sexta-feira, 7 de dezembro de 2012



O Dogma da Imaculada Conceição (I)

O Deus inefável, cujas vias são misericórdia e verdade, cuja vontade é onipotência, cuja sabedoria atinge o universo, de um extremo ao outro, com força soberana, e dispõe tudo com maravilhosa doçura, havia previsto desde toda a eternidade, a deplorável ruína para a qual a transgressão de Adão deveria arrastar toda a humanidade; e, nos segredos profundos de um desígnio, velado a todos os séculos, Ele havia decidido realizar - mistério mais profundo ainda, pela encarnação do Verbo -, a primeira obra de Sua bondade, a fim de que o homem que fora induzido ao pecado, pela malícia e astúcia do demônio, não perecesse - o que era contrário ao desígnio misericordioso de seu Criador -, e que a queda de nossa natureza, no primeiro Adão, fosse reparada com vantagem para o segundo.
Ele destinou, pois, para o seu Filho único -desde o início dos tempos, antes de todos os séculos -, a Mãe da qual, tendo se encarnado, Ele nasceria, na bendita plenitude dos tempos; Ele a escolheu, fixando o seu lugar, segundo a ordem de seus desígnios;
Ele a amou acima de todas as criaturas, com um amor tal, um amor de predileção,
que nela colocou, de maneira singular, todas as suas maiores complacências.

Pio IX
Bula Ineffabilis Deus §1 - 8 de dezembro de 1854
           

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