«O Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em Meu
nome»
Diferentemente das palavras «Pai» e «Filho», o nome do Espírito Santo, a
terceira pessoa divina, não é a expressão de uma especificidade; designa pelo
contrário, o que é comum a Deus. Ora é justamente aí que aparece o que é
«próprio» à terceira pessoa; Ela é «o que é comum», a unidade do Pai e do
Filho, a Unidade em pessoa. O Pai e o Filho são um na medida em que vão para
além de Si próprios; são um nessa terceira pessoa, na fecundidade do dom. Tais
afirmações não poderão nunca ser mais do que aproximações; não podemos
reconhecer o Espírito a não ser através dos Seus efeitos. Consequentemente, a
Escritura nunca descreve o Espírito em Si mesmo; só fala da maneira como Ele
vem ao homem e como Se diferencia dos outros espíritos. [...]
Judas Tadeu pergunta: «Senhor, porque é que Te manifestas a nós e não ao
mundo?» A resposta de Jesus parece passar ao lado desta pergunta: «Se alguém
Me ama, viverá segundo a Minha palavra, Nós viremos a ele e faremos nele a
Nossa morada». Na verdade é a resposta exacta à pergunta do discípulo e à
nossa pergunta sobre o Espírito. Não se pode expor o Espirito de Deus como uma
mercadoria. Só O pode ver aquele que O traz em si. Ver e vir, ver e
permanecer, andam aqui juntos e são indissociáveis. O Espírito Santo permanece
na palavra de Jesus e não se obtém a Palavra com discursos, mas através da
constância, através da vida.
Cardeal Joseph Ratzinger (Bento XVI, Papa de 2005 a 2013)
Der Gott Jesu Christi
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