quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

João, filho da Virgem (IV)


Em Maria, João sempre sentia o ardor incandescente deste Amor infinito.
João tinha tudo a aprender em termos da pureza do olhar.

Quando, no Cenáculo, João se inclinou sobre o peito do Mestre, ele se aproximou da morada do Amor infinito.

Em Maria, João sempre sentia o ardor incandescente deste Amor infinito.

Nela, a divina Presença, à guisa de um tabernáculo vivo, continuava a subsistir e a espalhar a sua paz, a sua luz e o seu amor.

Se Maria e João compartilhavam o mesmo amor, a experiência de Maria quanto às coisas de Deus eram mais elevadas.

Dela, João tinha tudo a aprender em termos da pureza do olhar, em termos da fé e da fidelidade.

Não que suas vidas tivessem que se identificar; pois nem poderiam e nem deveriam fazê-lo.

Após ter recebido a mensagem de Jesus Cristo, João deveria transmiti-la de forma teológica, profética e espiritual. Ele deveria fazer com que a vida “em espírito e em verdade” fosse divulgada, tornando-se conhecida.

Maria, por sua vez, deveria permanecer sendo a alma e o coração da Igreja.

A missão de João não estava somente na absorção da mensagem de Cristo, porém, sendo amigo, confidente e sacerdote de Cristo Jesus, ele deveria ser iluminado por Maria, para um maior aprofundamento nas mensagens.

Era preciso que aprendesse a “permanecer” em espírito sobre este sagrado Coração, que Maria e ele contemplaram, sofrido e aberto, na Cruz, Coração que somente Maria havia formado, com a sua própria carne e sentido palpitar em suas entranhas.


P. Paul Marie de la Croix, O.C.D.
O Evangelho de João e seu testemunho espiritual
Desclée de Brouwer

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