segunda-feira, 27 de maio de 2013



O Terço de Madre Teresa

Numa determinada noite do ano de 1981, eu estava a bordo de um avião, embarcando para Chicago, em Illinois, e sentia-me cansado. À medida que os passageiros iam embarcando, o aparelho se enchia do ruído de suas conversas. De repente, as pessoas pararam de falar (...). Eu me virei para ver o que estava acontecendo, e fiquei estarrecido.

Duas religiosas avançavam pelo corredor da nave, vestidas com seus hábitos brancos, bordados em azul. Reconheci imediatamente o rosto familiar de uma delas, a pele toda enrugada, os olhos de uma calorosa intensidade. Eu havia visto aquele rosto na capa da revista TIME. As duas freiras pararam ao nosso lado, e eu percebi que minha vizinha de poltrona seria a Madre Teresa de Calcutá.

Assim que os últimos passageiros se instalaram, Madre Teresa e sua companheira de viagem pegaram os seus terços. Observei que cada dezena era composta por dez grãos de cores diferentes. Madre Teresa me explicou, mais tarde, que as dezenas representavam diferentes partes do mundo. Ela acrescentou: "Eu rezo para os pobres e pelos moribundos de cada continente".

As duas senhoras começaram a rezar, de forma quase audível, como um murmúrio. Embora eu me considere um católico pouco religioso, praticante, mas apenas por hábito, uni-me àquelas preces, quase sem perceber. Madre Teresa se voltou para mim e, naquele momento seu olhar me invadiu com uma onda de paz. "Jovem", perguntou: "Você costuma rezar o terço com frequência?" “Não, realmente," confessei. Ela pegou a minha mão, enquanto seus olhos me escrutavam. Então, sorriu para mim. "Muito bem, você o fará a partir de agora." E ela colocou o seu terço em minhas mãos. (...)

Após este inesperado encontro no avião, minha vida mudou. (...) Agora, eu tento lembrar-me daquilo que realmente conta, na vida; não é o dinheiro, não são os títulos ou os bens que importam, mas a forma como amamos o nosso próximo.

 
 
Jim Dennison, U.S.A. de 1981

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