sexta-feira, 7 de junho de 2013

"A fé provém do novo coração predito pelos profetas."

Ora, a fé é 'obra do Espírito Santo.' Esta verdade é já reconhecida no Antigo Testamento. A aliança estipulada por Javé com seu povo (cf. Ex 6,7) constitui um drama para Israel: os profetas censuram continuamente o povo pela desobediência, pela dureza do coração, pela lentidão em crer, pela pouca generosidade no seguir os mandamentos do Senhor. A salvação de Deus torna-se para Israel uma maldição e a sua justiça um julgamento.

Então Jeremias e Ezequiel anunciam uma transformação para os tempos escatológicos: Virão dias em que firmarei uma nova aliança com a casa de Israel e de Judá... Estabelecerei com elas uma aliança eterna (cf. Jr 31,31; 32,40). Extrairei do seu corpo o coração de pedra, para substituí-lo por um coração de carne... Derramarei sobre vós águas puras que vos purificarão... Dar-vos-ei um coração novo e em vós porei meu Espírito (cf. Ez 11,19;36,25-26). 
 
Não se trata de substituir, mas sim de renovar e realizar uma aliança, remediando a situação de fragilidade e desobediência do povo com o dom de um coração novo por ação do Espírito. Para às Escrituras o coração, mais que a sede da afetividade, é o orgão do discernimento: ele dirige a vontade, o desejo e a conduta moral. 
 
A mudança de coração significa o início de uma nova direção da vontade. Enquanto o coração de pedra era duro e rebelde à vontade de Deus, incapaz de dobrar-se à lei imposta exteriormente, o coração novo habilita a obedecer a Deus com ato livre e voluntário.
 
É Deus mesmo agindo mediante o Seu Espírito, simbolizado pelas águas que dão vida e frescor transformando o coração humano de modo que possa emitir livremente o sim do consenso e da fé.

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