O mistério da nossa salvação é tão vasto, tão profundo, tão admirável,
que os próprios anjos aspiram a compreendê-lo (1Pe 1,12). [...] Pois, sendo
Deus por natureza, o Verbo verdadeiro de Deus Pai (Jo 1,1), da mesma
substância e com Ele co-eterno, brilhando no mais alto da sua glória «na
condição e na igualdade com Deus», Cristo «não Se valeu dessa igualdade
com Deus, mas aniquilou-Se a Si próprio, assumindo a condição de servo» e,
nascendo de Santa Maria, «apareceu como homem e rebaixou-Se até à morte, e
morte de cruz» (Fil 2,6-8).
Humilha-Se assim, para nossa humildade, Aquele que dá a todos os homens da sua própria plenitude.
Humilha-Se assim, para nossa humildade, Aquele que dá a todos os homens da sua própria plenitude.
Rebaixa-Se por nós, não por constrangimento, mas
de sua própria vontade. Por nós toma a condição de escravo Aquele que é a
liberdade em pessoa. Torna-Se um como nós Aquele que está acima de toda a
Criação.
Submete-Se à morte Aquele que dá a vida ao mundo. [...] Como nós
torna-Se sujeito à Lei (Gal 4,4) Aquele que, sendo Deus, transcende toda a
Lei.
Pelo seu nascimento torna-Se um homem como os outros. Começa a existir
Aquele que precede todos os séculos e todas as épocas, mais, Aquele que é o
próprio Criador e origem do tempo [...]. Aquele que foi gerado em Maria [...]
é da nossa natureza e da nossa substância e da mesma descendência de
Abraão.
Mas é também, no plano divino, da mesma natureza que Deus Pai.
São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja
Sermão 15, 2-4
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