«Minha mãe e Meus irmãos »
S. Lucas 8,19-21.
Naquele
tempo, vieram ter com Jesus sua mãe e seus irmãos, mas não podiam aproximar-se
por causa da multidão.
Anunciaram-lhe: «Tua mãe e teus irmãos estão lá
fora e querem ver-te.»
Comentário :
Realmente Maria é a mulher da escuta: vemo-lo no encontro com o Anjo (Lc
1,26ss) e vemo-lo de novo em todas as cenas da sua vida, desde as bodas de
Caná, até à cruz e até ao dia do Pentecostes. [...] Já no momento da
Anunciação podemos captar a atitude de escuta: uma escuta verdadeira, uma
escuta que é interiorizada, que não se limita a dizer sim mas que assimila a
Palavra, que toma a Palavra, à qual se segue a verdadeira obediência, porque a
Palavra foi interiorizada, isto é, tornou-se Palavra em mim e para mim. [...]
Assim a Palavra torna-se encarnação.
Vemos o mesmo no Magnificat. Sabemos que é um tecido feito de palavras do
Antigo Testamento. Vemos que Maria é realmente uma mulher da escuta, que
conhecia a Escritura no seu coração. Não conhecia apenas alguns textos, mas
identificava-se a tal ponto com a Palavra, que as palavras do Antigo
Testamento se tornaram, sintetizadas, um cântico no seu coração e nos seus
lábios. Vemos que a sua vida estava realmente imbuída da Palavra; tinha
entrado na Palavra, tinha-a assimilado, e a Palavra tinha-se tornado vida
nela, transformando-se depois de novo em Palavra de louvor e de anúncio da
grandeza de Deus.
Nossa Senhora é palavra de escuta, palavra silenciosa, mas também palavra de
louvor, de anúncio, porque na escuta a Palavra se torna de novo carne e assim
torna-se presença da grandeza de Deus.
Papa Bento XVI
Discurso de 26/02/2009 ao clero da diocese de Roma
Discurso de 26/02/2009 ao clero da diocese de Roma
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