sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Senhor, eu clamo por vós, socorrei-me sem demora

Senhor, eu clamo por vós, socorrei-me sem demora” (Sl 140,1). 
 
Isto todos nós podemos dizer. Não sou eu que digo, é o Cristo total que diz. 
Contudo, estas palavras foram ditas especialmente em nome do Corpo, porque, quando Cristo estava neste mundo, orou como homem; orou ao Pai em nome do Corpo; e enquanto orava, gotas de sangue caíram de todo o seu corpo... Que significa este derramamento de sangue de todo o seu corpo, senão a paixão dos mártires de toda a Igreja? [...]
Minha oração suba a vós como incenso, e minhas mãos, como oferta da tarde” (Sl 140,2). Todo cristão sabe que esta expressão continua a ser atribuída à própria Cabeça. Porque, na verdade, foi ao cair da tarde daquele dia, que o Senhor, voluntariamente, entregou na cruz sua vida, para retomá-la em seguida. Também aqui estávamos representados. [...] Contudo, cravando nossa frágil natureza na cruz, onde o nosso homem velho... clamou com a voz da nossa humanidade: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Sl 21,2).
Eis, portanto, o verdadeiro sacrifício vespertino: a paixão do Senhor, a cruz do Senhor, a oblação da vítima salvadora, o holocausto agradável a Deus. Esse sacrifício vespertino, ele o converteu, por sua ressurreição, em oferenda da manhã. Assim, a oração que se eleva, com toda pureza, de um coração fiel, é como o incenso que sobe do altar sagrado. Não há aroma mais agradável a Deus: possam todos os fiéis oferecê-lo ao Senhor.
Dos Comentários sobre os Salmos, de Santo Agostinho, bispo
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