Jesus censura duramente as cidades que não se tinham
arrependido
Brademos com David; ouçamo-lo chorar e vertamos lágrimas com ele. Vejamos
como se corrige e alegremo-nos com ele: «Tende piedade de mim, Senhor,
segundo a vossa misericórdia» (Sl 50,3).
Coloquemos diante dos olhos da nossa alma um homem gravemente ferido,
prestes a exalar o seu último suspiro, que jaz nu sobre o pó do caminho. No
seu desejo de ver chegar um médico, geme e pede àquele que compreende o
estado em que se encontra que tenha piedade dele. Ora, o pecado é um
ferimento da alma. Tu, que és esse ferido, compreende que o teu médico se
encontra dentro de ti, e descobre-lhe as chagas dos teus pecados. Que Ele
oiça os gemidos do teu coração, Ele que conhece todos os pensamentos
secretos. Que as tuas lágrimas O comovam e, se for preciso procurá-Lo com
uma certa insistência, do fundo do teu coração faz subir até Ele suspiros
profundos. Que a tua dor chegue até Ele e que também a ti seja dito, como a
David: «O Senhor apagou o teu pecado.»
«Tende piedade de mim, Senhor, segundo a vossa misericórdia.» É
pouca a misericórdia que atraem sobre si aqueles que fazem diminuir as suas
faltas porque não conhecem esta grande misericórdia. Quanto a mim, caí
pesadamente, pequei com conhecimento de causa. Mas Tu, médico todo-poderoso,
Tu corriges aqueles que Te desprezam, instruis aqueles que ignoram as suas
faltas e perdoas àqueles que as confessam.
São Gregório Magno (c. 540-604), papa, doutor da Igreja
Exposição sobre os sete salmos da penitência
Nenhum comentário:
Postar um comentário