Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

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Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

quarta-feira, 29 de junho de 2016



As virtudes morais na vida interior

Para compreender como deve ser o funcionamento do organismo espiritual, é importante saber distinguir, sob as virtudes teologais, as virtudes morais adquiridas, já descritas pelos moralistas da antigüidade pagã e que podem existir sem o estado de graça, das virtudes morais infusas, ignoradas dos moralistas pagãos e descritas no Evangelho. As primeiras, como seu nome indica, adquirem-se pela repetição dos atos sob a direção da razão natural mais ou menos desenvolvida. As segundas são ditas infusas, porque somente Deus pode produzi-las em nós; não são o resultado da repetição de nossos atos: recebemo-las no batismo, como partes do organismo espiritual e, se tivermos a infelicidade de perdê-las, a absolvição no-las restitui. As virtudes morais adquiridas, conhecidas dos pagãos, possuem um objeto acessível à razão natural; as virtudes morais infusas possuem um objeto essencialmente sobrenatural, proporcionado ao nosso fim sobrenatural, que seria inacessível sem a fé infusa na vida eterna, na gravidade do pecado, no valor redentor da Paixão do Salvador, no penhor da graça e dos sacramentos.1
Com relação à vida interior, falaremos primeiramente das virtudes morais adquiridas, depois das virtudes morais infusas e, enfim, das relações de umas com outras.

As virtudes morais adquiridas

Elevemo-nos progressivamente dos graus inferiores da moralidade natural àqueles da moralidade sobrenatural. Notemos de início, com Santo Tomás, que no homem em estado de pecado mortal costumamos encontrar falsas virtudes, como a temperança no avaro; ele a pratica não por amor do bem honesto e razoável, não para viver segundo a reta razão, mas por amor deste bem útil que é o dinheiro. Do mesmo modo, se paga suas dívidas, é antes para evitar os aborrecimentos dum processo do que por amor à justiça.
Acima dessas falsas virtudes, não é impossível encontrar, mesmo no homem em estado de pecado mortal, verdadeiras virtudes morais adquiridas. Muitos praticam a sobriedade para viver razoavelmente e, pelo mesmo motivo, pagam suas dívidas e fornecem alguns bons princípios aos seus filhos.
Mas, enquanto o homem permanece em estado de pecado mortal, as verdadeiras virtudes encontram-se em estado de disposição pouco estável (in statu dispositionis facile mobilis), não estão ainda em estado de sólida virtude (difficile mobilis). Por que? Porque enquanto o homem estiver em estado de pecado mortal, sua vontade está habitualmente desviada de Deus; em vez de amá-lO acima de tudo, o pecador se ama a si mais que a Deus, donde a grande fraqueza para realizar o bem moral, mesmo o de ordem natural.
Ademais, as verdadeiras virtudes adquiridas que o homem em estado de pecado mortal possuir, carecem de solidez, pois não são conexas, não estão apoiadas o suficiente nas virtudes morais vizinhas, que muitas vezes faltam. Por exemplo, um certo soldado, naturalmente inclinado a atos de bravura e que costuma demonstrar coragem, também tende a enervar-se. Ora, acontece que, em certos dias, por intemperança, falta-lhe a virtude adquirida da força, descuidando de seus deveres essenciais de soldado.2
Esse homem, levado por temperamento a ser corajoso, não tem a virtude da força em estado de virtude. A intemperança faz com que falte à prudência mesmo no domínio próprio da virtude da força. A prudência, que deve guiar todas as virtudes morais, supõe, com efeito, que nossa vontade e sensibilidade estejam habitualmente retificadas quanto ao fim dessas virtudes. Aquele que conduz vários cavalos atrelados a uma charrete necessita que cada um deles já esteja manso e adestrado. Ora, a prudência é um como condutor de todas virtudes morais, «auriga virtutum», devendo tê-las, por assim dizer, todas à mão. Uma não vai sem a outra: elas são conexas na prudência que as dirige.

Por conseguinte, para que as verdadeiras virtudes adquiridas não estejam tão-somente em estado de disposição pouco estável, mas em estado de virtude já sólida (in status virtutis), faz-se mister que estejam conexas e, por isso, que o homem não mais esteja em estado de pecado mortal, mas que sua vontade esteja retificada quanto ao fim último. Convém que ame a Deus mais que a si ― se não um amor sentido, pelo menos um amor de estima, real e eficaz. E isso não é possível sem o estado de graça e a caridade.3
Mas, após a justificação ou conversão, essas verdadeiras virtudes adquiridas podem chegar a ser virtudes estáveis (in statu virtutis); podem tornar-se conexas, apoiar-se uma nas outras. Enfim, sob o influxo da caridade infusa, elas tornam-se o princípio de atos meritórios para a vida eterna. Alguns teólogos, como Duns Scot, por causa disso, chegaram a pensar que não é necessário que haja em nós virtudes morais infusas.

As virtudes morais infusas

As virtudes morais adquiridas, das quais falamos, bastam, sob a influência da caridade, para constituir o organismo espiritual das virtudes nos cristãos? É necessário que recebamos virtudes morais infusas?
O catecismo do Concílio de Trento, conformemente à Tradição e à decisão do papa Clemente V no Concílio de Viena4, a propósito do batismo e seus efeitos, responde: “A graça (santificante), que o batismo comunica, é acompanhada do glorioso cortejo de todas as virtudes que, por um dom especial de Deus, penetram na alma ao mesmo tempo que esta”. É um admirável efeito da Paixão do Salvador, que se nos aplica pelo sacramento da regeneração.
Nisso se manifesta grandíssima conveniência, destacada bem a propósito por Santo Tomás5. É mister, salienta ele, que os meios sejam proporcionados ao fim. Ora, pelas virtudes teologais infusas somos elevados e retificados quanto ao fim último sobrenatural. Convém, pois, grandemente que sejamos elevados e retificados pelas virtudes morais infusas quanto aos meios sobrenaturais capazes de nos conduzir ao fim sobrenatural.

Às nossas necessidades, Deus não proveria menos na ordem da graça do que naquela da natureza. Se nessa última Ele nos deu a capacidade de vir a praticar as virtudes morais adquiridas, convém grandemente que, na ordem da graça, dê-nos as virtudes morais infusas.
As virtudes morais adquiridas não bastam ao cristão para que ele queira como convém os meios sobrenaturais ordenados à vida eterna. Há, de fato, diz Santo Tomás6, uma diferença essencial entre a temperança adquirida, já descrita pelos moralistas pagãos, e a temperança cristã, da qual fala o Evangelho. Aqui existe uma diferença análoga àquela duma oitava, entre duas notas musicais de mesmo nome, separadas por um intervalo completo.
Como destaca Santo Tomás.7, a temperança adquirida possui uma regra e um objeto formal diferentes daqueles da temperança infusa. Ela guarda o justo meio no alimento para que se viva razoavelmente, para que se não lese a saúde nem o exercício de nossa razão. A temperança infusa, pelo contrário, guarda o justo meio superior no uso dos alimentos, para que se viva cristãmente, como filho de Deus, caminhando em direção à vida sobrenatural da eternidade. A segunda também implica uma mortificação mais severa que a primeira, pois exige, como diz São Paulo, que o homem aborreça seu corpo e o reduza à servidão8, para tornar-se não apenas cidadão virtuoso na vida social daqui debaixo, mas “concidadão dos santos, e membro da família de Deus”.9
Diferença semelhante existe entre a virtude adquirida da religião, pela qual se deve prestar a Deus, autor da natureza, o culto que Lhe é devido, e a virtude infusa da religião, pela qual se oferece a Deus, autor da graça, o sacrifício essencialmente sobrenatural da missa, que perpetua em substância o da Cruz.
Entre ambas as virtudes de mesmo nome, há mesmo diferença maior que uma oitava: há diferença de ordem, tanto assim que a virtude adquirida da religião ou a da temperança poderia sempre crescer pela repetição dos atos, sem nunca alcançar a dignidade do menor dos graus da virtude infusa de idêntico nome. Trata-se de outra tonalidade: o espírito que anima a letra não é mais o mesmo. De um lado, só o espírito da reta razão; de outro, o espírito da fé, que vem de Deus.
São dois objetos formais e dois motivos de ação bem diferentes. A prudência adquirida ignora os motivos sobrenaturais da ação; a prudência infusa os conhece: procedendo não tão-somente pela razão, mas pela razão esclarecida pela fé infusa, conhece a elevação infinita de nosso fim último sobrenatural, Deus visto face à face; conhece, por conseguinte, a gravidade do pecado mortal, o valor da graça santificante e das graças atuais ― que devemos implorar diariamente para perseverar ― o valor dos sacramentos que recebemos. Tudo isso a prudência adquirida ignora, pois é de uma ordem essencialmente sobrenatural.
Que diferença entre a modéstia filosófica descrita por Aristóteles e a humildade cristã, que pressupõe o conhecimento dos dois dogmas da criação ex nihilo e da necessidade da graça atual para o menor passo no caminho da salvação!
Que distância entre a virgindade da vestal encarregada de conservar o fogo sagrado e a da virgem cristã, que consagra corpo e coração para Deus, a fim de seguir mais perfeitamente Nosso Senhor Jesus Cristo!
Essas virtudes morais infusas são a prudência cristã, a justiça, a força, a temperança e aquelas que as acompanham, tais como a docilidade e a humildade. Elas são conexas com a caridade, no sentido de que a caridade ― que nos retifica quanto ao fim último sobrenatural ― não pode existir sem elas, sem esta múltipla retificação quanto aos meios sobrenaturais de salvação. Ademais, aquele que por um pecado mortal perde as virtudes infusas, perde a retificação infusa quanto aos meios proporcionados a esse fim. Contudo, não se segue que perca a fé e a esperança, nem as virtudes adquiridas, mas estas não lhe são mais estáveis e conexas. De fato, quem está em estado de pecado mortal não ama mais a Deus, tendendo, por egoísmo, a faltar até com seus deveres na ordem natural.

Relações entre as virtudes morais infusas com as virtudes morais adquiridas

Conforme ao que precede, explicaremos as relações dessas virtudes e sua subordinação.
Antes de mais nada, a facilidade dos atos virtuosos não é garantida do mesmo modo pelas virtudes morais infusas e pelas virtudes morais adquiridas. As infusas fornecem uma facilidade intrínseca, sem que se exclua os obstáculos extrínsecos, os quais são afastados pela repetição dos atos que engendram as virtudes adquiridas.
Inteiramo-nos disso facilmente quando, pela absolvição, as virtudes morais infusas, unidas à graça santificante e à caridade, são recebidas por um penitente que, apesar de ter atrição de suas faltas, não possui as virtudes morais adquiridas. É o que acontece, por exemplo, no caso dos que têm o hábito de irritar-se e que vêm confessar-se, com atrição suficiente, para a Páscoa. Pela absolvição recebe, junto com a caridade, as virtudes morais infusas, dentre as quais a temperança. Contudo, não possui a temperança adquirida. A virtude infusa que ele recebe dá-lhe uma como facilidade intrínseca para exercer os atos obrigatórios de sobriedade; mas essa virtude infusa não exclui os obstáculos extrínsecos, que seriam eliminados pela repetição dos atos que engendram a temperança adquirida.10. Assim, o penitente deve vigiar-se cuidadosamente para evitar as ocasiões que o fariam recair em seu pecado habitual.

Daí temos que a virtude adquirida da temperança facilita muito o exercício da virtude infusa de mesmo nome. Como isso se dá? Elas operam simultaneamente, de tal modo que a virtude adquirida está subordinada à virtude infusa, como uma disposição favorável. Da mesma forma, num outro domínio, para o artista que toca harpa ou piano, a agilidade dos dedos, adquirida pela repetição dos atos, favorece o exercício da arte musical que está, não só nos dedos, mas na inteligência do artista. Se lhe sobrevier uma paralisia, ele perde toda agilidade dos dedos, não podendo mais exercer sua arte, devido a um obstáculo extrínseco. Todavia, sua arte permanece em sua inteligência prática, tal como a vemos num músico de gênio vítima de paralisia. Normalmente, ele a possui como duas funções subordinadas que se exercem conjuntamente. O mesmo vale para a virtude adquirida e para a virtude infusa do mesmo nome.11.
Porém, entre os cristãos mais espirituais, o motivo explícito de ação que mais se manifesta é o sobrenatural; nos demais, o motivo é racional, ficando o sobrenatural um pouco latente (remissus). Da mesma forma, num pianista notamos mais a técnica, mas pouquíssima inspiração; num outro, o inverso se dá. ― Os motivos de razão inferior, que dizem respeito ao nosso bem estar, são mais ou menos explícitos, conforme sejamos mais ou menos desapegados dessas preocupações; ou se, por sentirmo-nos saudáveis, não temos porque ter tais preocupações.
Essas virtudes morais consistem num justo meio entre dois extremos, um por excesso, outro por falta. Deste modo, a virtude da força leva-nos a guardar o justo meio entre o medo, que nos faz fugir do perigo sem motivo razoável, e a temeridade, que nos leva a correr perigo sem razão suficiente. Mal escutam falar deste justo meio, os epicurianos e os tíbios crêem-se possuidores dele, mas não por amor à virtude, mas por comodidade, para fugir dos inconvenientes dos vícios contrários. Confundem o justo meio e a mediocridade, que se encontra não precisamente entre dois males contrários, mas no meio do caminho entre o bem e o mal. A mediocridade ou a tibieza foge do bem superior como a um extremo a se evitar; esconde sua preguiça sob o princípio: “o melhor é às vezes inimigo do bem”, e termina por dizer: “o melhor é frequentemente, se não sempre, o inimigo do bem”. Assim, termina por confundir o bem com a mediocridade.
O justo meio verdadeiro da verdadeira virtude não é tão-somente o meio entre dois vícios contrários, mas também um pico. Ele se eleva como um ponto culminante entre esses desvios opostos entre si; assim, a força está acima do medo e da temeridade; a verdadeira prudência acima da imprudência e da astúcia; a magnanimidade acima da pusilanimidade e da presunção vã e ambiciosa; a liberalidade acima da avareza ou mesquinharia e da prodigalidade; a verdadeira religião acima da impiedade e da superstição.
Esse justo meio, que ao mesmo tempo é um pico, tende ademais a elevar-se, sem se desviar à direita nem à esquerda, à medida que a virtude cresce. Nesse sentido, o crescimento da virtude infusa é superior ao da virtude adquirida correspondente, pois aquela está subordinada a uma regra superior e visa a um objeto mais elevado.

Notemos enfim que os autores espirituais insistem particularmente, como o Evangelho, em certas virtudes morais que têm ligação mais especial para com Deus, uma afinidade com as virtudes teologais. Ei-las: a religião ou a piedade sólida; a penitência, que presta a Deus o culto e a reparação que Lhe são devidas; a mansidão, unida à paciência; a castidade perfeita, a virgindade e a humildade, virtude fundamental que afasta o orgulho, princípio de todo pecado. A humildade, que nos rebaixa diante Deus para elevar-nos acima da pusilanimidade e do orgulho, e dispor-nos à contemplação das coisas divinas, em união com Deus. Humilibus Deus dat gratiam. É aos humildes que Deus dá Sua graça, tornado-os humildes para cumulá-los. Jesus amava dizer: «Recebei minha doutrina, pois sou manso e humildade de coração». Somente Ele, tão assentado em Sua verdade, podia falar em humildade sem perdê-la.
Essas são as virtudes morais (infusas e adquiridas) que, com as virtudes teologais às quais se subordinam, constituem nosso organismo espiritual. É um conjunto de funções de grande harmonia, ainda que o pecado venial venha meter-lhe, com maior ou menor freqüência, falsas notas. Todas as partes de tal organismo espiritual crescem juntas, diz Santo Tomás, como os cinco dedos da mão. É o que prova que não podemos ter uma grande caridade sem possuirmos uma profunda humildade, assim como o galho mais alto duma árvore se eleva ao céu à medida que sua raiz aprofunda-se cada vez mais no solo. Na vida interior, é preciso garantir que nada venha perturbar a harmonia desse organismo espiritual, como ocorre, infelizmente, com aqueles que, mesmo vivendo em estado de graça, parecem mais ocupados das ciências humanas ou das relações exteriores que do crescimento na fé, na confiança e no amor de Deus.
Mas, para se fazer uma justa ideia do organismo espiritual, não basta conhecer essas virtudes, mas ver como elas se dão sob a influência da graça atual, não ignorando as diversas formas sob as quais se apresenta o socorro divino.

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Notas:
Santo Tomás, I-II, q. 63, a. 4 : “Em que as virtudes morais adquiridas são especialmente distintas das virtudes morais infusas?”
2. Cf. Santo Tomás, I-II. q. 65, a. I. Os tomistas geralmente admitem esta proposição: “Possunt esse sine caritate verae virtutes morales acquisitae stout fuerunt in multis gentibus, sed imperfectae”.
3.Cf. Santo Tomás, I II, q. 65, a. 2.  No estado atual da humanidade, todo homem está ou em estado de pecado mortal, ou em estado de graça. Com efeito, desde a queda, o homem não pode amar eficazmente a Deus, autor de sua natureza, mais que a si, sem a graça que o cura ― e essa não é realmente distinta da graça santificante que eleva. Cf. Santo Tomás, II II, q. 109, a. 3.
4.Clemente V, no Concilio de Viena (Denzinger, Enchiridion nº 483), solucionou assim esta questão colocada sob Inocêncio III (Dent., n° 410): ― Utrum fides, caritas, aliaeque virtutes, infundantur parvulis in baptismo. Ele responde : « Nos autem attendentes generalem efficaciam mortis Christi, quae per baptisma applicatur pariter omnibus baptizatis, opinionem secundam, quae dicit, tum parvuiis quam adultis conferri in baptismo informantem gratiam et virtutes, tanquam probabiliorem, et dictis Sanctorum et doctorum modernorum theologiae, magis consonam et concordem, sacro approbante Concilio duximus eligendam.» Ora, por tais palavras, Clemente V entende não somente as virtudes teologais, mas as virtudes morais, pois delas também se tratava na questão feita sob Inocêncio III.
5.  I II, q.63, a. 3.
6. Ibid, a.4.
7.Ibid.
8.I Cor., IX, 27.
9.Efes., II, 19.
10.Daí vem que o penitente conhece por experiência muito mais os obstáculos a vencer que a virtude infusa da temperança, que acaba de receber e que é de ordem por demais elevada para cair sob a apreensão da experiência sensível.
11.No justo, a caridade comanda ou inspira o ato da temperança adquirida pela intermediação do ato simultâneo da temperança infusa. E, ainda que não produzam seus atos, quando essas virtudes se unem numa mesma faculdade, a infusa confirma a adquirida.


Virtudes e dons do Espírito Santo

Virtude é o hábito do bem, isto é, disposição estável para agir bem.
Opõe-se ao vício - que é o hábito do mal.
Virtudes naturais são adquiridas pelo exercício e aperfeiçoamento de dons naturais. Desenvolvem-se pelo esforço da vontade, agindo sobre a aptidão específica. Por exemplo, a virtude de um bom pintor.
Virtudes sobrenaturais são as que, pela graça santificante, recebemos de Deus, tendo por fim nossa eterna salvação. Não dependem de nosso esforço - ao nos dar a graça, Deus as infunde em nossa alma. Devemos, porém, desenvolvê-las.

Virtudes teologais são infusas (ou sobrenaturais). Vêm de Deus e nele têm seu objeto imediato. São a Fé, a Esperança e a Caridade. Recebemo-las com a graça do Batismo, e, em maior abundância, com a da Confirmação.

Virtudes morais são diretamente ligadas aos costumes - ligam-se a Deus, de modo indireto. Podem ser naturais, isto é, que se alcançam por meios naturais, ou sobrenaturais, pelo efeito da graça.
Dentre essas virtudes, destacam-se a Prudência, Justiça, Força e Temperança. Todas as outras virtudes morais derivam-se dessas quatro. Sem a prática dessa virtudes ninguém pode entrar na vida de perfeição". Recebidas no Batismo, são infusas (ou sobrenaturais) - recebemo-las com a graça santificante.


“Ter fé numa coisa, é aderir a ela, por causa da afirmação de outrem, sem podermos conferir pessoalmente”. Se a afirmação é de nossos semelhantes, nossa fé é humana. Se a afirmação é de Deus, trata-se de fé divina.
É praticamente impossível viver sem fé. Não existe quem só creia no que pode conferir. Acreditamos em bulas de remédios e em tabuletas de ônibus. Esta fé é humana - e dela precisamos para viver como homens.
Para vivermos como filhos de Deus, precisamos da fé divina, da Fé, virtude teologal que nos leva a crer na palavra de Deus, no que o Verbo revelou e a Igreja ensina. Como virtude teologal, seu objetivo imediato é Deus.
A Fé - Virtude teologal é infusa (é recebida no Batismo), sobrenatural em seu princípio e seu fim (Deus). "Não é uma busca, mas uma posse". "É um encontro da alma com a Verdade de Deus". "Deus nos capacita a crer em Deus - não círculo vicioso: é circulação de amor".

Esperança

No sentido amplo, é a expectativa de um bem que se deseja. Em sentido restrito, aqui empregado, é virtude sobrenatural que nos dá firme confiança para alcançarmos a felicidade eterna e obtermos os meios de consegui-la. Seu princípio é a graça e Deus é o seu fim. Faz-nos passar pelo mundo "como se não fôssemos do mundo" - sem nos prender a ele.

O demasiado apego a coisas mundanas, a sofreguidão na busca de prazeres, a busca de soluções unicamente materiais para todos os problemas - tudo isso são sinais de desespero. A Esperança - virtude cristã - leva-nos a "passar no mundo, sem nos prender a ele; a pisar de leve, para não se prender no lodo; a possuir como se não possuísse. Não se trata pois, de esperar nos homens, mas de esperar em Deus e com Deus.

Caridade

É a maior das virtudes. (Leia-se a 1º. Epístola de S. Paulo aos Coríntios, cap. 13). Romperá as portas da eternidade e para sempre viverá. No Céu, a Fé será substituída pela visão de Deus; a Esperança, pela sua posse - mas o Amor viverá eternamente.
É a virtude sobrenatural que nos faz amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, pelo amor de Deus. Tem em Deus seu objetivo e seu fim principal. Por causa desse amor a Deus, leva-nos a amar o próximo como a nós mesmos. Assim, aí, encontra-se uma ordem no amor: Deus, acima de tudo, em primeiro lugar; depois, nós mesmos e, em seguida, o próximo. Sim, antes de nos perguntar pelo que fizemos dos outros ou com os outros, Deus nos perguntará pelo que fizemos dos dons que Ele nos deu, o que fizemos de nós mesmos.
Antes de sermos responsáveis pelos outros, cada um é responsável pela própria alma - e é nesse sentido que o amor a si mesmo vem antes do amor do próximo. Trata-se do bom amor de si mesmo, relacionado com nossa alma imortal e seu destino; amor de si mesmo, pelo que nós somos principalmente: filhos de Deus, ao Céu destinados.
Não se trata, pois, de egoísmo ou amor-próprio, que, no sentido mais empregado, é o mau amor de si mesmo, por motivos secundários, desprovidos de real importância (por causa de beleza, inteligência, cultura, etc.)
Em terceiro lugar, vem o amor ao próximo. Este deve ser amado por amor a Deus e em Deus - e, também, pelo que possui de mais importante: sua alma imortal, com imagem e semelhança divina. Este é o verdadeiro amor ao próximo que, acima de nacionalidade, posição social, cor da pele, etc, abrange todos os homens. É o amor verdadeiro, centelha do amor de Deus. É a verdadeira Caridade, a que levou S. João Gualberto a amar seu inimigo e S. Francisco de Assis a beijar um leproso. Leva-nos a imitar o Mestre que nos disse e nos mostrou que Deus é Amor.

Prudência

É a virtude que nos faz conhecer e praticar, oportunamente, o que é bem. A Prudência sabe escolher meios, ajeitá-los ao fim que pretende. Aproveita a hora propícia, o lugar acertado. Não dá passos errados. Nisso tudo, é virtude moral natural.
Tornar-se-á sobrenatural quando, ainda fazendo isso mesmo, estiver iluminada pelo brilho da fé, auxiliada pelo concurso da graça, e referir tudo à meta suprema da eterna salvação. No Batismo a recebemos como virtude infusa - é fruto da graça recebida. Prudência não tem, pois, o sentido vulgar e mesquinho que, às vezes, lhe emprestam. É a virtude do reto agir. É racional e honesta. Justamente, é considerada como a "rainha das virtudes morais".
Encontram-se, na Prudência, três elementos:

Reflexão - O homem prudente pensa antes de agir - e o cristão, além disso, reza. Calcula os prós e contras, considera ensinamentos da experiência (própria e alheia).

Determinação - O homem prudente, depois de pensar, toma uma decisão. (As virtudes são correlatas. Aqui, a força ajuda).
Realização - O homem ao examinar bem um assunto e decidir-se sobre ele. Só se torna um ato de Prudência quando realizado. (Também, aqui, entra o auxílio da força.)
Contra a Prudência, pode-se pecar por insuficiência ou por excesso. No primeiro caso, há irreflexão (quando não se pensa bem) ou descuido (quando não são empregados meios devidos para a realização - tornando-a imprudente).
No segundo caso, encontra-se a astúcia - "mascara da prudência", usada para fins repreensíveis e a prudência do século que, absorvida por interesses materiais, esquece os objetivos espirituais. Liga-se a um demasiado zelo pelo futuro (temporal) e conseqüente descuido pela vida eterna.
Em nossos dias, sob diversos aspectos, é a deturpação da Prudência que mais encontramos - apesar do aviso de Cristo: "Procurai, primeiro, o reino de Deus e sua justiça, que tudo o mais vos será dado de acréscimo" (Mt 6, 25-33).

Justiça

É a virtude que nos leva a dar, a cada um, o que lhe é devido. Abrange todas as nossas obrigações para com Deus e para com o próximo, isto é, a religião inteira. Por isso é que, no Antigo Testamento, os homens virtuosos são chamados de homens "justos". Não ignoravam os judeus que a justiça importa em fidelidade a todos os preceitos da Lei.
Também Nosso Senhor tinha em mira este mesmo sentido, quando proclamou "bem –aventurados os que têm fome e sede de justiça, e por causa dela sofrem perseguições" (Mt 5, 6-10), e quando insta, junto dos discípulos, para que se preocupem, antes de tudo, com o "reino de Deus e sua justiça" (Mt 6, 33).

Força

É a virtude que nos dá energia diante dos obstáculos da vida e dos que se encontram dentro de nós mesmos. Aliás, para enfrentar bem aqueles é preciso, primeiro, dominar estes. O orgulho, a cobiça, a sensualidade e outras inclinações congêneres devem ser enfrentados com fortaleza – isso nos tornará mais aptos, mais fortes diante das dificuldades externas da vida.

Temperança

É a virtude que refreia o desejo dos gozos sensíveis, especialmente do gosto e tato. Leva-nos a usar os bens temporais na medida em que servem de meio para atingir os bens eternos. O prazer sensível não é mal, em si – o mal está na sua procura desordenada e desvinculada do nosso verdadeiro fim.
Opõem-se à Temperança a gula e a impureza – que embrutecem, degradam, atingido o homem na alma e no corpo. A virtude da Temperança nos faz sóbrios e castos. Pelo exercício do autocontrole, leva-nos à contenção do orgulho – princípio de todo pecado – e, portanto, à prática da humildade – virtude fundamental, que a ele se opõe.

As virtudes teologais nos levam diretamente a Deus, As morais, indiretamente, também nos levam a Ele. 

Por Seus Dons, o Espírito Santo nos ajuda neste caminho – caminho que conduz ao Céu.
Estes 7 dons são mencionados por Isaías (Is 11, 3), referindo-se a Cristo – que os tem em plenitude. É pelos méritos de Cristo que os recebemos do Espírito Santo.

Conheça o sentido de cada Dom:

Sabedoria

É o que nos dá o gosto das coisas divinas. Sábio é o que bem hierarquiza valores. O que coloca em primeiro lugar o que realmente está em primeiro lugar. Liga-se à maior de todas as virtudes – a Caridade – pois que a grande Sabedoria está no Amor.

Conselho

É o Dom do discernimento. Em situações difíceis. Faz-nos reconhecer e encontrar a vontade de Deus. Lembra juízo e bom senso. Liga-se à Prudência.

Inteligência

É o que nos leva a perceber a Verdade onde ela se encarta. Embora sem desvendá-los, ajuda-nos a aceitar os mistérios da Religião. É como que o instinto da Verdade. É o Dom que nos faz convictos. Liga-se à Fé.

Força

Dá-nos energia para superar obstáculos a fim de cumprir a vontade de Deus. É o Dom que Maria teve no mais alto grau quando, de pé, no Calvário, assistiu à morte de seu Filho. Foi o Dom de S. João Nepomuceno, preso e torturado com ferro em brasa, por não revelar um segredo de confissão. É ligado à virtude do mesmo nome.

Ciência

Leva-nos a compreender a Religião, sem estudos especiais. O santo Cura D’ars a possuiu em alto grau. S. Tomás de Aquino afirmava Ter aprendido mias aos pés do altar, que nos livros. Não se trata de ciência humana. Trata-se, ao contrário, da noção da indigência do ser criado. Liga-se ao dom das Lágrimas (porque nos vemos como somos) e a virtude da Esperança (porque conhecemos os efeitos da graça de Deus em nós, capaz de nos aperfeiçoar e nos fazer conquistar o Céu).

Piedade

Dá-nos uma atitude filial diante de Deus. Leva-nos a desejar sempre o que for mais perfeito, como o mais justo diante do Pai. Liga-se à Justiça.

Temor de Deus

É o temor de desagradar ao Bem Supremo. Teme-se por amor, e este amor nos faz cautelosos, e nos dá equilíbrio. Liga-se a Temperança e, portanto, à Humildade – virtude básica para a Vida cristã, justificando, assim, a sua definição na Sagrada Escritura: "O temor de Deus é o princípio da Sabedoria".




Todo ser humano é, em essência, bom. Todos nó trazemos inscritas em nossa mente e na nossa consciência a moral e as leis de Deus. Mas nós podemos anestesiar esse instinto divino a partir do pecado ( Rom 7, 16-20 ), que está presente como um mácula em nossa alma desde Adão e Eva, como nos mostra a Bíblia ( Gen 3, 1-13 )
Quando pecamos, nós preferimos a nossa lei à lei de Deus, fazer o que bem entendemos, muitas vezes não levando em conta as consequências.
Pecado Capital ( de capita = cabeça, o pecado que é a cabeça ) é o pecado que leva a outros pecados, outros vícios
Virtude ( de vir = varão, homem, que significa firmeza ) é uma disposição habitual e firme para fazer o bem. Não apenas pratiquemos atos bons ( pois até o pior criminoso é capaz de ter atos bons ocasionalmente ), mas sim sejamos bom, verdadeiros cristãos.
A Igreja ensina: temos 7 pecados capitais e 7 virtudes opostas.

7 Pecados  Capitais                                  7 Virtudes Opostas
Orgulho ou soberba                                    Humildade
Avareza                                                         Generosidade
Inveja                                                            Caridade
Ira                                                                  Mansidão
Luxúria ou Impureza                                  Castidade
Gula                                                              Temperança
Preguiça                                                      Diligência

1  Orgulho
O Princípio de todo pecado é o orgulho, a vaidade, pois é a tentativa de se igualar a Deus de ser autossuficiente senhor de si, passando por cima da autoridade de Deus. O Orgulho caracteriza-se por acharmos que os dons de Deus vêm de nós mesmos. Leva aos pecados da presunção, da vanglória ( Gn 11  O episódio de Babel ). Nós passamos a procurar sempre reconhecimento, elogios, por nossos atos e acabamos nos gabando das coisas que fazemos. Com orgulho, a pessoa desanima no fracasso, pois acha-o impossível.

Humildade

 É o reconhecimento de nossa pequenez. No final das contas. É e verdade sobre nó mesmos, sabendo que tudo é Dom de Deus. Devemos recorrer a Nossa Senhora, que foi exemplo de humildade, para pedir essa virtude.

2  Avareza

 Desejo desordenado dos bens deste mundo. Os bens deste mundo foram feitos pra suprir nossas necessidades e a de nossos irmãos. A avareza é a síndrome de acumular, juntar, empilhar coisas. É o culto ao dinheiro. Leva a fraudes, roubos, mesquinharia e ambição ? passar por cima dos outros. Em vez de senhores das coisas passamos a ser escravos delas ( Mt 6, 23-34 )

Generosidade

É o despojamento quanto aos bens materiais, compartilhando-os com aqueles que necessitam. Daí e vos será dado-disse Jesus. Deus ama o que dá com alegria. Deus é generoso com seus filhos, portanto, todo cristão deve ser generoso com seu próximo.

3  Inveja

É a tristeza diante do bem próximo. O invejoso está sempre de olho nos outros, no bem dos outros. O invejoso:
    Não valoriza seus bens
    Desenvolve o espírito critico, diminuindo o outro
    Calunia aquele que inveja
Histórias de inveja na Bíblia: Caim e Abel, José e seus irmãos, Saul e David

 Caridade

É o olhar bom para o próximo, o amor para o próximo. Amar nosso irmão sem julgá-lo. Ter paciência, perdoar sempre o irmão e a comunidade.
O desafio da caridade é se alegrar com o bem do irmão. Devemos amar nosso irmão com palavras e obras.

 4  Ira

 Estado emocional desordenado, é a raiva excessiva. A ira é um mal em si mesma, pois tira a paz do indivíduo. Leva à impaciência, furor, violência, ódio e assassinato. Devemos deixar bem claro que força é diferente de violência. Ser violento não significa que a pessoa seja forte. A paciência é a maior prova de força.

 Mansidão

É a força revestida de veludo. É a calma, a tranquilidade e o equilíbrio emocional. A mansidão é necessária para agradar a Deus, para a convivência e para manter a paz.

 5  Luxúria ou Impureza

 É a erotização exacerbada e o mal uso da sexualidade. Vivemos num mundo altamente erotizado. A moda, os espetáculos, os shows, os programas televisivos tem sempre apelo sexual.

Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo?? Somos templo da Santíssima Trindade. A sexualidade deve ser governada pelo amor. O sexo, o amor e a transmissão da vida são três coisas que estão intimamente ligadas, mas forram separadas de forma lastimável pelo homem moderno.

 Castidade

 É o respeito de nosso corpo e ao corpo do próximo. É o 6º mandamento da Lei de Deus.

 6  Gula

 É um vício em que há busca de um prazer desordenado na comida e na bebida.

 ·         Comer excessivamente
 ·         Comer com os olhos
·         Comer se preocupando com gostos requintados
·         Vícios como o fumo, álcool, tranquilizantes, etc.
Perde-se a força de vontade de se livrar dos vícios.

 Temperança

Consiste em conservar o nosso corpo, a paz interior, a saúde. Por exemplo, ter uma alimentação balanceada, se livrar de substâncias que envenenem nosso organismo, etc.

7  Preguiça

É a negação do esforço, é o comodismo:

 ·         Fazer tudo de qualquer jeito
·         Não fazer as coisas com amor
·         Cansaço constante
·         Pelo fato de não podre fazer o excelente, não faz nada
·         Falta de Tempo

 Diligência

 A palavra diligência vem de diliger = amar. É não se cansar de fazer as coisas, valorizando-as sempre. Caracteriza-se pela garra, força e amor.