1. Jesus começou a proclamar o Evangelho de Deus!
O
que é o Evangelho de Deus? É a Boa Nova! E qual é a Boa Nova? É
simplesmente isto: Jesus está presente e vivo, no meio dos homens! Deus
está aqui, ao vivo, em pessoa, em carne e osso, no meio de nós!
Está à
nossa mão. E chama-nos a dar-Lhe as nossas mãos. Deixar-se olhar e
tocar, deixar-se seduzir e “apanhar” por este Jesus, é o primeiro passo
para transformar a existência e encontrar a vida em abundância. Só é
preciso aderir, dizer sim, acolher, acreditar, para logo O seguir. Jesus
não dita regras, não impõe um código de conduta. A sua mensagem é Ele
próprio. Jesus chama a segui-lO, a Ele; não nos chama primeiramente a
aceitar uma ideia, um programa, uma doutrina. Chama-nos a segui-lo a
Ele. É Ele mesmo o caminho, a Verdade e a Vida!
2.
Evangelizar devia ser isto. Levar a todos a boa notícia, de que Jesus
está aí, como luz de sentido, por entre as sombras deste tempo que é
breve. Jesus está e passa por aí, discreto, por entre a vida das
pessoas, por cima e por debaixo das suas telhas, pelas ruas e praças.
Evangelizar
é fazer descobrir o rosto desse Deus desconhecido, desse Deus oculto no
desejo e na esperança de uma nova humanidade. No coração deste mundo,
com os seus desejos de Paz, de fraternidade, de beleza, germina e cresce
o Reino de Deus!
Evangelizar é dizer aos que sofrem, que
Jesus está aí! Está na sua dor, como está no amor, com que são
tratados, como grita no clamor dos abandonados.
Evangelizar
é dizer aos que já fazem o bem, mas que desconhecem Deus, que esse Deus
desconhecido está aí, escondido por entre os dedos das suas mãos.
Boa Nova é isto: Jesus está vivo e presente. Jesus é a Vida da nossa vida!
3. «Vai à grande cidade de Nínive e apregoa nela a mensagem que Eu te direi»!
Também
a nós, é dirigido o desafio de evangelização. Mas como evangelizar?
Perguntareis! Evangelizar a Cidade não significa necessariamente tornar
cristãos todas as pessoas, nem fazer voltar à Igreja todos os batizados.
Jesus evangelizou também em Nazaré ou Corazim ou Betsaida, onde sua
Palavra "não teve acolhimento”. Podemos evangelizar de muitas maneiras.
Permiti-me recordar algumas:
a) Evangelizar pela
proclamação ou pregação da Palavra.
A proclamação não está restrita à
Missa ou à Catequese. Pode ocorrer também no diálogo fraterno, cordial e
amigo. Daí a importância, que podem ter as conversas de mesa ou de
café, os contactos de rua, os encontros de amigos, as reuniões de
família, os passeios à beira-rio. Também Jesus passava e passeava, e era
no caminho, que curava e chamava as pessoas mais comuns, a partir dos
lugares da sua vida, ali, onde as encontrava! Acreditai nisto: uma só
palavra do Evangelho, pode transformar uma vida, esclarecer uma situação
de dor, iluminar uma certa escuridão do espírito, abrir caminho para
uma solução, corrigir uma atitude, orientar ou consolar o coração.
b)
Evangelizar por convocação:
Isto significa a ousadia de convidar outros
a vir… à nossa Missa, a entrar na nossa Festa, a participar numa
iniciativa da nossa comunidade. Quem sabe, a surpresa do nosso convite é
o primeiro «empurrão» de que alguém espera… para seguir Jesus?!
c)
Evangelizar por atração:
Vivamos de tal modo, que os nossos gestos, os
acontecimentos da vida pessoal e paroquial, a nossa oferta da beleza, se
tornem atrativos e significativos para o nosso meio ambiente.
d)
Evangelizar por irradiação:
como a lâmpada no candelabro ou a cidade
sobre a montanha. Evangeliza-se através de um "comportamento nobre,
entre os pagãos, porque... considerando vossas boas obras, chegarão a
glorificar a Deus, no dia em que ele os visitar" (I Ped. 2,12);
e)
Evangelizar por contágio:
como uma vela se acende de outra vela, como
um sorriso gera outro sorriso. Pode ser de pessoa a pessoa, de grupo a
grupo, de grupo a indivíduos contagiados pela fé feliz de uma
comunidade: "Eu vim lançar fogo à terra" (Lc. 12,49). "Ainda que alguns
não obedeçam à Palavra", podem "mesmo sem a palavra ser conquistados ao
observarem vossa conduta" (I Ped. 3,1-2);
f) Evangelizar
por levedura ou fermentação: é uma forma menos aparente, mais lenta e
oculta, como "o fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas
de farinha para fermentar toda a massa" (Mt. 13,33).
No segredo e no
trabalho humilde, numa Escola, numa instituição, numa empresa, numa
associação, podemos ir mudando mentalidades, inovando caminhos,
renovando estruturas de injustiça, abrindo-as a uma conduta cada vez mais evangélica.
Queira
Deus, que se possa então dizer, da nossa Cidade, o que se disse de
Nínive: “os seus habitantes acreditaram em Deus”!
Ora «a fé vem de ouvir
a Palavra de Deus» E como a ouvirão, se não tiverem quem a anuncie
(Rom.10,14)?
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