A nós cabe saber escutar e transformar a palavra
em vida.
O maior desejo que temos dentro de nós é “escutar
a Deus”, mas ele não fala aos nossos ouvidos, ele fala ao ouvido do coração,
que deve ser disponível para acolher a verdadeira palavra que desce do alto. Não podemos permitir
que o coração se embruteça e se torne surdo à voz do Senhor. Sem dúvida, para
poder compreender melhor esta escuta de Deus nada de mais apropriado que a
parábola do semeador (Mt
13, 3-9).
Aqui o mesmo Jesus nos recorda que a semente é
sempre boa, “é a palavra de Deus”. O semeador é bom — “é Deus que fala”, mas o
terreno nem sempre é dos melhores: “é o coração humano”, que escuta e
acolhe a palavra. Se ela não encontrar o terreno conveniente a palavra - semente
é destinada a permanecer infrutífera e
morre.
Escutar a Deus significa deixar que do mais íntimo
do nosso coração suba até ele as mesmas inspirações que vêm dele, todo sentimento bom e desejo que esteja em
conformidade com a palavra do Senhor. É ele quem fala e cabe a nós saber escutar
e praticar.
Deus continua a falar aos homens e mulheres de
todos os tempos, cabe a nós saber
reconhecer a sua voz, acolhe-la dentro de nós e revesti-la de carne, dando - lhe vida e produzindo frutos abundantes. Na tradição
espiritual do ocidente nós temos os
santos, os místicos que souberam “ escutar a palavra”, tornando-se eles mesmos
palavras viventes do Deus Vivo. Na tradição oriental o “escutar a palavra” é
“ser imagem do Deus Vivo, que é Cristo Jesus”.
As três escutas, ou seja, a escuta de Deus, de
nós mesmos e do outro, vão regenerando em nós o homem novo, despindo-nos do
homem velho, acostumado a “escutar” a velha palavra do pecado e do
egoísmo.
Deus abençoe.
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