S. Mateus 13,16-17.
Quanto a
vós, ditosos os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem.
Em verdade vos digo: Muitos profetas e justos desejaram ver o que estais
a ver, e não viram, e ouvir o que estais a ouvir, e não ouviram.»
Comentário :
«Muitos profetas e justos desejaram ver o que estais a
ver»
O profeta diz no Salmo: «Minha alma definha na Tua salvação; espero na Tua
palavra» (118,81). [...] Que exprime esse anseio senão «a raça eleita,
sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus» (1Pe 2,9), cada um em
sua época, em todos aqueles que viveram, que vivem e que viverão, desde o
início da humanidade até o fim do mundo? [...] É por isso que o próprio Senhor
disse aos Seus discípulos: «Muitos profetas e justos desejaram ver o que
estais a ver». É pois a voz deles que deve ser reconhecida neste Salmo. [...]
Esse desejo nunca cessou nos santos e não cessa, mesmo agora, no «Corpo de
Cristo que é a Igreja» (Col 1,18), até que venha «o Desejado de todas as
nações» (Ag 2,8 Vulg). [...]
Os primeiros tempos da Igreja, antes do parto da Virgem, tiveram por
conseguinte santos que desejavam a vinda de Cristo na carne; e o tempo em que
estamos depois da Sua ascensão tem outros santos que desejam a manifestação de
Cristo para julgar os vivos e os mortos. Nunca, desde o início até o fim dos
tempos, este desejo da Igreja perdeu o seu ardor, a não ser quando o Senhor
viveu na terra na companhia dos Seus discípulos.
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja
Discursos sobre os Salmos, Sl 118, nº 20
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