Maria é
mulher de escuta, Ela deixa-se visitar, mantém as portas abertas do coração e
da vida.
Mas nós, em
muitas ocasiões, vivemos um cotidiano com atitudes de autismo, tão envolvidos
na nossa cápsula que até um anjo de Deus encontraria dificuldade de entrar:
nada mais nos surpreende.
E um anjo só pode nos visitar quando temos o coração desarmado, quando estamos dispostos a acolher o inesperado: Maria nos ensina a hospitalidade da vida.
Maria é uma
mulher honesta. Quando o Anjo anuncia sua maternidade, ela simplesmente
pergunta: mas como, se não conheço homem?
Maria tem
uma honestidade sem subterfúgios. Com a sua pergunta, é como se dissesse:
Senhor, a minha condição é esta. Ela é clara com Deus.
Maria
descobre no encontro com o anjo que a sua vida está a serviço de um projeto
maior, de uma vida maior, que não se limita ao perímetro ideal da felicidade
que provavelmente ela projetou para si.
O Senhor
chama Maria para fazer-se coparticipante da gestação do futuro de Deus: pede
para que Ela acredite na sede que está a serviço de uma sede maior.
Eis a serva
do Senhor, foi a resposta de Maria. E a Igreja se torna crível quando é serva
do coração de Deus, quando se coloca a serviço para saciar a sede do homem.
O olhar da
mãe e o olhar de Deus
Um olhar que não se detém nas aparências, mas penetram profundamente no íntimo da vida, interpretando e respeitando com delicadeza o segredo.
O olhar de uma mãe humaniza o filho.
Sem a
mariologia o cristianismo corre o risco de se desumanizar, a Igreja se torna
sem alma...
Em cada
época, a Igreja deve aprender de Maria a compaixão, a ternura e a cura que a
sede de cada ser humano requer.
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