sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012


Deus fez surgir para Israel um Salvador que é Jesus

Atos (At 13, 13-25)


É este o primeiro exemplo que possuímos da "catequese" de Paulo.

O cristianismo não é uma ideologia, nem uma doutrina; é uma história de salvação, que tem em Jesus seu cumprimento.

Por isso os acontecimentos do passado serão lidos como algo que compromete o presente, por­que também nós nos tornamos protagonistas.

Quando se fala de Abraão, Moisés, Samuel..., na realidade se fala de cada um de nós. Sua fé é nossa fé, sua história se entrelaça com a nossa vida.

Estudar a Bíblia não significa, pois, comentar este livro como se pertencesse ao passado; o verdadeiro modo de ler a Bíblia, especialmente o evangelho, é torná-lo continuamente "novo", redescobrindo a atualidade de Cristo ressuscitado.

Descobre-se a atualidade do mistério de Cristo a partir da situação concreta do mundo de hoje, dos problemas que agitam o homem moderno.


Quem recebe aquele que eu enviar, me recebe a, mim

João (Jo 13, 16-20)


Os discípulos relutavam em aceitar que o Mestre Jesus lhes lavasse os pés. Este gesto foi interpretado como uma quebra de hierarquia e esvaziamento da autoridade.


É que eles pensavam a sociedade organizada em camadas sociais, sobrepostas segundo a importância de cada uma, num sistema de precedências e privilégios.


Jesus recusou-se a pactuar com esta mentalidade, oferecendo-lhes pistas para compreenderem a realidade de maneira diferente. Ele parte do princípio que "o servo não é maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou". Isto vale tanto para o Mestre quanto para os discípulos.


Entretanto, trata-se de saber que senhor é aquele que enviou Jesus, segundo a afirmação do Mestre.


Sem dúvida, ele está falando do Pai, que fez de Jesus servo e enviado, e que acolhe também os discípulos do Filho como servos e os envia em missão.


Se é possível falar em hierarquia, convém saber que só existe uma: a que sobrepõe Deus ao ser humano, o Criador à sua criatura.


Além desta, qualquer tentativa de classificar as pessoas em mais ou em menos importantes será sem cabimento. Quem se imagina superior aos demais está usurpando o lugar de Deus. Só ele é o Senhor; todos nós somos irmãos e irmãs.


Nesta perspectiva, o gesto de humildade de Jesus é perfeitamente compreensível. Ele agiu como servo, por ser servo.


E, como ele, todos devem agir, pois também são servos. Portanto, o gesto de Jesus só é incompreensível para quem não pensa como Deus.


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