quarta-feira, 30 de março de 2016

Afinal Dízimo é 10% ou não?

Recebi um e-mail com um questionamento:  
 
Qual é o valor que devemos contribuir para o DIZIMO? Algumas igrejas protestantes dizem que o Cristão deve contribuir mensalmente com 10% do salário. Mas os padres da igreja católica disseram que podemos contribuir pelo menos com 5%, será que os padres estão certos ou os pastores da igreja protestante que exigem os 10%?
Não desejo entrar no mérito da questão de quem está certo ou errado, até porque respeito muito os irmãos protestantes (sérios) que vivem a Palavra de Deus, mas para dar argumentos permitindo que cada um tome sua decisão ressalto o seguinte: 

Nossos irmãos protestantes tem razão com relação aos 10% pois está no Antigo Testamento, acontece que a partir da vinda de Jesus deu-se a Nova e Eterna Aliança, a Igreja Católica tem o Antigo Testamento como Palavra de Deus - como a história da formação do povo de Deus - aqueles que ainda esperam a vinda do Messias continuam presos a Lei do Antigo Testamento, mas nós católicos acreditamos que Jesus Cristo é o Messias, o Filho de Deus enviado para a nossa salvação que veio trazer a Nova e Eterna Aliança.
Sendo assim a Igreja Católica espelha-se nos ensinamentos de Cristo: (Mt 9,13) “Ide, pois, aprender o que significa: ‘Misericórdia eu quero, não sacrifícios”.  ´
É certo que temos a obrigação de ajudar na manutenção do Reino de Deus, não que o próprio Deus necessite de dinheiro, mas a Igreja sim, para suas obras de caridade, para as despesas do templo (água, luz, impostos, salários...), e nós somos a Igreja, temos sim que fazer a nossa parte para manter viva a Igreja como instituição.
O Código de Direito Canônico no Cânon-222 rege que: Os fiéis têm obrigação de socorrer às necessidades da Igreja, a fim de que ela possa dispor do que é necessário para o culto divino, para as obras de apostolado e de caridade e para o honesto sustento dos ministros”.
Acontece que como diz o próprio Jesus, não podemos oprimir e impor pessados fardos, devemos sim usar de misericórdia; tirar o leite da boca de uma criança, sob o pretexto de alimentar a Deus, isso não é misericórdia, portanto a nossa Igreja Católica ciente das dificuldades que enfrentamos diz no catecismo:
(CIC-2043) O quinto mandamento ("Ajudar a Igreja em suas necessidades") recorda aos fiéis que devem ir ao encontro das necessidades materiais da Igreja, cada um conforme as próprias possibilidades.
A decisão da Igreja Católica em não impor os 10%, mas sim, deixar livre para que cada um dê de acordo com as suas possibilidades, visando que o Dízimo não venha a se tornar um fardo e sim um prazer, tem respaldo na própria Palavra de Deus:
São Paulo da Carta aos Hebreus cita: "Mudou o sacerdócio, então necessariamente muda também a lei!" (7,12) "Este fato significa abolir o preceito anterior, por ser fraco e inútil” (Hb 7,18). São Paulo continua falando a respeito do Dízimo desta vez aos Coríntios (2Cor 9,7): “Dê cada um conforme o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento. Deus ama a quem dá com alegria”.
Diante do exposto, tenho a firme convicção de que as pessoas que por motivos justos não podem contribuir com 10%, mas que dão de acordo com as suas possibilidades, não estão em pecado e não serão tratadas por Deus com menos amor.
Como diz Teresa de Calcutá: O importante não é o que se dá, mas o amor com que se dá.

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