«Seguiu-O uma imensa multidão vinda da Galileia... ,
uma grande multidão veio ter com
Ele»
S. Marcos 3,7-12.
Naquele tempo, Jesus retirou-se para o mar com os discípulos. Seguiu-o uma imensa multidão vinda da Galileia. E da Judeia, de Jerusalém, da Idumeia, de além-Jordão e das cercanias de Tiro e de Sídon, uma grande multidão veio ter com Ele, ao ouvir dizer o que Ele fazia.
E disse aos discípulos que lhe
aprontassem um barco, a fim de não ser molestado pela multidão,
pois
tinha curado muita gente e, por isso, os que sofriam de enfermidades caíam
sobre Ele para lhe tocarem.
Os espíritos malignos, ao vê-lo,
prostravam-se diante dele e gritavam: «Tu és o Filho de Deus!»
Ele,
porém, proibia-lhes severamente que o dessem a conhecer.
Comentário :
«Seguiu-O uma imensa multidão vinda da Galileia. E da Judeia, de
Jerusalém, da Idumeia, de além-Jordão [...], uma grande multidão veio ter com
Ele»
«Senhor, abre os meus lábios e a minha boca anunciará o Teu louvor» (Sl
50,17). [...] Se pensarmos que estas palavras se repetem sempre em Matinas, em
nome da Igreja, que ora por si própria e por todo o mundo, e pelos milhares e
centenas de milhares de bocas que se abrem ao toque da graça que invocamos,
então o panorama amplia-se e, ao iluminar-se, completa-se. A Igreja
apresenta-se, não como um monumento histórico do passado, mas como uma
instituição viva. A Santa Igreja não é como um edifício que se constrói ao fim
de um ano. É uma cidade vastíssima, que terminará por ocupar o universo
inteiro: «O seu monte santo, belo em altura, alegria de toda a terra, o monte
Sião, vértice do céu, cidade do grande rei» (Sl 48,3).
A construção começou há vinte séculos, mas continua e estende-se por todas as
terras, até que o nome de Cristo seja adorado por toda a parte. E, à medida
que continua, as novas gentes dão saltos de júbilo perante o anúncio: «E deram
uma grande alegria a todos os irmãos» (Act 15,3). Também é belíssimo o
pensamento final [...], edificante para todo o sacerdote que reza o breviário:
convém que cada um esteja atento a construir essa Santa Igreja.
Quem, pela pregação, se dedica a obra tão bela, diga ao Senhor como anúncio do
Seu evangelho: «Senhor, abre os meus lábios e a minha boca anunciará o Teu
louvor.» Quem não é missionário suspire também por cooperar no grande esforço
do apostolado e, quando recita os salmos sozinho na sua cela, siga ao Senhor:
«Senhor, abre os meus lábios»; porque mesmo aí, por comunicação da caridade,
deve considerar sua todas as línguas que nesse momento estejam a anunciar o
evangelho, que é o louvor divino supremo.
Beato João XXIII (1881-1963), papa
Diário da Alma 29/11/1940 (Paulus Editora)
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