quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Se esperas a perfeição, nunca amarás 

Conheço a tua miséria, os combates e as atribulações da tua alma, a fraqueza e as enfermidades do teu corpo, conheço a tua cobardia, os teus pecados, as tuas fraquezas; e conhecendo tudo isso, digo-te: Entrega-te a mim, ama-me tal como és.
Não esperes transformar-te em anjo para me amares, pois assim nunca me amarás: mesmo que voltes a cair nos pecados que nunca quererias ter cometido, mesmo que sejas fraco no cumprimento dos teus deveres e da virtude, não te permito que me não ames.
Ama-me tal como és. A cada momento, onde e como quer que te encontres, ardentemente ou na secura, fielmente ou na infidelidade.
Ama-me tal como és. É esse pobre amor que eu quero. Se esperas a perfeição nunca me amarás.
Não posso eu, acaso, transformar cada grão de areia no mais puro, no mais nobre, no mais radioso dos arcanjos? Não posso eu, acaso, a um só gesto, fazer surgir do nada milhões de padres mil vezes mais perfeitos, mil vezes mais capazes de amor que estes que eu criei? Não sou, acaso, o Todo Poderoso?
Mas se seu preferir deixar para sempre no nada esses seres maravilhosos, se eu preferir a esses a tua indignidade – não serei senhor da minha vontade?

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Meu filho, deixa-me amar-te, é a ti que eu quero. Quero-te transformado, sem dúvida, mas, agora, quero-te tal como és. E gostava que tu, também, procedesses assim; gostava de ver do mais fundo da tua miséria nascer o amor. Amo-te até nas tuas fraquezas; amo o amor dos pobres e dos miseráveis: quero que dos mais ínvios caminhos possa por todos os tempos brotar este grito: Meu Deus, amo-Vos!

Obra Beneditina

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