«Eu vim
trazer o fogo à terra»: desci do alto dos céus e, pelo mistério da minha
encarnação, manifestei-Me aos homens para acender no coração humano o
fogo do amor divino. «E que quero Eu senão que ele se acenda?» – isto é,
que pegue e se torne uma chama ativada pelo Espírito Santo, que faça
brilhar atos de bondade!
Cristo anuncia a seguir que terá de morrer na cruz para que o fogo deste amor incendeie a humanidade. Foi, efetivamente,
a santíssima Paixão de Cristo que valeu à humanidade dom tão grande, e é
sobretudo a memória da sua Paixão que acende uma chama nos corações
fiéis.
«Tenho de receber um batismo»; ou seja: compete-Me e está-Me
reservado, por especial disposição de Deus, receber um batismo de
sangue, banhar-Me e como que mergulhar nas águas do meu sangue derramado
na cruz, a fim de resgatar o mundo inteiro. «E estou ansioso até que
ele se realize» – por outras palavras, até que a minha Paixão seja
completa, e que Eu possa dizer: «Tudo está consumado!» (Jo 19,30).
Dionísio o Cartuxo (1402-1471), monge
Comentário ao Evangelho de Lucas, 12, 72-74
Comentário ao Evangelho de Lucas, 12, 72-74
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