Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

Para você entrar em nossos artigos click nas imagens nas laterais e encontrarás os lincks dos artigos postados.

Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

sexta-feira, 27 de abril de 2018

“Eu sou a vinha e meu Pai o vinhateiro”.


Eis outra imagem muito presente no Antigo Testamento. Desta parábola, retivemos muitas vezes as palavras “ameaçadoras”: “Os ramos secos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem”. Mas isso é para quem “não permanece em Jesus”.

É o verbo “permanecer” que é o mais importante. 
Ele aparece mais de dez vezes neste capítulo de João. Trata-se, antes de mais, de “estar com” o Senhor, porque Ele, o primeiro, é “Emanuel – Deus conosco”. Esta presença não é fugitiva. Inscreve-se na duração, na fidelidade. 

Quando Deus se une à humanidade no seu Filho feito homem, é para sempre. 

A Ressurreição de Jesus é garante de que este “estar com os homens” não acabará jamais. Se aceitamos permanecer com Jesus, Ele introduz-nos na sua intimidade. Segundo a imagem dos sarmentos, Ele faz correr em nós a seiva da sua própria vida.

Então podemos dar frutos que terão o sabor de Jesus. Isso cumpre-se de modo pleno na Eucaristia. Jesus alimenta-nos com o seu corpo e o seu sangue de Ressuscitado.
Ele coloca em nós o poder da sua Vida.
Esta passa pelo pão e pelo vinho, que vão vivificar cada célula do nosso corpo, isto é, finalmente, cada detalhe da nossa vida, cada uma das relações que criamos com os outros.
Tornamo-nos assim seus discípulos.
É assim que se constrói e cresce a Vinha do Senhor, o Corpo de Cristo, que é a Igreja.

Cristo, caminho, verdade e vida, é a luz da consciência

 

A consciência é o núcleo mais íntimo e secreto do homem. É aí que ele se refugia, com as suas faculdades espirituais, numa solidão absoluta: a sós consigo, ou antes, a sós com Deus, cuja voz se faz ouvir à consciência. É aí que ele se determina pelo bem ou pelo mal; é aí que escolhe o caminho da vitória ou o caminho da derrota. Ainda que quisesse, o homem não teria capacidade de apagar esta voz; com ela - quando o aprova e quando o condena - percorre todo o caminho da vida, e será também com ela, testemunho verídico e incorruptível, que se apresentará ao juízo de Deus.






 Cristo é o caminho, a verdade e a vida, não apenas para todos os homens no seu conjunto, mas para cada um deles.


A consciência é portanto um santuário, no limiar do qual todos devem deter-se; todos, incluindo o pai e a mãe, no caso das crianças. O único que nela penetra é o sacerdote, como mestre de almas; mas, mesmo nesse caso, a consciência continua a ser um santuário ciosamente guardado, cujo segredo o próprio Deus pretende que seja preservado sob o selo do mais sagrado dos silêncios. 

Em que sentido se pode falar da educação da consciência? O divino Salvador trouxe a sua verdade e a sua graça ao homem ignorante e fraco: a verdade para lhe indicar o caminho que conduz à meta; a graça para lhe conferir a força para lá chegar. Cristo é o caminho, a verdade e a vida, não apenas para todos os homens no seu conjunto, mas para cada um deles.

“A glória de meu Pai é que deis muito fruto”! (Jo.15,8)




                                    E que fruto espera de nós o Senhor?

Qual é o fruto que verdadeiramente permanece?
Caríssimos que tendes já uma rica experiência: Olhai, atentamente, para a vossa vida e vede: de tudo o que passa, o que é que fica?
De tudo o que produzis, que fruto é que vos sobra?

O que é que permanece, depois de tudo aquilo que desaparece?
Não permanece o dinheiro! Também os edifícios das nossas casas, não permanecem, mesmo se construídas à prova de bala e pagas com tanto custo!
E, por exemplo, os bons livros permanecem? Porventura, mais algum tempo! Mas, depois de um certo tempo, mais ou menos longo, todas estas coisas desaparecem…

A única coisa, o fruto que permanece eternamente é a alma da pessoa humana, criada por Deus, para a eternidade.
Todos nós somos fruto de um pensamento amoroso de Deus.
Não somos obra do acaso. Por isso, o fruto que permanece é tudo quanto semeámos nas almas humanas: o amor, o conhecimento, o gesto capaz de tocar o coração, a palavra que abre a alma à alegria de viver.
O que permanece não é, pois, qualquer coisa, obra ou produto do nosso trabalho.
É o fruto do nosso amor! O amor é, portanto, o verdadeiro fruto que permanece; o amor é o fruto que Deus espera de nós!


A história mostra-nos, que se alcança normalmente Jesus, através da Igreja! Claro é a Primeira leitura deste domingo.
Para Paulo, a adesão à Igreja foi propiciada por uma intervenção direta de Cristo. Tendo-Se este revelado no caminho de Damasco, identificou-Se com a Igreja e fez-lhe compreender que perseguir a Igreja era perseguir o Senhor. De fato, o Ressuscitado disse a Paulo, o perseguidor: "Saulo, Saulo, porque me persegues?" (At 9, 4). Perseguindo a Igreja, perseguia Cristo. Então digamos, com toda a clareza: Paulo converteu-se, ao mesmo tempo, a Cristo e à Igreja.
Mesmo se este contato, no seu caso, foi contraproducente, não causou a adesão, mas uma violenta repulsa. (V. 1) De qualquer modo, Paulo encontrou a Igreja, antes de encontrar Jesus.

Portanto, antes de anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo, Paulo encontra-O pessoalmente no caminho de Damasco e frequenta-O na Igreja, observando a sua vida nos Doze e no grupo daqueles que O seguiram pelos caminhos da Galileia.

O amor dos cristãos frutifica na conversão de Paulo.
Nosso Amor esta frutificando na Igreja e no mundo ...Quantos se encontraram com Cristo com a Igreja através de meu testemunho de Amor.
Está em jogo aqui e, como sempre, a nossa relação de comunhão: a comunhão vertical entre Jesus Cristo e cada um de nós, e também a comunhão horizontal entre todos os que "invocam o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo"
 
Por isso, eu diria que o testemunho de Paulo, nos permitirá deduzir algumas conclusões práticas, para a nossa vida cristã:

a) O mais importante é colocar no centro da própria vida, Jesus Cristo, de modo que a nossa identidade se distinga essencialmente pelo encontro, pela comunhão com Cristo e com a sua Palavra. Trata-se de permanecer n’Ele! Não há novo ardor na evangelização, se não há uma relação de amor forte com Ele, uma paixão ardente por Cristo! Quando falta esta paixão, faltam as raízes, esmorece a missão, às vezes sob o falso pretexto de uma qualquer falha de um irmão.

b) É no seio da comunidade que ganha crédito o nosso testemunho e é, por meia dela, que recebemos e podemos dar Cristo, aos outros! Não se pode permanecer na Videira, sem permanecer nos seus ramos. Não se pode permanecer em Cristo, sem permanecer nos outros. Não se pode estar unido à Cabeça, fora do seu Corpo. Trata-se de permanecer na comunidade. Ninguém se torna cristão sozinho. Como ninguém poderá anunciar Cristo, por sua própria conta e risco. Sem Ele, nada podemos fazer, é certo; mas sem a comunidade, a nossa missão não dará fruto, que permaneça!



c) Permanecer na Igreja implicará, muitas vezes, deixar-se podar, para frutificar ser capaz de sofrer com a Igreja, de sofrer pela Igreja e até de sofrer por causa dela. Quando falta a disposição para o sofrimento, entre os que evangelizam, falta o essencial da prova da verdade, com que a Igreja se confronta.

Peçamos então ao Senhor, que a nossa participação no seu amor, através da seiva da Eucaristia, nos dê a graça de permanecer em Cristo, de permanecer na Igreja, enfim, de permanecer no amor e, deste modo, poder falar a todos os homens, com firmeza, e em nome do Senhor!

sábado, 21 de abril de 2018

«Eu sou o bom pastor»

Reflexão:-

Hoje, Jesus nos diz: «Eu sou o bom pastor» (Jo 10,11). Comentando Santo Tomás de Aquino esta afirmação, escreve que «é evidente que o título de “pastor” lhe convém a Cristo, já que da mesma maneira um pastor conduz o rebanho à pastagem, assim também Cristo restaura os fiéis com um alimento espiritual: seu próprio corpo e seu próprio sangue». Tudo começou na Encarnação, e Jesus o cumpriu ao longo de sua vida, levando-o ao fim com sua morte redentora e sua ressurreição. Depois de ter ressuscitado, confiou este pastoreio a Pedro, aos Apóstolos e à Igreja até o fim dos tempos.

 

Através dos pastores, Cristo dá sua Palavra, reparte sua graça nos sacramentos e conduz o rebanho para o Reino: Ele mesmo se entrega como alimento no sacramento da Eucaristia, e comunica a Palavra de Deus e o seu Magistério, e guia com solicitude o seu Povo. Jesus tem procurado para sua Igreja pastores segundo seu coração, quer dizer, homens que, impessoalizando-o pelo Sacramento da Ordem, doem sua vida pelas ovelhas, com caridade pastoral, –com humilde espírito de serviço, com clemência, paciência e fortaleza. Santo Agostinho falava freqüentemente desta exigente responsabilidade do pastor: «Esta honra de ser pastor me tem preocupado (...), mas lá onde me aterra o fato de que sou para vocês, me consola o fato de que estou entre vocês (...). Sou bispo para vocês, sou cristão com vocês».

E cada um de nós, cristãos, trabalhamos apoiando os pastores, rezamos por eles, amamos-lhes e obedecemos-lhes. Também somos pastores para os irmãos, enriquecendo-os com a graça e a doutrina que temos recebido, compartindo preocupações e alegrias, ajudando todo o mundo com o coração. Interessamo-nos por todos aqueles que nos rodeiam no mundo familiar, social e profissional até dar a vida por todos com o mesmo espírito de Cristo, que veio ao mundo «Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos» (Mt, 20,28).

+ Rev. D. Josep VALL i Mundó
(Barcelona, Espanha)

4º Domingo da Páscoa-

O BOM E BELO PASTOR






O capítulo 10 do 4º Evangelho é dedicado à catequese do “Bom Pastor”. 

O autor utiliza esta imagem para propor uma catequese sobre a missão de Jesus: a obra do “Messias” consiste em conduzir o homem às pastagens verdejantes e às fontes cristalinas de onde brota a vida em plenitude.

A imagem do “Bom Pastor” não foi inventada pelo autor do 4º Evangelho. Literariamente falando, este discurso simbólico está construído com materiais provenientes do Antigo Testamento. 

Em especial, este discurso tem presente Ez 34 (onde se encontra a chave para compreender a metáfora do “pastor” e do “rebanho”). Falando aos exilados da Babilônia, Ezequiel constata que os líderes de Israel foram, ao longo da história, maus “pastores”, que conduziram o Povo por caminhos de morte e de desgraça; mas – diz Ezequiel – o próprio Deus vai agora assumir a condução do seu Povo; Ele porá à frente do seu Povo um “Bom Pastor” (o “Messias”), que o livrará da escravidão e o conduzirá à vida. A catequese que o 4º Evangelho nos oferece sobre o “Bom Pastor” sugere que a promessa de Deus – veiculada por Ezequiel – se cumpre em Jesus.

O contexto em que João coloca o “discurso do Bom Pastor” (cf. Jo 10) é um contexto de polêmica entre Jesus e alguns líderes judaicos, principalmente fariseus (cf. Jo 9,40; 10,19-21.24.31-39). Depois de ver a pressão que os líderes judaicos colocaram sobre o cego de nascença para que ele não abraçasse a luz (cf. Jo 9,1-41), Jesus denuncia a forma como esses líderes tratam o Povo: eles estão apenas interessados em proteger os seus interesses pessoais e usam o Povo em benefício próprios; são, pois, “ladrões e salteadores” (Jo 10,1.8.10), que se apossam de algo que não lhes pertence e roubam ao seu Povo qualquer possibilidade de vida e de libertação.

MENSAGEM

O nosso texto começa com uma afirmação lapidar, posta na boca de Jesus: “Eu sou o Bom Pastor”. O adjectivo “bom” deve, neste contexto, entender-se no sentido de “modelo”, de “ideal”: “Eu sou o modelo de pastor, o pastor ideal”. E Jesus explica, logo de seguida, que o “pastor modelo” é aquele que é capaz de se entregar a si mesmo para dar a vida às suas ovelhas (vers. 11).
Depois da afirmação geral, Jesus põe em paralelo duas figuras de pastor: o “pastor mercenário” e o “verdadeiro pastor” (vers. 12-13).


Aquilo que distingue o “verdadeiro pastor” do “pastor mercenário” é a diferente atitude diante do “lobo”.  

O “lobo” representa, nesta “parábola”, tudo aquilo que põe em perigo a vida das ovelhas: os interesses dos poderosos, a opressão, a injustiça, a violência, o ódio do mundo.
 
O “pastor mercenário” é o pastor contratado por dinheiro. O rebanho não é dele e ele não ama as ovelhas que lhe foram confiadas. 
Limita-se a cumprir o seu contrato, fugindo de tudo aquilo que o pode pôr em perigo a ele próprio e aos seus interesses pessoais. 
Limita-se a cumprir determinadas obrigações, sem que o seu coração esteja com o rebanho. Ele tem uma função de enquadrar o rebanho e de o dirigir, mas a sua acção é sempre ditada por uma lógica de egoísmo e de interesse. Por isso, quando sente que há perigo, abandona o rebanho à sua sorte, a fim de salvaguardar os seus interesses egoístas e a sua posição.
 
O verdadeiro pastor é aquele que presta o seu serviço por amor e não por dinheiro. Ele não está apenas interessado em cumprir o contrato, mas em fazer com que as ovelhas tenham vida e se sintam felizes. A sua prioridade é o bem das ovelhas que lhe foram confiadas. Por isso, ele arrisca tudo em benefício do rebanho e está, até, disposto a dar a própria vida por essas ovelhas que ama. Nele as ovelhas podem confiar, pois sabem que ele não defende interesses pessoais mas os interesses do seu rebanho.

Ora, Jesus é o modelo do verdadeiro pastor (vers. 14-15). Ele conhece cada uma das suas ovelhas, tem com cada uma relação pessoal e única, ama cada uma, conhece os seus sofrimentos, dramas, sonhos e esperanças. Esta relação que Jesus, o verdadeiro pastor, tem com as suas ovelhas é tão especial, que Ele até a compara à relação de amor e de intimidade que tem com o próprio Deus, seu Pai. 

É este amor, pessoal e íntimo, que leva Jesus a pôr a própria vida ao serviço das suas ovelhas, e até a oferecer a própria vida para que todas elas tenham vida e vida em abundância. Quando as ovelhas estão em perigo, Ele não as abandona, mas é capaz de dar a vida por elas. Nenhum risco, dificuldade ou sofrimento O faz desanimar. A sua atitude de defesa intransigente do rebanho é ditada por um amor sem limites, que vai até ao dom da vida.

Depois de definir desta forma a sua missão e a sua atitude para com o rebanho, Jesus explica quem são as suas ovelhas e quem pode fazer parte do seu rebanho. Ao dizer “tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil e preciso de as reunir” (vers. 16a), Jesus deixa claro que a sua missão não se encerra nas fronteiras limitadas do Povo judeu, mas é uma missão universal, que se destina a dar vida a todos os povos da terra. A comunidade de Jesus não está encerrada numa determinada instituição nacional ou cultural. O que é decisivo, para integrar a comunidade de Jesus, é acolher a sua proposta, aderir ao projecto que Ele apresenta, segui-l’O. Nascerá, então, uma comunidade única, cuja referência é Jesus e que caminhará com Jesus ao encontro da vida eterna e verdadeira (“elas ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor” – vers. 16b).
 
Finalmente, Jesus explica que a sua missão se insere no projeto do Pai para dar vida aos homens (vers. 17-18). Jesus assume esse projeto do Pai e dedica toda a sua vida terrena a cumprir essa missão que o Pai lhe confiou. O que O move não é o seu interesse pessoal, mas o cumprimento da vontade do Pai. Ao cumprir o projeto de amor do Pai em favor dos homens, Ele está a realizar a sua condição de Filho.
Ao dar a sua vida, Jesus está consciente de que não perde nada.  

Quem gasta a vida ao serviço do projeto de Deus, não perde a vida, mas está a construir para si e para o mundo a vida eterna e verdadeira. O seu dom não termina em fracasso, mas em glorificação. Para quem ama, não há morte, pois o amor gera vida verdadeira e definitiva.

A entrega de Jesus não é um acidente ou uma inevitável fatalidade, mas um gesto livre de alguém que ama o Pai e ama os homens e escolhe o amor até às últimas consequências. O dom de Jesus é um dom livre, gratuito e generoso. 
Na decisão de Jesus em oferecer livremente a vida por amor, manifesta-se o seu amor pelo Pai e pelos homens.

ATUALIZAÇÃO

• Todos nós temos as nossas figuras de referência, os nossos heróis, os nossos mestres, os nossos modelos. É a uma figura desse tipo que, utilizando a imagem do Evangelho do 4º Domingo da Páscoa, poderíamos chamar o nosso “pastor”… É Ele que nos aponta caminhos, que nos dá segurança, que está ao nosso lado nos momentos de fragilidade, que condiciona as nossas opções, que é para nós uma espécie de modelo de vida. O Evangelho deste domingo diz-nos que, para o cristão, o “Pastor” por excelência é Cristo. É n’Ele que devemos confiar, é à volta d’Ele que nos devemos juntar, são as suas indicações e propostas que devemos seguir. O nosso “Pastor” é, de facto, Cristo, ou temos outros “pastores” que nos arrastam e que são as referências fundamentais à volta das quais construimos a nossa existência? O que é que nos conduz e condiciona as nossas opções: Jesus Cristo? As diretrizes do chefe do departamento? A conta bancária? A voz da opinião pública? A perspectiva do presidente do partido? O comodismo e a instalação? O êxito e o triunfo profissional a qualquer custo? O herói mais giro da telenovela? O programa de maior audiência da estação televisiva de maior audiência?
 
• Reparemos na forma como Cristo desempenha a sua missão de “Pastor”: Ele não atua por interesse (como acontece com outros pastores, que apenas procuram explorar o rebanho e usá-lo em benefício próprio), mas por amor; Ele não foge quando as ovelhas estão em perigo, mas defende-as, preocupa-Se com elas e até é capaz de dar a vida por elas; Ele mantém com cada uma das ovelhas uma relação única, especial, pessoal, conhece os seus sofrimentos, dramas, sonhos e esperanças. As “qualidades” de Cristo, o Bom Pastor, aqui enumeradas, devem fazer-nos perceber que podemos confiar integral e incondicionalmente n’Ele e entregar, sem receio, a nossa vida nas suas mãos. Por outro lado, este “jeito” de atuar de Cristo deve ser uma referência para aqueles que têm responsabilidades na condução e animação do Povo de Deus: aqueles que receberam de Deus a missão de presidir a um grupo, de animar uma comunidade, exercem a sua missão no dom total, no amor incondicional, no serviço desinteressado, a exemplo de Cristo?

• No “rebanho” de Jesus, não se entra por convite especial, nem há um número restrito de vagas a partir do qual mais ninguém pode entrar… A proposta de salvação que Jesus faz destina-se a todos os homens e mulheres, sem exceção. O que é decisivo para entrar a fazer parte do rebanho de Deus é “escutar a voz” de Cristo, aceitar as suas indicações, tornar-se seu discípulo… Isso significa, concretamente, seguir Jesus, aderir ao projeto de salvação que Ele veio apresentar, percorrer o mesmo caminho que Ele percorreu, na entrega total aos projetos de Deus e na doação total aos irmãos. Atrevemo-nos a seguir o nosso “Pastor” (Cristo) no caminho exigente do dom da vida, ou estamos convencidos que esse caminho é apenas um caminho de derrota e de fracasso, que não leva aonde nós pretendemos ir?

• O nosso texto acentua a identificação total de Jesus com a vontade do Pai e a sua disponibilidade para colocar toda a sua vida ao serviço do projecto de Deus. Garante-nos também que é dessa entrega livre, consciente, assumida, que resulta vida eterna, verdadeira e definitiva. O exemplo de Cristo convida-nos a aderir, com a mesma liberdade mas também com a mesma disponibilidade, às propostas de Deus e ao cumprimento do projecto de Deus para nós e para o mundo. Esse caminho é, garantidamente, um caminho de vida eterna e de realização plena do homem.

• Nas nossas comunidades cristãs, temos pessoas que presidem e que animam. Podemos aceitar, sem problemas, que elas receberam essa missão de Cristo e da Igreja, apesar dos seus limites e imperfeições; mas convém igualmente ter presente que o nosso único “Pastor”, aquele que somos convidados a escutar e a seguir sem condições, é Cristo. Os outros “pastores” têm uma missão válida, se a receberam de Cristo; e a sua actuação nunca pode ser diferente do jeito de actuar de Cristo.

• Para que distingamos a “voz” de Jesus de outros apelos, de propostas enganadoras, de “cantos de sereia” que não conduzem à vida plena, é preciso um permanente diálogo íntimo com “o Pastor”, um confronto permanente com a sua Palavra e a participação activa nos sacramentos onde se nos comunica essa vida que “o Pastor” nos oferece.

Jesus, o Bom Pastor, dá a vida por nós!


Domingo do bom e belo Pastor!




A figura do Bom Pastor é uma das imagens mais bela e conhecida das pregações de Jesus, onde Ele nos convida a entrarmos no coração do Pai, por meio de seus ensinamentos e se apresenta como a única porta que se abre para que cada um de nós possamos vivenciar a vida plena do Reino de Deus!

Passar pela experiência do coração misericordioso e acolhedor de Jesus para chegar ao Pai, é acima de tudo, viver dentro de sua proposta de vida plena.
Quantas vezes fraquejamos na fé, não dando preferência a esta porta que nos liga ao Pai, optando pelas portas largas que nos são abertas pelo mundo, sem dar respostas coerentes a verdade que ouvimos! 

Às vezes somos como ovelhas rebeldes, desatentas ao carinho do Bom Pastor, do Pastor que tem como maior desejo, nos libertar dos “lobos” vorazes que estão por aí, a nos espreitar!

O evangelho de hoje nos desperta sobre a importância da “escuta”, “Eu dou a minha vida pelas minhas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil e preciso de as reunir; elas ouvirão a minha voz de Jesus fala de uma  escuta atenta, que não corresponda apenas na nossa audição física, mas que nos leve a interiorizar o que escutamos e assim poder viver o que nos diz Jesus!  

É a partir da escuta da palavra, que novas possibilidades vão se abrindo para nós no campo da fé!

As ovelhas fieis, pertencente ao seu rebanho, conhecem a sua voz, não se deixam levar pelas propostas enganosas dos falsos pastores.  Isso significa, concretamente, percorrer o mesmo caminho de Jesus, numa entrega total ao projeto do Pai, na doação de amor a Deus e aos irmãos.

Ainda há pouco, na celebração da Páscoa, tivemos a oportunidade de perceber que quando Jesus dizia, que o Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas, Ele falava de si mesmo, pois  realmente, com a sua vida, Ele  pagou  o preço  da nossa liberdade, ou seja, Jesus é o Pastor que deu a vida pelas suas ovelhas que somos nós!

A  certeza de que nunca seremos arrancados das mãos do Bom Pastor, nos motiva a celebrarmos a nossa fé e a nossa adesão à vontade do Pai!
Jesus é o único Pastor que nos conduz para as "pastagens verdadeiras", onde encontramos vida em plenitude!

Ainda que sejamos a ovelha machucada, ferida, maltratada, Jesus, o Bom Pastor, dá a vida para curar o nosso coração e para restituir a nossa vida!

Do mesmo modo como Jesus é o Bom Pastor, eu e você precisamos ser também “a boa ovelha”, precisamos nos deixar ser cuidados pelo nosso Bom Pastor; precisamos permitir que Ele, com todo o amor e ternura, cuide de nós. Ainda que sejamos a ovelha machucada, ferida, maltratada, o Bom Pastor dá a vida para curar o nosso coração, para restituir a nossa vida, para dar um vigor novo à nossa vida de ovelha!

O Bom Pastor não olha para as Suas ovelhas no plural, no rebanho, no coletivo. Ele as olha de forma individual, cada ovelha é única, por isso Ele a toma pela mão, a conduz nos Seus braços e lhe dá todo o amor, carinho e ternura. 

Porque Ele quer que Suas ovelhas estejam bem cuidadas, tratadas, alimentadas, mas, sobretudo, que elas tenham vida plena e abundante em Deus!

terça-feira, 17 de abril de 2018

Como receber a Eucaristia

Em procissão vamos receber a Eucaristia. 
Há duas formas de recebê-la, todas duas profundamente significativas, expressam a nossa fé.
O título deste despretensioso artigo causará impacto nos leitores, uma vez que todo fiel sabe muito bem como comungar, entrando em comunhão com Jesus Cristo: Caminho, Verdade e Vida.
Lendo o sexto capítulo do 4º evangelho ficamos impressionados com as palavras de Jesus, afirmando ser Ele mesmo o verdadeiro Maná, descido do céu que se entrega a nós como alimento para nos comunicar a sua Própria Vida, Vida Eterna.

No decorrer dos tempos a Igreja não cessou de celebrar o Mistério Eucarístico e de recomendar aos seus fiéis que busquem na comunhão sacramental aquela força do alto para, na caridade, edificar a comunidade. É direito do batizado, que não sofra algum impedimento, receber a Sagrada Comunhão (CDC 912). É dever de todo fiel, ao menos uma vez por ano, por ocasião do tempo pascal, receber Jesus Sacramentado, após a devida reconciliação com Deus e a Igreja mediante o sacramento da penitência.

Agora vejamos: como comungar? – A maneira como nos acercamos da Eucaristia e a recebemos – lembremo-nos que não estamos a receber uma coisa, um pedacinho de pão – é clara demonstração de nossa fé. Dois profundos sentimentos invadem nosso coração. 

O primeiro é o de nossa profunda indignidade. Qual criatura, por mais santa que seja, é merecedora de receber o Senhor, nosso Deus? 

O segundo é o sentimento de alegria e gratidão, uma vez que o próprio Deus quis se entregar a nós, como alimento, para nos comunicar sua Vida, nutrindo-nos como a filhos queridos. Famintos, estendemos nossas mãos ao Senhor – “Como os olhos dos escravos olham para a mão de sua senhora” – e abrimos a boca como pequeno pelicano para receber o bocado do Corpo e da Vida do “Pio Pelicano”, Jesus Cristo. Como os cervos sedentos, aproximamo-nos para nos abeberarmos da Fonte da Vida. Discípulos amados, recostamos nossa cabeça no peito de Jesus, como conviva alegre a receber os bocados do verdadeiro Maná descido do céu.

As nossas atitudes externas irão expressar nossa fé uma vez que não pode haver contradição entre a nossa fé e a nossa oração.

Em procissão vamos receber a Eucaristia. Há duas formas de recebê-la, todas duas profundamente significativas, expressam a nossa fé. Em ambas formas, fica bem claro o reconhecimento de que a Eucaristia é um excelso dom que recebemos, é graça que acolhemos e não coisa, bem de que nos apossamos. Não tomamos a Eucaristia, mas a recebemos. Assim se exprime a Instrução Geral sobre o Missal Romano no n.º 160 “(…) Não é permitido aos fiéis receber por si mesmos o pão consagrado e muito menos passar de mão em mão entre si. (…).

O n.º 161 apresenta, com os negritos que chamam mais a nossa atenção, as duas formas dizendo: “ Se a comunhão é dada sob a espécie do pão somente, o sacerdote mostra a cada um a hóstia um pouco elevada, dizendo: O Corpo de Cristo. Quem vai comungar responde: Amém, recebe o Sacramento, na boca ou, onde for concedido, na mão, à sua livre escolha. O comungante, assim que recebe a santa hóstia, consome-a inteiramente”. 

Até mesmo o diácono, se por acaso a celebração tiver a sua participação, há de receber das mãos do celebrante a comunhão sob as duas espécies. É o que reza o n.º 182 do mesmo texto. O n.º 244 será mais preciso, afirmando que o diácono recebe a comunhão, numa concelebração, após os celebrantes, das mãos do celebrante principal.

A comunhão na boca tem um belo sentido. É expressão da mesma bondade do Pai que alimenta os seus filhos como crianças. 

Não é nada indigno sentir-se, é até mesmo um belo sentimento próprio de filho de Deus, conforme nos ensinou Jesus o ser criança diante dos mistérios de Deus. Não nos preparamos para receber a Jesus balbuciando, como uma pequena criança, o nome do Pai: “Abba”? Somos como filhotes de pelicano a receber o Corpo do Senhor. 

Eu sempre gosto de imaginar Jesus Cristo, partindo os pedaços de pão e colocando-os na boca de seus discípulos, gesto que significa, amor profundo pelos seus.

Quanto à outra forma, recorro às instruções de um grande catequista que viveu no século IV e foi bispo de Jerusalém: “Ao te aproximares (da Eucaristia), não vás com as palmas das mãos estendidas, com os dedos separados; mas faze com a mão esquerda um trono para a direita como quem deve receber um Rei e no côncavo da mão espalmada recebe o Corpo de Cristo, dizendo: “Amém”.

Imagino que terei causado mal estar a muitos leitores e serei logo taxado de rubricista. Meu propósito foi somente o de esclarecer como algumas atitudes exteriores, gestuais são formas de expressar a nossa fé no grande Mistério que celebramos e demonstrar amor para com o Corpo do Senhor. Nossa presença na Missa deve ser total: corpo, coração, alma. Aquele que bem recebe a comunhão certamente se empenhará em acolher o Espírito de Cristo que nos congrega na Igreja, Corpo de Cristo.

Dom Paulo Francisco Machado Formação junho 2008


A luz envolveu a Virgem Maria

O anjo Gabriel desceu envolto em luz celestial. A luz envolveu a Virgem, e a roupa do anjo era tão luminosa, tão brilhante que não posso compará-la a qualquer outra luminosidade na Terra.
Quando viu a deslumbrante luz, ela se levantou e ficou temerosa. Ao olhar para o Anjo, reencontrou sobre o seu rosto o reflexo de sua castidade. Maria estava de pé, em uma atitude plena de modéstia, ouvindo, atenta, as palavras do Anjo.
Então o Anjo saudou-a, anunciando-lhe a vontade de Deus; suas palavras agradaram o coração da Virgem, preencheram seus sentidos e abrasaram-lhe a alma; No entanto, sua modéstia virginal e o amor por Deus, fizeram com que pedisse uma explicação.
Após receber a explicação, a Virgem abriu seu coração com toda a boa vontade, ajoelhou-se e disse: ‘Eu sou a serva do Senhor. Cumpra-se em mim a tua palavra’. (Lc, 1, 38) Então toda a Trindade, com o poder da Divindade, a boa vontade da Humanidade e a nobreza do Espírito Santo penetrou o seu corpo virginal.  

Bem-aventurada Mechtilde de Magdebourg (†1282)