Maria é nossa Mãe espiritual
Meditemos pois na graça de termos Nossa Senhora como Mãe amorosíssima e intercessora.
Não é sem motivo e sem boa razão que os servos de Maria a chamam de Mãe. Parece até que não sabem invocá-la com outro nome, nem se fartam de sempre lhe chamar de Mãe. Sim, Mãe, porque é verdadeiramente nossa Mãe, não carnal, mas espiritual, das nossas almas e da nossa salvação. (…)
Mas, se Jesus é pai de nossas almas, Maria é a Mãe.
Pois em nos dando Jesus, deu-nos ela a verdadeira vida. Em seguida proporcionou-nos a vida da divina graça, quando ofereceu no Calvário a vida do Filho pela nossa salvação. Em duas diferentes ocasiões tornou-se, portanto, Maria nossa Mãe Espiritual, como ensinam os Santos Padres. (…)
Esta nossa amorosíssima Mãe sempre esteve toda unida à vontade de Deus. Assim viu o quanto o Eterno Pai amava os homens, observa S. Boaventura; conheceu também a sua vontade de entregar o próprio Filho à morte pela nossa salvação; soube do amor do Filho em querer morrer por nós.
Para conformar-se com este amor do Pai e do Filho para com o gênero humano, ela também com toda a sua vontade ofereceu e consentiu que o seu Filho morresse, a fim de que fôssemos salvos.
Verdade é que Jesus quis ser o único a morrer pela redenção do gênero humano. “Eu calquei o lagar sozinho” (Is 63, 3). Mas viu como Maria desejava ardentemente tomar parte na salvação dos homens.
Decidiu então que ela, com o sacrifício e a oferta da vida do seu mesmo Jesus, cooperasse para nossa salvação, e deste modo viesse a ser Mãe de nossas almas.
E isto quis dizer o nosso Salvador, quando, antes de expirar, olhando para sua Mãe e para o discípulo S. João, que estavam aos lados dele, primeiramente disse a Maria: Eis o teu Filho! (Jo. 19.26). Queria dizer-lhe: Eis o homem que, pela oferta que fazes da minha vida pela sua salvação, já nasce para a graça. E depois, voltando-se para o discípulo, lhe disse: Eis tua Mãe! (Jo. 19.27). Com tais palavras, disse S. Bernardino de Sena, Maria foi feita Mãe, não só de S. João, mas também de todos os homens, por causa do amor que teve para com eles.(…)
Nosso Senhor Jesus Cristo fez isso para significar que o Salvador nomeou Maria por Mãe universal de todos aqueles que, sendo cristãos, têm o nome de seus discípulos.
Extraído do livro: “Glórias de Maria”, de S. Afonso de Ligório
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