"A Virgem do novo Coração."
"A fé provém do novo coração predito pelos profetas."
Ora, a fé é 'obra do
Espírito Santo.' Esta verdade é já reconhecida no Antigo Testamento. A
aliança estipulada por Javé com seu povo (cf. Ex 6,7) constitui
um drama para Israel: os profetas censuram continuamente o povo pela
desobediência, pela dureza do coração, pela lentidão em crer, pela pouca
generosidade no seguir os mandamentos do Senhor. A salvação de Deus
torna-se para Israel uma maldição e a sua justiça um julgamento.
Então Jeremias e Ezequiel anunciam uma transformação para os tempos escatológicos: Virão dias em que firmarei uma nova aliança com a casa de Israel e de Judá... Estabelecerei com elas uma aliança eterna (cf. Jr 31,31; 32,40). Extrairei
do seu corpo o coração de pedra, para substituí-lo por um coração de
carne... Derramarei sobre vós águas puras que vos purificarão...
Dar-vos-ei um coração novo e em vós porei meu Espírito (cf. Ez
11,19;36,25-26).
Não se trata de substituir, mas sim de renovar e
realizar uma aliança, remediando a situação de fragilidade e
desobediência do povo com o dom de um coração novo por ação do Espírito.
Para às Escrituras o coração, mais que a sede da afetividade, é o orgão
do discernimento: ele dirige a vontade, o desejo e a conduta moral.
A
mudança de coração significa o início de uma nova direção da vontade.
Enquanto o coração de pedra era duro e rebelde à vontade de Deus,
incapaz de dobrar-se à lei imposta exteriormente, o coração novo
habilita a obedecer a Deus com ato livre e voluntário.
É Deus mesmo
agindo mediante o Seu Espírito, simbolizado pelas águas que dão vida e
frescor transformando o coração humano de modo que possa emitir
livremente o sim do consenso e da fé.
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