinho fechado”, olhar para o lado de fora e aos demais para nos darmos conta de todas as coisas que temos, e agradecer por elas. Lamentavelmente, há muitas pessoas em uma situação pior do que a sua. Torne-se consciente disso e reflita. É certo que depois você ficará muito mais grato pela situação em que se encontra, da qual você muitas vezes se queixou.
Pense em todas as coisas ruins que não acontecem para você. Às vezes ocorre um pequeno percalço, que poderia ter sido muito pior. É importante dar-se conta disso, e agradecer pelo fato de que o problema não foi maior.

Preste atenção nas coisas boas que acontecem para você. Muitas vezes vivemos a vida sem prestar atenção às pequenas coisas boas que nos acontecem diariamente, porque os fatos mais “espetaculares” são mais evidentes e chamam mais a atenção. No entanto, se você pensar um pouco verá a quantidade de coisas boas que há na sua vida. É fundamental nos reeducarmos para aprender a pensar positivo e ver tudo de bom que vivemos a cada dia.

Aprenda a ser agradecido por meio da prática. Tudo pode ser aprendido e a capacidade de experimentar a gratidão é uma parte de seu caráter que sempre pode ser aprimorada, se você praticar. Há formas de fazê-lo, como, por exemplo, escrever diariamente em um “Diário de Gratidão”, conforme recomenda Martin Seligman. Você sabia que a eficácia da gratidão na vida das pessoas está comprovada cientificamente?
Rodeie-se de pessoas com uma atitude positiva e agradecida. As atitudes negativas e pessimistas contagiam rapidamente, por isso é importante que aqueles que nos acompanham na vida tenham uma visão otimista. Nós também podemos ajudar os outros a verem tudo de bom que têm em suas vidas.
Decida não ser a vítima. Em momentos difíceis, ou quando você perde alguém, é muito importante manter-se grato pelo que você continua a ter e pelas oportunidades que ainda se apresentam. Trata-se de não se concentrar apenas naquilo que é considerado mau, buscando o positivo em cada situação. Tenha calma e serenidade para entender que sempre há algo favorável, ainda que demoremos para descobri-lo.

Ser grato é uma qualidade que todos admiramos no caráter dos outros, não é mesmo? Para tal atitude, não há razões, nem desculpas. Tampouco importa a idade, você nunca será velho demais para tentar ser positivo e valorizar tudo de maravilhoso que você tem.
Tente. Você verá que pode começar, pouco a pouco, a se sentir agradecido por todas as pequenas coisas que te acontecem.

Pe.Emílio Carlos Mancini +
Diocese de São Carlos

O Santo Nome de Maria tem uma virtude especial contra os demônios

Afirmo que, entre todas as práticas devotas, nenhuma há que tanto agrade a nossa Mãe, como recorrer frequentemente à sua intercessão. Peçamos-lhe, pois, auxílio em todas as necessidades particulares. Por exemplo: quando vamos solicitar ou dar conselhos, nos perigos, nas aflições e tentações, principalmente nas tentações contra a pureza.

Certamente nos há de socorrer a divina Mãe, se a ela recorremos com a antífona Sub tuum praesidium, ou com a Ave-Maria, ou com a simples invocação de seu santíssimo nome, que tem uma força particular contra os demônios.

O beato Sante, padre franciscano, em uma tentação contra a pureza, recorreu a Maria e ela, aparecendo-lhe imediatamente, pôs-lhe a mão sobre o peito e o livrou do pecado. Em tais ocasiões também é bom beijar ou tomar nas mãos o Rosário ou o escapulário, ou então olhar para uma imagem da Virgem Maria. Note-se que lucra cada vez 300 dias de indulgência quem pronunciar devotamente os nomes de Jesus e de Maria.

Santo Afonso-Maria de Ligório

A escolha do último lugar
 

A morte de Cristo nos apresenta o Deus "novo", o Deus cuja sabedoria é imprevisível e impensável, tão distante da sabedoria humana que ninguém poderia encontrá-la.
O início da verdadeira sabedoria, diz-nos aquele que perscruta os pensamentos de Deus, é o reconhecimento de que a fonte da verdade não está naquilo que o homem experimenta ou deseja espontaneamente. Deus oferece a glória não aos poderosos mas, aos fracos; cerca de dúvida e de mistério os que presumem além de suas possibilidades.

Só Deus conhece o que há de secreto em todos os corações e pode revelar-lhes o mistério de verdade que trazem em si mesmos. Quando o homem começa a reconhecer os limites da própria busca, a incerteza ou a insegurança das próprias conclusões, a falência das suas fadigas, está disposto a receber a sabedoria que Deus quer revelar-lhe (1ª leitura).
Jesus é a sabedoria de Deus. Seu ensinamento é novo e revoluciona tudo. Um chefe dos fariseus convida Jesus e ele aceita participar de um daqueles banquetes em que os sábios do tempo se reuniam para conversações brilhantes sobre uma virtude ou uma grande personagem do assado. Mas Jesus não participa nisso, e denuncia a "regra" do arrivismo e do interesse, falando de virtudes desconhecidas: a humildade, que escolhe o último lugar; o amor gratuito, que escolhe os desprezados (evangelho).
A nova dinâmica iniciada por Cristo
Mas Jesus seria um entre os muitos mestres de virtude, se não tivesse vivido até o fim sua palavra, e se sua pessoa, sua palavra, sua vida não fossem a revelação definitiva de Deus. A cruz é sua sabedoria, seu livro, sua palavra reveladora. A morte de Jesus não é o fim de uma tentativa de instaurar um novo reino: é o seu ato de nascimento; aquele que, impotente, está suspenso no lenho é seu chefe, seu fundador.
Pela cruz se inicia um povo novo, cuja unidade está baseada no amor, fruto de uma conversão. Converter-se à sabedoria de Deus é crer na cruz, crer que a verdade do amor tem na morte o seu teste. Quem entra no reino começa uma nova sabedoria. A segurança não está na prudência humana nem na posse das forças do domínio. A prudência humana não põe humanidade a caminho de novas realizações, para o risco de um amor mais universal; a sede de domínio, a competição fazem vítimas, não dão a vida.
No último lugar, para servir
Cristo nos revela que a vitória coincide com a aparente derrota; e a sua força está naquilo que os outros consideram uma fraqueza. Revela-nos que a verdadeira riqueza está na pobreza, a verdadeira liberdade no faze se escravo, a vida se realiza quando a perdemos.
Cristo quis revelar que amamos quando, como ele, damos a própria vida pela vida do outro; que estamos na verdade quando julgamos a nós mesmos e a história não na medida do êxito, mas da liberdade adquirida do futuro que o homem realizou e conquistou, do novo que construiu, do amor que se difundiu (evangelho).
Esta nova sabedoria, que vem de Deus e da cruz como que congrega em uma só mesa, em uma só nação, com uma só capital; eles não pretendem mais dominar nem servir-se da sabedoria humana para realizar uma comunhão de valores; encontram eles no amor, que se põe a serviço do homem, a esperança, que impulsiona o mundo para novos e mais vastos horizontes (2ª leitura).
Contra uma sociedade em competição
A sociedade se organiza e vive em torno da competição, da luta a todo custo pelos primeiros lugares, do lucro, considerado como o valor último e absoluto: concorrência industrial até a eliminação da forma adversária; arrivismo social feito de cartas de recomendação, corrida em carro novo ou em traje da última moda para poder subir. O jovem de hoje se prepara para inserir-se neste tipo de sociedade através de uma educação familiar e universitária muito frequentemente baseada numa educação para competição social, o arrivismo. E grave o perigo de uma escola que a torna lugar de seleção social, massificando os demais, relegando-os à categoria de "inferiores" e fazendo subir os "mais bem dotados". "Uma educação cristã que não se esforça por fazer o homem mais humano, mais capaz de verdadeira relação com o outro, e sim mais autossuficiente, mais aristocrático, mais separado, termina por torná-lo potencialmente mais egoísta e explorador".
Para todos, em qualquer plano da hierarquia social que se encontrem escolher o último lugar significa usar o próprio lugar para o serviço dos últimos e não para o domínio sobre eles.


«E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo» (Lc 1,76)
 
 
De entre os títulos de glória do santo e bem-aventurado João Batista, cuja festa hoje celebramos, não sei qual prefiro: se o seu nascimento milagroso ou a sua morte, ainda mais milagrosa. 

O seu nascimento trouxe uma profecia (Lc 1,67ss), a sua morte a verdade; o seu nascimento anunciou a chegada do Salvador, a sua morte condenou o incesto de Herodes. 

Este santo homem [...] mereceu, aos olhos de Deus, não desaparecer da mesma forma que os outros homens deste mundo: deixou este corpo recebido do Senhor confessando-O. 

João cumpriu em tudo a vontade de Deus, uma vez que a sua vida e a sua morte correspondem aos seus desígnios. [...]
Ainda se encontrava no ventre de sua mãe e já celebrava a chegada do Senhor com os seus movimentos de alegria, uma vez que não podia fazê-lo com a voz. Isabel diz a Santa Maria: «Pois logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio» (Lc 1,44). 

João exulta antes de nascer e, antes de os seus olhos verem o mundo, o seu espírito reconhece já Aquele que é o seu Senhor. Penso que é este o sentido da frase do profeta: «Antes que fosses formado no ventre de tua mãe, Eu já te conhecia; antes que saísses do seio materno, Eu te consagrei» (Jer 1,5). 

Não é de surpreender que, encarcerado na prisão para onde Herodes o enviara, tenha continuado a pregar por intermédio dos seus discípulos (Mt 11,2), uma vez que, ainda no ventre de sua mãe, anunciara já com os seus movimentos a vinda do Senhor. 

São Máximo de Turim (?-c. 420), bispo
Sermão 36


 

Ó Cruz de Cristo! -

Ó Cruz de Cristo, símbolo do amor divino e da injustiça humana, ícone do sacrifício supremo por amor e do egoísmo extremo por insensatez, instrumento de morte e caminho de ressurreição, sinal da obediência e emblema da traição, patíbulo da perseguição e estandarte da vitória.
Ó Cruz de Cristo, ainda hoje te vemos erguida nas nossas irmãs e nos nossos irmãos assassinados, queimados vivos, degolados e decapitados com as espadas barbáricas e com o silêncio velhaco.
O Cruz de Cristo, ainda hoje te vemos nos rostos exaustos e assustados das crianças, das mulheres e das pessoas que fogem das guerras e das violências e, muitas vezes, não encontram senão a morte e muitos Pilatos com as mãos lavadas.

Ó Cruz de Cristo, ainda hoje te vemos nos doutores da letra e não do espírito, da morte e não da vida, que, em vez de ensinar a misericórdia e a vida, ameaçam com a punição e a morte e condenam o justo.
Ó Cruz de Cristo, ainda hoje te vemos nos ministros infiéis que, em vez de se despojarem das suas vãs ambições, despojam mesmo os inocentes da sua dignidade.
Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos corações empedernidos daqueles que julgam comodamente os outros, corações prontos a condená-los até mesmo à lapidação, sem nunca se darem conta dos seus pecados e culpas.
Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos fundamentalismos e no terrorismo dos seguidores de alguma religião que profanam o nome de Deus e o utilizam para justificar as suas inauditas violências.
Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje naqueles que querem tirar-te dos lugares públicos e excluir-te da vida pública, em nome de certo paganismo laicista ou mesmo em nome da igualdade que tu própria nos ensinaste.
Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos poderosos e nos vendedores de armas que alimentam a fornalha das guerras com o sangue inocente dos irmãos.
Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos traidores que, por trinta dinheiros, entregam à morte qualquer um.
Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos ladrões e corruptos que, em vez de salvaguardar o bem comum e a ética, vendem-se no miserável mercado da imoralidade.
Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos insensatos que constroem depósitos para armazenar tesouros que perecem, deixando Lázaro morrer de fome às suas portas.
Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos destruidores da nossa «casa comum» que, egoisticamente, arruínam o futuro das próximas gerações.
Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos idosos abandonados pelos seus familiares, nas pessoas com deficiência e nas crianças desnutridas e descartadas pela nossa sociedade egoísta e hipócrita.
Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje no nosso Mediterrâneo e no Mar Egeu feitos um cemitério insaciável, imagem da nossa consciência insensível e narcotizada.
Ó Cruz de Cristo, imagem do amor sem fim e caminho da Ressurreição, vemos-te ainda hoje nas pessoas boas e justas que fazem o bem sem procurar aplausos nem a admiração dos outros.
Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos ministros fiéis e humildes que iluminam a escuridão da nossa vida como velas que se consumam gratuitamente para iluminar a vida dos últimos.
Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos rostos das religiosas e dos consagrados - os bons samaritanos - que abandonam tudo para faixar, no silêncio evangélico, as feridas das pobrezas e da injustiça.
Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos misericordiosos que encontram na misericórdia a expressão mais alta da justiça e da fé.
Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nas pessoas simples que vivem jubilosamente a sua fé no dia-a-dia e na filial observância dos mandamentos.
O Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos arrependidos que, a partir das profundezas da miséria dos seus pecados, sabem gritar: Senhor, lembra-Te de mim no teu reino!
Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos Beatos e nos Santos que sabem atravessar a noite escura da fé sem perder a confiança em ti e sem a pretensão de compreender o teu silêncio misterioso.
Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nas famílias que vivem com fidelidade e fecundidade a sua vocação matrimonial.
Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos voluntários que generosamente socorrem os necessitados e os feridos.
Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos perseguidos pela sua fé que, no sofrimento, continuam a dar testemunho autêntico de Jesus e do Evangelho.
Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos que sonham com um coração de criança e que trabalham cada dia para tornar o mundo um lugar melhor, mais humana e mais justo.
Em ti, Santa Cruz, vemos Deus que ama até ao fim, e vemos o ódio que domina e cega os corações e as mentes daqueles que preferem as trevas à luz.
Ó Cruz de Cristo, Arca de Noé que salvou a humanidade do dilúvio do pecado, salva-nos do mal e do maligno! Ó Trono de David e selo da Aliança divina e eterna, desperta-nos das seduções da vaidade! Ó grito de amor, suscita em nós o desejo de Deus, do bem e da luz.
Ó Cruz de Cristo, ensina-nos que o amanhecer do sol é mais forte do que a escuridão da noite. Ó Cruz de Cristo, ensina-nos que a aparente vitória do mal se dissipa diante do túmulo vazio e perante a certeza da Ressurreição e do amor de Deus que nada pode derrotar, obscurecer ou enfraquecer.
Amém!
Papa Francisco

Idolatrias do nosso tempo nos tornam cristãos medíocres -

SEPARAR
 “Nós nos separamos quando não somos dóceis à Palavra do Senhor, quando não vivemos a fraternidade entre nós, quando competimos para ocupar os primeiros lugares, quando não encontramos a coragem de testemunhar a caridade, quando não somos capazes de oferecer esperança”.
A Eucaristia nos permite não nos separarmos, pois é o vínculo da comunhão, é o cumprimento da Aliança, sinal vivo do amor de Cristo que se humilhou e aniquilou, para que permanecêssemos unidos. 

“O Cristo presente em meio a nós, no sinal do pão e do vinho, exige que a força do amor supere toda laceração e, ao mesmo tempo, torne-se comunhão com o pobre, apoio para o fraco, atenção fraterna aos cansados em carregar o peso da vida cotidiana”.
PADECER
“E o que significa hoje para nós “padecer-nos”, ou seja, diminuir a nossa dignidade cristã? Significa deixarmo-nos atingir pelas idolatrias do nosso tempo: o aparecer, o consumir, o eu no centro de tudo; mas também ser competitivos, a arrogância como comportamento vencedor, o não dever nunca admitir ter errado ou ter necessidades. Tudo isto nos abate, nos torna cristãos medíocres, mornos, insípidos, pagãos”.
TRANSFORMAÇÃO
“Jesus derramou o seu sangue como preço e como batismo, para que fôssemos purificados de todos os pecados. Se bebermos dessa fonte, o Sangue de Cristo nos libertará dos nossos pecados e nos restituirá a nossa dignidade. Sem nosso mérito, com sincera humildade, poderemos levar aos nossos irmãos o amor de nosso Senhor e Salvador. Seremos os seus olhos que vão em busca de Zaqueu e de Madalena; seremos a sua mão que socorre os doentes no corpo e no espírito; seremos o seu coração que ama os necessitados de reconciliação e de compreensão”.
ALIANÇA
“A Eucaristia atualiza a Aliança que nos santifica, nos purifica e nos une em comunhão admirável com Deus. Sintamo-nos em comunhão com tantos nossos irmãos e irmãs que não têm a liberdade de expressar a sua fé no Senhor Jesus. Sintamo-nos unidos a eles: cantemos com eles, louvemos com eles, adoremos com eles. E veneremos no nosso coração aqueles irmãos e irmãs aos quais foi pedido o sacrifício da vida pela fidelidade a Cristo: o seu sangue, unido ao do Senhor, seja penhor de paz e de reconciliação pelo mundo inteiro”. (JE)
Fonte: Rádio Vaticano

segunda-feira, 15 de agosto de 2016



           A cada dia basta sua carga ou os cuidados de cada dia...

Se for verdade que a cada dia basta sua carga, por que então teimamos em carregar para o dia seguinte nossas mágoas e dores?
Há ainda os que carregam para a semana seguinte, o mês seguinte e anos afora...
Apegamos-nos ao sofrimento, ao ressentimento.
Como nos apegamos a essas coisinhas que guardamos nas nossas gavetas, sabendo que são inúteis, mas sem coragem para jogar fora.
Vivemos com o lixo da existência, quando tudo seria mais claro e límpido com o coração renovado.
As marcas e cicatrizes ficam para nos lembrar da vida, do que fomos, do que fizemos e do que devemos evitar.
Não inventaram ainda uma cirurgia plástica da alma,onde podem tirar todas as nossas vivências e nos deixar como novos.
Ainda bem...
Não devemos nos esquecer do nosso passado, de onde viemos, do que fizemos dos caminhos que percorremos.
Não podemos nos esquecer de nossas vitórias, nossas quedas e nossas lutas.
Menos ainda das pessoas que encontramos, essas que direcionaram nossas vidas, muitas vezes sem saber.
O que não podemos é carregar dia-a-dia, com teimosia, o ódio, o rancor, as mágoas, o sentimento de derrota e o ressentimento.
Acredite ou não, mas perdoar a quem nos feriu dói mais na pessoa do que o ódio que podemos sentir durante toda  uma vida.
As mágoas envelhecidas transparecem no nosso rosto e nos nossos atos e moldam nossa existência.
Precisamos, com muita coragem e ousadia, abrir a gaveta do nosso coração e dizer: Eu não preciso mais disso, isso aqui não me traz  nenhum benefício.
E quando só ficarem a lembrança das alegrias, do bem que nos fizeram, das rosas secas, mas carregadas de amor mais espaço haverá para novas experiências, novos encontros.
Seremos mais leves, mais fáceis de ser carregados, mesmo por aqueles que  já nos amam.
Não é a expressão do rosto que mostra o que vai no coração?
De coração aberto e limpo nos tornamos mais bonitos e atraentes e as coisas boas começam a acontecer.
Luz atrai, beleza atrai.
Tente a experiência!!!
Sua vida é única e  você é único.
Sua vida merece que, a cada dia, você dê uma chance para que ela seja plena e feliz.

Pe Emílio Carlos Mancini
Diocese de São Carlos