Por que esta imagem se chama o “Cristo das Trincheiras”?
Ao
entrar na sala do Capítulo do famoso Mosteiro de Santa Maria da
Vitória, situado em Batalha (Portugal), o visitante se depara com uma
cena que desperta sua curiosidade: custodiado por uma guarda de honra,
uma imagem de Cristo crucificado - com as duas pernas decepadas,
faltando uma mão e ostentando uma perfuração no centro do peito -
preside o Túmulo do Soldado Desconhecido. O aspecto da imagem não
deve, entretanto, assustar-nos, pois ele é uma bela prova da fé dos
soldados portugueses que lutaram na Primeira Guerra Mundial. Conheçamos
sua história.
Permanentemente custodiado por uma guarda de honra, o Cristo das Trincheiras chama a atenção de quem visita o Mosteiro da Batalha |
Em
9 de abril de 1918, uma divisão de infantaria lusitana encontrava-se
acantonada junto à cidade francesa de Neuve-Chapelle, próxima da
fronteira com a Bélgica. Em meio à imensa planície flamenga, a caminho
da aldeia de La Couture, os soldados lusos podiam contemplar um altivo
cruzeiro com uma imagem de nosso Redentor na Cruz.
Nesse
dia, um intenso fogo de artilharia incendiou e reduziu a escombros tudo
quanto se encontrava na planície, deixando-a juncada de cadáveres de
combatentes, entre os quais 7.500 expedicionários portugueses. Na região
do campo de batalha, inteiramente devastada pelo bombardeio, restava de
pé apenas a imagem de Cristo crucificado. Mantinha-se ela sobre dois
tocos de pernas, tendo os braços abertos como sinal da acolhida dada
àqueles que a Ele se confiaram na hora derradeira.
A
imagem foi retirada do campo de batalha pelos soldados sobreviventes,
desejosos de que esse monumento de fé e esperança fosse venerado num
lugar digno. Anos mais tarde ela foi levada a Portugal, dando origem
assim à devoção do Cristo das Trincheiras.
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