quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Islã : A Anunciação


Ela disse: ‘Encontro o meu refúgio em Deus, longe de ti..., se tu o temes...

Os prodígios que envolvem a concepção, o nascimento e a infância de Maria já constituem, de certa forma, uma preparação ao papel que Deus lhe reserva.

A tradição muçulmana admite uma preparação mais próxima, partindo das alusões e das declarações contidas no Alcorão (3/41-49).

Quando Maria ia ao Templo buscar água, em companhia de José, os Anjos se postavam diante dela, na ida e na volta, dizendo-lhe: “Ó Maria, Deus te escolheu e purificou e te escolheu acima de todas as mulheres do mundo” (3/41).

Existe um parecer que afirma que Maria tinha o uso da razão e da palavra, desde o seu nascimento; neste conceito, a mensagem dos Anjos lhe fora dirigida naquele momento; o que não exclui que a mensagem tenha sido repetida outras vezes.

Em todo caso, esta magnífica proclamação da santidade e da dignidade supereminente de Maria é muito apreciada pelos muçulmanos.

No Alcorão a Anunciação é relatada nos versículos 15-21, do capítulo XIX, em prosa, rimada e cadenciada, sendo, provavelmente o texto mais antigo do Alcorão.

A cena é apresentada em três tempos: a aparição súbita e a mensagem do Espírito, a resposta tímida e receosa da Virgem, a declaração apaziguante do mensageiro, seguida da concepção.

Eis o texto na amostra de uma nova tradução: “Menciona o Livro que Maria, no momento em que se afasta dos seus, para o lado do Oriente, estabelece a separação.

‘Nós lhe enviamos o Nosso Espírito; ele lhe apareceu sob a forma de um homem’.

Ela disse: ‘Encontro o meu refúgio em Deus, longe de ti..., se tu o temes...’

Ele lhe disse: ‘Eu sou apenas o enviado do teu Senhor, para que possa dar-te um filho puro.’

Ela contestou: ‘De onde me virá um filho, se nenhum homem me tocou e eu não sou uma mulher dissoluta?’

Ele explicou: ‘Esta é a palavra do teu Senhor: isso, para mim, é fácil, para que façamos dele um sinal para os homens e a misericórdia de nossa parte.E isso é coisa decidida.’

Ela o concebeu e com ele se afastou para longe’.”

J-M. Abd-El-Jalil,
Marie et l´Islam (Maria e o Islã), p. 31
Ed. Beauchesne, 1950

com minha benção
Pe.Emílio Carlos+

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