Entre a Ascensão e Pentecostes,
o
exemplo emana de vosso silêncio,
ó Virgem Maria...
Jerusalém adormecida em seu
assassínio, Cristo ressuscitado, os apóstolos colados ao vosso manto, este não
é o momento de perder o entusiasmo. Pedro faz o que pode para manter o comando,
conforme os desejos do Mestre, desafiando, escondido, a perseguição crescente,
o medo entre os dentes, protegendo o ideal cristocêntrico, escondendo-o e
protegendo-o com seus irmãos, no Cenáculo.
Sobre este ponto, vós teríeis
muito a dizer, talvez, mesmo a reprovar, mas isso não é o que desejais – ou
melhor, interiormente, não conseguis – passar por outro caminho que não seja o
da Igreja, fosse ele lento, imprevisível, desconcertante em suas sinuosidades.
Esta sabedoria que muitas vezes
nós rejeitamos, em nome de uma aparente eficácia ou daquilo que nosso tempo
parece exigir de rebelião diante do Vigário de Cristo, bastaria que, como vós,
ó Maria, nós simplesmente acatássemos, aderíssemos, recebendo de Cristo o
Mistério da Igreja Una, para que, finalmente, a semeadura do mundo não
estivesse comprometida e que nossas tão preciosas horas não fossem subtraídas
ao jogo dos vãos combates.
Aqui, mais uma vez, o exemplo
emana do vosso silêncio...
Michel – Marie Zanotti-Sorkine,
em Maria meu segredo, Conversa
com a Virgem,
Edições Liamar-International
Publishing Group, Monte Carlo, 2012
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