segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014



Silêncio interior. 

Infelizmente ainda não alcançamos o grau necessário de silêncio interior. Estamos por demais agitados, cheios de tantas atividades e preocupações que não nos deixam parar e silenciar  interiormente. A agitação frenética frequente não nos permite silenciar para refletir em profundidade a vida e as coisas da vida. Tornamo-nos, por isso, superficiais até nas ações ordinárias. As coisas do mundo nos distraem de tal forma que acabamos por não nos escutarmos a nós mesmos. Isso é grave.   
Quem não se escuta, não escuta. Não escutamos as outras pessoas e, muito menos a Deus, que fala no silêncio. Aliás, é no silêncio interior que nos encontramos com o Senhor de forma singular. Como é importante aprender a apropriar-se do silêncio. Tenho dito que o silêncio é o cinzel com o qual Deus se serve para burilar nossa alma.
Trata-se de um grande testemunho de intimidade com o Pai e, ao mesmo tempo um grande convite para que deixemos de lado as tantas preocupações da vida, que não nos levam a lugar algum, e nos coloquemos mais confiantemente nos braços de Deus, através do silencio e da oração. Os grandes místicos e ascetas encontravam o alimento para o crescimento na santidade, exatamente na fecundidade do silencio e na oração. 
Quanto mais podiam, retiravam-se das coisas ordinárias do dia-a-dia, para viver na intimidade com o Senhor da vida. Viviam tão enamorados de Deus que não mais conseguiam viver sem estes momentos íntimos com Ele. Retiravam-se para os campos, para as montanhas, para as praias, para os desertos, etc. O silêncio e as orações restauravam.
Para nós hoje não deveria ser diferente. No silêncio Deus se revela a nós. Jamais escutaremos Deus no barulho e na agitação. Deus nos fala no silêncio e nos escuta no silêncio. Como nos ensinava Madre Teresa de Calcutá, “temos que aprender a silenciar os olhos, os ouvidos, a boca, o espírito e o coração”.
 A oração e o silêncio nos agigantam em Deus.
Como vimos no final do Evangelho Marcos 6, 53-56 : A multidão toda procurava tocar em Jesus, porque uma força saía dele, e curava a todos. O silêncio restaurador e a oração/comunhão recarregam de tal forma nossas baterias interiores que acabamos por ficar inteiramente energizados e iluminados pela graça santificante. Moisés, por exemplo, desceu do monte com o rosto de tal forma iluminado que não podiam sequer vê-lo. Não é exagero afirmar que a intimidade com Deus, nos torna incandescentes.  


E, iluminados, poderemos decidir melhor as coisas e resolver com mais serenidade nossos problemas e angústias. Com a luz do Espírito que brilha em nós, não cairemos no vazio de decisões equivocadas. Só no silêncio interior é que entenderemos em profundidade para qual missão Deus nos chama, como chamou os Apóstolos.

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