«Quando Ele vier, o Espírito da Verdade, há-de guiar-vos para a
Verdade completa.»
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tenho ainda muitas coisas a
dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender por agora.
Quando Ele vier, o Espírito da Verdade, há-de guiar-vos para a Verdade completa. Ele não falará por si próprio, mas há-de dar-vos a conhecer quanto ouvir e anunciar-vos o que há-de vir.
Ele há-de manifestar a minha glória, porque receberá do que é meu e vo-lo dará a conhecer.
Tudo o que o Pai tem é meu; por isso é que Eu disse: 'Receberá do que é meu e vo-lo dará a conhecer'.»
Quando Ele vier, o Espírito da Verdade, há-de guiar-vos para a Verdade completa. Ele não falará por si próprio, mas há-de dar-vos a conhecer quanto ouvir e anunciar-vos o que há-de vir.
Ele há-de manifestar a minha glória, porque receberá do que é meu e vo-lo dará a conhecer.
Tudo o que o Pai tem é meu; por isso é que Eu disse: 'Receberá do que é meu e vo-lo dará a conhecer'.»
Comentário
Ele é o Espírito de vida, ou a fonte de água que jorra para a vida eterna (cf
Jo 4,14; 7,38-39), por Quem o Pai vivifica os homens mortos pelo pecado, até
que ressuscite em Cristo os seus corpos mortais (cf Rom 8,10-11). O Espírito
habita na Igreja e nos corações dos fiéis como num templo (cf 1Cor 3,16;
6,19), e dentro deles ora e dá testemunho da adopção de filhos (cf Gal 4,6;
Rom 8,15-16.26). A Igreja, que Ele conduz à verdade total (cf Jo 16,13) e
unifica na comunhão e no ministério, enriquece-a Ele e guia-a com diversos
dons hierárquicos e carismáticos e adorna-a com os Seus frutos (cf Ef 4,11-12;
1Cor 12,4; Gal 5,22). Pela força do Evangelho, rejuvenesce a Igreja e renova-a
continuamente e leva-a à união perfeita com o seu Esposo. Porque o Espírito e
a Esposa dizem ao Senhor Jesus: «Vem» (cf Ap 22,17)! [...]
A
totalidade dos fiéis que receberam a unção do Espírito Santo (cf Jo 2,20.27)
não pode enganar-se na fé; e esta sua propriedade peculiar manifesta-se por
meio do sentir sobrenatural da fé do povo todo, quando este, «desde os bispos
até ao último dos fiéis leigos» (Santo Agostinho), manifesta consenso
universal em matéria de fé e costumes. Com este sentido da fé, que se desperta
e sustenta pela acção do Espírito de verdade, o Povo de Deus, sob a direcção
do sagrado magistério que fielmente acata, já não recebe simples palavra de
homens, mas a verdadeira palavra de Deus (cf 1Tess 2,13), adere
indefectivelmente à fé uma vez confiada aos santos (cf Jud 3), penetra-a mais
profundamente com juízo acertado e aplica-a mais totalmente na vida.
Além disso, este mesmo Espírito Santo não só santifica e conduz o Povo
de Deus por meio dos sacramentos e ministérios e o adorna com virtudes mas,
«distribuindo a cada um os seus dons como Lhe apraz» (1Cor 12,11), distribui
também graças especiais entre os fiéis de todas as classes, as quais os tornam
aptos e dispostos a tomar diversas obras e encargos, proveitosos para a
renovação e cada vez mais ampla edificação da Igreja, segundo aquelas
palavras: «a cada qual se concede a manifestação do Espírito em ordem ao bem
comum» (1Cor 12,7).
Concílio Vaticano II
Constituição dogmática sobre a Igreja «Lumen gentium», §§ 4 e 12
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