sexta-feira, 7 de março de 2014

Sexta-feira de Cinzas
 
Dias virão em que o esposo lhes será tirado

EVANGELHO Mt 9, 14-15

Naquele tempo, os discípulos de João Baptista foram ter com Jesus e perguntaram-Lhe: «Por que motivo nós e os fariseus jejuamos e os teus discípulos não jejuam?» Jesus respondeu-lhes: «Podem os companheiros do esposo ficar de luto, enquanto o esposo estiver com eles? Dias virão em que o esposo lhes será tirado e nessa altura hão-de jejuar».

Compreender a Palavra

A questão colocada pelos discípulos de João é pertinente. Para eles a diferente actuação entre Jesus e João evidencia uma outra forma de pensar a vida e não apenas uma questão prática. No fundo, fazemos aquilo em que acreditamos, a vida fala das convicções. Ao não jejuar, os discípulos de Jesus, manifestam uma convicção do seu Mestre. Jesus esclarece essa diferente forma de actuar com palavra enigmáticas, mas referindo-se à sua morte, “dias virão em que o esposo lhes será tirado e nessa altura hão-de jejuar”.

Meditar a Palavra

Percebo em mim esta inquietação dos discípulos de João. Porque não acontece na minha vida o mesmo que vejo na vida dos outros? Porque tem que ser mais difícil para mim. O meu mestre é mais exigente do que outros mestres. Esqueço que não consigo entender tudo o que se passa na vida dos outros e não consigo entender tudo o que o Mestre me diz. O meu olhar sobre os outros é superficial. Se conseguisse ver, talvez não dissesse o mesmo. Sobretudo não tenho capacidade para absorver o seu passado, o seu presente e o seu futuro. Os outros são um mistério onde o sofrimento também está presente, por isso, a melhor atitude perante o outro é a da contemplação. Nunca entenderei tudo quanto o Mestre me ensina. Por isso, a vida não é apenas um dia e terei tempo de ir absorvendo a verdade que Ele me revela em cada dia.

Rezar a Palavra

Porque me custa tanto cumprir os meus compromissos, Senhor? Porque tenho que reclamar e exigir que todos façam o mesmo que eu e suportem o mesmo peso que me toca a mim carregar? Confesso que às vezes não entendo porque me acontece a mim e não aos outros. Tantas vezes dou comigo a desejar o que não tenho. Não consigo perceber porque não me facilitas mais o caminho. Também me apetece experimentar as facilidades, os êxitos, as palmas. Também aprecio o sucesso e o estrelato. Porque tenho que ser tão responsável e exigente? Porque me ensinaste a viver assim? Ensina-me, Senhor, a apreciar a alegria da tua presença em mim e que isso me baste.

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