"Vivendo a Espiritualidade do Tempo Comum na Liturgia da Igreja"
Amados irmãos e irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!
Às vezes, somos tentados a
imaginar este Tempo Litúrgico como sendo um Tempo "Menor", no sentido de
"sem grande importãncia", "comum" mesmo no sentido que tal palavra
possui em nosso cotidiano. Para nós, o "comum" é algo que não requer,
de fato, grandes esforços, dedicação mais intensa, maior elaboração.
Pensemos, por exemplo, numa visita que chega em nossa casa: quando é a
primeira vez (algo "fora do comum"), nos empenhamos, preparamos TUDO com
muito carinho e cuidado, a comida é bem preparada, a mesa é posta com o
rigor das regras da etiqueta e, assim por diante. Mas, imaginemos que
tal visita acabe por ficar com uma amizade grandiosa conosco e, em
pouco tempo, comece a frequentar com maior assiduidade a nossa
residência. Aqui, tal visita ganha o status de "comum" e, em
determinado momento, ela chega em nossa casa de surpresa, numa
segunda-feira, sem avisar e, na hora do almoço. Como ficou "comum" não
damos importância e, a comida que "sobrou" do domingo, nós servimos, de
qualquer jeito, a própria visita se serve, sem grandes
"complicações". Não é assim mesmo? Penso que sim!
Depois das alegrias e vibrações mais
intensas do Ciclo Pascal voltamos, no Calendário Litúrgico, à Vida
Comum. Re- iniciamos, novamente, o Tempo
Comum em nossa Liturgia.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgL8-II2baSoZZatAk1Ikej7PlhYhRTU0f5x6dAr34aR2TR2Ut7GLZ-IpjOfC_YvgaBsyazqHvDVqQdhk6baarVTKRpzANElKQN68gaFOK02ikYZLN_5Suc_nFZgZlCHE6ABKkmrKAmXtw/s280/arranjos+natalinos+4.jpg)
Porém, na Liturgia da Igreja é
um erro transpor esta concepção que temos daquilo que é "comum" para o
Tempo que ora começamos a viver. Para a Liturgia, o Tempo Comum não
possui tal sentido; ele não é um Tempo "Menor", "sem importância" na sua
relação com os chamados "Tempos Fortes" e, portanto, não pode ser
vivenciado de "qualquer forma ou jeito", sem que reflitamos e elaboremos
as nossas Celebrações com grande afinco e cuidado.
Penso que, de forma rápida,
o Tempo Comum que iniciamos não pode ser compreendido como um Tempo "sem
importância", sobretudo por dois motivos. Vejamos:
Em primeiro lugar pelo tempo
(cronológico mesmo) que a Liturgia dedica ao Tempo Comum: são 33 ou 34
semanas das 52 que o ano possui, divididos em dois momentos
no Calendário, a saber: algumas semanas entre o Ciclo do Natal e o Ciclo
da Páscoa (início da Quaresma) e, o grosso deste Tempo após a a Páscoa
e, que segue até o final do mês de novembro. Acredito que a Igreja não
seria tão "inocente", dedicando um tempo tão grande para um Tempo que
não paresentasse uma importância ímpar em seu Calendário (só para termos
uma ideia, depois do Tempo Comum, o maior Tempo Litúrgico é o da Páscoa
que possui 07 Semanas). Diante disso, nos perguntamos: "Qual é a
importância deste Tempo Comum?" Tal resposta nos apresenta o segundo
lugar que explica a sua importância: Durante o Tempo Comum, a
Comunidade é convidada ao seguimento à pessoa de Jesus, naquele período
de Sua Vida que costumamos chamar de "Vida Pública" e, neste período, o
Senhor com Sua Palavra e Suas Ações nos oferece as condições para
compreendermos "Quem é o Pai" e, assim sendo, nos oferece as
possibilidades para sermos "aquilo que o Pai quer que sejamos"!
Acompanhar o Senhor em Sua "Vida Pública" vai nos auxiliando na
compreensão do real sentido da "Santidade" e, compreendemos que a mesma
(Santidade) não é algo impossível para mim e para os meus pois "SER
SANTO (A), nada mais é do que a ADEQUAÇÃO DA NOSSA VIDA À VONTADE DE
DEUS!" Em nosso cotidiano, no "TEMPO COMUM" de nossas vidas, o Senhor
nos convida à uma "Vida Santa". Não importa o que somos ou fazemos,
importa, sim, que sejamos capazes de fazer da nossa existência um
"SINAL" de Deus.
Assim, poderíamos afirmar que o
Tempo Comum é "BÁSICO" para nossa vivência de Fé. Chegaria, mesmo, a
afirmar que a ausência ou incompreensão do sentido deste Tempo Litúrgico
que ora começamos nso impossibilita de compreender e, consequentemente,
de viver os chamados "Tempos Fortes", a saber: Advento, Natal, Quaresma
e Páscoa!
Portanto, queridos irmãos e
irmãs, não economizemos esforços para vivermos o verdadeiro sentido
deste Tempo Comum e, oxalá Deus, cheguemos ao final deste ano com uma
visão, uma compreensão mais apurada à respeito do nosso Deus e de Sua
Vontade a nosso respeito!
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