sexta-feira, 14 de junho de 2013

O exercício da liberdade como escolha entre diferentes possibilidades é certamente importante. É fundamental que se entenda que há uma outra maneira de exercer a liberdade, menos grandiosa à primeira vista, mais pobre, mais humilde, mais corriqueira afinal, e que é de uma fecundidade humana e espiritual imensa: a liberdade não somente de escolher, mas também de aceitar aquilo que nós não tínhamos escolhido.

O homem manifesta a grandeza da sua liberdade quando transforma a realidade, mas manifesta-a ainda mais quando aceita, confiante, essa mesma realidade - tal e qual ela lhe é dada - dia após dia.

É fácil e natural aceitar as situações que se apresentam na nossa vida com um aspecto agradável, mesmo que nós não as tenhamos escolhido. O problema surge, evidentemente, em face do que nos desagrada, que nos contraria, que nos faz sofrer. 

Mas é precisamente nesses domínios em que somos chamados - para sermos verdadeiramente livres - a "escolher" aquilo que não tínhamos querido, e às vezes até mesmo aquilo que não aceitaríamos por preço nenhum. Eis uma lei paradoxal da vida: só poderemos ser verdadeiramente livres se aceitarmos não sê-lo sempre!

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