sábado, 4 de maio de 2013

 


A Santíssima Virgem é a saúde dos enfermos pelas suas inúmeras curas providenciais ou mesmo verdadeiramente milagrosas, obtidas por sua intercessão em tantos santuários da cristandade ao curso dos séculos e de nossos dias. O número incalculável dessas curas é tal que se pode dizer que Maria é um mar insondável de curas milagrosas. Mas Ela só cura o corpo para trazer remédio as enfermidades da alma. 
Cura principalmente as quatro feridas espirituais, que são as consequências do pecado original e de nossos pecados pessoais, feridas da concupiscência, imperfeições, ignorância e malícia. Cura a concupiscência ou a cobiça que está na sensibilidade, amortecendo o ardor das paixões, quebrando os atos criminosos. Faz com que o homem comece a querer mais fortemente o bem para afastar os maus desejos e também fique mais sensível a embriaguez das honras e o atrativo das riquezas. Assim Ela cura "a concupiscência da carne e dos olhos." 
Traz remédio às feridas das imperfeições que é a fraqueza em relação ao bem, a preguiça espiritual. Ela dá a vontade a constância para aplicar a virtude, e desprezar os atrativos do mundo para se lançar nos braços de Deus. Fortalece os fracos, reergue os caídos.
Dissipa as trevas da ignorância, fornece os meios para abandonar o erro. Lembra as verdades religiosas, ao mesmo tempo, tão simples e tão profundas exprimidas no Pai Nosso. Com isso esclarece a inteligência e a eleva a Deus. Santo Alberto o Grande que d'Ela recebera tanta luz para perseverar em sua vocação e superar as armadilhas do demônio, disse muitas vezes que Ela nos preserva dos desvios que tira a retidão e a firmeza do julgamento, que nos cura da lassidão na procura da verdade, e que nos leva a um conhecimento saboroso das coisas divinas. Ele mesmo, em seu Mariale, fala de Maria com uma espontaneidade, uma admiração, um frescor, uma abundância que raramente se encontra em um homem de estudo. Enfim Ela cura a ferida espiritual da malícia, compelindo para Deus as vontades rebeldes, tanto com ternos avisos, como com repreensões severas. Por sua doçura detém os desatinos da cólera, por sua humildade abafa o orgulho e afasta as tentações do demônio. Inspira os homens para que renunciem a vingança e se reconciliem com seus irmãos, fazendo-os entrever a paz que se encontra na casa de Deus.
Em uma palavra, Ela cura o homem das feridas do pecado original agravadas pelos nossos pecados pessoais. Algumas vezes, essas curas espirituais são milagrosas por serem imediatas como aconteceu com o jovem Afonso Ratisbonne, israelita, afastado da Fé católica, que por curiosidade visitava a Igreja de Santo André delle Frate em Roma, e a quem a Santíssima Virgem apareceu como está representada na medalha milagrosa, com os raios de luz que saiam de suas mãos benditas. Com bondade lhe fez sinal para que se ajoelhasse. Ele se ajoelhou, perdeu os sentidos e quando voltou a si, exprimiu o desejo que sentia de receber o batismo o mais cedo possível. Mais tarde ele fundou com seu irmão que se convertera antes dele, os Padres de Sion e as Religiosas de Sion para rezarem, sofrerem e trabalharem pela conversão dos judeus, dizendo todos os dias na Missa: "Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem." 
É ai que Maria se mostra esplendidamente 'saúde dos enfermos.' 

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