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Virgem Maria é nossa mãe, isto é claro, Ela é a mãe da humanidade, a
nova Eva. Mas Ela também é sua filha. O velho mundo, o mundo doloroso, o
mundo antes da graça manteve-a, embalada, durante muito tempo, em seu
coração desolado, devastado ─ por séculos e séculos ─ na espera obscura,
incompreensível de uma “Virgem Mãe” .
A Virgem era a Inocência. Vocês se dão conta do que nós representamos
para ela, nós, os da raça humana? Oh! Ela naturalmente detesta o pecado,
mas, enfim, ela não teve a mínima experiência deste mal. Experiência
que não faltou aos maiores santos, a São Francisco de Assis, igualmente,
mesmo tendo sido seráfico, como foi.
O olhar da Virgem é o único olhar
verdadeiramente infantil, pela pureza, o único olhar de criança que
jamais foi erguido sobre nossa vergonha e nossa infelicidade.
Sim, meu filho, para bem rezar a ela, é preciso sentir sobre si esse
olhar que não é inteiramente o olhar de indulgência – pois a indulgência
não existe sem alguma experiência amarga – mas é o olhar da terna
compaixão, da surpresa dolorosa, não se sabe de qual sentimento,
inconcebível, inexprimível, que a torna mais jovem do que o pecado, mais
jovem do que a raça da qual provém, e que ela, apesar de ser mãe pela
graça, mãe das graças, é a caçula do gênero humano.
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