À ESCUTA DA PALAVRA.
27º Domingo do Tempo Comum - B
“Não separe o homem o que Deus uniu…”
“Não separe o homem o que Deus uniu…” Jesus coloca o dedo na ferida…
O
divórcio é sempre um fracasso, um sofrimento.
Mas entrou nos costumes
como uma realidade normal, um “direito”! Jesus está contra a corrente…
Palavra incompreensível para muitos homens e mulheres, qualquer que seja
a sua idade!
Na sua resposta aos fariseus, Jesus recorre a um critério a
que geralmente se presta pouca atenção.
Vai ao “princípio da criação”, à
vontade primeira, à vontade criadora de Deus.
Ora, esta vontade é que
os seres humanos se tornem “imagens de Deus”, na medida em que aceitem
entrar uns e outros nas relações de amor recíproco, porque Ele, Deus, é
eterno movimento de amor no seu Ser mais profundo.
O casal humano, antes
mesmo da questão da procriação, é chamado por Deus a tornar-se o
primeiro lugar de incarnação deste movimento de amor. O amor humano, sob
todas as suas formas, não nasceu dos acasos da evolução biológica. É
dom de Deus.
Quando os homens recusam este dom, impedem Deus de imprimir
neles a sua imagem. Na realidade, vão contra a vontade criadora,
introduzem uma desordem na criação tal como Deus a quis.
Porque Ele
escuta plenamente o seu Pai e acolhe sem quaisquer reticências nem
recusas a vontade de amor do seu Pai, Jesus, e apenas Ele, pode
colocar-nos na luz de Deus Criador e da sua vontade criadora.
Mas isso
supõe que aceitemos escutar Jesus, tomar Jesus na nossa vida. Só
poderemos compreender a exigência de unidade e de fidelidade no amor
humano se aceitarmos tornar-nos, dia após dia, discípulos, mais ainda,
amigos de Jesus. Para resolver os nossos problemas afectivos, temos
razão em recorrer à psicologia, à psicoterapia do casal. Mas isso não
basta.
A verdadeira falta é uma falta de profundidade espiritual.
Não
servirá de nada a Igreja repetir sem cessar a sua oposição ao divórcio
se, primeiro, não fizer imensos esforços para ajudar a redescobrir um
verdadeiro acompanhamento com Jesus, revelador do amor do Pai.
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