Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

Para você entrar em nossos artigos click nas imagens nas laterais e encontrarás os lincks dos artigos postados.

Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

O poder da Confissão -

  São João Clímaco

“Você conhece a história do Anjo que apagava os pecados?”

São João Clímaco foi Pai e Mestre do Mosteiro do Monte Sinai, no século VII.
Naquele deserto viviam centenas de monges que passavam santamente a vida a rezar e a trabalhar.
Certo dia chegou ao Mosteiro um rapaz. Bateu e abriram-lhe aquelas portas que para ninguém se fechavam. Dirigiu-se ao Superior, a quem disse: 

– Meu Padre, sou um grande pecador, mas Deus tocou-me o coração. Venho arrependido, fazer penitência neste Mosteiro.
Quero que o exemplo de tantos santos que aqui vivem me encoraje, a fim de me fazer santo também.
Meu Padre, tenha pena de mim e receba-me no número dos seus servos.
– Meu filho, – respondeu São João Clímaco – bendito seja Deus que te abriu os olhos para conheceres a gravidade das tuas culpas.
Entra neste santo abrigo e procura com a oração e a penitência reparar os antigos erros.
– Meu Padre – acrescentou o jovem penitente – Deus lhe pague tanta caridade. Vou pedir-lhe um favor: quero que me dê licença de fazer uma confissão pública.
Quero confessar todos os meus pecados diante destes piedosos monges. Ao ouvirem tantas misérias, terão compaixão de mim e rezarão pela minha perseverança.
São João Clímaco julgou conveniente satisfazer os desejos daquele jovem arrependido, e mandou que os frades se reunissem na sala do convento. Já estão todos sentados nos bancos de madeira, as cabeças cobertas com os capuzes e as mãos escondidas nas mangas dos hábitos.
O rapaz pôs-se de joelhos no meio da sala, e quando dos olhos brotaram duas lágrimas, começou a declarar os seus enormes desvarios.
Havia naquele grande salão um altar e sentado ao seu lado encontrava-se um velho frade a quem todos veneravam como santo.
Enquanto o pecador ia dizendo as suas faltas, o santo velhinho tinha os olhos cravados no altar, como se estivesse a contemplar alguma cena. E sorrindo com muita suavidade, dava sinais de grata surpresa.
Acabada a confissão pública, os piedosos monges voltaram para a vida diária dando graças a Deus pela Sua misericórdia, que assim convertia os corações afundados no negro abismo dos pecados, fazendo brilhar neles a luz da santidade.
São João Clímaco chamou à parte aquele santo velho que tinha estado todo o tempo a contemplar qualquer coisa no altar com os olhos radiantes de gaudio. E perguntou-lhe se o Senhor Deus o tinha favorecido com alguma visão.
– Sim, meu Padre – respondeu o velhinho – enquanto aquele jovem penitente ia declarando suas faltas confessando-as com tantas lágrimas, contemplei um Anjo no altar.
Tinha um livro na mão no qual estavam escritos todos os desmandos daquele jovem. À medida que ele os ia declarando, vi que o Anjo os apagava com a sua mão bendita. E o livro ficou limpo e branco, como a alma daquele pecador arrependido.
São João Clímaco chamou o rapaz e contou-lhe aquela graça, para que assim aumentasse a sua consolação e a confiança na misericórdia de Deus.
E concluiu: - Coragem, meu irmão! Agora és santo. Tens a alma branca como no dia do teu Batismo.
Persevera na oração e na penitência para agradeceres ao Senhor a sua infinita bondade.

Comungar indignamente

Comungar indignamente é sepultar a alma

Veja como é importante a Parábola da Veste Nupcial, e descubra como é horrível receber a Sagrada Eucaristia indignamente:
Discípulo: Padre, tenha a bondade de explicar-me a parábola dos convidados às núpcias, e o que sucedeu ao que não tinha a veste nupcial.
Mestre: Com muito gosto. Preste, pois atenção.
Narra o Santo Evangelho que um rei quis, com a maior pompa possível, celebrar o casamento de seu filho. Preparou um grande banquete e convidou todos os parentes e amigos. Muitos, porém se recusaram em atender ao convite de tão bondoso rei. Vendo isto, o rei disse aos seus criados que fossem às praças e ruas da cidade e convidassem a todos que encontrassem. Quando a sala ficou repleta e os lugares todos ocupados, entrou o rei para passar em revista os convidados. Encontrou um que não tinha a veste nupcial, e lhe disse: “Amigo, como entraste aqui não tendo a veste nupcial?” E sem mais detença ordenou aos criados: “Tirai-o daqui, e atado de mãos e pés lançai-o no calabouço”. 

Discípulo: Padre, que significa esta veste nupcial da qual não estava revestido aquele infeliz e por isso foi metido no cárcere, sendo ele pobre?
Mestre: Este banquete representa a Eucaristia, ou seja, a Sagrada Comunhão. O rei que faz festa por motivo das núpcias de seu filho é o Padre Eterno; o filho é Jesus Cristo que se desposa com a natureza humana. Os convidados são todos os homens da terra.
Esta parábola significa que Deus criou todos os homens para o paraíso; e por isso, os convida a todos a alcançá-lo pela senda da fé, da caridade, da penitência e dos sacramentos; porém, dentre estes convidados, muitos não querem crer: são os ateus;
Outros apresentam desculpas: são os pecadores que adiam a própria conversão; finalmente alguns vão ao banquete, porém sem a veste nupcial: são os sacrílegos, representados naquele infeliz que foi expulso do banquete, atado e metido em um calabouço.
Discípulo: Então, porque o obrigaram a vir ao banquete?
Mestre: Ele sabendo que era indigno, devia opor-se, apresentar pretextos, ou pedir desculpas antes de entrar.
O fato é bem claro: todo aquele que vai comungar com pecado mortal na alma se encontra nas mesmas condições daquele infeliz e, portanto em perigo de ser condenado.
Ademais, Deus mesmo o disse:
Pela boca do grande apóstolo São Paulo: “Aquele que come a minha carne indignamente, come a sua mesma condenação e a si mesmo se julga”.
Lê-se em um capítulo do Sagrado Livro dos Números que, quando o marido, por uma suspeita fundada, duvidasse da fidelidade de sua mulher, tinha o direito, conforme a lei de Moisés, de apresentá-la ao Sacerdote.
Este, para dissipar a dúvida, tomava um pouco de pó do chão do templo e misturando-o com água dava-o à mulher para beber. Se ela era culpada, caía imediatamente morta, como corroída por um terrível veneno; mas se era inocente, nada lhe sucedia e voltava para casa, no meio do contentamento e alegria de seus parentes.
O mesmo sucede, embora invisivelmente, na Santa Comunhão.
Ai da alma em pecado mortal, que ousa aproximar-se da mesa sagrada para receber a Comunhão das mãos do Sacerdote!… Ser-lhe-á um veneno mortal.
Feliz, ao invés, mil vezes feliz aquele que se alimentar desse Pão da Vida, tendo o coração limpo e contrito; receberá bênçãos e graças e os aplausos dos anjos, e a comunhão será para ele penhor de glória eterna.
Discípulo: Serão muitos os que comungam sem a veste nupcial, ou seja, em pecado mortal?
Mestre: Quem poderá dizer com certeza que sejam muitos? O certo é que, infelizmente, existem muitos em todas as classes sociais.
Retirado do livro “Comungai bem” do Rev. Pe. Luiz Chiavarino



«Receberá cem vezes mais, já neste mundo»


As coisas que possuímos não são nossas. Deus deu-no-las para que as cultivemos e quer que as tornemos frutuosas e úteis. [...] Prescindi sempre, portanto, de uma parte dos vossos meios e dai-a aos pobres de bom coração. [...] É verdade que Deus vo-lo devolverá, não só no outro mundo, mas também já neste, porque não há coisa que mais nos faça prosperar do que a esmola; mas, enquanto esperais que Deus vo-lo torne, estareis já mais pobres com aquilo que destes, e como é santo e rico o empobrecimento que advém de se ter dado esmola!

Amai os pobres e a pobreza, porque por este amor tornar-vos-eis verdadeiramente pobres, tal como está dito nas Escrituras: tornamo-nos aquilo que amamos (cf Os 9,10). O amor torna os amantes iguais: «Quem é fraco, sem que eu o seja também?», pergunta São Paulo (2Cor 11,29). Poderia ter perguntado: «Quem é pobre, sem que eu o seja também?», porque o amor tornava-o igual àqueles a quem amava. Portanto, se amais os pobres, sereis verdadeiramente participantes na sua pobreza, e pobres como eles. Assim, se amais os pobres, ide com frequência para o meio deles: tende prazer em os receber em vossas casas e em visitá-los; conversai de bom grado com eles, ficai felizes por eles se aproximarem de vós na igreja, na rua ou em qualquer outro local. Sede pobres de língua para com eles, falando-lhes como a amigos, mas sede ricos de mãos, largamente lhes dando dos vossos bens, pois os tendes em muito maior abundância.

Quereis fazer ainda mais? Tornai-vos servos dos pobres; ide servi-los [...] com as vossas próprias mãos [...] e a expensas vossas. Maior triunfo há neste serviço do que na realeza.


São Francisco de Sales (1567-1622), bispo de Genebra, doutor da Igreja
Introdução à vida devota, parte 3, cap. 15

Quaresma: "A Palavra é um dom. O outro é um dom" -

Amados irmãos e irmãs!
A Quaresma é um novo começo, uma estrada que leva a um destino seguro: a Páscoa de Ressurreição, a vitória de Cristo sobre a morte. E este tempo não cessa de nos dirigir um forte convite à conversão: o cristão é chamado a voltar para Deus «de todo o coração» (Jl 2,12), não se contentando com uma vida medíocre, mas crescendo na amizade do Senhor. Jesus é o amigo fiel que nunca nos abandona, pois, mesmo quando pecamos, espera pacientemente pelo nosso regresso a Ele e, com esta espera, manifesta a sua vontade de perdão (cf. Homilia na Santa Missa, 8 de janeiro de 2016). 

A Quaresma é o momento favorável para intensificarmos a vida espiritual através dos meios santos que a Igreja nos propõe: o jejum, a oração e a esmola. Na base de tudo isto, porém, está a Palavra de Deus, que somos convidados a ouvir e meditar com maior assiduidade neste tempo. Aqui queria deter-me, em particular, na parábola do homem rico e do pobre Lázaro (cf. Lc 16,19-31). Deixemo-nos inspirar por esta página tão significativa, que nos dá a chave para compreender como temos de agir para alcançarmos a verdadeira felicidade e a vida eterna, incitando-nos a uma sincera conversão.
O outro é um dom
A parábola inicia com a apresentação dos dois personagens principais, mas quem aparece descrito de forma mais detalhada é o pobre: encontra-se numa condição desesperada e sem forças para se solevar, jaz à porta do rico na esperança de comer as migalhas que caem da mesa dele, tem o corpo coberto de chagas, que os cães vêm lamber (cf. vv. 20-21). Enfim, o quadro é sombrio, com o homem degradado e humilhado.
A cena revela-se ainda mais dramática, quando se considera que o pobre se chama Lázaro, um nome muito promissor pois significa, literalmente, «Deus ajuda». Não se trata duma pessoa anónima; antes, tem traços muito concretos e aparece como um indivíduo a quem podemos atribuir uma história pessoal. Enquanto Lázaro é como que invisível para o rico, a nossos olhos aparece como um ser conhecido e quase de família, torna-se um rosto; e, como tal, é um dom, uma riqueza inestimável, um ser querido, amado, recordado por Deus, apesar da sua condição concreta ser a duma escória humana (cf. Homilia na Santa Missa, 8 de janeiro de 2016).
Lázaro ensina-nos que o outro é um dom. A justa relação com as pessoas consiste em reconhecer, com gratidão, o seu valor. O próprio pobre à porta do rico não é um empecilho fastidioso, mas um apelo a converter-se e mudar de vida. O primeiro convite que nos faz esta parábola é o de abrir a porta do nosso coração ao outro, porque cada pessoa é um dom, seja ela o nosso vizinho ou o pobre desconhecido. A Quaresma é um tempo propício para abrir a porta a cada necessitado e nele reconhecer o rosto de Cristo. Cada um de nós encontra-o no próprio caminho. Cada vida que se cruza conosco é um dom e merece aceitação, respeito, amor. A Palavra de Deus ajuda-nos a abrir os olhos para acolher a vida e amá-la, sobretudo quando é frágil. Mas, para se poder fazer isto, é necessário tomar a sério também aquilo que o Evangelho nos revela a propósito do homem rico.
O pecado cega-nos
A parábola põe em evidência, sem piedade, as contradições em que vive o rico (cf. v. 19). Este personagem, ao contrário do pobre Lázaro, não tem um nome, é qualificado apenas como «rico». A sua opulência manifesta-se nas roupas, de um luxo exagerado, que usa. De facto, a púrpura era muito apreciada, mais do que a prata e o ouro, e por isso se reservava para os deuses (cf. Jr 10,9) e os reis (cf. Jz 8,26). O linho fino era um linho especial que ajudava a conferir à posição da pessoa um caráter quase sagrado. Assim, a riqueza deste homem é excessiva, inclusive porque exibida habitualmente: «Fazia todos os dias esplêndidos banquetes» (v. 19). Entrevê-se nele, dramaticamente, a corrupção do pecado, que se realiza em três momentos sucessivos: o amor ao dinheiro, a vaidade e a soberba (cf. Homilia na Santa Missa, 20 de setembro de 2013).
O apóstolo Paulo diz que «a raiz de todos os males é a ganância do dinheiro» (1 Tm 6,10). Esta é o motivo principal da corrupção e uma fonte de invejas, contendas e suspeitas. O dinheiro pode chegar a dominar-nos até ao ponto de se tornar um ídolo tirânico (cf. Exort. ap. Evangelii gaudium, 55). Em vez de instrumento ao nosso dispor para fazer o bem e exercer a solidariedade com os outros, o dinheiro pode-nos subjugar, a nós e ao mundo inteiro, numa lógica egoísta que não deixa espaço ao amor e dificulta a paz.
Depois, a parábola mostra-nos que a ganância do rico fá-lo vaidoso. A sua personalidade vive de aparências, fazendo ver aos outros aquilo que se pode permitir. Mas a aparência serve de máscara para o seu vazio interior. A sua vida está prisioneira da exterioridade, da dimensão mais superficial e efémera da existência (cf. ibid., 62).
O degrau mais baixo desta deterioração moral é a soberba. O homem veste-se como se fosse um rei, simula a posição dum deus, esquecendo-se que é um simples mortal. Para o homem corrompido pelo amor das riquezas, nada mais existe além do próprio eu e, por isso, as pessoas que o rodeiam não caiem sob a alçada do seu olhar. Assim o fruto do apego ao dinheiro é uma espécie de cegueira: o rico não vê o pobre esfomeado, chagado e prostrado na sua humilhação.
Olhando para esta figura, compreende-se por que motivo o Evangelho é tão claro ao condenar o amor ao dinheiro: «Ninguém pode servir a dois senhores: ou não gostará de um deles e estimará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro» (Mt 6,24).
A Palavra é um dom
O Evangelho do homem rico e do pobre Lázaro ajuda a prepararmo-nos bem para a Páscoa que se aproxima. A liturgia de Quarta-Feira de Cinzas convida-nos a viver uma experiência semelhante à que faz de forma tão dramática o rico. Quando impõe as cinzas sobre a cabeça, o sacerdote repete estas palavras: «Lembra-te, homem, que és pó da terra e à terra hás de voltar». De facto, tanto o rico como o pobre morrem, e a parte principal da parábola desenrola-se no Além. Dum momento para o outro, os dois personagens descobrem que nós «nada trouxemos ao mundo e nada podemos levar dele» (1 Tm 6,7).
Também o nosso olhar se abre para o Além, onde o rico tece um longo diálogo com Abraão, a quem trata por «pai» (Lc 16,24.27), dando mostras de fazer parte do povo de Deus. Este detalhe torna ainda mais contraditória a sua vida, porque até agora nada se disse da sua relação com Deus. Com efeito, na sua vida, não havia lugar para Deus, sendo ele mesmo o seu único deus.
Só no meio dos tormentos do Além é que o rico reconhece Lázaro e queria que o pobre aliviasse os seus sofrimentos com um pouco de água. Os gestos solicitados a Lázaro são semelhantes aos que o rico poderia ter feito, mas nunca fez. Abraão, porém, explica-lhe: «Recebeste os teus bens na vida, enquanto Lázaro recebeu somente males. Agora, ele é consolado, enquanto tu és atormentado» (v. 25). No Além, restabelece-se uma certa equidade, e os males da vida são contrabalançados pelo bem.
Mas a parábola continua, apresentando uma mensagem para todos os cristãos. De facto o rico, que ainda tem irmãos vivos, pede a Abraão que mande Lázaro avisá-los; mas Abraão respondeu: «Têm Moisés e os Profetas; que os ouçam» (v. 29). E, à sucessiva objeção do rico, acrescenta: «Se não dão ouvidos a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dentre os mortos» (v. 31).
Deste modo se patenteia o verdadeiro problema do rico: a raiz dos seus males é não dar ouvidos à Palavra de Deus; isto levou-o a deixar de amar a Deus e, consequentemente, a desprezar o próximo. A Palavra de Deus é uma força viva, capaz de suscitar a conversão no coração dos homens e orientar de novo a pessoa para Deus. Fechar o coração ao dom de Deus que fala, tem como consequência fechar o coração ao dom do irmão.
Amados irmãos e irmãs, a Quaresma é o tempo favorável para nos renovarmos, encontrando Cristo vivo na sua Palavra, nos Sacramentos e no próximo. O Senhor – que, nos quarenta dias passados no deserto, venceu as ciladas do Tentador – indica-nos o caminho a seguir. Que o Espírito Santo nos guie na realização dum verdadeiro caminho de conversão, para redescobrirmos o dom da Palavra de Deus, sermos purificados do pecado que nos cega e servirmos Cristo presente nos irmãos necessitados. Encorajo todos os fiéis a expressar esta renovação espiritual, inclusive participando nas Campanhas de Quaresma que muitos organismos eclesiais, em várias partes do mundo, promovem para fazer crescer a cultura do encontro na única família humana. Rezemos uns pelos outros para que, participando na vitória de Cristo, saibamos abrir as nossas portas ao frágil e ao pobre. Então poderemos viver e testemunhar em plenitude a alegria da Páscoa.
Papa Francisco
Fonte: Rádio Vaticano

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

MEDITANDO A LITURGIA DA 7ª SEMANA DO TEMPO COMUM SEXTA-FEIRA 24/02/2017


Gostaria de meditar com vocês a primeira leitura do livro de Eclesiástico, porque amigo é uma coisa muito importante para a nossa vida. E todos nós temos amigos. Há amigos que causam alegria ao nosso coração, mas há outros que causaram e vão causar decepção ao nosso coração. Digo a você, no entanto, que o problema não são os amigos, o problema é a nossa forma de nos relacionarmos com as pessoas.

A Palavra de Deus está nos dizendo, hoje, que, se quisermos ter um amigo, não o poderemos adquirir de uma hora para outra, pois isso é um erro, um engano, uma ilusão. “Conheci essa pessoa hoje e ela se tornou minha melhor amiga!”. Não é verdade! Ela se tornou uma pessoa amigável, mas não podemos já considerar uma pessoa que nos fez um bem hoje, a melhor amiga da nossa vida. De forma nenhuma! Só sabemos quem é amigo de verdade na hora da provação.

Adquirimos amigos na hora da provação, da aflição. É isso que está nos dizendo a Palavra de Deus, pois é nessa hora que se prova realmente a amizade. Amigo é aquele que está conosco na hora em que mais precisamos dele. Por isso, não queira ter um milhão de amigos, é um erro, um engano, uma ilusão, e acaba que não vai ter nenhum amigo.

O Santo Evangelho no induz a uma reflexão e aprofundamento do compromisso matrimonial. Vivemos um tempo em que o matrimônio tornou-se mais um evento social do que um compromisso assumido pelos cônjuges. As pessoas se casam já condicionadas a uma separação, se surgirem dificuldades que não as façam felizes. Aquele que procura apenas sua felicidade no casamento certamente sofrerá muitas decepções, porém, aquele que procura fazer seu parceiro/a feliz, esse terá muito maior probabilidade de ser feliz.
Deus dá plena liberdade de escolher a parceira, o parceiro não impõe nenhuma condição, por isso a escolha deve ser definitiva e devem se esforçar ao máximo para honrarem o compromisso assumido. São Tiago já nos alerta em sua carta, "que o vosso sim seja sim, e o vosso não, não".

Notável como Jesus não se preocupa em agradar, “fazer média”! Não cede um milímetro para ser simpático. Em tudo e sempre, Jesus se refere ao desígnio de Deus sobre o homem. E esse desígnio liberta e dignifica o homem e a mulher. Celebrado o matrimônio, esposa e esposo tornam-se “uma só carne”.
É na família abençoada pelo sacramento matrimonial que devemos exercer, em primeiro lugar, as recomendações deixadas por Jesus Cristo, que são a disponibilidade ao serviço e a evangelização. Essa é a receita para a união duradoura e eterna que se espera do casamento.

Se um dia, a vida em comum se tornar inviável, apesar do nosso empenho em concretizá-la, lembremos da advertência de Jesus "Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra, cometerá adultério contra a primeira. E se a mulher se divorciar de seu marido e casar com outro, cometerá adultério".

O que tenho a acrescentar ao assunto é o seguinte: as pessoas têm o costume de colocar a sua felicidade, na responsabilidade do seu parceiro, e esquecem que, a felicidade de cada um, está dentro dele mesmo; dentro de nós mesmos, e não, em outra pessoa; a sua felicidade, está muito ligada à sua crença, aos seus princípios, aos valores da vida que você aprendeu a respeitar; esquecem o materialismo; busquem em suas crenças, ao Todo Poderoso, e tudo lhe será acrescentado.

Não casamos para sermos felizes. Antes, casamos para fazer O OUTRO feliz. E se o faço feliz, feliz também estou. Felicidade, assim como o amor, a paz, a guerra, se constrói. É no dia a dia que promovemos a felicidade, assim como outras virtudes. De nada adianta casar, querer ser feliz mas esperar a felicidade sentado. Ela não vem pela chaminé ou pelo wifi. Caso é para fazer o outro feliz.

Afinal, é para quem que juro aquele monte de coisas lá no altar? Pra mim mesmo? Não. É para o outro.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Reflexão : Eu sou feliz?

A vaidade é o caminho mais curto para o paraíso da satisfação, porém ela é, ao mesmo tempo, o solo onde a burrice melhor se desenvolve. (Augusto Cury)
  
Augusto Cury escreveu: “Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo. Só você pode evitar que ela vá à falência. Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você. 


É importante que você sempre se lembre de que ser feliz não é ter um céu sem tempestades, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem decepções. Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida”.
A pergunta de hoje é: Eu sou feliz?

A força poderosa do perdão -

Recordo aqui uma Palavra de Jesus, como caminho necessário para celebrar a festa do banquete. Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta(Mt 5,23-26).
Estar de bem com os irmãos, viver em paz é condição para ser feliz e viver livre e liberto das consequências maléficas dos rancores e ressentimentos guardados no coração. O grande humanista Gandhi disse: “O fraco jamais perdoa: o perdão é uma das características do forte.” Em qualquer situação de conflito, a tendência é sempre buscar um culpado. Neste caminho teremos sempre vítimas e não pessoas a serem amadas e acolhidas, principalmente os inimigos. 

O Papa Francisco hoje é um dos homens mais fortes do mundo, porque sempre soube perdoar. No mês de julho esteve no sul da Itália na cidade de Caserta, para pedir perdão a um amigo pastor protestante. A visita já é vista como histórica, pois foi a primeira vez que um pontífice católico sai do Vaticano para se encontrar com um pastor da Igreja Evangélica Protestante.
No seu discurso de unidade entre cristãos, Francisco pediu perdão aos evangélicos por conta da perseguição feita contra eles por muitos católicos: “Entre as pessoas que perseguiram os pentecostais também houve católicos. Eu sou o pastor dos católicos e peço perdão por aqueles irmãos e irmãs católicos que não compreenderam e foram tentados pelo diabo”, afirmou o Papa.
Esse testemunho do Papa, que não é o primeiro a pedir perdão publicamente pelos erros do passado e de se reconciliar de maneira sincera com os grandes e pequenos inimigos históricos, faz com que se liberte de uma bola de ferro amarrada aos pés que se chama ontem. Perdoar os outros e saber se perdoar dos erros e pecados do passado é condição para ser um verdadeiro líder.
Não existe peso maior na consciência do ser humano do que ficar carregando culpa. A única saída honrosa é ter a coragem de recomeçar. A capacidade de perdoar não vem por extinto, não é um gesto automático e de fácil domínio. Exige sempre coragem, iniciativa, amor a si próprio e ao outro, cultivados na fé de quem tem um Deus, que do alto da cruz foi capaz de dizer: “Pai perdoai-lhes porque não sabem o que estão fazendo” (Lc 23,34).
Shakespeare foi brilhante quando afirmou que “guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra.
Ressentimento é um verdadeiro câncer que vai corroendo o gosto de viver, a alegria do encontro, a ternura nos relacionamentos, enfim, criando doenças físicas e psicológicas, que em muitas vezes a única saída é tirar a vida.
O Apóstolo Paulo nos recorda que “tanto quanto possível e de vós dependa, vivei em paz com todos os homens” (Rm 12,18). Ao mesmo tempo a vitória será sempre dos pacíficos, pois sabem que a força de Deus não está no vento ou na tempestade e sim na calmaria de quem sabe valorizar as pequenas coisas. O caminho é “vencer o mal com o bem” (Rm 12,21), e jamais “cansar de fazer o bem”(Gl 6,9).
Essa dinâmica garante a todos o poder incalculável do perdão, feito aos outros e principalmente a nós mesmos. “Ser feliz é encontrar força no perdão, esperanças nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros. É agradecer a Deus a cada minuto pelo milagre da vida.” (Fernando Pessoa).
Dom Anuar Battisti / Arcebispo de Maringá (PR)

-Ato de abandono a Nossa Senhora -

Doce Virgem Maria, minha augusta Soberana! Minha amável Senhora! Minha boníssima e amorosíssima Mãe!

Doce Virgem Maria, coloquei em Vós toda minha esperança, e não serei em nada confundido. Doce Virgem Maria, creio tão firmemente que do alto do Céu Vós velais dia e noite por mim e por todos os que esperam em Vós, e estou tão intimamente convencido de que jamais faltará coisa alguma quando se espera tudo de Vós, que resolvi viver para o futuro sem nenhuma apreensão, e descarregar inteiramente em Vós todas as minhas inquietações.
Doce Virgem Maria, Vós me estabelecestes na mais inabalável confiança. Oh, mil vezes Vos agradeço por um favor tão precioso! Doravante habitarei em paz em vosso coração tão puro; não pensarei senão em Vos amar e Vos obedecer, enquanto Vós mesma, boa Mãe, gerireis meus mais caros interesses. 

Doce Virgem Maria! Como, entre os filhos dos homens, uns esperam a felicidade de sua riqueza, outros procuram-na nos talentos! Outros apoiam-se sobre a inocência de sua vida, ou sobre o rigor de sua penitência, ou sobre o fervor de sua preces, ou no grande número de suas boas obras. Quanto a mim, minha Mãe, esperarei em Vós somente, depois de Deus; e todo fundamento de minha esperança será sempre minha confiança em vossas maternais bondades.
Doce Virgem Maria, os maus poderão roubar-me a reputação e o pouco de bem que possuo; as doenças poderão tirar-me as forças e a faculdade exterior de Vos servir; poderei eu mesmo — ai de mim, minha terna Mãe! - perder vossas boas graças pelo pecado; mas minha amorosa confiança em vossa maternal bondade, jamais - oh, não! - jamais a perderei. Conservarei esta inabalável confiança até meu último suspiro. Todos os esforços do inferno não me arrebatarão. Morrerei repetindo mil vezes vosso nome bendito, fazendo repousar em vosso Coração toda minha esperança.
E por que estou tão firmemente seguro de esperar sempre em Vós? Não é senão porque Vós mesma me ensinastes, dulcíssima Virgem, que Vós sois toda misericórdia e somente misericórdia.
Estou pois seguro, ó boníssima e amorosíssima Mãe! Estou certo de que Vos invocarei sempre, porque sempre Vós me consolareis; de que Vos agradecerei sempre, porque sempre me confortareis; de que Vos servirei sempre, porque sempre me ajudareis; de que Vos amarei sempre, porque Vós me amareis; de que obterei sempre tudo de Vós, porque sempre vosso liberal amor ultrapassará minha esperança.
Sim, é de Vós somente, ó doce Virgem Maria, que, apesar de minhas faltas, espero e aguardo o único bem que desejo: a união a Jesus no tempo e na eternidade. É de Vós somente, porque sois Vós quem meu Divino Salvador escolheu para me dispensar todos os Seus favores, para me conduzir seguramente a Ele. Sim, sois Vós, minha Mãe, que, após me terdes ensinado a compartilhar as humilhações e sofrimentos de vosso Divino Filho, me introduzireis em Sua glória e em Suas delícias, para O louvar e bendizer, junto a Vós e convosco, pelos séculos dos séculos. Amém!

São Bernardo de Claraval

  - Reflexão  -

A nova lei

Jesus não veio abolir a lei, mas levá-la à plenitude, dar-lhe algo "mais" que a faz superar como lei e aceitá-la como opção interior. De fato, a justiça do fariseu se limita à observância dos artigos da lei. A justiça do cristão não depende em primeiro lugar da sua observância da lei, mas de se terem realizado em Jesus os últimos tempos, porque ele veio para ser o primeiro a obedecer à lei em comunhão com Deus. Cristo estabelece um novo critério de avaliação moral: a intenção pessoal. 

O "mais" da nova lei
É no coração que se decide a atitude mais verdadeira e mais radical do homem, é para aí que devemos dirigir a atenção e a escolha: esta é a exigência superior (o "mais") da lei, com a qual Cristo a cumpre e aperfeiçoa. Não basta, portanto, não matar; é necessário não se irritar (Mt 5,21s). Não basta não cometer adultério; é preciso não desejar a mulher dos outros (Mt 5,27s). Não basta lavar as mãos antes das refeições; é preciso "purificar" o interior do homem (Mc 7,1-23). Não basta erguer monumentos aos profetas; é preciso não os fazer calar matando-os (Mt 23,29ss). Não basta dizer: "Senhor, Senhor"; é necessário 'fazer a vontade do Pai que está nos céus’ (Mt 7,21). Não basta dizer inúmeras palavras na oração; é necessário ter fé na bondade de Deus (Mt 6,7). Não basta o sacrifício; de nada servem ato de culto e a observância dos preceitos menores, se não se põem em primeiro lugar, na própria vida moral, a justiça, a misericórdia e a fé (Mt 9,13; 12,7; 23,23).
A lei é imposta ao homem, de fora. Se Jesus só se limitasse a espiritualizar a lei, seria um aperfeiçoamento incompleto.
A "nova" contribuição de Cristo é outra: se Jesus exige um "mais", a motivação está no "mas eu vos digo". Quem impõe é Cristo, ele foi o primeiro a dar o exemplo. Tornou-se possível ao cristão amar os inimigos, suportar o sofrimento e a perseguição, porque foi solicitado e realmente ajudado pelo modelo que tem diante de si. O cristão não só obedece a uma lei; segue as pegadas de Cristo que o precede e que se torna para ele modelo-lei-instância e suprema força interior para o dom do Espírito (Mt 3,11), prêmio-amor beatificante.
Um passo adiante na fraternidade
As palavras de Jesus convidam o cristão a algo "mais", a dar um passo adiante na fraternidade. Não basta não matar o irmão, importa respeitá-lo, ter consideração para com ele, não se achar superior a ele. Pode-se matar com palavras, com um julgamento severo, com uma atitude de desprezo. Pode-se matar o irmão deixando-o de lado, fazendo extinguir-se seu entusiasmo e seus bons projetos, não lhe permitindo expressar-se livremente. Os marginalizados, os anciãos dos asilos, os débeis mentais, os afastados são mortos por nosso cruel desinteresse, por nosso distanciamento, por nossa língua afiada... Não se pode honrar a Deus se o irmão é desonrado, pois Deus não está só no céu, mas também em cada irmão que encontramos, especialmente nos pobres, nos pequenos, nos humildes desprezados, naqueles que nós, às vezes, chamamos de cretinos...
Um passo adiante no amor
O amor do homem e da mulher não é desejo e busca egoístas da própria satisfação. O amor é querer o bem do amado, é encontro livre e libertador. A atração física sem amor é sinal de alienação e imaturidade profunda, é a negação da liberdade e da dignidade da pessoa, é tentativa de destruir o outro para fazer dele coisa, objeto.
Um amor verdadeiro, com raiz na totalidade da pessoa, se insere na corrente única de amor que é Deus, Amor que dá o Filho: dom total, porque Cristo deu sua vida por nós. A família deve viver estas características de amor, que a marcam profundamente e solidificam a unidade. Dom total. O amor no matrimônio ou é assim ou não existe. Total até dar-se, sacrificar-se completamente.
Um passo adiante na sinceridade
As palavras não foram feitas para que os homens delas se sirvam enganando-se mutuamente, mas para que levem seu pensamento ao conhecimento dos outros. Enganar os outros significa deturpar o sinal da palavra, torná-la sinal de divisão e confusão, em lugar de comunhão e limpidez. Cristo supera, portanto, a lei judaica quando proíbe a mentira em qualquer circunstância, tornando assim inútil o juramento.