«Manifestei a tua glória na Terra, levando a cabo a obra que me deste a realizar»
«Dei-te a conhecer aos homens.» Estas palavras compreendem, no
pensamento do Salvador, todos os que haviam de acreditar nele como
membros dessa grande Igreja composta por todas as nações e da qual o
salmista diz: «Dar-Te-ei graças na grande assembleia» (Sl 21,26).
É
verdadeiramente por essa glorificação que o Filho dá glória ao Pai,
difundindo o conhecimento do seu nome entre as nações e nas inumeráveis
gerações humanas. Portanto, quando Ele diz: «Dei-Te a conhecer aos
homens que, do meio do mundo, Me deste», está a referir-Se ao que
precede imediatamente: «Manifestei a tua glória na Terra.»
«Dei-Te a conhecer aos homens que, do meio do mundo, Me deste»: não
lhes deu a conhecer o nome de Deus, mas o nome de Pai, que não podia ser
manifestado sem a manifestação do Filho.
Com efeito, não há nenhum povo
que, mesmo antes de acreditar em Jesus Cristo, não tenha tido um certo
conhecimento de Deus, como Deus de toda a criação.
Porque o poder do
Deus verdadeiro é tal, que não pode de forma alguma ser escondido a
qualquer criatura racional que queira fazer uso do seu espírito.
À
exceção de um pequeno número de indivíduos, cujo caráter é
verdadeiramente depravado, todo o gênero humano reconhece Deus como o
autor deste mundo. […]
Mas o nome de Pai de Jesus Cristo, pelo qual Ele
tira o pecado do mundo, não é conhecido, e é por isso que o Senhor O
manifesta àqueles que seu Pai Lhe deu.
Santo Agostinho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário