«O servo não é mais que o seu Senhor»
S. João 15,18-21.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se o mundo vos odeia, reparai que,
antes que a vós, me odiou a mim.
Se viésseis do mundo, o mundo amaria o que é seu; mas, como não vindes do mundo, pois fui Eu que vos escolhi do meio do mundo, por isso é que o mundo vos odeia.
Lembrai-vos da palavra que vos disse: o servo não é mais que o seu senhor. Se me perseguiram a mim, também vos hão-de perseguir a vós. Se cumpriram a minha palavra, também hão-de cumprir a vossa.
Mas tudo isto vos farão por causa de mim, porque não reconhecem aquele que me enviou.
Se viésseis do mundo, o mundo amaria o que é seu; mas, como não vindes do mundo, pois fui Eu que vos escolhi do meio do mundo, por isso é que o mundo vos odeia.
Lembrai-vos da palavra que vos disse: o servo não é mais que o seu senhor. Se me perseguiram a mim, também vos hão-de perseguir a vós. Se cumpriram a minha palavra, também hão-de cumprir a vossa.
Mas tudo isto vos farão por causa de mim, porque não reconhecem aquele que me enviou.
Comentário :
«Despiram-No e envolveram-No num manto escarlate. Tecendo uma coroa de
espinhos, puseram-Lha na cabeça» (Mt 27,28-29). Foi como rei que Cristo foi
revestido duma túnica vermelha, e como príncipe dos mártires, [...] porque
resplandece com o Seu sangue sagrado de precioso escarlate. Foi como vencedor
que Ele recebeu a coroa, pois é normalmente ao vencedor que se entrega uma
coroa. [...] Mas podemos notar que a túnica vermelha é também símbolo da
Igreja que, permanecendo com Cristo rei, brilha com uma glória régia. Daí o
título de «reino» que lhe dá João no Apocalipse (1,6). [...] Com efeito, o
tecido púrpura é uma coisa preciosa e própria da realeza. Embora seja um
produto natural, muda de qualidade quando se mergulha no banho de tingimento,
e muda de aspecto. [...] Sem ter valor por si mesmo, a transformação torna-o
precioso. Passa-se o mesmo connosco: sendo destituídos de valor por nós
próprios, a graça transforma-nos e dá-nos valor, quando [no baptismo] somos
mergulhados por três vezes, como o tecido púrpura, no escarlate espiritual que
é o mistério da Trindade. [...]
Podemos ainda notar que o manto vermelho é também símbolo da glória dos
mártires, uma vez que, tingidos com o seu próprio sangue derramado,
ornamentados com o sangue do martírio, brilham em Cristo como preciosa túnica
escarlate. Outrora a Lei prescrevia que se oferecessem tecidos escarlate para
ornamentar o tabernáculo de Deus (Ex 25,4); os mártires, com efeito, são
ornamentos da Igreja de Cristo. [...]
A coroa de espinhos que colocaram na cabeça do Senhor é o símbolo da nossa
união, nós que, vindos das diferentes nações, chegámos à fé. Não éramos senão
espinhos, isto é, pecadores; mas, acreditando em Cristo, tornámo-nos coroa de
justiça, porque deixámos de ferir e picar o Salvador e coroámos a Sua cabeça
com a confissão da nossa fé. [...] Sim, antes éramos espinhos, mas [...]
tornámo-nos pedras preciosas.
São Cromácio de Aquileia (?-407), bispo
Sermão 19, 1-3; SC 164
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