1 - A exigência do amor que recebemos
2 - Estratégia ascética (auto-defesa)
3 - Eficácia combativa
1 - Quanto
à exigência do amor: a quem nos ama tanto e nos dá tanto, não é
razoável que Lhe demos a meias medidas. Isso seria emprestar e emprestar não é
dar. Dar é despossuir-se e entregar e de forma irrevogável. Emprestar-Lhe o
tempo, para voltar a tirá-lo é enganar o Senhor. Por isso este dar o tempo ao
Senhor é, uma questão de delicadeza para com Ele. Quaisquer que sejam as
circunstâncias em que venhamos a encontrar-nos “consagremos-Lhe aquele tempo
com generosidade, decididos a nunca mais o retomar mau grado os trabalhos, as
contradições e a aridez que possam sobrevir”. Uma pessoa que facilmente se
dispensa da oração e não se empenha nela, retoma, de facto o tempo dado ao
Senhor.
2 - A
segunda razão é de estratégia de defesa, na luta ascética. Um espírito
decidido é menos vulnerável. Psicologicamente está mais defendido dos ataques
do demónio, tanto o verdadeiro (“Porque se o demónio a vê com uma grande
determinação de voltar atrás, muito mais depressa a deixará” – Mor. II), como
os demônios da covardia e do medo. A determinação é uma couraça contra a
própria fragilidade. O demónio tem “grande medo de almas animosas” (C 23, 4).
3 - A
terceira razão é a eficácia combativa. O determinado “luta com mais
ânimo” (C 23, 5). S. Teresa conhece a psicologia do soldado. Se não está
decidido a dar tudo pela vitória, o medo pode vencê-lo. Quando, ao contrário,
cai na conta de que “na vitória lhe vai a vida” (C 23, 5), está decidido a
tudo. Assim, a ascese da vontade converte-se em fortaleza para a vida.
Pe Emílio Carlos Mancini
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