sábado, 9 de março de 2013

Espiritualidade do 4º Domingo da Quaresma C

 
Os “justos” e pecadores – 

Essa introdução é de fundamental importância. De um lado Jesus e os pecadores. 
Quem são eles? São pessoas que tinham conduta imoral (adúlteros, mentirosos, prostitutas etc.) ou exerciam profissões consideradas desonestas ou imorais (cobradores de impostos, pastores, tropeiros, vendedores ambulantes, curtidores). 
De outro lado os que criticavam a atitude misericordiosa de Jesus: fariseus e doutores da lei, que representavam a classe dominante e se consideravam justos. 
Jesus conta as parábolas para eles perceberem que a sua atitude é a atitude do Pai. 

  O Pai e o filho mais jovem (vv. 11-24) 

O filho pede sua parte da herança ao pai e depois parte para bem distante. Pecar é distanciar-se da casa do Pai com experiências desligadas da fonte do amor e da vida. Mas ele acaba na “lama”, cuidando de porcos, animal imundo para os judeus. Nem comida de porcos ele tinha. Reconhece na miséria absoluta que na casa do pai até os empregados têm de tudo. Ensaia sua confissão e decide voltar. Sua esperança é de ser ao menos um empregado. 
Mas o Pai o aguardava ansioso (v. 20). Vendo-o, encheu-se de compaixão e correu ao seu encontro e o restabelece na família com toda a dignidade de filho: o beijo é o sinal do perdão; a veste festiva é para um hóspede de honra; a entrega do anel é a restituição de todos os direitos e plenos poderes na família; os sapatos eram luxo dos homens livres; escravos não tinham. 
A carne era usada só de vez em quando e matar um bezerro era coisa especial para grandes festas. Àquela casa voltou a alegria: “Trazei um novilho gordo e matai-o, para comermos e festejarmos, pois este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado”. 
E começaram a festa. Mas, e o filho mais velho? 

O Pai e o filho mais velho

O filho mais velho tem todas as qualidades, mas não é capaz de acolher o irmão que volta, nem quer partilhar da alegria do coração do Pai que insiste com amor e ternura para que ele entre para a festa. Gabando-se de sua conduta justa e irrepreensível, chega a criticar a atitude do Pai. 
A parábola termina com o Pai justificando sua conduta misericordiosa. 
E o filho mais velho? Entrou ou não entrou na festa? 
Agora entenderemos os versículos iniciais. 

O filho mais novo são todos os pecadores com quem Jesus faz a festa. 
O filho mais velho são os fariseus e doutores da lei que se consideram justos, mas são incapazes de acolher os irmãos marginalizados e ainda criticavam a atitude de Jesus. 
E você? Qual a sua postura?

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