quarta-feira, 24 de abril de 2013

“Há derrotas que têm mais dignidade do que a vitória”

(Jorge Francisco Isidoro Luis Borges Acevedo, escritor, poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta argentino 1899-1986). 

As marés ganham força no jogo de recuar e avançar no momento oportuno. 
A palavra “dignidade” nos lembra de respeito e honra. 
Assim o modo de estar no embate é mais importante que o seu resultado. 
Derrota e vitória são faces da mesma moeda. Quando se joga; se luta ou se empreende em qualquer negócio, excetuando o empate, se diz que sobra apenas a derrota ou vitória. Dependendo do modo como alguém se coloca no jogo, na luta ou naquilo que exige doação e empenho para obter um determinado resultado que seja do agrado da pessoa ou do grupo, um empate pode soar derrota e, também, vitória.

Uma vitória pode ser abraçada como empate ou derrota; e uma derrota se transforma em vitória ou empate. Há os que se colocam na disposição de sempre ganharem, mas que ao perderem encontram sentido na derrota e voltam ao combate com mais prudência e sabedoria. 

Mas há os que só pensam em vencer e quando são derrotados caem em desgraça e desânimo total, pois na verdade jamais aprenderam a perder ou conviver com a derrota. 

Para esses qualquer “não”; qualquer paredão; qualquer limite; qualquer adversidade está fora de cogitação. Desse modo, quando qualquer uma dessas realidades se aproxima, são, imediatamente, rejeitadas e "esperneadas" para serem lançadas fora do caminho e da vontade. 
E a sensação de frustração, derrota e desânimo assume um tom generalizado. 

Por outro lado, existem os que se acomodaram tanto com as derrotas que pensam que seu destino é perder sempre. Por isso, abandonaram qualquer esforço de superação e de pensamento para o sucesso e a vitória. Instalou-se numa espécie de pessimismo e vitimismo que os faz viverem apenas na espera do último toque de recolher para se livrarem dessa “triste” e “injusta” vida. 

Quem se coloca em qualquer situação da vida que exige determinação; luta; engajamento, doação e decisão, com apenas duas possibilidades do “ou”, “ou”, já estreitou a porta para as imensas possibilidades do jogo da vida. 

A vida nem sempre nos faz dançar no ritmo do ganhar ou perder. Elas às vezes nos leva a perder na vitória, a ganhar na derrota, a empatar etc.. A sua amplidão de significado e possibilidades é infinita. Tão infinita que nos coloca a todo instante no dinâmico aprendizado do ganhar e perder, do perder e ganhar, para sempre de novo ajeitar, corrigir e amadurecer nossa vontade, nossa compreensão e nossos sentimentos. 

E quem está livre e aberto para esse tipo provocação da vida, encontra o tempo todo dignidade em muitas derrotas e desapego e prudência nas diversas vitórias. 

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