«Esse homem não é Jesus, filho de José? »
Os judeus recriminavam Jesus: “Esse homem não é Jesus, filho de José?
Conhecemos bem seu pai e sua mãe. Como pode dizer «Eu desci do céu»?” Os
adversários de Jesus discutiam a sua origem e a sua pretensão
exorbitante. Devemos reconhecer que a dificuldade dos compatriotas não
era pequena.
Jesus não tinha nada de extraterrestre. Se estivéssemos lá,
talvez tivéssemos a mesma atitude… Ora, para descobrir o mistério
profundo de Jesus, é preciso ir para além das aparências. Para conhecer
Jesus, é preciso acolher a luz que vem da Palavra de Deus, ter o olhar
da fé. A fé é uma “luz obscura”, pede um salto numa “confiança
noturna”, na noite. Isso verifica-se já nas nossas relações humanas de
amor e de amizade.
A fé-confiança não é uma evidência “científica” que
leva a uma adesão imediata da inteligência. A fé só se pode aceitar e
viver numa relação de amor, de amizade. Para além das aparências… Só
podemos aceitar a Palavra de Jesus se nos abrirmos a Deus. Jesus pede
aos seus discípulos para terem confiança: “Crede em Deus, crede também
em Mim”.
A fé é uma graça, um dom gratuito. Mas é também um combate,
segundo São Paulo: “Combati até ao fim o bom combate… guardei a fé”. Em
definitivo, somos reenviados a uma escolha que, certamente, não suprime
as exigências da nossa razão, mas ultrapassa-as, porque aceitamos entrar
numa relação de amor e de amizade com Jesus, “o filho de José”, que
reconhecemos também como “o Filho de Deus”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário