Diminuto reflexo da Inocência
Se
ao considerarmos uma águia nos vem à mente a majestade do Senhor, ao
vermos a joaninha nos lembramos de que o Altíssimo é também a Inocência.
Ir. Ariane Heringer Tavares, EP
Ao passearmos por um jardim, é frequente
nos depararmos com singelas cenas que nos encantam. Será um pássaro
colorido bicando frutas e levando alimento para o ninho; será uma abelha
a extrair o néctar das flores; ou, ainda, uma fileira de disciplinadas
formigas carregando provisões para o inverno. Poucas descobertas,
entretanto, são tão agradáveis quanto encontrar uma joaninha sobre as
folhas de um arbusto, adornando-o qual pedra preciosa.
Embora pertença à família dos rudes
besouros, a graciosa aparência deste diminuto inseto pouco tem em comum
com a maior parte deles. Simpática, delicada e de cores brilhantes,
quase ninguém se contenta em admirá-la apenas com os olhos... E ao nos
aproximarmos, ela não opõe resistência: com suavidade, passa da pétala
de uma flor à mão de quem a contempla embevecido.
Apesar de seu aspecto insignificante, a
joaninha tem um importante papel na agricultura, pois se alimenta das
pragas que costumam atacar as lavouras. Uma bela lenda medieval põe em
realce esta qualidade, narrando um fato acontecido quando as plantações
de certa região da Inglaterra estavam sendo devastadas por pulgões.
Os camponeses, homens religiosos e confiantes no auxílio da Providência,resolveram fazer uma promessa à Santíssima Virgem, implorando que os livrasse daquela terrível peste. E Nossa Senhora, que nunca deixa de ouvir as súplicas de seus filhos, logo os atendeu de maneira singular: apareceram nos campos nuvens de joaninhas que, seguindo a ordem de seus instintos, exterminaram os nocivos parasitas e salvaram a colheita.
Os camponeses, homens religiosos e confiantes no auxílio da Providência,resolveram fazer uma promessa à Santíssima Virgem, implorando que os livrasse daquela terrível peste. E Nossa Senhora, que nunca deixa de ouvir as súplicas de seus filhos, logo os atendeu de maneira singular: apareceram nos campos nuvens de joaninhas que, seguindo a ordem de seus instintos, exterminaram os nocivos parasitas e salvaram a colheita.
Diz-se que daí provém o seu nome em
inglês: Ladybug, ou seja, inseto de Maria, na forma abreviada de Our
Lady. Sua denominação em alemão, Marienkäfer, cuja tradução é besouro de
Maria, também recorda esta piedosa história. E um canto tradicional
sueco a chama de jungfru Marias nyckelpiga, que quer dizer serva da
Virgem Maria.
Não obstante, mesmo se deixamos de lado
esta encantadora e conhecida legenda, não é difícil percebermos que esta
minúscula criatura reflete com candura um aspecto do Autor de toda
grandeza. "Quem tem a alma feita para adorar a Deus, está apto também
para admirar tanto as coisas maiores como as menores criadas por Ele,
encantando-se ao contemplar o Sol, mas também ao olhar para a terra e
ver um bichinho"... nossa joaninha!
Se, ao considerarmos uma águia real, de
imediato nos vem à mente a majestade do Senhor, que do alto governa e
domina a obra de suas mãos, ao vermos a joaninha nos lembramos de que o
Altíssimo é também a Inocência, que promete o Reino dos Céus aos
pequeninos e Se compraz em revelar-lhes os mistérios de sua sabedoria.
Ir. Ariane Heringer Tavares, EP - 2015/09/10
(Revista Arautos do Evangelho, Agosto/2015, n. 164, pp. 50-51)
Nenhum comentário:
Postar um comentário