quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Os três porquês da determinada determinação





1 - A exigência do amor que recebemos
2 - Estratégia ascética (auto-defesa)
3 - Eficácia combativa

1 - Quanto à exigência do amor: a quem nos ama tanto e nos dá tanto, não é razoável que Lhe demos a meias medidas. Isso seria emprestar e emprestar não é dar. Dar é despossuir-se e entregar e de forma irrevogável. Emprestar-Lhe o tempo, para voltar a tirá-lo é enganar o Senhor. Por isso este dar o tempo ao Senhor é, uma questão de delicadeza para com Ele. Quaisquer que sejam as circunstâncias em que venhamos a encontrar-nos “consagremos-Lhe aquele tempo com generosidade, decididos a nunca mais o retomar mau grado os trabalhos, as contradições e a aridez que possam sobrevir”. Uma pessoa que facilmente se dispensa da oração e não se empenha nela, retoma, de facto o tempo dado ao Senhor.

2 - A segunda razão é de estratégia de defesa, na luta ascética. Um espírito decidido é menos vulnerável. Psicologicamente está mais defendido dos ataques do demónio, tanto o verdadeiro (“Porque se o demónio a vê com uma grande determinação de voltar atrás, muito mais depressa a deixará” – Mor. II), como os demônios da covardia e do medo. A determinação é uma couraça contra a própria fragilidade. O demónio tem “grande medo de almas animosas” (C 23, 4).

3 - A terceira razão é a eficácia combativa. O determinado “luta com mais ânimo” (C 23, 5). S. Teresa conhece a psicologia do soldado. Se não está decidido a dar tudo pela vitória, o medo pode vencê-lo. Quando, ao contrário, cai na conta de que “na vitória lhe vai a vida” (C 23, 5), está decidido a tudo. Assim, a ascese da vontade converte-se em fortaleza para a vida.

Pe Emílio Carlos Mancini

Nenhum comentário:

Postar um comentário