segunda-feira, 13 de maio de 2013



Entre a Ascensão e Pentecostes, 
o exemplo emana de vosso silêncio, 
ó Virgem Maria...



Jerusalém adormecida em seu assassínio, Cristo ressuscitado, os apóstolos colados ao vosso manto, este não é o momento de perder o entusiasmo. Pedro faz o que pode para manter o comando, conforme os desejos do Mestre, desafiando, escondido, a perseguição crescente, o medo entre os dentes, protegendo o ideal cristocêntrico, escondendo-o e protegendo-o com seus irmãos, no Cenáculo.

Sobre este ponto, vós teríeis muito a dizer, talvez, mesmo a reprovar, mas isso não é o que desejais – ou melhor, interiormente, não conseguis – passar por outro caminho que não seja o da Igreja, fosse ele lento, imprevisível, desconcertante em suas sinuosidades.

Esta sabedoria que muitas vezes nós rejeitamos, em nome de uma aparente eficácia ou daquilo que nosso tempo parece exigir de rebelião diante do Vigário de Cristo, bastaria que, como vós, ó Maria, nós simplesmente acatássemos, aderíssemos, recebendo de Cristo o Mistério da Igreja Una, para que, finalmente, a semeadura do mundo não estivesse comprometida e que nossas tão preciosas horas não fossem subtraídas ao jogo dos vãos combates.

Aqui, mais uma vez, o exemplo emana do vosso silêncio...
 
Michel – Marie Zanotti-Sorkine,
em Maria meu segredo, Conversa com a Virgem,
Edições Liamar-International Publishing Group, Monte Carlo, 2012

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