A alegria do coração: eis a tua vida.
Deixa a tristeza!(1)
Este apelo de um crente que viveu muitos Anos antes de Cristo dirige-se também hoje a nós.
Nas nossas vidas, passamos por provações e sofrimentos, por vezes durante longos períodos.
Contudo, gostaríamos sempre de tentar reencontrar a alegria de viver. (2)
De onde nos vem essa alegria? Ela é desperta pela surpresa de um encontro, pela duração de uma amizade, pela criação artística ou ainda pela beleza da natureza…
O amor que nos é dado faz nascer uma felicidade que preenche aos poucos as profundezas da alma. (3)
E somos assim levados a seguir uma opção consciente pela alegria.
Por vezes, os que conhecem a pobreza e a privação conseguem ter uma alegria de viver muito espontânea, uma alegria que resiste ao desalento.(4)
Quando, em várias ocasiões, a Bíblia convida à alegria, mostra qual é a sua fonte.
Esta alegria não depende apenas das circunstâncias momentâneas; ela brota da confiança em Deus: «Alegrai-vos sempre no Senhor! De novo o digo: alegrai-vos… O Senhor está próximo. »(5)
Cristo não veio fundar uma religião que estivesse em concorrência com as outras. Nele, Deus partilhou a nossa condição para que cada ser humano se saiba amado com um amor de eternidade e encontre assim a sua alegria numa comunhão com Deus.
Quando acreditamos nele, os nossos olhos abrem-se ainda mais a tudo o que é humano – o amor de uma mãe pelo seu filho, a dedicação dos que cuidam de doentes… nestes atos de generosidade, Cristo está presente, por vezes sem ser reconhecido.(6)
Cristo conduz à renovação radical do ser humano. Ele próprio viveu primeiro esta vida nova e lutou para permanecer fiel. Na noite em que foi preso, ele partiu o pão, pronunciando estas palavras misteriosas: «Este é o meu corpo entregue por vós. »(7)
Sim, ele é «a Palavra que se fez carne. »(8)
Ele transformou a sua morte injusta no dom da sua vida. Ressuscitado dos mortos, ele soprou sobre os seus discípulos para lhes comunicar o Espírito Santo, a própria vida de Deus. (9)
O Espírito Santo depositou a alegria de Cristo ressuscitado nas profundezas da nossa alma.
Essa alegria não está presente apenas quando tudo é fácil. Quando deparamos com uma tarefa exigente, esforço pode reanimar a alegria; e, mesmo nas provações, ela pode permanecer escondida como as brasas sob a cinza, sem, contudo se apagar. (10)
No louvor, nós deixamo-la erguer-se dentro de nós, e de repente aquele momento ilumina-se. (11)
______________________________________
Notas:
Notas:
(1) Ver Ben Sira 30,22-23. Um cristão do século II, chamado Hermas, também escreve: «Reveste-te da alegria… Viverão para Deus os que se tiverem despido da tristeza para se revestirem de toda a alegria. »
(2) O que leva à realização de uma vida humana não são os feitos espetaculares, mas a alegria serena que toca as profundezas do coração. O caráter inacabado de toda e qualquer vida, os golpes e os sofrimentos não desapareceram, mas também não sufocam a serenidade.
(3) O teólogo ortodoxo Alexandre Schmemann (1921-1983) escreve no seu Diário: «Alegria por causa de nada, mas ainda assim alegria; alegria pela presença de Deus e pelo Seu toque na alma. E a experiência deste toque, desta alegria (que efetivamente «ninguém nos há de tirar», porque ela se tornou na própria profundeza da alma), esta experiência determina o curso, a direção do pensamento, a relação com a vida. »
(4) Tantos anos depois, penso ainda nos que encontrei no Haiti quando visitei o país com o irmão Roger. Nesse país magnífico reina uma miséria profunda. Não posso esquecer aquelas mães que muitas vezes pela manhã não sabiam se durante o dia teriam alguma coisa para dar de comer aos seus filhos. E, contudo, para a maioria dos Haitianos, mesmo o grave terremoto de Janeiro de 2010 não conseguiu pôr em dúvida a confiança em Deus.
(5) Filipenses 4,4-5.
(6) Ver Mateus 25,35-40.
(7) Lucas 22,19.
(8) João 1,14.
(9) João 20,22.
(10) O padre Basile Gondikakis, abade de um mosteiro do Monte Athos, exprime-o numa linguagem mística cheia de poesia: «Com o exemplo e a ajuda da Virgem, toda a alma pacifica e límpida disponível para a vontade divina, pode tornar-se Mãe de Deus segundo a graça: conceber e engendrar uma pequena alegria que ultrapassa a morte. »
(11) Antes da sua paixão, Jesus disse aos seus: «Também vós vos sentis agora tristes, mas eu hei-de ver-vos de novo! Então, o vosso coração há-de alegrar-se e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria.» (João16,22)
Fonte : Irmão Alois
Taize.
Com minha benção sacerdotal
Pe.Emílio Carlos+
Este apelo de um crente que viveu muitos Anos antes de Cristo dirige-se também hoje a nós.
Nas nossas vidas, passamos por provações e sofrimentos, por vezes durante longos períodos.
Contudo, gostaríamos sempre de tentar reencontrar a alegria de viver. (2)
De onde nos vem essa alegria? Ela é desperta pela surpresa de um encontro, pela duração de uma amizade, pela criação artística ou ainda pela beleza da natureza…
O amor que nos é dado faz nascer uma felicidade que preenche aos poucos as profundezas da alma. (3)
E somos assim levados a seguir uma opção consciente pela alegria.
Por vezes, os que conhecem a pobreza e a privação conseguem ter uma alegria de viver muito espontânea, uma alegria que resiste ao desalento.(4)
Quando, em várias ocasiões, a Bíblia convida à alegria, mostra qual é a sua fonte.
Esta alegria não depende apenas das circunstâncias momentâneas; ela brota da confiança em Deus: «Alegrai-vos sempre no Senhor! De novo o digo: alegrai-vos… O Senhor está próximo. »(5)
Cristo não veio fundar uma religião que estivesse em concorrência com as outras. Nele, Deus partilhou a nossa condição para que cada ser humano se saiba amado com um amor de eternidade e encontre assim a sua alegria numa comunhão com Deus.
Quando acreditamos nele, os nossos olhos abrem-se ainda mais a tudo o que é humano – o amor de uma mãe pelo seu filho, a dedicação dos que cuidam de doentes… nestes atos de generosidade, Cristo está presente, por vezes sem ser reconhecido.(6)
Cristo conduz à renovação radical do ser humano. Ele próprio viveu primeiro esta vida nova e lutou para permanecer fiel. Na noite em que foi preso, ele partiu o pão, pronunciando estas palavras misteriosas: «Este é o meu corpo entregue por vós. »(7)
Sim, ele é «a Palavra que se fez carne. »(8)
Ele transformou a sua morte injusta no dom da sua vida. Ressuscitado dos mortos, ele soprou sobre os seus discípulos para lhes comunicar o Espírito Santo, a própria vida de Deus. (9)
O Espírito Santo depositou a alegria de Cristo ressuscitado nas profundezas da nossa alma.
Essa alegria não está presente apenas quando tudo é fácil. Quando deparamos com uma tarefa exigente, esforço pode reanimar a alegria; e, mesmo nas provações, ela pode permanecer escondida como as brasas sob a cinza, sem, contudo se apagar. (10)
No louvor, nós deixamo-la erguer-se dentro de nós, e de repente aquele momento ilumina-se. (11)
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Notas:
Notas:
(1) Ver Ben Sira 30,22-23. Um cristão do século II, chamado Hermas, também escreve: «Reveste-te da alegria… Viverão para Deus os que se tiverem despido da tristeza para se revestirem de toda a alegria. »
(2) O que leva à realização de uma vida humana não são os feitos espetaculares, mas a alegria serena que toca as profundezas do coração. O caráter inacabado de toda e qualquer vida, os golpes e os sofrimentos não desapareceram, mas também não sufocam a serenidade.
(3) O teólogo ortodoxo Alexandre Schmemann (1921-1983) escreve no seu Diário: «Alegria por causa de nada, mas ainda assim alegria; alegria pela presença de Deus e pelo Seu toque na alma. E a experiência deste toque, desta alegria (que efetivamente «ninguém nos há de tirar», porque ela se tornou na própria profundeza da alma), esta experiência determina o curso, a direção do pensamento, a relação com a vida. »
(4) Tantos anos depois, penso ainda nos que encontrei no Haiti quando visitei o país com o irmão Roger. Nesse país magnífico reina uma miséria profunda. Não posso esquecer aquelas mães que muitas vezes pela manhã não sabiam se durante o dia teriam alguma coisa para dar de comer aos seus filhos. E, contudo, para a maioria dos Haitianos, mesmo o grave terremoto de Janeiro de 2010 não conseguiu pôr em dúvida a confiança em Deus.
(5) Filipenses 4,4-5.
(6) Ver Mateus 25,35-40.
(7) Lucas 22,19.
(8) João 1,14.
(9) João 20,22.
(10) O padre Basile Gondikakis, abade de um mosteiro do Monte Athos, exprime-o numa linguagem mística cheia de poesia: «Com o exemplo e a ajuda da Virgem, toda a alma pacifica e límpida disponível para a vontade divina, pode tornar-se Mãe de Deus segundo a graça: conceber e engendrar uma pequena alegria que ultrapassa a morte. »
(11) Antes da sua paixão, Jesus disse aos seus: «Também vós vos sentis agora tristes, mas eu hei-de ver-vos de novo! Então, o vosso coração há-de alegrar-se e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria.» (João16,22)
Fonte : Irmão Alois
Taize.
Com minha benção sacerdotal
Pe.Emílio Carlos+
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