sexta-feira, 26 de abril de 2013



A Eucaristia nos leva ao Magnificat

Na Eucaristia, a Igreja une-se plenamente a Cristo e ao seu sacrifício, com o mesmo espírito de Maria. Tal verdade pode-se aprofundar relendo o Magnificat numa perspectiva eucarística.

De fato, como o cântico de Maria, também a Eucaristia é primariamente louvor e ação de graças. Quando exclama: “A minha alma glorifica ao Senhor e o meu espírito exulta de alegria em Deus meu Salvador”, Maria traz no seu ventre Jesus. Louva o Pai “por” Jesus, mas louva-O também “em” Jesus e “com” Jesus. É nisto precisamente que consiste a verdadeira “atitude eucarística”.

Ao mesmo tempo Maria recorda as maravilhas operadas por Deus ao longo da história da salvação, segundo a promessa feita aos nossos pais (cf. Lc 1, 55), anunciando a maravilha mais sublime de todas: a encarnação redentora.

Enfim, no Magnificat está presente a tensão escatológica da Eucaristia. Cada vez que o Filho de Deus Se torna presente entre nós, na “pobreza” dos sinais sacramentais – o pão e o vinho –, no mundo é lançado o germe daquela história nova, que verá os poderosos “depostos de seus tronos” e verá “exaltados os humildes” (cf. Lc 1, 52).

Maria canta aquele “novo céu” e aquela “nova terra”, cuja antecipação e, em certa medida, a “síntese” programática se encontram na Eucaristia. Se o Magnificat exprime a espiritualidade de Maria, nada melhor do que esta espiritualidade nos pode ajudar a viver o mistério eucarístico. Recebemos o dom da Eucaristia, para que a nossa vida, à semelhança da vida de Maria, seja toda ela um magnificat!
                      
João Paulo II,
Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia, 2003, § 58

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