quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

"Luz que vindo ao mundo, ilumina os homens."



Pelas palavras que dissestes no princípio: "Faça-se a luz, e a luz foi feita", [Fl 2,6] entendo - e não me parece impropriamente - que a sua aplicação se adapta as criaturas espirituais. De fato, já existia então uma espécie de vida a ser por ti iluminada.
Mas, assim como nenhuma possuía méritos para ser uma vida que pudesses iluminar, também nenhuma delas merecia, depois de adquirir existência, a graça de ser iluminada. Sua informidade não te poderia ser agradável, a menos que se tornasse luz, e isso, não pelo simples fato de existir, mas por contemplar a luz que ilumina, e a ela aderir.
Assim ela deve a tua graça o viver, e toda a felicidade de viver, uma vez que, por uma feliz reversão, voltou-se para aquilo que é incapaz de mudar em melhor ou pior, isto é, voltou-se para ti, que és, e somente tu, o único Ser simples, aquele que não possui outra vida, senão a vida feliz, porque tu és a tua própria felicidade.
S. Agostinho bispo de Hipona; Confissões, livro XIII.

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