(Jorge Francisco Isidoro Luis Borges Acevedo, escritor, poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta argentino 1899-1986).
As marés ganham força no jogo
de recuar e avançar no momento oportuno.
A palavra “dignidade” nos
lembra de respeito e honra.
Assim o modo de estar no embate é mais
importante que o seu resultado.
Derrota e vitória são faces da mesma
moeda. Quando se joga; se luta ou se empreende em qualquer negócio,
excetuando o empate, se diz que sobra apenas a derrota ou vitória.
Dependendo do modo como alguém se coloca no jogo, na luta ou naquilo que
exige doação e empenho para obter um determinado resultado que seja do
agrado da pessoa ou do grupo, um empate pode soar derrota e, também,
vitória.
Uma vitória pode ser abraçada como empate ou derrota; e uma
derrota se transforma em vitória ou empate. Há os que se colocam na
disposição de sempre ganharem, mas que ao perderem encontram sentido na
derrota e voltam ao combate com mais prudência e sabedoria.
Mas há os
que só pensam em vencer e quando são derrotados caem em desgraça e
desânimo total, pois na verdade jamais aprenderam a perder ou conviver
com a derrota.
Para esses qualquer “não”; qualquer paredão; qualquer
limite; qualquer adversidade está fora de cogitação. Desse modo, quando
qualquer uma dessas realidades se aproxima, são, imediatamente,
rejeitadas e "esperneadas" para serem lançadas fora do caminho e da
vontade.
E a sensação de frustração, derrota e desânimo assume um tom
generalizado.
Por outro lado, existem os que se acomodaram tanto com as
derrotas que pensam que seu destino é perder sempre. Por isso,
abandonaram qualquer esforço de superação e de pensamento para o sucesso
e a vitória. Instalou-se numa espécie de pessimismo e vitimismo que os
faz viverem apenas na espera do último toque de recolher para se
livrarem dessa “triste” e “injusta” vida.
Quem se coloca em qualquer
situação da vida que exige determinação; luta; engajamento, doação e
decisão, com apenas duas possibilidades do “ou”, “ou”, já estreitou a
porta para as imensas possibilidades do jogo da vida.
A vida nem sempre
nos faz dançar no ritmo do ganhar ou perder. Elas às vezes nos leva a
perder na vitória, a ganhar na derrota, a empatar etc.. A sua amplidão
de significado e possibilidades é infinita. Tão infinita que nos
coloca a todo instante no dinâmico aprendizado do ganhar e perder, do
perder e ganhar, para sempre de novo ajeitar, corrigir e amadurecer
nossa vontade, nossa compreensão e nossos sentimentos.
E quem está livre
e aberto para esse tipo provocação da vida, encontra o tempo
todo dignidade em muitas derrotas e desapego e prudência
nas diversas vitórias.
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