A Eucaristia nos leva ao
Magnificat
Na Eucaristia, a Igreja une-se
plenamente a Cristo e ao seu sacrifício, com o mesmo espírito de Maria. Tal
verdade pode-se aprofundar relendo o Magnificat numa perspectiva eucarística.
De fato, como o cântico de Maria,
também a Eucaristia é primariamente louvor e ação de graças. Quando exclama: “A
minha alma glorifica ao Senhor e o meu espírito exulta de alegria em Deus meu
Salvador”, Maria traz no seu ventre Jesus. Louva o Pai “por” Jesus, mas louva-O
também “em” Jesus e “com” Jesus. É nisto precisamente que consiste a verdadeira
“atitude eucarística”.
Ao mesmo tempo Maria recorda as
maravilhas operadas por Deus ao longo da história da salvação, segundo a promessa
feita aos nossos pais (cf. Lc 1, 55), anunciando a maravilha mais sublime de
todas: a encarnação redentora.
Enfim, no Magnificat está
presente a tensão escatológica da Eucaristia. Cada vez que o Filho de Deus Se
torna presente entre nós, na “pobreza” dos sinais sacramentais – o pão e o
vinho –, no mundo é lançado o germe daquela história nova, que verá os
poderosos “depostos de seus tronos” e verá “exaltados os humildes” (cf. Lc 1,
52).
Maria canta aquele “novo céu” e
aquela “nova terra”, cuja antecipação e, em certa medida, a “síntese”
programática se encontram na Eucaristia. Se o Magnificat exprime a
espiritualidade de Maria, nada melhor do que esta espiritualidade nos pode
ajudar a viver o mistério eucarístico. Recebemos o dom da Eucaristia, para que
a nossa vida, à semelhança da vida de Maria, seja toda ela um magnificat!
João Paulo II,
Carta Encíclica Ecclesia de
Eucharistia, 2003, § 58
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